O mau humor visto nos mercados internacionais se intensificou na etapa da tarde dos negócios, levando as ações de tecnologia a ampliarem ainda mais as quedas e o Nasdaq a perder 4,11%. Os papéis da Apple mais uma vez se destacaram entre as maiores baixas, com encolhimento de mais de 6% na sessão. Em uma semana, as ações da fabricante do iPhone cederam 16%. Ainda assim, analistas não veem risco do estouro de uma bolha tecnológica e ponderam que os recuos da última semana guardam relação com um processo de correção. De todo modo, o sinal de aversão ao risco se solidificou ao longo do dia, levando junto os demais índices americanos. Além do mercado acionário, as commodities deram a sua contribuição para esse movimento. O petróleo derreteu mais 7% em Nova York e mais de 5% em Londres, um dia depois de a maior petroleira do mundo, a Saudi Aramco, reduzir seus preços diante de uma demanda menor. Como não bastassem esses dois ingredientes, os investidores internacionais ficaram de olho no recrudescimento das tensões entre Estados Unidos e China, bem como nos impasses da política interna americana, já plenamente envolvida com a eleição presidencial de novembro. Todo esse caldo desaguou, aqui no Brasil, em forte aversão ao risco. O dólar até que deixou para a manhã seus piores momentos, mas, ao subir 1,77%, para R$ 5,3650, fez mais uma vez o real ter o pior comportamento numa cesta das 34 divisas mais negociadas do mundo. Nos juros futuros, câmbio e exterior se somaram às preocupações cada vez mais presentes sobre a inflação no País. Amanhã de manhã será divulgado o IPCA de agosto e, embora seja esperada uma desaceleração de 0,36%, para 0,25% (mediana), do índice cheio, os alimentos devem mostrar taxas fortes. A visão de analistas é que eles podem ser um canal de repasse do aumento de preços ao produtor para o consumidor. Com a disparada de alguns itens da cesta básica, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta tarde que o governo não fará nenhum tipo de intervenção nos preços. Por fim, no mercado acionário local, o Ibovespa tentou defender o nível de 100 mil pontos ao longo do dia, conseguindo manter tração nos minutos finais da sessão. O principal índice da B3 encerrou a terça-feira aos 100.050,43 pontos, desvalorização de 1,18%.
- MERCADOS INTERNACIONAIS
- CÂMBIO
- JUROS
- BOLSA