TENSÃO ENTRE RÚSSIA E UCRÂNIA SEGUE NO RADAR E TRAZ DIA DE PERDAS PARA OS MERCADOS

Blog, Cenário

O recrudescimento das tensões entre Rússia e Ucrânia ditou a fuga do risco durante todo o dia, com alguns ativos registrando deterioração adicional à tarde. Hoje, mais ou menos no meio do dia daqui, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que uma invasão da Rússia à Ucrânia pode ser questão de dias. Tais palavras vêm na sequência de declarações da Otan de que, ao contrário do que disse o presidente da Rússia, Vladimir Putin, as tropas do país seguem na fronteira ucraniana e, inclusive, têm aumentado. E ainda que a via diplomática siga aberta, o investidor optou pela cautela. Com isso, as bolsas tiveram queda firme em Nova York, entre 1,78% e 2,88%. E tal movimento foi seguido de perto pelos ativos brasileiros, ainda mais após os ganhos recentes deixarem margem para realização de lucros. Assim, o Ibovespa, após uma sequência de sete altas, terminou a quinta-feira com perda de 1,43%, aos 113.528,48 pontos. Dólar e juros futuros, por sua vez, subiram. A moeda dos EUA teve desvalorização superior a 2% no acumulado dos últimos três pregões e hoje recobrou um pouco de espaço, ao subir 0,76%, a R$ 5,1669. Com o câmbio mais pressionado e as tensões externas, as taxas dos DIs, sobretudo as intermediárias e longas, acumularam prêmios superiores a 10 pontos-base em alguns casos.

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•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York ampliaram perdas à tarde e fecharam em queda considerável, com a cautela geopolítica ainda pesando sobre o apetite por risco. O presidente americano, Joe Biden, disse que uma invasão da Rússia à Ucrânia pode ser questão de dias, embora tenha deixado a porta aberta para uma solução diplomática, em meio a relatos sobre ataques no leste da Ucrânia e após os EUA dizerem que Moscou poderia realizar uma falsa operação, a fim de justificar sua investida. Nesse quadro, o índice DXY do dólar subiu, enquanto o petróleo e os juros dos Treasuries recuaram. Presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, James Bullard voltou a argumentar por um aperto monetário rápido, ao destacar que a inflação tem acelerado nos EUA em meses recentes, em vez de perder fôlego. Na América do Sul, o BC da Argentina decidiu elevar a taxa básica de juros, de 40% a 42,5%, no momento em que o país tenta finalizar acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os mercados acionários de Nova York aprofundaram perdas à tarde e o Nasdaq recuou mais de 2%, com os setores de tecnologia e serviços de comunicação entre as maiores baixas, acompanhados pelo setor financeiro. Hoje, a cautela com o quadro geopolítico esteve em foco, em meio a declarações desencontradas entre EUA e Rússia. Biden voltou a dizer que Moscou pode atacar a Ucrânia, o que o governo de Vladimir Putin nega, e a Fox News relatou disparos no leste ucraniano, horas após o líder americano dizer que a Rússia pode lançar mão de uma estratégia de "falso ataque" rival, a fim de justificar sua invasão. Contrariando declarações da Rússia, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que não há ainda recuo de tropas russas na fronteira.

Nas bolsas, o Dow Jones fechou em queda de 1,78%, em 34.312,03 pontos, o S&P 500 caiu 2,12%, a 4.380,25 pontos, e o Nasdaq recuou 2,88%, a 13.716,72 pontos.

No câmbio, o noticiário apoiou a demanda por dólares, com o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, terminando o dia em alta de 0,10%, em 95,800 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 114,94 ienes (a moeda japonesa é também considerada porto seguro), o euro recuava a US$ 1,1361 e a libra tinha alta a US$ 1,3623. O rublo russo, por sua vez, operava em queda, com o dólar avançando a 76,366 rublos. O bitcoin também esteve em foco, recuando 7% à tarde com relatos de que o presidente americano pode assinar decreto para regular criptoativos na próxima semana.

A Capital Economics afirma em relatório que o Fed pode ter de elevar os juros mais que o previsto pelo mercado, diante da inflação duradoura, o que para a consultoria tenderá a apoiar o dólar. No mercado de Treasuries, o juro da T-note de 2 anos caía a 1,466%, o da T-note de 10 anos recuava a 1,962% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 2,293%, com a busca por segurança sustentada. Entre os dirigentes do BC americano, Bullard destacou que a inflação continua a exibir força e considerou que boa parte do aperto monetário já está precificado pelos mercados, por isso para ele não deve haver sobressaltos no mercado de Treasuries. Para o Citi, uma alta de 50 pontos-base na reunião de março ainda é uma possibilidade - nas apostas monitoradas pelo CME Group, no fim desta tarde 67,3% delas eram de que a elevação será de 25 pontos-base e 32,7%, de 50 pontos-base.

Entre as commodities, o petróleo WTI para abril fechou em baixa de 1,95%, em US$ 90,04 o barril, na Nymex, e o Brent par ao mesmo mês recuou 1,94%, a US$ 92,97 o barril, na ICE. A possibilidade de problemas na oferta russa, com a crise em torno da Ucrânia, é foco de atenção nesse mercado. A Rystad calcula que uma guerra poderia colocar em risco até 700 mil barris por dia de petróleo exportado pelos russos e diz que um aumento na produção dos EUA não seria capaz de compensar isso.

Na Argentina, o BC local decidiu elevar a taxa básica de juros de 40%, a 42,5%, em sua segunda elevação neste ano. O país enfrenta forte inflação e quadro econômico delicado, enquanto tenta sacramentar o pacote de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda em discussão. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

BOLSA

O receio de que a tensão em torno da Ucrânia possa se transformar em conflito militar a qualquer momento, conforme sustentam Estados Unidos e aliados ocidentais, conduziu desde cedo os mercados globais nesta quinta-feira de aversão a risco, em que o econômico voltou a dar lugar ao geopolítico. Em dia de agenda relativamente vazia, o Ibovespa seguiu o exterior e se inclinou a uma realização de lucros após sete altas seguidas, todas inferiores a 1% - ainda assim, a mais longa série de ganhos desde a virada de maio para junho do ano passado.

Hoje, a referência da B3 cedeu 1,43%, a 113.528,48 pontos, entre mínima de 113.389,12 e máxima de 115.214,29 pontos, saindo de abertura aos 115.180,69. O giro foi de R$ 33,6 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa passa a cair 0,04%, ainda ganhando 1,23% no mês - em 2022, a alta é de 8,31%. Em Nova York, as perdas do dia, acentuadas ao longo da tarde, ficaram entre 1,78% (Dow Jones) e 2,88% (Nasdaq) no fechamento.

Em meio à retórica do Ocidente, de que a retirada de tropas russas da fronteira com a Ucrânia foi uma encenação e de que a Rússia está pronta a invadir o vizinho, do qual já havia anexado a Crimeia em 2014, Moscou decidiu expulsar o número 2 da diplomacia americana no país.

“O Ibovespa ficou bastante pesado com essa aversão a risco desde o exterior, e, além disso, o minério de ferro caiu 6% hoje no mercado chinês, com recuo (global) também no petróleo após a França sinalizar avanço nas conversas com o Irã sobre o acordo nuclear. Então, não tivemos apoio das commodities, que era o que estava salvando (o Ibovespa) nesse momento de tensão”, diz Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos.

“Apesar de a Rússia ter dito que retiraria tropas, o mesmo não se confirmou, e os Estados Unidos ainda afirmam que haverá invasão, o que corrobora esse sentimento de aversão a risco. Nos dados econômicos, os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiram acima do consenso. Após a ata de ontem, ainda há divisão sobre o que virá na reunião de março do Federal Reserve, um aumento de 0,25 ou de 0,50 ponto porcentual (na taxa de juros de referência)”, diz Romero de Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos.

“Um ponto a ser destacado na ata refere-se à velocidade no aumento da taxa de juros, que, dessa vez, pode ser mais acelerado do que na última elevação de juros nos EUA, em 2015, segundo os integrantes do Comitê, caso a inflação não recue conforme o esperado”, aponta Paloma Brum, analista da Toro Investimentos. “Essa sinalização de um ritmo mais rápido no ciclo de alta dos juros americanos, em conjunto com um cenário brasileiro potencialmente mais turbulento em ano eleitoral, reforça visão de que podemos observar Selic ainda mais alta do que os 11,75% previstos pelo Copom para o final de 2022”, acrescenta.

Na geopolítica, após um breve momento de distensão, a percepção é de que eventual erro de cálculo possa precipitar um conflito, não necessariamente a partir da Ucrânia. Nesta movimentação militar entre Ocidente e Rússia como não se via desde o fim da Guerra Fria, jatos russos teriam interceptado de forma arriscada aviões da Marinha americana que sobrevoavam águas internacionais no Mediterrâneo. De lado a lado, interceptações entre aviões militares ocorreram em outros momentos nas últimas semanas, em locais como o Mar do Norte, envolvendo então caças britânicos e russos. No Mar do Sul da China, em região reivindicada pelos chineses, um submarino americano teria sido identificado e alertado a se retirar por navios de guerra da China, recentemente.

“Mais um dia em risk-off com a situação geopolítica no leste europeu, depois de um alto funcionário da Casa Branca ter dado uma entrevista, ontem à noite, acusando Putin (o presidente russo) de estar mentindo quando diz que procura uma solução diplomática. De acordo com o monitoramento do governo americano e de entidades europeias, a Rússia teria aumentado em 7 mil o número de soldados próximos à fronteira com a Ucrânia nos últimos dias”, observa em nota a Guide Investimentos.

A possibilidade de conflito “ganhou força depois de rebeldes apoiados pela Rússia, no leste da Ucrânia, acusarem as forças do governo (ucraniano) de bombardear o território com morteiros”, diz Pietra Guerra, especialista de ações da Clear Corretora, chamando atenção também para o recente ajuste dos preços do minério de ferro, agora a US$ 130 por tonelada, que afeta em especial Vale (ON -4,30%) e CSN (ON -5,85%), dona da mina de Casa de Pedra, mas também outras siderúrgicas, como Gerdau (PN -5,32%) e Usiminas (PNA -4,07%).

“A gente já vem acompanhando alguns movimentos do governo chinês para coibir operações irregulares, evitar ajustes de preço artificial e, de alguma forma, limitar os ganhos com especulação que o governo estava investigando, em cima do minério”, diz Pietra.

Na B3, destaque positivo nesta quinta-feira para Totvs (+5,81%), Marfrig (+4,22%), Energias BR (+3,63%) e Sabesp (+1,68%). Na ponta oposta, o complexo minero-siderúrgico, pela ordem com CSN, Gerdau Metalúrgica (-5,39%, na mínima do dia no fechamento), Gerdau PN, Vale, Usiminas e CSN Mineração (-3,92%), com apenas Eztec (-4,30%), fora do grupo, entre os piores desempenhos do dia. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:21

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 113528.48 -1.43467

Máxima 115214.29 +0.03

Mínima 113389.12 -1.56

Volume (R$ Bilhões) 3.36B

Volume (US$ Bilhões) 6.52B

18:28

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 114905 -1.53813

Máxima 116625 -0.06

Mínima 114835 -1.60

JUROS

Os juros chegaram a reduzir o ritmo de alta no período da tarde, acompanhando uma maior acomodação dos ativos externos, mas pouco antes do fechamento da sessão regular voltaram a piorar com sinais de que a Rússia pode invadir a Ucrânia a qualquer momento, confirmando o ganho de inclinação que prevaleceu durante todo o dia. A escalada na crise entre a Rússia e o Ocidente na questão da Ucrânia também pressionou a taxa de câmbio, alimentando, por sua vez, o aumento dos prêmios. O dia teve ainda leilão do Tesouro como fator de pressão. A oferta de papéis longos foi bem maior que as anteriores, elevando o risco para o mercado. As taxas curtas ficaram estáveis num dia de agenda e noticiário internos esvaziados.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 12,405% (regular) e 12,38% (estendida), de 12,383% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,371% para 11,455% (regular e estendida). O DI para janeiro de 2027 saiu de 11,22% para 11,33% (regular e estendida).

O comportamento das taxas na abertura foi até tranquilo, mas já no meio da manhã passaram a subir com o noticiário em torno da tensão geopolítica no leste europeu. Os Estados Unidos e a Otan afirmaram que a Rússia não retirou parcialmente as tropas da fronteira com a Ucrânia, como havia dito, mas sim elevou suas forças militares na região, na contramão do seu discurso pró-diplomacia. Ainda, teria expulsado o vice-embaixador americano em Moscou. O governo americano voltou a falar em invasão iminente, sentimento que cresceu à tarde com relatos de bombardeios no leste ucraniano. A aversão ao risco se espalhou, puxando para cima a ponta longa.

Outra pressão tomadora veio do Tesouro, elevando fortemente o lote de NTN-F, de 900 mil na semana passada para 2,8 milhões hoje, oferta vendida quase integralmente (2,741 milhões). O risco (DV01) subiu 30% em relação à operação da semana passada, segundo a Renascença DTVM. O Tesouro vendeu ainda 6,850 milhões de LTN.

No Twitter, o especialista em derivativos e professor da FIA, Alexandre Cabral, afirmou que este foi o maior leilão de prefixados de 2022 com volume financeiro de R$ 7,75 bilhões. "Os vencimentos saíram com a maior taxa do ano", afirmou, destacando ainda que o lote do papel para 2029 saiu com taxas abaixo do consenso. "Cheiro de encomenda de gringo que comprou à taxa menor do que o consenso para levar tudo", escreveu, lembrando, na sequência, que os não residentes possuem 47% do estoque de NTN-F.

"Vemos que as colocações atuais já se mostram mais parecidas com o que era antes da pandemia, tanto em montante financeiro como em prazo médio", afirma o estrategista de renda fixa da Necton Investimentos, Fernando Ferez, sobre as emissões de LTN e NTN-F.

Os vértices curtos tiveram oscilação bastante limitada pela falta de um gatilho para os negócios. As apostas para a próxima reunião do Copom parecem bem ajustadas para alta de 1 ponto porcentual da atual Selic de 10,75%, com algumas fichas na opção de 1,25. "Não tem como o BC fugir muito do que estabeleceu em seu plano de voo", afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, alertando, no entanto, que o cenário geopolítico é um risco no horizonte a ser considerado, pelo potencial impacto nos preços do petróleo e, logo, na inflação. (Denise Abarca - [email protected])

18:28

 Operação   Último 

CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 11.00

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 10.65

Over Selic (%a.a) 10.65

CÂMBIO

Temores renovados de uma eventual invasão russa à Ucrânia, após declarações de autoridades dos Estados Unidos e da Otan, levaram investidores a reduzir posições em ativos de risco e buscar abrigo em Treasuries e no dólar, movimento que acabou respingando no mercado doméstico de câmbio. Após três pregões consecutivos de queda, em que acumulou desvalorização de 2,18%, o dólar subiu por aqui, embora não tenha encontrado forças para se aproximar novamente do patamar de R$ 5,20. Operadores ressaltam que uma pausa para correção e realização de lucros já era esperada - e que não muda a tendência principal de fortalecimento do real. A crise ucraniana e o recuo do petróleo e do minério de ferro - este sob impacto de medidas do governo chinês - apenas serviram de gatilho para um rearranjo técnico de posições.

Com mínima de R$ 5,1284 e máxima de R$ 5,1836, o dólar à vista acabou encerrando o pregão a R$ 5,1669, em alta de 0,76%. Na semana, a moeda apresenta desvalorização de 1,44% e, em fevereiro, já perde 2,62%. No exterior, o DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em leve alta, ao redor dos 95,800 pontos, sobretudo por conta do enfraquecimento do euro. Entre as divisas emergentes e de exportadores de commodities, quem mais apanhou foi, por motivos óbvios, o rublo.

"Hoje, temos uma realização de lucros no mercado local com essa questão da Rússia, mas acredito que ainda há muito fluxo estrangeiro por vir e que o dólar pode testar os R$ 5 ainda este mês", afirma Rodrigo Joligi, sócio e CIO da Alphatree Capital, que não vê uma deterioração muito forte em ativos de risco mesmo em caso de uma invasão russa à Ucrânia. "Pode haver uma pressão inflacionária maior porque o petróleo tende a subir [em caso de conflito], o que vai dificultar a vida do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano", diz Jolig.

Pela manhã, a Otan alertou que, em vez de começar a retirar suas tropas da fronteira com a Ucrânia, a Rússia estaria, na verdade, reforçando sua presença militar na região. No início da tarde, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que não é possível ver o recuo das tropas russas. Segundo ele, ao contrário do que Moscou diz, o país deve atacar o país vizinho nos próximos dias. A mídia americana traz relatos de bombardeios por parte da Rússia no leste ucraniano.

Com as atenções voltadas às tensões geopolíticas, investidores deixaram em segundo plano indicadores fracos da economia americana (construção de novas moradias e pedidos de auxílio desemprego) e novas declarações duras do presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, ao longo da tarde.

Bullard voltou a defender hoje aumento de 100 pontos-base na taxa de juros americana até 1° de julho, para que o Fed não entre "em apuros" caso não haja uma moderação da pressão inflacionária no segundo semestre. O dirigente do BC disse que, com a inflação "em mais de 300 pontos-base" acima da meta, o mercado pode perder a fé de que os preços irão desacelerar se o Fed não agir de forma rápida e agressiva. Para Bullard, uma boa parte do aperto monetário, contudo, "já foi precificada" pelo mercado.

Jolig, da Alphatree Capital, também vê o mercado "razoavelmente" ajustado à perspectiva de normalização da política monetária americana, o que reduz em muito a probabilidade de um tombo mais agudo dos mercados de risco. "O Bullard está tentando levar o mercado para essa precificação de 100 pontos-base nas próximas três reuniões do Fed, com uma alta de 50 pontos já no encontro de março", diz.

Por aqui, dado o tom duro do Banco Central brasileiro, o gestor trabalha com a ideia de que a taxa Selic, hoje em 10,75%, encerre o atual ciclo de aperto monetário perto dos 13%. "Isso favorece muito a busca por alocação em renda fixa. O fluxo mostra uma dinâmica muito encorajadora, que deve continuar. Os estrangeiros ficaram muito tempo fora do Brasil e agora estão voltando", afirma.

Fatores domésticos - como novos ataques do presidente Jair Bolsonaro, em viagem internacional, a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e negociações de projetos envolvendo preço de combustíveis no Congresso - foram monitorados, mas não tiveram peso relevante na formação da taxa de câmbio. (Antonio Perez - [email protected])

18:28

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.16690 0.7605 5.18360 5.12840

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5183.000 0.63101 5193.500 5138.000

DOLAR COMERCIAL 5223.000 0.51963 5223.000 5220.000

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