TENSÃO ENTRE GOVERNO BOLSONARO E STF IMPÕE CAUTELA EM DIA DE PIB DOS EUA

Blog, Cenário
O tom de confronto do Planalto em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF) pode impor alguma cautela nos negócios nesta quinta-feira diante também do pouco fôlego visto no exterior, com bolsas mistas e petróleo em queda. No radar do dia estão a segunda leitura do PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento virtual. Na medida em que o Supremo Tribunal Federal (STF) fecha o cerco contra o chamado “gabinete do ódio”, grupo de assessores do Palácio do Planalto comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-PR), e também contra ministros e aliados de Bolsonaro, o Planalto prepara uma ofensiva e questiona o Supremo. Após a operação da ontem da Polícia Federal determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news no STF, quem teve o tom mais duro foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que falou em "momento de ruptura". "Entendo essa pessoas que querem evitar esse momento de caos. Mas falando bem abertamente, opinião de Eduardo Bolsonaro, não é mais uma opção de se, mas, sim, de quando isso vai ocorrer", disse o deputado em uma transmissão ao vivo do blog Terça Livre, de Allan dos Santos, um dos alvos da operação da PF. "Quando chegar ao ponto em que o presidente não tiver mais saída e for necessária uma medida enérgica, ele é que será taxado como ditador", ameaçou. Já Bolsonaro disse que "algo de muito grave está acontecendo com nossa democracia", sem citar a operação. O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, por sua vez, questionou o inquérito das fake news, ao mesmo tempo em que é alvo de polêmica com a licitação para compra de esteira ergométrica de R$ 44 mil de "excelente nível", quando milhares de brasileiros estão tendo que viver com auxílio emergencial de R$ 600. Ontem, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao ministro Edson Fachin, do STF, a suspensão do inquérito das fake news. O governo também quer que o STF suspenda depoimento e tranque inquérito do ministro da Educação, Abraham Weintraub, após a revelação de falas do ministro durante a reunião de governo no último dia 22 de abril, quando defendeu prisão para os integrantes do STF. Em meio a tanta confusão política, o Brasil lidera o ranking mundial de novos casos e novas mortes por covid-19 sem que o governo trate o tema como uma prioridade. Também ontem Bolsonaro sancionou a lei que garante socorro de R$ 60 bilhões a Estados e municípios, com vetos à possibilidade de reajustes para servidores públicos até o fim de 2021.   IGP-M, Taxa de desemprego e Campos Neto em destaque - A agenda local traz o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de maio (8h00), a taxa de desemprego do trimestre encerrado em abril na Pnad Contínua (9h00), a nota de crédito de abril (9h30) e o resultado primário do governo central (10h30). Para o IGP-M, a expectativa é de alta de 0,15%, ante 0,80% em abril, segundo pesquisa do Projeções Broadcast. Para o desemprego, a pesquisa indica que a taxa deve saltar 1 ponto porcentual (de 12,2% para 13,2%), diante dos primeiros efeitos da pandemia de coronavírus. E para o resultado primário do governo central, a estimativa é de um rombo de R$ 108,36 bilhões, segundo a mediana da pesquisa Projeções Broadcast. O Tesouro faz leilão de 100 mil NTN-F, além de ofertar LNT e LFT (11h00). O secretário especial do ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior, participa de audiência da Comissão Mista do Congresso, que acompanha a situação fiscal durante a crise do novo coronavírus (10h00). O Conselho Monetário Nacional (CMN) realiza sua reunião mensal e os votos serão divulgados após as 18 horas. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de live do BTG Pactual (18h00).   PIB dos EUA é foco no exterior - A segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no 1º trimestre tem divulgação prevista no mesmo horário dos pedidos de auxílio-desemprego na semana até 23 de maio e das encomendas de bens duráveis em abril (9h30). O presidente do Fed de Nova York, John Williams (vota), discursa em evento virtual (13h00).   Brasil lidera ranking de novos casos e mortes por covid-19 - Nenhum país registrou ontem mais mortes e casos por covid-19 do que o Brasil. Foram mais 20.599 contaminações e mais 1.086 vítimas fatais. Nos dados oficiais, o Brasil completou o terceiro dia seguido liderando o total de óbitos a cada período de 24 horas. Agora o total de mortes é de 25.598 e 411.821 casos confirmados. Os Estados Unidos ocuparam ontem o segundo lugar tanto em novas mortes quanto em novos casos de covid-19 e na terça-feira romperam a marca das 100 mil vítimas fatais da doença.   Weintraub recorre a Celso para adiar depoimento em inquérito sobre racismo - O ministro da Educação, Abraham Weintraub, apresentou recurso ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, para adiar a data do depoimento que deverá prestar no inquérito de racismo contra chineses. A oitiva havia sido agendada pela Polícia Federal para a próxima quinta, 4.   Bolsonaro sanciona com vetos socorro a Estados - O Ministério da Economia recebeu informações que o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que garante socorro de R$ 60 bilhões a Estados e municípios, com vetos à possibilidade de reajustes para servidores públicos até o fim de 2021. Em meio à tramitação do projeto, a economia com o congelamento dos salários havia caído de R$ 130 bilhões para R$ 43 bilhões.   Petrobras capta US$ 3,25 bi no exterior - A Petrobras confirmou ontem à noite a precificação de nova emissão de títulos no exterior, no valor total de US$ 3,25 bilhões, por meio da sua subsidiária integral Petrobras Global Finance B.V.(PGF). A operação foi antecipada pelo Broadcast.   Senado aprova salário mínimo de R$ 1.045  O plenário do Senado aprovou ontem à noite, por unanimidade, a Medida Provisória (MP) 919, que define em R$ 1.045,00 o salário mínimo para 2020 a partir de 1º de fevereiro. O valor é R$ 6 a mais do que o de R$ 1.039,00, inicialmente fixado pelo governo na MP 916, de 31 de dezembro de 2019, que foi revogada ainda em janeiro. O texto vai à sanção presidencial.    SINAIS MISTOS   Bolsas europeias sobem, mas futuros de NY estão mistos -As bolsas europeias operam em alta, reagindo ainda ao pacote de estímulo de 750 bilhões de euros anunciado ontem pela União Europeia em meio à pandemia de coronavírus, mas os índices futuros das bolsas de Nova York operam sem direção única em meio a tensões entre EUA e China relacionadas à autonomia de Hong Kong. No radar dos investidores estão vários indicadores dos EUA, incluindo a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre. Às 7h30, no mercado futuro, Dow Jones subia 0,35%, S&P 500 avançava 0,02%, mas Nasdaq caía 0,44% após notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, pode assinar hoje uma ordem executiva para limitar a proteção legal que a lei federal americana confere a redes sociais. Na Europa, Bolsa de Londres subia 0,67%, a de Paris ganhava 0,83% e a de Frankfurt avançava 0,46%. O euro estava a US$ 1,1002, ante US$ 1,1003 no fim da tarde de ontem. A libra estava a US$ 1,2246, ante US$ 1,2259 no fim da tarde de ontem.   Zona do Euro: índice de sentimento econômico fica abaixo do esperado - O índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, subiu de 64,9 em abril para 67,5 em maio, segundo a Comissão Europeia. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas (70).   Bolsas da Ásia fecham mistas - As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quinta-feira, com algumas sustentadas pelo gradual processo de reabertura econômica, após o choque do coronavírus, e outras influenciadas pelas crescentes tensões entre EUA e China, que mais recentemente têm girado em torno de Hong Kong. O índice acionário Nikkei subiu 2,32% em Tóquio. Na China continental, o Xangai Composto avançou 0,33%. Após o encerramento dos negócios chineses, a legislatura do país aprovou uma resolução autorizando seu Comitê Permanente a elaborar uma nova lei de segurança nacional para Hong Kong. O Hang Seng caiu 0,72% em Hong Kong, enquanto o Kospi cedeu 0,13% em Seul, após o Banco Central da Coreia do Sul cortar seu juro básico em 0,25 ponto, à mínima histórica de 0,50% e prever contração do Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano em função do coronavírus. Na Oceania, o S&P/ASX 200 avançou 1,32% em Sydney, atingindo o maior patamar em três meses após o presidente do BC local (RBA), Philip Lowe, dizer que está menos desanimado sobre a perspectiva econômica do país. Às 7h30, o dólar estava a 107,77 ienes, ante 107,72 ienes no fim da tarde de ontem.   Petróleo amplia perdas - Os contratos futuros do petróleo operam em baixa nesta manhã, ampliando as robustas perdas da sessão anterior, em meio a tensões entre EUA e China relacionadas à autonomia de Hong Kong e após um novo avanço nos estoques americanos de petróleo bruto na última semana, de 8,7 milhões de barris, segundo pesquisa do American Petroleum Institute (API). Mais tarde, o Departamento de Energia (DoE) norte-americano divulga o levantamento oficial sobre estoques dos EUA, que inclui números sobre produção (11h30). Às 7h32, o barril do petróleo WTI para julho caía 1,37% na Nymex, a US$ 32,36, enquanto o do Brent para agosto recuava 1,16% na ICE, a US$ 35,04.    
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