TENSÃO ELEITORAL E INFLAÇÃO GLOBAL PENALIZAM ATIVOS LOCAIS, EM DIA DE LIQUIDEZ BAIXA

Blog, Cenário

O otimismo com o avanço da reabertura da China foi gradualmente dando espaço à cautela doméstica, em um dia marcado pela liquidez estreita dada a ausência do pregão em Nova York. Sem a referência do principal mercado global, o investidor local mergulhou hoje na série de pesquisas eleitorais que apontam a chance de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno. Como a pré-campanha petista ainda não apresentou detalhes sobre sua pauta econômica, que de resto deve ser mais intervencionista, o mercado viu espaço para um reposicionamento em ativos locais. Também explica o avanço de posições defensivas as dúvidas quanto à agenda liberal da gestão de Jair Bolsonaro, torpedeada pelo próprio presidente em busca de melhor performance eleitoral, como no caso da paridade internacional dos combustíveis. Da cena externa preocuparam ainda os números da inflação ao consumidor da Alemanha, com uma taxa anual (7,9%) bem acima do consenso do mercado (7,5%). Esse fato inclinou as curvas de juros europeias que, com o mercado de Treasuries fechado, se tornaram a referência internacional para a formação de preços na renda fixa brasileira. O combo estresse e pouca liquidez levou os DIs a um significativo avanço, com a abertura de mais de 25 pontos-base a partir dos contratos intermediários. As falas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, foram monitoradas, mas não fizeram preço. Para ele, uma Selic a 13% é uma taxa para um período específico, em que é preciso desinflacionar a economia. No câmbio, ajustes técnicos pré-formação de Ptax e busca por proteção no mercado futuro impulsionaram o dólar nos minutos finais da sessão - a moeda americana à vista terminou em R$ 4,7536 (+0,33%). Na Bolsa, por sua vez, a queda forte da Petrobras (ON -2,16% e PN -1,99%) trouxe o índice de volta à casa dos 111 mil pontos. No fechamento, o Ibovespa exibia 111.032,11 pontos (-0,81%). Por fim, no mercado externo, as notícias de relaxamento medidas chinesas anticovid acabaram perdurando a sessão toda no caso do petróleo. O barril em Londres rompeu a barreira dos US$ 117, maior nível em dois meses.

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

Os juros fecharam a sessão regular com alta expressiva em toda a extensão da curva e nas máximas nos principais contratos de Depósito Interfinanceiro (DI). Com alta de 30 pontos-base, os vencimentos longos foram o destaque, refletindo a piora na percepção de risco externo, eleitoral e fiscal. Os mercados fechados em Nova York em função do Memorial Day não só comprometeram a liquidez como deixaram os negócios por aqui vulneráveis a influências de várias ordens.

A perspectiva de flexibilização das restrições à pandemia na China não foi capaz de dar alívio às taxas, com o mercado olhando mais o índice de preços salgado na Alemanha e o efeito sobre o plano de voo do Banco Central Europeu (BCE). No Brasil, os ruídos eleitorais vêm sendo amplificados pelas pesquisas de intenção voto para presidente apontando chance maior de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno, com o mercado também sensível a todo o noticiário de Brasília que envolva intervenção em preços. As declarações do diretor de Política Monetária, Bruno Serra, não chegaram a fazer preço.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subiu de 13,335% no ajuste de sexta-feira para 13,41% e a do DI para janeiro de 2024 voltou aos 13,00%, de 12,795%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,385%, de 12,129%. A do DI para janeiro de 2027 voltou a rodar acima dos 12%, fechando em 12,23%, de 11,929% no último ajuste.

Com ajuste de posições e movimentos de stop loss na reta final do negócios, o volume de contratos melhorou, mas ainda assim ficou abaixo da média diária padrão dos últimos 30 dias. O giro no vencimento normalmente mais líquido, janeiro de 2024, era perto de 350 mil às 16h, ante média diária dos últimos 30 dias de 504,3 mil.

As taxas que mais subiram, no entanto, foram as longas num dia de pressão nos títulos de renda fixa na Europa e alta dos preços do petróleo, que voltou a mirar US$ 120 o barril. "Sem as Treasuries, o bônus alemão ficou como referência", afirmou Jefferson Lima, da Mesa de Reais da CM Capital. A inflação ao consumidor na Alemanha, em termos anuais, subiu de 7,4% para 7,9% em maio, acima do esperado pelo mercado (7,5%), colocando pressão nos bunds.

Para André Alírio, operador de renda fixa da Nova Futura, a ausência de Nova York deixou o mercado aqui um pouco perdido. "Parece aquelas crianças que ficam sozinhas em casa, sem ninguém para orientar", brincou. "Daí tinham de buscar um trigger que, no caso, foi o temor sobre a inflação global."

Ao mesmo tempo, o ambiente interno também gera apreensão, com mapeamento do quadro eleitoral e a insegurança trazida pelas tentativas de intervenção de preços em Brasília, ajudando a nublar as expectativas do mercado. Depois do Datafolha na quinta-feira, hoje mais uma pesquisa eleitoral indicou que Lula teria potencial para vencer já no primeiro turno.

Levantamento publicado pelo instituto FSB e encomendado pelo BTG/Pactual mostra que, sem João Doria (PSDB) na corrida presidencial, Lula ampliou a vantagem, no primeiro turno, sobre o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Em comparação com a pesquisa divulgada no final de abril, no cenário estimulado de primeiro turno, Lula sobe de 41% para 46% e Bolsonaro segue com 32%. Caso a eleição fosse realizada hoje, descontados os voto brancos e nulos, o petista tem mais intenções de voto do que todos os outros adversários somados juntos.

"O discurso dele está ruim para o mercado", disse um gestor. Sinalizações negativas com relação à política de preços da Petrobras e defesa da extinção do teto de gastos já externados pelo ex-presidente estão entre os pontos que o mercado julga preocupantes do ponto de vista fiscal.

Além disso, tentativas do governo como a de suspender a decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que autorizou aumentos nos planos de saúde ajudam a trazer insegurança. O vice-líder do Governo na Câmara, Sanderson (PL-RS), apresentou hoje um projeto de decreto legislativo para sustar o reajuste, alegando que seria o dobro da inflação prevista pelo Banco Central em 2022, na casa de 7,1%.

Em meio a tantos ruídos, as declarações de Bruno Serra, em evento on line da Kinea, não conseguiram mudar a dinâmica das taxas, mesmo sendo consideradas na linha mais dovish. Serra mostrou-se otimista sobre o impacto benigno da apreciação do câmbio na inflação via suavização do efeito das commodities. Segundo ele, em “três ou quatro meses” o choque do câmbio deve ser revertido e a valorização vai começar a bater nos dados de inflação.

Afirmou ainda que é preciso manter o hiato do produto aberto para que a inflação possa voltar à meta, mas que a Selic a 13% por si só não terá forte efeito negativo sobre crescimento da economia. Segundo o diretor, após controlar a inflação, o juro deve convergir para o nível que o BC considera neutro hoje, de cerca de 7% (real em 3,5%). (Denise Abarca - [email protected])

17:30

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 12.88

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 12.65

Over Selic (%a.a) 12.65

CÂMBIO

Apesar da onda de enfraquecimento da moeda americana no exterior e da valorização das commodities, o real não encontrou forças para nova rodada de apreciação nesta segunda-feira (30). O dólar até chegou a cair nas primeiras horas de negociação, rompendo o piso de R$ 4,70 na mínima (R$ 4,6911), mas retomou fôlego ainda pela manhã e passou a maior parte da tarde entre estabilidade e leve alta. Com uma arrancada na reta final do pregão, quando correu até a máxima de R$ 4,7561, a moeda encerrou o dia cotada a R$ 4,7536, alta de 0,33%. Pesaram sobre o mercado de câmbio local o tom negativo do Ibovespa, abalado pelo tombo das ações de Petrobras e já de olho na corrida presidencial, e ajustes técnicos no mercado futuro na véspera da formação da última Ptax de maio.

Operadores ressaltam que a liquidez foi bastante reduzida, em razão da ausência de negócios nas Bolsas em Nova York e no mercado de renda fixa americano, fechados em conta do feriado de Memorial Day nos Estados Unidos. O contrato de dólar futuro para junho, principal termômetro do apetite dos investidores, girou menos de US$ 8 bilhões. Além disso, o dólar vem de duas semanas seguidas de queda (quando passou desceu do patamar de R$ 5,05 para perto do piso de R$ 4,70) e era de se esperar que houvesse uma pausa para ajuste de posições.

No exterior, a moeda americana caiu em bloco frente a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, favorecidas pelo anúncio de relaxamento de medidas restritivas de combate à covid-19 em Pequim e Xangai, na China. O índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes - trabalhou em queda ao longo de todo pregão e recuava 0,32%, aos 101,337 pontos, quando o mercado local fechou.

O principal ganhador foi o euro, após a inflação na Alemanha reforçar a aposta em alta de juros na zona do euro no início do segundo semestre. A taxa anualizada do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acelerou de 7,4% em abril para 7,9% em maio, acima das expectativas (7,5%). Na Espanha, a inflação anual acelerou 8,5% em maio, enquanto a previsão de economistas (+8,1%). O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, defendeu altas seguidas da taxa básica em 25 pontos-base em julho e setembro.

"Com o euro mais forte e as sinalizações do BCE, a moeda americana caiu bastante lá fora. O dólar acompanhou esse movimento aqui no início da manhã e chegou até R$ 4,69", afirma o analista de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão. "O dólar acabou subindo um pouco depois, mas a liquidez está muito baixa. Já começou também a disputa entre 'comprados' e 'vendidos' pela formação da Ptax."

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, observa que, com que a liquidez reduzida, operações pontuais tem mais peso na formação da taxa de câmbio e, dada a queda recente do dólar, a alta de hoje é bem comedida. Galhardo nota que, com o aumento dos ruídos políticos diante de ataques do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à política de preços da Petrobras, é natural o mercado fique mais arisco e busque proteção [hedge].

Pesquisa eleitoral FSB/BTG Pactual divulgada hoje confirmou o crescimento das intenções de voto do ex-presidente Lula apontada na semana passada pelo Datafolha. Segundo o levantamento, na simulação para o primeiro turno, Lula sobe de 41% para 46%, Bolsonaro permanece com 32%, Ciro Gomes continua com 9% e a pré-candidata do MDB, Simone Tebet, passa de 1% pra 2%. Caso a eleição fosse hoje, Lula teria chances de ter a maioria dos votos válidos e liquidar o pleito já no primeiro turno.

Nas mesas de operação, comentou-se que "players" estavam posicionados em ações de estatais na expectativa de que Bolsonaro pudesse recuperar terreno nas pesquisas eleitorais. Com o avanço do ex-presidente, houve liquidação de posições e busca de hedge no câmbio. Lula já disse que pretende mudar a política de preços da Petrobras, que também é alvo de críticas frequentes de Bolsonaro.

"Essa questão política acaba pesando um pouco. Cada pesquisa agora tende ter algum impacto no mercado. Mas o dólar ainda tem espaço para cair mais e até buscar os R$ 4,50 com o quadro externo mais favorável", diz Galhardo, ressaltando que o mercado parece mais confortável com o plano de voo traçado pelo Federal Reserve, de mais duas altas de 50 pontos-base na taxa básica americana. "Já se vislumbra uma alta de juros mais comedida nos Estados Unidos. E na Europa deve começar com 0,25 ponto e só no segundo semestre."

Em evento hoje, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou que a moeda brasileira tem sido destaque positivo desde a virada do ano, em meio a mudanças como a entrada do juro real doméstico em campo restritivo e o fim do overhedge dos bancos e do endividamento de exportadores. Segundo Serra, em "três ou quatro meses", a valorização do real deve se fazer sentir nos números de inflação. A taxa Selic, hoje em 12,75% ao ano, deve ficar acima de 13% por um período específico para desinflacionar a economia, disse o diretor. (Antonio Perez - [email protected])

17:30

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.75360 0.325 4.75610 4.69110

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4754.500 0.49672 4758.000 4692.500

DOLAR COMERCIAL 4797.000 0.4923 4800.000 4737.000

BOLSA

Sem a referência de Nova York no feriado pelo Memorial Day, o Ibovespa se inclinou a uma pausa para realizar lucros, vindo de sete sessões nas quais não registrou perdas. Hoje, em ajuste distribuído pelos setores e ações de maior liquidez - à exceção de Vale ON (+1,08%) -, o Ibovespa cedeu 0,81%, aos 111.032,11 pontos, entre mínima de 110.655,46 (-1,15%), do início da tarde, e máxima de 112.690,15, saindo de abertura aos 111.943,81 pontos.

Faltando apenas a sessão de amanhã para o fechamento do mês, o índice acumula ganho de 2,93% em maio, retomando a trajetória positiva que prevaleceu entre dezembro e março, interrompida em abril (-10,10%), quando registrou a segunda maior perda do período da pandemia, atrás apenas de março de 2020 (-29,90%). Bem fraco, o giro financeiro desta segunda-feira ficou em R$ 19,4 bilhões. No ano, o Ibovespa sobe 5,92%.

Em dia de agenda relativamente esvaziada pelo feriado nos Estados Unidos, alguns sinais positivos chegaram da China, com o registro dos menores números de contaminação por Covid-19 em três meses, observa em nota a Nova Futura Investimentos, destacando também “plano com 50 políticas, inclusive volta ao trabalho presencial”, delineado por autoridades do país, o que contribuiu para uma sessão asiática positiva assim como, um pouco mais tarde, também na Europa. Em Dalian, o minério de ferro teve alta de 2,81%, a US$ 131,87 por tonelada.

“A China reabrir é muito interessante, na medida em que volta a tracionar a economia com estímulos que ajudam o minério e as empresas de siderurgia, com efeito sobre preço e demanda no setor. Também é um dos países que mais consomem petróleo, o que tende a mantê-lo em nível alto”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

Hoje, contudo, em dia de avanço acima de 1% para o Brent de julho, na casa de US$ 121 por barril, as perdas em Petrobras chegaram a superar 4% no pior momento, estendendo a correção da sexta-feira ante incertezas sobre a resiliência da política de preços da estatal, sob ataque tanto do presidente Jair Bolsonaro (PL)como também de seu principal opositor na eleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Com relação à Petrobras, todos esses ruídos são ruins, recuando 7% frente à máxima. O diesel está em falta globalmente: há uma questão de refino colocada mundialmente, não é algo particular”, acrescenta o gestor. No ano, os ganhos acumulados pelas ações ON e PN da estatal ainda superam 28%, com os do mês entre 8,91% (ON) e 10,14% (PN), bem acima do observado no Ibovespa nos mesmos intervalos. ”A rotação de setores continua a favorecer as empresas de valor em relação às de crescimento, no momento em que os juros sobem. Como já estavam muito descontadas (as de crescimento), há aí uma recuperação de preço, mas não uma mudança de tendência”, diz Moliterno.

"As ações da Vale foram embaladas pelo bom humor sobre a China, limitando as perdas do Ibovespa, com Petrobras mostrando perdas menores do que as vistas mais cedo. O ruído sobre a política de preços praticada pela empresa coloca seus papéis na contramão da commodity, embora em queda amenizada em direção ao fim do dia", diz Romero de Oliveira, head de renda variável da Valor Investimentos. Em segundo plano, ele destaca o IGP-M de maio, em desaceleração mas ainda em patamar elevado quando se considera o acumulado em 12 meses, em dia no qual o comportamento dos juros futuros manteve pressão sobre as ações de comércio, varejistas, construtoras e tecnologia.

Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para BB Seguridade (+2,62%), Braskem (+2,57%) e Minerva (+2,07%). No lado oposto, Locaweb (-4,99%), MRV (-4,42%), Yduqs (-4,12%) e Magazine Luiza (-4,00%). Ao fim, Petrobras ON e PN mostravam, respectivamente, baixa de 2,16% e 1,99% na sessão.

"Os futuros de Ibovespa abriram no positivo, acompanhando o ritmo das bolsas europeias, mas cederam a partir das 10h com a abertura do mercado à vista. Os juros futuros, principalmente os vencimentos mais longos, tiveram um dia de alta expressiva, ligando o radar para a expectativa inflacionária e colaborando para um dia baixista nas principais ações", observa Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

"As estatais arrastaram o Ibovespa para baixo nesta segunda, com a notícia do adiamento de uma assembleia, anteriormente marcada para hoje, para tratar da capitalização da Santo Antônio Energia, considerada essencial para o andamento da privatização da Eletrobras. Além da própria ELET3 (ON -3,36%), as ações da Petrobras, ainda enfrentando incertezas com a recente troca de gestão, e Banco do Brasil (ON -2,65%) tiveram quedas fortes no dia", observa Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos.

Após início relativamente morno com a ausência dos mercados americanos, as próximas sessões prometem catalisadores para os negócios. “Teremos alguns dias intensos pela frente com dados importantes na semana, como os números de empregabilidade (Caged e a Pnad Contínua); de atividade, com PIB trimestral do Brasil; e de preços, com a inflação ao produtor. Além disso, a taxa de desemprego na Alemanha, o Livro Bege do Fed (relatório sobre a situação econômica dos EUA) e a taxa de desemprego, também nos EUA”, acrescenta a analista.

“O maior destaque será o relatório payroll (dos EUA), com os números do mercado de trabalho de maio, na sexta-feira. Mas também teremos novos dados de PMI ao longo da semana, tanto para os EUA quanto para China”, aponta em nota a Guide Investimentos. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 111032.11 -0.81254

Máxima 112690.15 +0.67

Mínima 110655.46 -1.15

Volume (R$ Bilhões) 1.94B

Volume (US$ Bilhões) 4.10B

17:30

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 111460 -0.90242

Máxima 113680 +1.07

Mínima 111125 -1.20

MERCADOS INTERNACIONAIS

O relaxamento de medidas para conter o avanço da covid-19 na China manteve o otimismo entre operadores nesta tarde. Os contratos futuros do petróleo fecharam no nível mais alto em dois meses, por volta de US$ 117 o barril, mesmo com a liquidez reduzida nesta sessão, em meio ao Memorial Day nos Estados Unidos. Ainda sobre energia, a partir de amanhã, a russa Gazprom deve cortar o fornecimento de gás à holandesa Gasterra. Wall Street ficou fechada por conta do feriado, mas o diretor do Federal Reserve (Fed) Chistopher Waller esteve no radar e defendeu múltiplas altas de 50 pontos-base nos juros para controlar a inflação. Amanhã, os presidentes do Fed e dos EUA, Jerome Powell e Joe Biden, devem se encontrar para debater a economia no país. No câmbio, o dólar caiu ante rivais, de olho em perpectivas para bancos centrais e ajuste após picos recentes.

Depois de lockdowns severos, cidades como Pequim e Xangai têm alívio de restrições. Nesta, controles a empresas também devem ser removidos, segundo o noticiário internacional. As esperanças de que a demanda chinesa por petróleo serão retomadas impulsionam os ativos do óleo, afirma o Commerzbank. O banco alemão pondera ainda que, enquanto o país asiático seguir com sua política de zero-covid é possível que novos lockdowns sejam impostos. Na Intercontinental Exchange (ICE), o petróleo para agosto encerrou com ganho de US$ 2,04 (+1,72%), a US$ 117,60 por barril. No pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para julho subia 1,76%, a US$ 117,09 por barril por volta das 14h50 (de Brasília). Ambos os contratos operam nos níveis mais altos desde o início de março, há mais de dois meses. Em relatório, a S&P Global pontua que o aumento de tensões entre Irã e EUA impõe ainda mais incertezas para o mercado de petróleo.

Na Europa, depois de ter cortado o fornecimento de gás para Polônia, Bulgária e Finlândia, a estatal russa Gazprom deve interromper a oferta do combustível para a holandesa GasTerra a partir de amanhã. De acordo com a companhia dos Países Baixos, a decisão foi feita por Moscou depois de a GasTerra anunciar que não irá cumprir as exigências de pagamentos em rublos russos. O Conselho Europeu tem reunião extraordinária para tratar sobre a Ucrânia e questões de segurança energética e de alimentos. Alto Representante da UE, Josep Borrell disse esperar que um acordo sobre a proposta de embargo a importações de petróleo da Rússia seja fechado ainda hoje.

A atenção também se voltou para expectativas de altas pelo Banco Central Europeu (BCE), que impulsionaram o euro ante o dólar, depois do economista-chefe da instituição, Phillip Lane, considerar aumento de 25 pontos-base (pb) na próxima reunião. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,0781 e a libra, a US$ 1,2657. O ING observa que o dólar está cerca de 3% abaixo de seu pico no início de maio. "Liderando essa correção certamente está a visão de que o Fed poderia pausar seu ciclo de aperto após subir 50 pb em junho e julho", afirma o banco holandês.

Hoje, em evento na Universidade de Frankfurt, o diretor do Fed Christopher Waller disse defender aumentos de 50 pb em "várias" reuniões monetárias até que a inflação americana se aproxime da meta de 2%. Altas em tal nível continuarão sendo consideradas como opção até que a inflação seja reduzida, disse ele, que apoia os juros básicos acima da taxa neutra ao fim deste ano. Questionado sobre reflexos em outros países, Waller frisou que seu compromisso é com a economia americana.

Quanto à perspectiva de crescimento, Waller avalia que a economia dos EUA seguirá avançando em um ritmo saudável, apesar da queda no Produto Interno Bruto (PIB) vista mais cedo neste ano. Em relatório publicado hoje, o Goldman Sachs prevê que a economia americana não deve entrar em recessão, mesmo que indicadores de consumo, atividade industrial e mercado de trabalho sugiram desaceleração do crescimento.

Amanhã, os holofotes devem se voltar para a reunião entre Joe Biden e Jerome Powell, que devem debater o contexto da economia global e americana, de acordo com a Casa Branca. (Ilana Cardial - [email protected])

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