RISCOS LOCAIS VOLTAM A SE IMPOR, CURVA DE JUROS INCLINA, DÓLAR SOBE E BOLSA RECUA

Blog, Cenário
Depois de alguns dias de trégua diante do otimismo externo, seja com a vitória do democrata Joe Biden nos EUA, seja com notícias positivas sobre o avanço de vacinas contra a covid-19, os problemas domésticos, que não são poucos, voltaram a se impor sobre praticamente todos os ativos locais. E a renda fixa é a que reflete melhor esse quadro de cautela, uma vez que, com o forte avanço das taxas longas no pregão de hoje, de mais de 20 pontos-base, houve não apenas nova rodada de inclinação da curva a termo, como quase todo o prêmio perdido desde a semana passada até segunda-feira foi reabsorvido. Trata-se, na prática, de um pouco de mais do mesmo: a agenda de reformas continua estagnada, declarações do presidente Jair Bolsonaro reavivam a hipótese de extensão do auxílio emergencial em 2021 e muito ruído político. Com esse quadro de desconfiança, os agentes, do ponto de vista técnico, puxam as taxas antes do leilão de títulos prefixados de amanhã. E o câmbio segue o mesmo caminho, ao ter mais uma sessão volátil em que, no fim, o dólar teve valorização de 0,43%, a R$ 5,4164 no mercado à vista. Aliás, devido ao cenário de incerteza, sobretudo fiscal, no Brasil, a moeda teve uma primeira correção com o resultado da eleição americana, mas depois se acomodou ao redor de R$ 5,40 e com valorização de 35% no ano, a despeito do recente fluxo de entrada de recursos. Já o Ibovespa, que foi um dos ativos brasileiros que melhor performou com o ambiente positivo no exterior, interrompeu uma sequência de seis pregões de alta e, com novos ruídos por aqui, teve uma pequena correção ao cair 0,25%, aos 104.808,83 pontos, descolando da maioria dos pares externos. A porta para tal movimento foram as ações de Petrobras e bancos. Em Nova York, por outro lado, o otimismo sobre a chance de uma vacina para covid-19 continuou a apoiar o apetite por risco. E ainda que o índice Dow Jones tenha virado para o território negativo no fim do dia, os papéis de tecnologia se recuperaram e impulsionaram o Nasdaq. Enquanto isso, o petróleo voltou a subir, em meio a notícias de que a Opep+ pode estender o corte na oferta da commodity.    
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  JUROS Em sequência ao movimento de ontem, os juros continuaram subindo hoje, pressionados pelo aumento dos ruídos políticos e dos riscos fiscais, que atingiu sobretudo os vencimentos longos. As taxas a partir de 2027 fecharam com avanço de mais de 20 pontos-base, com reforço na inclinação da curva, e, somando ao que tinham subido na véspera, já devolveram quase todo o prêmio perdido entre quarta da semana passada e segunda-feira.   O dia reuniu uma série de fatores a justificar a cautela, desde a falta de avanço da agenda liberal, a postura agressiva do presidente Jair Bolsonaro ao comentar as ameaças do novo governo americano à atual política ambiental do Brasil e declarações levantando a hipótese de extensão do auxílio emergencial em 2021, até ajustes de posições antes do leilão de prefixados amanhã e aumento nos preços da gasolina. Nem mesmo as vendas do varejo abaixo da mediana estimada conseguiram segurar a curva, tampouco o bom humor dos mercados internacionais.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou a sessão estendida em 3,39% e a regular em 3,41%, de 3,305% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2023 terminou com taxas de 4,95% (regular e estendida), de 4,826% no ajuste de ontem. A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou a estendida em 6,67% (de 6,69% na regular e 6,505% no ajuste) e a do DI para janeiro de 2027, em 7,46% (7,48% na regular e ajuste de ontem a 7,244%).   "Mesmo com tudo favorável lá fora, o governo aqui consegue a proeza de gerar crises, com guerra da vacina e até da pólvora", disse o estrategista de Mercados da Harrison Investimentos Renan Sujii. Ontem, Bolsonaro disse que "apenas com diplomacia não dá" e defendeu que se tenha "pólvora" "depois que acabar a saliva", em meio à ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, de aplicar sanções econômicas ao Brasil caso não haja atuação mais firme contra o desmatamento e as queimadas na Amazônia. Mais cedo, após a Anvisa suspender testes da vacina Coronavac, fruto da disputa política com o governador de São Paulo, João Doria, Bolsonaro escreveu no Twitter "mais uma que Jair Bolsonaro ganha".   Além disso, o mercado vai colocando no preço o risco de haver extensão do auxílio emergencial para o próximo ano, mesmo que a equipe econômica tenha descartado essa hipótese, após o presidente questionar como vão ficar "os 40 milhões de invisíveis depois que o auxílio acabar?". "Prorrogar o auxílio é sinônimo de estender o estado de calamidade pública, em si um movimento que preconiza o desrespeito à âncora fiscal, pressiona os juros de longo prazo, acelera a depreciação da taxa de câmbio e induz um avanço preocupante das expectativas de inflação", disseram os economistas da Guide.   Não à toa, a inclinação da curva, medida pelo spread entre os vencimentos de janeiro de 2022 e janeiro de 2027, voltou a rodar acima de 400 pontos-base, ao fechar em 407 pontos. Ontem ficou em 393 pontos.   Por outro lado, é consenso o papel importante que o auxilio vem exercendo para amparar a recuperação da economia e a perspectiva de redução do benefício para R$ 300 a partir de outubro, e de extinção no ano que vem, pode ser uma explicação para a desaceleração das vendas do varejo em setembro, mas com impacto limitado pelo aumento da flexibilização do isolamento social. Na margem, as vendas do varejo restrito subiram 0,6%, menos que a metade da mediana estimada (1,40%), e as do varejo ampliado avançaram 1,2% (mediana de 1,75%).   A esperança é que a agenda de reformas finalmente volte a andar depois das eleições municipais. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia sinalizado a intenção de pautar temas para esta semana, mas tem acusado a base do governo de obstruir as sessões, impedindo o avanço das matérias. Nesta tarde, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), prometeu iniciar as votações assim que as eleições forem encerradas, listando matérias pendentes, como o projeto de autonomia do Banco Central. "Maia receberá a pauta e espero que possamos tratar desses temas e superar a obstrução", disse.   E, um dia após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que o Brasil pode "ir para uma hiperinflação muito rápido" se não rolar a dívida satisfatoriamente, a Petrobras anunciou que vai aumentar a partir de amanhã em suas refinarias o preço da gasolina em 6% e do diesel (500 e S-10) em 5%. (Denise Abarca - [email protected])     18:33   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.92 Capital de Giro (%a.a) 5.33 Hot Money (%a.m) 0.60 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90     CÂMBIO O dólar teve a terceira sessão seguida marcada por forte volatilidade, mas após idas e vindas vem se estabilizando esta semana na casa dos R$ 5,40. O Brasil tem recebido fluxo importante de capital externo pelo canal financeiro, que somou US$ 1,255 bilhão só este mês, até o dia 6, de acordo com o Banco Central. É um movimento que foi descrito hoje pelo Morgan Stanley como o de investidores procurando tudo o que conseguem comprar de mercados emergentes após a definição da eleição americana e resultados positivos da vacina contra o coronavírus da Pfizer. Mas, após ajuste inicial, o real tem resistido a mostrar apreciação maior, por conta dos riscos fiscais do Brasil, relatam profissionais das mesas de câmbio.   O dólar à vista, após altas e baixas ao longo do pregão, encerrou a quarta-feira com valorização de 0,43%, aos R$ 5,4164. No mercado futuro, o dólar com vencimento em dezembro recuava 0,30% às 18h10, cotado em R$ 5,4035. O giro de negócios foi o menor da semana, somando US$ 13,5 bilhões.   Após um período de escassez de recursos externos pelo canal financeiro, o Brasil voltou a receber aportes nos últimos dias. Em outubro, o fluxo mostrou saídas líquidas de US$ 560 milhões por esse canal, que no ano já superam US$ 50 bilhões. Mas com aportes na Bolsa, participação em ofertas de ações - como a da Aeris, fabricante de pás para aerogeradores de energia eólica - e captações externas - como a da CSN - este fluxo virou nos últimos dias.   Para os estrategistas do banco americano Morgan Stanley, com a forte liquidez externa e a redução da incerteza em dois fronts importantes - as eleições americanas e a vacina sobre o coronavírus -, o rali nos ativos de emergentes deve continuar até ao menos o primeiro trimestre de 2021, especialmente na América Latina. Na região, o banco está comprado, ou seja, apostando na valorização de uma cesta de moedas formada pelo real, peso mexicano e peso colombiano contra o euro e o dólar.   Mas até que saiam mais detalhes da agenda fiscal e o Orçamento do governo para 2021, o que não deve ocorrer este mês, por conta das eleições municipais, a tendência é de real mais depreciado e câmbio volátil. O estrategista-chefe da gestora TAG Investimentos, Dan Kawa, reafirma estar convicto de que o mercado "não mais dará o benefício da dúvida" ao País. Assim, na ausência de reformas, os ativos locais irão operar com mais prêmio e não terão capacidade de seguir as tendências mais positivas globais. Ontem no final da tarde, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que pode querer prorrogar o auxílio emergencial, o que ajudou o dólar para dezembro acelerar a alta. Hoje, devolveu um pouco dos ganhos.   No pregão de hoje, o dólar oscilou entre R$ 5,37 na mínima e R$ 5,45 na máxima, com a entrada de fluxo retirando pressão do câmbio. No exterior, o dólar operou em alta ante divisas fortes e a maioria dos emergentes, em movimento ainda de recuperação das fortes quedas recentes.   O diretor de câmbio em Nova York da gestora BK Asset Management, Boris Schlossberg, ressalta que o calendário de eventos é esvaziado e o aumento de casos de covid na Europa pressiona o euro. Nos EUA, Trump não dá sinais de reconhecer o resultado das eleições, mas Wall Street até agora também não sinaliza se importar com isso - o otimismo prossegue, assim como o apetite por risco. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:32   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.41640 0.4339 5.45600 5.37460 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5394.000 -0.4797 5461.500 5378.000 DOLAR COMERCIAL 5408.500 -0.00924 5415.500 5402.000     BOLSA O Ibovespa se acomodou um pouco abaixo da linha dos 105 mil pontos no fechamento desta quarta-feira, em viés moderadamente negativo na sessão, colocando uma pausa em sequência positiva de seis pregões, a melhor desde os sete ganhos consecutivos colhidos na virada de maio para junho. Com giro financeiro mais uma vez reforçado, em meio aos primeiros sinais de retomada do interesse do investidor estrangeiro pelos emergentes, o índice da B3 encerrou a sessão em baixa de 0,25%, a 104.808,83, tendo oscilado entre mínima de 104.143,47 e máxima de 105.462,33 pontos, com abertura a 105.066,96. O volume, que havia superado ontem R$ 51 bilhões, ficou hoje em R$ 35,5 bilhões, ainda alto para o padrão da B3.   As ações de bancos e Petrobras, que haviam sido o principal dínamo para o Ibovespa nas últimas sessões, passaram por leve ajuste nesta quarta-feira, bem discreto se considerado o ganho acumulado pelos papéis neste começo de mês - ainda bem atrasados no ano e favorecidos agora por rotação em busca de ações com desconto, assim como, no caso da petrolífera, por recuperação nas cotações da commodity nos últimos dias. Nesta quarta-feira, Petrobras PN e ON fecharam respectivamente em baixa de 0,87% e 0,08%, com ganhos até aqui no mês a 20,80% e 24,32%. Entre os grandes bancos, as perdas se disseminaram moderadamente hoje, à exceção de Bradesco ON (+0,18%). Em novembro, os ganhos nas ações do setor estão agora entre 13,14% (BB ON) e 22,03% (Itaú PN). No mês, o Ibovespa acumula até aqui alta de 11,56%, com avanço de 3,85% na semana - em 2020, cede 9,37%.   O cenário de fundo desde a definição da eleição americana, no sábado, e o anúncio, anteontem, de eficácia acima de 90% em teste clínico de fase 3 na vacina desenvolvida por Pfizer e BioNTech permanece positivo, não apenas para as maiores economias, mas também para as emergentes, o que se reflete na regressão do dólar e no apetite por ativos de risco. Aqui, contudo, o mercado continua atento a sinais sobre a situação fiscal e o que será endereçado para 2021, de forma a melhorar a percepção sobre as contas públicas. Nas próximas semanas, enquanto se realizam as eleições municipais, a alternativa é seguir monitorando os sinais que chegam de Brasília - e os mais recentes não ajudaram.   A expectativa era de que a chegada de Joe Biden à Casa Branca em 20 de janeiro resultaria em ajuste de rota na política externa brasileira - mas não foi o que se viu até o momento, pelo contrário. O silêncio prolongado do presidente Jair Bolsonaro sobre o resultado da eleição americana e o recurso à dicotomia "saliva-pólvora" no enfrentamento de pressão internacional sobre a política ambiental acendem a luz amarela de que mais ruídos estejam a caminho, em momento no qual investigações sobre o senador Flávio Bolsonaro parecem causar desconforto. Ao contrário do pragmatismo que se viu na aproximação do governo ao Centrão, o cenário que se teme é de acirramento da retórica e mobilização virtual dos seguidores-raiz, que talvez tenha sido ensaiada na confusão lançada sobre a vacina chinesa.   "O que volta agora é o maldito ruído, a sensação de que o governo parece perdido. O governo não tem dado os sinais que se esperam e o mercado começa então a questionar, especialmente quando autoridades passam a falar em inflação", observa Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. "É preciso chegar a 2021 com tudo bem encaminhado, e não temos nem mesmo Orçamento definido, o que falar de achar fonte para fazer o Renda Cidadã. Daqui até lá teremos um período muito difícil, uma vez esfriado este entusiasmo natural que vemos agora, passada a eleição americana e o sinal sobre vacina."   Neste contexto ainda muito positivo, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 4,502 bilhões na B3 na última segunda-feira, o maior aporte em um único dia em termos nominais - sem correção inflacionária - desde 2007, ano em que se inicia a série de dados diários compilados pelo Broadcast.   A vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais americanas e os resultados animadores sobre a vacina da Pfizer contra o coronavírus provocaram um rali nos ativos de mercados emergentes que ainda tem "muito espaço" para prosseguir neste final de ano, até o começo de 2021, avalia o Morgan Stanley nesta quarta-feira. O banco americano afirma prosseguir "bullish" (otimista) com estes mercados. Por sua vez, o Goldman Sachs elevou sua projeção para o nível em que o S&P 500 estará no fim de 2020, de 3.600 para 3.700 pontos, destacando a perspectiva de uma vacina para Covid-19 em breve.   "Apesar do cenário que se mantém positivo lá fora, à medida que o tempo passa, o investidor volta a ficar atento a outras coisas, como a nossa situação fiscal e os ruídos políticos. Uma pena o que aconteceu, é preciso que o presidente tenha mais atenção à linguagem, e não trate o coronavírus como algo já superado - não fosse isso, teríamos visto mais uma alta hoje", aponta Jefferson Laatus, estrategista-chefe do grupo Laatus. Palavras como "pólvora" e "hiperinflação" - esta proferida por Paulo Guedes, ministro da Economia - ingressaram ontem subitamente no vocabulário oficial, o que na terça-feira acabou sendo colocado em segundo plano pelo mercado, em dia no qual a B3 ainda reagia à proximidade da vacina e a recuperação que, uma vez disponível, proporcionará às economias, inclusive emergentes.   Na ponta do Ibovespa nesta quarta-feira, Via Varejo fechou em alta de 5,61%, à frente de BTG Pactual (+5,32%), Marfrig (+3,03%) e B3 (+2,40%). No lado oposto, Ultrapar cedeu 6,82%, seguida por Braskem (-6,57%), Hering (-4,32%) e Cogna (-3,88%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])     18:32   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 104808.83 -0.24568 Máxima 105462.33 +0.38 Mínima 104143.47 -0.88 Volume (R$ Bilhões) 3.54B Volume (US$ Bilhões) 6.56B         18:33   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 105130 0.26705 Máxima 105560 +0.68 Mínima 104245 -0.58     MERCADOS INTERNACIONAIS O otimismo com a chance de ter em breve uma vacina para covid-19 continuou a alimentar a tomada de risco nos mercados internacionais, ainda que a queda de 3,47% nas ações da Boeing tenha levado o índice Dow Jones para o vermelho nesta tarde. Papéis de tecnologia se recuperaram das perdas recentes e fizeram o Nasdaq se destacar nesta sessão e as perspectivas de alguns analistas seguem positivas para o mercado acionário nos próximos meses: o Goldman Sachs projeta 20% de alta para o S&P 500 até o fim de 2021. O otimismo ocorre apesar de o coronavírus continuar se espalhando pelo mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse esperar mais informações sobre a vacina da Pfizer e da BioNTech, antes de pedidos de liberação para reguladoras, e também apontou o desafio logístico para a distribuição do imunizante. Já o braço regional da OMS, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), considerou que a vacina deverá estar disponível no primeiro semestre de 2021. No Dia dos Veteranos nos EUA, o mercado de Treasuries não operou e o dólar se fortaleceu ante outras moedas principais. O petróleo subiu, em meio a notícias de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pode estender o corte na oferta.   A informação do início da semana do sucesso de mais de 90% da vacina da Pfizer, nos resultados preliminares de fase 3, tem ainda apoiado um quadro em geral de apetite por risco nos mercados. A Rússia relatou resultados similares em sua candidata, mas há ainda certa cautela sobre a confirmação desses sinais promissores e também por questões logísticas, como quando de fato ocorrerá imunização em massa pelo mundo. A Opas projetou hoje que pode haver vacinação para covid-19 no primeiro semestre de 2021 e considerou as notícias dos últimos dias como "boas" e capazes de "trazer esperança". Já o comando da OMS comentou que espera mais informações sobre a vacina da Pfizer, antes de passar para a fase de pedidos de liberação a reguladoras, e ponderou que em 2021 ela deve ter fornecimento limitado, com a logística de entrega como desafio, pois precisa ficar em temperaturas baixas.   Por outro lado, a nova onda da covid-19 nos EUA e na Europa preocupa. A Capital Economics cita o fato de que há notícias sobre mutações do vírus transmitidas de visons para humanos na Dinamarca, o que pode complicar a busca de uma vacina - a OMS monitora o assunto, mas disse hoje não ver evidências de que mutações estejam atrapalhando a busca pela imunização. Para o Goldman Sachs o novo coronavírus representa um risco importante ao crescimento nos EUA, mas o banco nota que, no fim de outubro, os gastos do consumidor e os novos pedidos de auxílio-desemprego respondiam menos ao vírus do que em meses anteriores. Até agora, o Goldman vê "um impacto relativamente limitado" da piora na situação da pandemia em solo americano na atividade, mas ele alerta para a tendência de alta nos casos e nas hospitalizações em todas as regiões do país.   Nesse quadro, as bolsas de Nova York não tiveram sinal único, mas o Nasdaq se destacou, com recuperação do setor de tecnologia após quedas recentes. O Dow Jones fechou em baixa de 0,08%, em 29.397,63 pontos, o S&P 500 subiu 0,77%, a 3.572,66 pontos, e o Nasdaq avançou 2,01%, a 11.786,43 pontos, com Apple em alta de 3,04% e Microsoft, de 2,63%.   No câmbio, o dólar se fortaleceu, com o euro sob pressão após declarações da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e depois de o dirigente Klaas Knot não descartar nenhuma medida pela instituição em dezembro. No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 105,42 ienes, o euro recuava a US$ 1,1779 e a libra tinha baixa a US$ 1,3213. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras divisas, subiu 0,32%, a 93,043 pontos.   O dólar em alta não impediu ganhos para o petróleo, com a expectativa por vacina e a perspectiva de redução na oferta dos EUA, bem como pela possibilidade de que a Opep e aliados decidam cortar a produção por mais tempo. O contrato do WTI para dezembro fechou em alta de 0,22%, em US$ 41,45 o barril, na Nymex, e o Brent para janeiro avançou 0,44%, a US$ 43,80 o barril, na ICE. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])          
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