RISCOS COM EUA-CHINA PESAM NO EXTERIOR E BOLSONARO IMPÕE CAUTELA ANTES DE COPOM

Blog, Cenário
A primeira sessão de maio começa negativa nos mercados no exterior após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que não vai reduzir mais tarifas de produtos comercializados com a China e responsabilizar o país pela pandemia do coronavírus. "A China cometeu um erro, tentou esconder e demorou a avisar sobre a covid-19", disse. No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro garante a instabilidade política local ao apoiar ontem, da rampa do Palácio do Planalto, uma nova manifestação antidemocrática em Brasília contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. Um dia após o depoimento do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro à Polícia Federal, Bolsonaro disse que não permitirá novas interferências no governo, que as Forças Armadas estão “ao lado do povo”, que “daqui para frente não tem mais conversa” e a Constituição “será cumprida a qualquer preço”. Conforme apurou o Broadcast, militares avaliam que Bolsonaro tentou usar o prestígio das Forças Armadas e deixam claro que a Aeronáutica, o Exército e a Marinha estão “sempre” na defesa da independência dos poderes e da Constituição. O ministro do STF Luís Roberto Barroso acredita que caso Bolsonaro descumpra qualquer decisão judicial, ele poderia ser considerado culpado pelos “crimes comum de desobediência e de responsabilidade, passível de impeachment”. Vale lembrar que o presidente ainda não entregou os exames para covid-19 requisitados pela Justiça. No radar também fica a escalada da violência entre os apoiadores de Bolsonaro. Ontem dois profissionais do Estado - o fotógrafo Dida Sampaio e o motorista Marcos Pereira - foram agredidos fisicamente durante a manifestação na Praça dos Três Poderes - e os repórteres Julia Lindner e André Borges foram ofendidos verbalmente. O ato foi repudiado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ministros do STF. Na sexta-feira, manifestantes pró-Bolsonaro agrediram enfermeiras em Brasília, que faziam um protesto pacífico. Em live nas redes sociais, Bolsonaro voltou a defender a flexibilização do distanciamento social e o retorno ao trabalho. E voltou a demonstrar indiferença às vítimas da covid-19, dizendo que "infelizmente" muitos perderão suas vidas. Ontem, o Brasil ultrapassou a marca dos 100 mil infectados pela nova doença e 7 mil mortes confirmadas. A preocupação de Bolsonaro está na nomeação para o comando da Polícia Federal, que ele afirmou que deve anunciar nesta segunda-feira. Em meio a tanto ruído político, fica no foco a agenda do Congresso. Pode ir à votação hoje na Câmara o projeto de auxílio aos Estados e municípios, que uma vez aprovado poderá seguir para sanção presidencial amanhã e a primeira parcela do pacote pode ser paga no dia 15 de maio. Outro destaque da semana é a reunião do Copom, cuja decisão sai na quarta-feira. De 58 casas consultadas pelo Projeções Broadcast, 48 veem corte de 50 pontos-base da Selic, para 3,25%. Também no radar estão balanços, como Itaú entre os destaques de hoje, e Banco do Brasil, Ambev e B2W, na quinta-feira.   Copom e IPCA na semana - O Copom anuncia decisão para a taxa Selic, na quarta-feira, e o IPCA de abril será divulgado na sexta-feira. O IPC-S (08h00), o PMI industrial do Brasil (10h00) e a balança comercial (15h00), todos de abril, saem nesta segunda-feira. Para o IPC-S, a mediana esperada é negativa em 0,11% na margem e, em 12 meses, alta de 2,66%. Para a balança comercial, a mediana esperada pelo mercado é de US$ 6,3 bilhões, inferior apenas ao resultado positivo de US$ 6,913 bilhões de abril de 2017. Para o ano, no entanto, a mediana prevê deterioração do saldo comercial para US$ 40,0 bilhões - 16,7% abaixo do registrado em 2019, de US$ 48,036 bilhões. O IBGE realiza também nesta segunda-feira uma entrevista virtual para o lançamento da PNAD Covid19 (14h00). Entre os balanços, Itaú divulga resultado do primeiro trimestre após o fecvhamento hoje. Na quarta-feira (06), são esperados os resultados da GPA, Gerdau e Telefônica Brasil, e na quinta-feira, Ambev, BB e Azul, entre outros. Nesta segunda-feira, a Câmara dos Deputados marcou sessão virtual às 11 horas, para a análise das mudanças feitas pelo Senado no projeto de auxílio a Estados e municípios, aprovado pelo Senado no sábado. No Senado, os líderes partidários definem, pela manhã, a pauta de votações da Casa para o mês de maio.   Payroll dos EUA e balanços em destaque -  A divulgação do relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos de abril é o destaque, na sexta-feira. Hoje, são esperados o índice ISM das condições empresariais de NY em abril (10h450) e o PMI de serviços global (12h00). Na Europa, o Banco Central da Inglaterra (BoE) divulga decisão de política monetária na quinta-feira; e o Eurogrupo faz reunião virtual na sexta-feira. A agenda de balanços traz os resultados do BNP Paribas e Walt Disney, na terça-feira; General Motors e Société Générale, na quarta-feira; e Air France e Bombardier, na quinta-feira.   Flexibilização em projeto reduz economia de Estados e municípios em R$ 40 bilhões -A flexibilização de regras para aumento de salário para servidores de saúde e segurança, ocorrida durante a votação do projeto de auxílio a Estados e municípios, reduzirá em cerca de R$ 40 bilhões a economia estimada dos entes com o congelamento de reajustes previsto no texto. A estimativa foi feita por técnicos do governo federal, depois de o Senado aprovar no sábado o projeto. A proibição de aumento de salário para funcionários públicos até dezembro de 2021 foi uma das exigências feitas pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, para aumentar o tamanho da ajuda para prefeituras e governos. Inicialmente de R$ 40 bilhões, a transferência de recursos diretos passou para R$ 60 bilhões no Senado.   PERDAS PREDOMINAM   Bolsas europeias e futuros de NY recuam - As bolsas europeias e os índices futuros de Nova York recuam nesta manhã, reagindo a crescentes tensões entre EUA e China sobre a origem da pandemia de coronavírus e a dados fracos de atividade industrial na Zona do Euro e Alemanha. Ontem, o presidente americano, Donald Trump, disse acreditar que um "erro" cometido na China foi a causa da disseminação da doença e afirmou que não vai reduzir mais tarifas nas relações comerciais com o país asiático, mesmo após os acordos firmados antes da pandemia de covid-19. Às 7h31, a Bolsa de Londres caía 0,19%, a de Paris recuava 3,76% e a de Frankfurt se desvalorizava 3,17%. No mercado futuro em Nova York, Dow Jones caía 1,05%, S&P 500 recuava 0,80% e Nasdaq perdia 0,73%. O euro cedia a US$ 1,0941, ante US$ 1,0983 na sexta-feira. A libra caía a US$ 1,2422, de US$ 1,2509 no fim da tarde de sexta-feira.   Alemanha: PMI industrial cai menos que o esperado em abril - O índice de gerentes de compras (PMI) industrial da Alemanha caiu de 45,4 em março para a mínima recorde de 34,5 em abril, em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus, segundo a IHS Markit. O resultado, porém, ficou ligeiramente acima da estimativa preliminar de abril e da previsão de analistas, de 34,4 em ambos os casos.   Zona do Euro: PMI industrial cai à mínima de 33,4 em abril - O índice de gerentes de compras (PMI) industrial da zona do euro caiu de 44,5 em março para a mínima recorde de 33,4 em abril, em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus, segundo a IHS Markit. O resultado ficou abaixo da estimativa preliminar de abril e da previsão de analistas, de 33,6 em ambos os casos.   Turquia: inflação anual desacelera a 10,94% em abril - A taxa anual de inflação ao consumidor da Turquia desacelerou de 11,86% em março para 10,94% em abril, segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira. Em relação a março, o índice de preços ao consumidor da Turquia subiu 0,85% no mês passado.   EUA: Índice de Atividade Industrial recua menos que o esperado em abril - O índice de atividade industrial dos Estados Unidos elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM)caiu de 49,1 em março a 41,5 em abril. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam recuo maior, a 35,0.   EUA: investimentos em construção sobem em abril - Os investimentos em construção nos Estados Unidos subiram 0,9% na passagem de fevereiro para março, para a taxa anual sazonalmente ajustada de US$ 1,36 trilhão, informou o Departamento do Comércio na sexta-feira. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam recuo de 3,2%. Ante o mesmo mês de 2019, o salto foi de 4,7%.   Hong Kong cai mais de 4% e lidera perdas na Ásia - As bolsas asiáticas fecharam em baixa, influenciadas por crescentes tensões entre EUA e China sobre a origem da pandemia de coronavírus. No entanto, os principais mercados da região - do Japão e da China continental -, não operaram nesta segunda-feira devido a feriados locais. O índice Hang Seng teve um tombo de 4,18%, enquanto o sul-coreano Kospi caiu 2,68% em Seul. Na Oceania, a bolsa australiana destoou do tom negativo na Ásia, graças em parte ao forte desempenho do setor de tecnologia. O S&P/ASX 200 avançou 1,41% em Sydney. Às 7h31, o dólar estava a 106,78 ienes, ante 106,84 ienes no fim da tarde de sexta-feira.   Petróleo cai - Os contratos futuros de petróleo operam em baixa nesta manhã, influenciados por crescentes tensões entre EUA e China sobre a origem da pandemia de coronavírus. Às 7h33, o barril do Brent para julho caía 2,99% na ICE, a US$ 25,65 o barril, enquanto o WTI para junho recuava 7,89% na Nymex, a US$ 18,26 o barril.  
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