RISCO POLÍTICO LOCAL E EXTERIOR NEGATIVO FAZEM DÓLAR DISPARAR A R$ 5,20

Blog, Cenário
Se o aumento do risco político local já vinha mantendo certa aversão aos ativos brasileiros nos últimos dias, hoje o movimento global de fuga do risco deu empurrão adicional nessa deterioração. O real teve a pior performance dentro de uma cesta de moedas, o Ibovespa chegou a perder o nível de 125 mil pontos e os juros futuros voltaram a incorporar prêmios, conferindo inclinação importante à curva. Mas enquanto o desempenho negativo dos mercados externos é visto como uma correção, em meio a alguns indicadores mistos e de certa cautela com a variante delta do coronavírus, o clima no Brasil segue piorando. Há diferentes leituras, mas todas têm a mesma origem: a perda de capital político do governo diante de denúncias envolvendo o nome do presidente Jair Bolsonaro e das investigações sobre irregularidades na compra de vacinas. A partir disso, a agenda de reformas, como a administrativa, pode encontrar novos obstáculos no Congresso. Até porque, vale destacar que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já admite que a CPI da Covid deve ser prorrogada, segundo apurou o Broadcast Político. Ao mesmo tempo, de olho na eleição de 2022, polarizada e já nas ruas para muitos analistas, Bolsonaro poderia optar por uma guinada populista, ainda mais depois das recentes pesquisas indicarem ampla vantagem do ex-presidente Lula. Um primeiro sinal foi visto na extensão do auxílio emergencial. Mas declarações sobre um Bolsa Família "vitaminado" também entram no mesmo escopo de desconfiança. O resultado não poderia ser outro: num dia de alta generalizada do dólar, a moeda americana disparou 2,39% ante o real, a R$ 5,2092 - maior alta porcentual desde 24 de março e maior cotação desde 31 de maio. O Ibovespa, em meio ao recuo generalizado das ações, cedeu 1,44%, aos 125.094,88 pontos - menor nível desde 27 de maio. Petrobras, em dia de baixa do petróleo, perdeu entre 3% e 4%. No caso dos DIs, o recuo dos yields dos Treasuries, mais pela aversão a risco do que por qualquer outra coisa, não serviu de referência e as taxas locais dispararam mais de 10 pontos em alguns vencimentos, o que fez a inclinação entre os contratos para janeiro de 2022 e janeiro de 2027 voltar a flertar com os 300 pontos-base. Em Wall Street, a exceção ao comportamento majoritariamente negativo foi o Nasdaq, que subiu pouco (+0,17%), mas o suficiente para renovar máxima histórica. O índice foi puxado pela Amazon, que disputará um grande contrato de computação em nuvem para o Pentágono, após o acordo atual do Departamento de Defesa americano, com a Microsoft, ser cancelado.
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CÂMBIO Em dia de forte correção nos mercados globais, com queda das Bolsas e fuga de ativos de risco, o dólar à vista subiu mais de 2%, superando o patamar de R$ 5,20. Segundo analistas, dados mais fracos da economia americana e europeia, aliados ao mergulho do petróleo e das demais commodities, teriam levado investidores a correrem para se abrigar no dólar e nos Treasuries, cujas taxas desabaram, na véspera da divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O real mais uma vez liderou o ranking das perdas entre as divisas emergentes, fenômeno atribuído à deterioração do ambiente político doméstico. Com mínima de R$ 5,0765 e máxima de R$ 5,2127, já na reta final dos negócios, o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 2,39%, a R$ 5,2092 - maior alta porcentual desde 24 de março e maior cotação desde 31 de maio. No acumulado de julho, a valorização chega a 4,75%. Operadores e analistas atribuem o quadro político conturbado a uma combinação de fatores: avanço das investigações da CPI da Covid sobre propina em compra de vacinas, mal-estar com a proposta da reforma tributária e temores de uma "guinada populista" do governo Jair Bolsonaro, sobretudo após a Petrobras anunciar um aumento nos preços dos combustíveis em meio à ameaça de paralisação dos caminheiros, que programam greve geral para 25 de julho. Há preocupações também com o andamento da agenda de reformas e uma possível deterioração do quadro fiscal. Ontem à noite, o governo anunciou a prorrogação do Auxílio Emergencial por mais três meses. Bolsonaro é alvo de um superpedido de impeachment, sofre acusações de receber parte do salário de assessores quando era deputado federal, a chamada "rachadinha", e aparece atrás do ex-presidente Lula nas pesquisas para as eleições presidenciais de 2022. No noticiário político de hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, reforçou que não há justificava para votar impeachment de Bolsonaro, a despeito das denúncias recentes. Em depoimento à CPI da Covid, a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira, fiscal para o contrato para aquisição da vacina indiana Covaxin, negou que haja influência do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), na pasta. Ela disse não ter visto nada de "atípico" no processo de aquisição da Covaxin, mas admitiu que o contrato ficou um mês sem fiscalização. A economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ouroinvest, atribuiu o desempenho pior do real em relação a outras dividas emergentes à percepção de aumento do risco político interno. "Hoje o dia foi muito ruim para as moedas emergentes. E o real tende a sofrer mais porque o nosso mercado é mais líquido. Mas eu acho que o comportamento da moeda hoje é muito explicado pelo nosso quadro político", afirma a economista. "A expectativa de melhora da economia, com o avanço da vacinação, e aumento dos juros haviam contribuído para a queda do dólar em junho. Agora, vemos o risco político tomar conta e uma expectativa de inflação mais alta, que também prejudica", acrescenta Cristiane. Lá fora, o índice DXI - que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, tinha alta firme e trabalhava na casa de 92,5 pontos. Entre as demais divisas emergentes, a moeda avançava com mais força frente ao peso colombiano, o peso mexicano e o rand sul-africano. O indicador que chamou mais a atenção foi a queda do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços nos Estados Unidos, de 64 em maio para 60,1 em junho - resultado bem abaixo dos prognósticos do mercado, de 63,3. Analistas também citaram o a queda do índice de expectativas econômicas da Alemanha, de 79,8 pontos em junho para 63,3 pontos em julho, quando o esperado era 75 pontos. O economista-chefe do Instituto Internacional de Finanças (IFF), Robin Brooks afirmou, no Twitter, que os dados fracos da economia americana levaram a um temor em relação ao crescimento global, o que acabou pesando nos ativos emergentes. "É uma bobagem. A economia americana está se recuperando. A pior bobagem de todas é a queda aguda do real. Mantemos nosso valor justo de R$ 4,50", escreveu Brooks. "A venda de real não é remotamente justificada. O Brasil tem problemas com corrupção, mas que país emergente ou do G10 não tem". A cautela também foi reforçada pela expectativa em torno da divulgação, amanhã, da ata do mais recente encontro de política monetária do Federal Reserve, o que pode mexer com as expectativas para o início da redução da compra de ativos ('tapering') e, por tabela, com a liquidez global. O head de moedas globais do Brown Brother Harriman, Win Thin, avalia como "equivocada" a leitura de que o relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos em junho, divulgado na sexta-feira, vai fazer o Fed postergar o debate sobre a redução da compra de ativos ('tapering'). "O que poderia fazer o Fed recuar seria uma significativa desaceleração mais forte na geração de empregos em julho e agosto, mas esses dados vão demorar a sair. Esperamos que o FED avance no debate do tapering e que a ata seja hawkish", afirma Thin, em nota a clientes. Na B3, o dólar futuro para agosto subia 2,37%, negociado a R$ 5,2270, com giro forte, de US$ 15,5 bilhões. (Antonio Perez - [email protected]) 17:34 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.20920 2.3861 5.21270 5.07650 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5213.500 2.10537 5231.500 5090.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5142.000 0.49403 5142.000 5142.000 BOLSA Com o dólar de volta a R$ 5,21 na máxima desta terça-feira, após interlúdio que o havia levado aos R$ 4,89 no melhor momento recente, o Ibovespa cedeu hoje 1,44%, a 125.094,88 pontos, entre mínima de 124.866,38 e máxima de 126.919,36 pontos, da abertura, com giro financeiro a R$ 30,1 bilhões. Na semana, o índice cai 1,98%, elevando as perdas neste começo de mês a 1,35% - no ano, limita o ganho a 5,11%. Em Wall Street, após o feriado pelo 4 de julho, as perdas foram limitadas a 0,60% no encerramento (Dow Jones), com os três índices de ações americanos vindo da renovação de recordes no fechamento da semana passada - hoje, o Nasdaq voltou a fechar em alta, de 0,17%, em nova marca histórica. Nesta terça-feira, a combinação de extensão de auxílio emergencial, queda de popularidade presidencial, aproximação de campanha eleitoral polarizada e as investigações sobre compra de vacinas ainda azedaram o humor do investidor, que vinha em recuperação, amparado na retomada de fluxo estrangeiro e na melhora de dados econômicos domésticos. Assim, enquanto parte de NY realizou lucros moderadamente, o Ibovespa atingiu o menor nível de fechamento desde 27 de maio (124.366,57 pontos), com perdas bem distribuídas por empresas e setores. Bradespar (+1,42%), Vale ON (+0,53%) e Energisa (+0,09%) foram as três exceções positivas na carteira Ibovespa, com Petrobras PN e ON em queda respectivamente de 4,09% e 3,74%, ambas nas mínimas do dia no fechamento, e perdas generalizadas em outros segmentos de peso, como bancos (Bradesco ON -1,55%, BB ON -1,50%, Santander -1,70%) e siderurgia (CSN ON -2,13%). Na ponta negativa do Ibovespa, PetroRio (-5,82%), Azul (-4,17%) e Petrobras PN (-4,09%). "Mais um dia de mercado fraco em volume, aquela sensação de desaceleração, sem gringo, já de férias, e que vinha comprando papéis da cesta Ibovespa. O local está mais reticente, colocando um pouco no bolso após boa andada. Lá fora, está fraco também e aqui, muitos ruídos, políticos e de reforma tributária, o que deixa o mercado mais pesado, com venda líquida", diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset. "Mercados seguem com os temores, os barulhos da CPI e da política, que têm interferido no curto prazo, fazendo com que se tenha uma realização mais forte. Junto a isso, tem um pouco do impasse do petróleo (na Opep+), sem uma solução sobre a recomposição da oferta da commodity, e também a expectativa para a ata do Fed, amanhã, em que o mercado vai tentar fazer a leitura sobre quando (o BC dos EUA) voltará a subir juros", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, destacando que, na "base estrutural", nada mudou com relação aos fundamentos. "O mercado continua bastante otimista com relação à nossa recuperação (econômica), com dados para sair ainda nesta semana, como os de varejo. Vejo o que está ocorrendo como algo pontual, não como mudança de tendência", conclui Moliterno. Ainda assim, a névoa política é o que tem predominado sobre a confiança dos investidores, nas últimas sessões. "As denúncias de corrupção envolvendo a compra de vacinas pelo governo federal, com novas acusações envolvendo a Davati Medical Supply, a retomada do caso do esquema de 'rachadinha' envolvendo Bolsonaro, assim como a perda de força do presidente nas últimas pesquisas, geraram uma 'tempestade perfeita' para o governo", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, chamando atenção para o patamar de 125 mil pontos, "decisivo no curtíssimo prazo". "Caso perdido, irá gerar novo 'momentum' de baixa e abrir caminho para o suporte de curto prazo, marcado em 122 mil pontos", acrescenta o analista. (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 125094.88 -1.43805 Máxima 126919.36 -0.00 Mínima 124866.38 -1.62 Volume (R$ Bilhões) 3.01B Volume (US$ Bilhões) 5.83B 17:34 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 125505 -1.71887 Máxima 127615 -0.07 Mínima 125330 -1.86 JUROS O cenário político pesado seguiu contaminando a percepção sobre as reformas e trazendo aversão a risco para os ativos locais, num dia em que também o exterior não ajudou. Os juros futuros voltaram a subir em todos os vencimentos, pressionados pelo câmbio depreciado, denúncias de corrupção no governo e piora nas expectativas de inflação. As chances de um Copom ainda mais agressivo no aperto da Selic em agosto continuaram subindo na precificação da curva. Ainda assim, as taxas longas foram as que mais subiram e houve ganho de inclinação, que voltou a flertar com os 300 pontos-base no spread entre os contratos para janeiro de 2022 e janeiro de 2027. O Tesouro realizou leilão de NTN-B, com aumento de oferta ante as operações anteriores, num lote mais próximo ao padrão, que teve demanda praticamente integral. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 5,78%, de 5,753% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 7,178% para 7,275%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 8,35%, de 8,235% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 8,673% para 8,77%. O diferencial entre os contratos de janeiro de 2022 e janeiro de 2027 fechou em 299 pontos, de 293 ontem e o mais elevado desde o dia 21 (306 pontos). O movimento de risk off penalizou ativos de risco globais desde cedo, com temores sobre a disseminação da variante delta do coronavírus e o PMI de Serviços nos Estados Unidos em junho abaixo do esperado estimulando realização de lucros nas Bolsas e direcionando fluxo para a segurança dos Treasuries. O dólar se fortaleceu e, ante o real, voltou a superar R$ 5,20, apenas três sessões depois de ter fechado abaixo de R$ 5 no último dia 30. A estrategista-chefe da MAG Investimentos, Paricia Pereira, afirma que o mercado começou a piorar com o dado dos EUA, mas lembra também que nesta quarta-feira será divulgada a ata do Federal Reserve. "A expectativa para a ata amanhã é, no mínimo, de cautela. Na última reunião, o comunicado foi hawk", disse. Internamente, o quadro político vai se agravando, com sinais de corrupção dentro do governo que, na visão dos agentes, ameaçam a agenda econômica. "Tem notícia de que o núcleo próximo ao governo já teria assumido que existia corrupção no Ministério da Saúde e vemos a popularidade do governo despencando, apesar do avanço da vacinação, da atividade melhor e do pagamento do auxílio", disse Patricia, para quem por ora a precificação de um possível impeachment é "zero", mas os ruídos políticos contaminam o ambiente e paralisam as reformas. André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, afirma ver o comportamento dos mercados mais ligado à ausência de boas notícias. "Ninguém imagina uma piora significativa da crise política, mas a persistência de um viés negativo lá fora pode galvanizar as más impressões", afirma. Para ele, há uma lista de problemas, que vão desde os temores inflacionários - pela crise hídrica e alta de combustíveis - até possíveis desdobramentos da CPI da Covid, "que aparentemente está próxima demais de queimar as pontes entre o Planalto e o Centrão". Na seara econômica, a revisão nas projeções de inflação continuam. O Banco Original elevou sua estimativa de IPCA para 2021 de 6,20% para 6,50%, mas reduziu a de 2022 de 4% para 3,70%, ainda acima da meta de 3,5%. Na quinta-feira, sai o dado de junho, para o qual a mediana das expectativas é de 0,59%, de 0,83% em maio, segundo o Projeções Broadcast. Na curva a termo, a precificação de Selic para agosto subiu de 101 pontos para 103 pontos de ontem para hoje. Se considerado um cenário binário, entre apostas de 1 ponto e 1,25 ponto, as probabilidades seriam de 86% e 14%, respectivamente, mas o descarte da chance de 0,75 ponto é visto como prematuro uma vez que esta foi a sinalização do Copom para o próximo encontro. No leilão de NTN-B, o Tesouro ofertou 1,1 milhão de títulos e vendeu 1,088 milhão, com a maior parte da oferta no papel mais curto (2024), de 750 mil. O lote total foi maior do que os 700 mil da última operação e o aumento da demanda pelos papéis curtos pode estar ligado às apostas de inflação mais pressionadas, que já vêm puxando as taxas de inflação implícita das NTN-B no mercado secundário e nos contratos DAP (futuro de Cupom de IPCA - derivativo usado para precificação do IPCA). (Denise Abarca - [email protected]) 17:34 DI DE 1 DIA   DI DE 1 DIA   DI DE 1 DIA 5.765 7.255 7.955 17:33 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 4.27 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 4.15 Over Selic (%a.a) 4.15 MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York fecharam com direções divergentes, sem fôlego após recordes recentes e em dia de dados piores do que o esperado do setor de serviços dos EUA. O índice Nasdaq, porém, renovou máxima histórica de fechamento, ajudado pela alta de 4,69% da Amazon. A ação da companhia foi apoiada pelo fato de que ela disputará um grande contrato de computação em nuvem para o Pentágono, após o acordo atual do Departamento de Defesa americano, com a Microsoft, ser cancelado. Entre os Treasuries, a busca por segurança provocou queda nos retornos, com o juro do T-bond de 30 anos recuando abaixo da marca de 2%. O quadro favoreceu a compra do dólar, em alta frente a outras moedas fortes. O movimento da divisa americana contribuiu para a queda do petróleo, também resultado em parte de ajustes após ganhos recentes e com analistas ponderando quais serão os próximos passos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), após impasse recente no acordo para ajustes na retomada gradual da oferta do grupo. O mercado acionário americano voltou a operar, após feriado ontem, em um pregão volátil. Durante boa parte do dia houve quadro misto, mas o tom negativo prevaleceu, após dados piores do que o previsto do setor de serviços americano e com fôlego curto, em meio a recordes recentes dos índices. A Amazon, porém, se destacou, após o Pentágono anunciar a interrupção de um contrato de fornecimento de computação em nuvem conhecido pela sigla JEDI, de US$ 10 bilhões com a Microsoft. As duas empresas devem ser as concorrentes pelo novo contrato para esse serviço, diz o próprio Departamento de Defesa em comunicado. Após a notícia, a ação da Microsoft terminou estável, depois de cair em boa parte do dia. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,60%, em 34.577,37 pontos, o S&P 500 caiu 0,20%, a 4.343,54 pontos, e o Nasdaq subiu 0,17%, a 14.663,64 pontos. A Oxford Economics comenta em relatório que uma perda de impulso no crescimento pode ser um vento contrário para as ações globais, no curto prazo. A consultoria lembra que, após picos no índice de gerentes de compras (PMI) global da indústria, as ações em geral tendem a ficar de lado "por vários meses". Para a Oxford, de fato pode haver um período em que o mercado acionário terá dificuldades em avançar mais, mas ela diz que algumas ações ligadas ao consumo devem ficar apoiadas, conforme o setor de serviços toma a dianteira do crescimento, com a gradual retomada da atividade. A Oxford Economics também comenta o recuo de hoje dos Treasuries. Segundo ela, a queda foi puxada por preocupações com a variante delta da covid-19 e também pelo quadro de recuo das ações e de commodities. O BMO Capital diz que o movimento no dia de hoje dos retornos foi fruto também dos dados "decepcionantes" do setor de serviços americano. Há ainda expectativa pela divulgação, nesta quarta-feira, da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed). A Stifel diz que o documento do BC americano não resolverá questões importantes como um momento mais preciso para o começo da redução nas compras de bônus, mas acredita que a ata "poderia oferecer algumas pistas e pelo menos a direção do cronograma potencial para a retirada das medidas de emergência". No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,215%, o da T-note de 10 anos recuava a 1,359% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 1,985%, este perdendo assim a marca de 2%. No câmbio, o quadro de cautela favoreceu a compra de dólares, também diante de um euro pressionado após dados mistos na Europa, segundo a Western Union. No horário citado, o dólar caía a 110,61 ienes, o euro recuava a US$ 1,1830 e a libra tinha baixa a US$ 1,3804. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas principais, subiu 0,36%, a 92,546 pontos. Entre as commodities, a força do dólar foi em parte responsável pela queda do petróleo, mas ele também esteve sem impulso após máximas recentes. Conforme discutido em reportagem especial publicada às 16h27, ainda há expectativa por um acordo sobre a oferta da Opep+. Investidores monitoram inclusive o eventual impacto do quadro no óleo para a trajetória da inflação, aponta a reportagem. Durante entrevista coletiva hoje, a porta-voz da Casa Branca disse que os EUA "monitoram" o impasse na Opep+, mas que o presidente Joe Biden não deve se envolver nas negociações. O petróleo WTI para agosto fechou em baixa de 2,38%, em US$ 73,37 o barril, na Nymex, e o Brent para setembro caiu 3,41%, a US$ 74,53 o barril, na ICE. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
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