RECORDE EM NY E PETROBRAS PUXAM BOLSA E AJUDAM DÓLAR A CAIR, MAS JUROS AINDA SOBEM

Blog, Cenário
O exterior positivo e a ausência de novas notícias negativas sobre a política fiscal abriram espaço para uma correção firme da Bolsa e do real. E no caso da renda variável, o destaque ficou com Petrobras. A estatal, que anunciou um reajuste dos combustíveis ainda pela manhã, fato entendido como um sinal de que a política de preços da companhia está mantida, já tinha alta firme quando, no meio da tarde, surgiram comentários de que o governo avalia um projeto para privatizar a petroleira. Os papéis passaram a subir ainda mais e fecharam com ganhos entre 6,13% e 6,84%, carregando o Ibovespa para máximas, até o encerramento aos 108.714,55 pontos (+2,28%). Vale destacar que as ações de bancos, um dos setores que mais sofreu com a queda superior a 7% da Bolsa na semana passada, também se destacaram na ponta positiva. Uma parte desse movimento do mercado acionário local foi importado de Nova York, onde balanços corporativos levaram os índices acionários Dow Jones e S&P 500 a novos recordes, enquanto a expectativa pelos resultados das 'big techs' e a forte alta da Tesla garantiram avanço de 0,90% para o Nasdaq. O ambiente de apetite por risco, aqui e lá fora, também propiciou um alívio para o real, que conseguiu se alinhar aos pares e ganhar terreno ante o dólar. A moeda norte-americana ainda não apagou o ganho acumulado na semana anterior, mas devolveu 1,27%, cotada a R$ 5,5557. Além do quadro global ajudar, a possibilidade de que a Selic seja elevado em um ritmo mais intenso e atinja um nível maior no final do ciclo, como forma de compensar a piora fiscal devido à mudança no teto de gastos e para conter a inflação, também teve efeito sobre a desvalorização do dólar. Em sentido inverso, contudo, foi o impacto sobre os juros. Afinal, a leitura dos investidores é de que recairá apenas sobre a política monetária a tarefa de lidar com a alta de preços num ambiente de deterioração fiscal. E o mercado tratou de colocar isso nos preços, com os DIs em alta e passando a precificar chances majoritárias de o Copom elevar a Selic em 1,5 ponto na quarta-feira, com apostas residuais em um aperto ainda mais intenso, de até 2 pontos.
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BOLSA Vindo de perdas de 1,34% e 2,75% nas duas sessões anteriores, o Ibovespa conseguiu recuperação parcial nesta abertura de semana, tendo encerrado o intervalo anterior em retração de 7,28%, maior mergulho semanal desde o auge da percepção de risco sobre a pandemia, em março de 2020. Hoje, o índice de referência da B3 subiu 2,28%, aos 108.714,55 pontos, entre mínima de 106.295,68 e máxima de 109.371,98 pontos, saindo de abertura aos 106.297,51 pontos. O giro foi de R$ 37,9 bilhões na sessão e, no mês, o Ibovespa limita a perda a 2,04% - no ano, ainda cede 8,66%. Desde a manhã, o desempenho do Ibovespa foi impulsionado pelas ações da Petrobras (ON +6,13%, PN +6,84%), segurando a ponta positiva do índice, em movimento conduzido a princípio por novo reajuste de preços tanto na gasolina como no diesel, a partir desta terça-feira (26). A informação de que o governo estuda vender ações e perder maioria na estatal, segundo apurou a rede CNN, contribuiu para que as ações da empresa acentuassem a alta depois do meio da tarde, levando o Ibovespa acima dos 109 mil pontos nos melhores momentos da sessão. "Com os investidores em busca de pechinchas após a derrocada recente e a forte alta das ações da Petrobras, o Ibovespa retornou para a faixa de 109 mil pontos", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, destacando também a queda do dólar na sessão (-1,27%, a R$ 5,5557 no fechamento), em dia de moderado avanço para a cotação do Brent, perto de US$ 86 por barril. Além de Petrobras, outro setor de peso, a siderurgia, esteve entre os campeões do dia, com ganhos de até 5,13% (Metalúrgica Gerdau) na sessão, com alívio nos preços das commodities metálicas em meio ao refluxo dos temores quanto ao setor imobiliário chinês, acrescenta Ribeiro. "A semana é recheada de eventos no Brasil, com destaque para o Copom e dados de emprego - Caged, Pnad - além de números sobre a inflação, como IPCA-15, IGP-M. Houve mudança radical para o Copom de outubro, na semana passada, saindo de 90% de possibilidade para alta de 1 ponto porcentual para a faixa de 15%", diz João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos. Tal expectativa maior para a Selic em outubro contribuiu para colocar o setor de bancos, ainda muito descontado no ano, em alta de até 2,08% (BB ON) para as maiores instituições, no fechamento de hoje. "Embora ainda haja tensões a respeito do risco fiscal, assim como o futuro do teto de gastos, segue também no radar dos investidores a posição do Banco Central com a Selic na quarta-feira após o fechamento do mercado", observa em nota a Terra Investimentos. Diante da recente sinalização sobre o fiscal, a expectativa é de que a decisão e a mensagem do BC sejam mais enfáticas com relação à meta do próximo ano e a trajetória da taxa básica de juros: a expectativa é de que o aumento da Selic seja de 1,25 ou mesmo de 1,50 ponto porcentual nesta quarta-feira. De acordo com o Projeções Broadcast, 36 de 43 instituições financeiras, o correspondente a 84% da amostra, esperam alta da Selic de 1,25 ponto porcentual ou mais nesta reunião de outubro. "O cenário ficou bem conturbado na semana passada por conta da flexibilização do teto de gastos, com muitos resultados corporativos importantes nesta semana, entre as quais blue chips. Para o Copom, a alta de 1 ponto estava precificada na ata, porém agora, com esse quadro fiscal novo, espera-se aumento de 1,25 a 1,50 ponto porcentual, com estimativa de juros já próxima a 11% para o ano que vem, como forma de conter a inflação, trazendo também algum estímulo para o estrangeiro", diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos. Na ponta negativa do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Suzano (-2,52%), Yduqs (-1,32%) e BRF (-1,27%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:27 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 108714.55 2.27512 Máxima 109371.98 +2.89 Mínima 106295.68 -0.00 Volume (R$ Bilhões) 3.79B Volume (US$ Bilhões) 6.77B 17:29 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 109685 2.49977 Máxima 110355 +3.13 Mínima 107265 +0.24 JUROS Apartados da melhora da Bolsa e do câmbio, os juros futuros começaram a semana em alta firme, refletindo as expectativas de que, diante dos recentes acontecimentos no cenário para as contas públicas, o Comitê de Política Monetária (Copom) prepara um choque de juros para tentar garantir inflação nas metas nos próximos anos. A curva dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) precifica apostas diversificadas de alta da Selic, de até 2 pontos porcentuais, no encontro da próxima quarta-feira, o que também se vê nas opções digitais da B3. A perda da âncora fiscal com a "licença para gastar" com o Auxílio Brasil é o que ainda está por trás destes movimentos, com o mercado antecipando a possibilidade de o valor do benefício superar os R$ 400 - e o gasto total romper os R$ 30 bilhões - durante a tramitação da PEC dos Precatórios no Congresso, além de benesses fiscais extras, como a ajuda a caminhoneiros. A segunda-feira trouxe ainda ajustes pesados nas medianas da pesquisa Focus, uma saraivada de revisões de inflação e Selic e novo reajuste nos preços de combustíveis. E amanhã ainda tem IPCA-15. As taxas subiram o dia todo e, como tem sido tendência, o miolo da curva foi novamente o mais pressionado, fechando em alta pela oitava sessão consecutiva, enquanto os curtos estão subindo há nove pregões. A taxa do DI para janeiro de 2022 fechou em 8,308%, de 8,190% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 superou 11%, ao terminar em 11,13%, de 10,866%. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,507% para 11,64%. A do DI para janeiro de 2027 encerrou praticamente estável, saindo de 11,814% para 11,80%. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho, informou que, no meio da tarde, a curva do DI embutia 176 pontos-base de alta para a Selic no Copom deste semana. "O que já mostra o mercado trabalhando com apostas de aperto de até 2 pontos", afirmou. Segundo ele, enquanto a possibilidade de aumento de 1 ponto está totalmente apagada, a curva aponta um cenário variado de apostas acima disso, de 1,25, 1,5, 1,75 e 2 pontos. Para o fechamento de 2021, aponta Selic em 9,59%; e 12,63% no fim de 2022. A Selic hoje está em 6,25%. Na sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu carta branca para que o BC acelere o ritmo de aperto ao afirmar que a autoridade monetária tem de ficar à frente da curva, diante da piora do cenário fiscal. No Boletim Focus, houve avanço da mediana para a Selic nos próximos anos, de 8,25% para 8,75%, 8,75% para 9,50% e 6,50% para 7,00%, no fim de 2021, 2022 e 2023. Curiosamente, ao mesmo tempo as medianas de IPCA 2021 e 2022 avançaram, a 8,96% e 4,40% e, vale destacar, as até então estáticas expectativas para 2023 e 2024 também se mexeram, ainda que pouco, para cima. A mediana para 2023 passou de 3,25% para 3,27% e a de 2024, de 3,00% para 3,02%. "Comparado ao que temos na curva, a Focus parece atrasada", afirmou Rostagno. Hoje, várias instituições atualizaram seus cenários macroeconômicos, prevendo mais inflação, mais Selic e menos PIB, e uma taxa básica de dois dígitos ao fim do ciclo de contração monetária é dada como cada vez mais certa. Itaú Unibanco, JPMorgan, BofA e MB Associados estão entre as casas que agora esperam aperto de 1,5 ponto na Selic na quarta-feira. "Taxas de juros mais altas levarão a uma atividade econômica mais fraca, e agora vemos recuo moderado de 0,5% do PIB em 2022 (nossa projeção era de crescimento de 0,5% anteriormente)", argumenta o Itaú, que vê Selic terminal de 11,25%. Para a instituição, uma rápida retomada da agenda de reformas, como por exemplo uma reforma administrativa ampla, que fortaleceria a flexibilidade e resiliência fiscais, poderia ajudar a aliviar as condições financeiras e reduzir a incerteza. As apostas mais agressivas para a Selic não têm sido suficientes para estancar a deterioração das estimativas de inflação, diante da reiteradas pioras na percepção de risco fiscal e novos reajustes de preços. Hoje, a Petrobras informou aumento no preço da gasolina e diesel para distribuidoras a partir de amanhã, dentro da política de alinhamento às cotações no cenário internacional. A expectativa é de que não pare por aí, na medida em que o petróleo e o câmbio seguirem pressionados. Nos cálculos da Ativa Investimentos, mesmo com a correção anunciada hoje pela Petrobras, a defasagem está entre 12% e 17%. A terça-feira é de agenda carregada para o mercado de juros, com a abertura já pautada pelo IPCA-15 de outubro. A mediana da pesquisa do Projeções Broadcast é de 1,00%, ante 1,14% em setembro. Ainda pela manhã, tem Caged às 10h, com mediana apontando criação de 360 mil vagas em setembro, e leilão de NTN-B. À tarde, saem os dados do Governo Central, com mediana indicando déficit primário de R$ 4,25 bilhões em setembro. (Denise Abarca - [email protected]) 17:29 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 7.57 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 6.15 Over Selic (%a.a) 6.15 CÂMBIO A ausência de surpresas negativas vindas de Brasília e o ambiente externo de apetite por ativos de risco abriram espaço para que dólar recuasse no pregão desta segunda-feira (25), em um movimento de correção após a alta de 3,16% na semana passada, quando chegou a ser negociado acima de R$ 5,70 diante da proposta de mudança do teto de gastos e de rumores de saída de Paulo Guedes do ministério da Economia. Segundo operadores, contribuíram também para a recuperação parcial da moeda brasileira a entrada de fluxo estrangeiro para a Bolsa brasileira e a perspectiva de que o Comitê de Política Monetária (Copom) acelere o passo do aperto monetário na quarta-feira (27), elevando a Selic em 1,25 ponto ou 1,5 ponto porcentual. Afora uma leve alta logo na abertura dos negócios, o dólar operou em queda durante todo o dia, rompendo o piso de R$ 5,60 ainda pela manhã. Ao longo da tarde, em meio à renovação de recordes das Bolsas em Nova York e aceleração dos ganhos do Ibovespa, a moeda americana registrou sucessivas mínimas, descendo até R$ 5,5377 (-1,59). Com desaceleração das perdas na reta final dos negócios, o dólar fechou o dia em baixa de 1,27%, a R$ 5,5557, o que reduziu a alta acumulada em outubro para 2,01%. Vale ressaltar que o giro com o contrato de dólar futuro para novembro, que havia superado US$ 20 bilhões na sexta-feira, foi hoje de cerca de US$ 12,8 bilhões. Isso sugere, segundo operadores, que o movimento mais agressivo de ajustes de posições fiscal pode ter ficado para trás. Dados compilados pela corretora Renascença mostram que, na sexta-feira, os fundos locais lideraram as movimentações, reduzindo posições vendidas (que ganham com a queda do dólar) em 20.650 contratos (US$ 10,3 bilhões). No exterior, o índice DXY - que espelha a variação do dólar frente a seis divisas fortes - operou em leve alta, mas a moeda americana recuou em relação à maioria dos emergentes, com destaque para o peso chileno, o rand sul-africano e a lira turca. O real, que tanto apanhou na semana passada, hoje foi o destaque do pelotão. Para diretor de operações da Câmbio Curitiba, Lucas Schroeder, o movimento de alta do dólar na semana passada, em meio ao noticiário fiscal e político conturbado, foi desproporcional. "Houve muita especulação com notícias de fim do dia que impactaram o dólar e hoje a moeda cai com correções. Estamos vendo também um movimento muito forte de compra de estrangeiros na Bolsa, para aproveitar oportunidades", afirma. As ações da Petrobras dispararam ao longo da tarde, turbinando o Ibovespa, após informação da CNN de que a União estuda vender ações da petroleira em volume suficiente para deixar de ser acionista majoritária da empresa. O governo manteria, contudo, a chamada "golden share", preservando o direto de indicar o presidente e evitar determinadas operações. Schroeder também chama a atenção para o aumento das apostas em uma aceleração do ritmo de alta da Selic, em meio à deterioração recente das expectativas de inflação, ratificadas hoje pelo Boletim Focus. Embora avalie que é preciso ter cautela por conta das questões político e fiscais, ele vê espaço para que o dólar volte a ser negociado na casa de R$ 5,40 até o fim do ano. "Não deve cair muito mais do que isso porque o cenário político, com as movimentações para as eleições do ano que vem, já começa a impactar o dólar", diz. No Boletim Focus, houve aumento da medida das expectativas para o IPCA neste ano (8,69% para 8,96%) e para 2022 (de 4,18% para 4,40%). Já a estimativa para a taxa Selic no fim deste ano subiu de 8,25% para 8,75%. Ao longo do dia, diversas casas divulgaram relatórios alterando a expectativas tanto para alta da Selic no Copom desta semana (de 1 ponto para 1,25 ou 1,50 ponto porcentual) quanto para a extensão do atual ciclo de elevação. Capitaneada pelo ex-diretor do BC Mário Mesquita, a equipe de economistas do Itaú Unibanco passou a trabalhar com alta de 1,5 ponto da Selic, para 7,75%, nesta semana e com taxa básica de 11,25% em março de 2022. O banco também elevou a estimativa para a taxa de câmbio de R$ 5,25 para R$ 5,50 no fim deste ano e do próximo, argumentando que, "apesar das taxas de juros mais altas, a maior incerteza fiscal, como indicado pela reação recente do mercado, limita o espaço para a valorização do real". O sócio e economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, não espera um ingresso expressivo de recursos externos para aproveitar uma Selic mais elevada "enquanto durar a pressão sobre o prêmio de risco, o juro real negativo e a expectativa de desvalorização média do real ainda elevada". "Há incertezas presentes em relação ao valor do Auxílio Brasil em patamar até superior à R$ 400 e tentativas de novas exclusões de gastos da regra do teto", afirma, em relatório, o economista, que revisou o cenário de "Selic mínima" de 10,50% para 10,75% e vê chance de 50% da taxa básica atingir 11,50% no fim do ciclo de aperto. "A PEC dos Precatórios é uma solução de curtíssimo prazo para dar espaço de gasto no orçamento de quase de R$ 85 bilhões, mas para o mercado o fato concreto é que a política fiscal mais expansionista veio para ficar". Pela manhã, o BC vendeu US$ 700 milhões em leilão extra de swaps cambiais para suprir o overhedge dos bancos e US$ 750 milhões para rolagem dos vencimentos de swaps programados para janeiro. (Antonio Perez - [email protected]) 17:29 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.55570 -1.2724 5.65960 5.53770 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5556.500 -1.70706 5666.500 5543.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5576.500 -2.67888 5642.500 5576.500 MERCADOS INTERNACIONAIS O entusiasmo dos investidores com a temporada de balanços nos Estados Unidos continuou hoje e levou a novos recordes históricos de fechamento dos índices acionários Dow Jones e S&P 500 em Nova York. O Nasdaq também encerrou em alta, impulsionado pela ação da Tesla, que subiu 12,7% e atingiu US$ 1 trilhão em valor de mercado pela primeira vez. No câmbio, o dólar engatou um movimento de recuperação de perdas vistas na semana passada, ajudado pela fraqueza do euro após um recuo maior do que o esperado no sentimento das empresas alemãs. Com o começo do período de silêncio do Federal Reserve, antes da decisão de política monetária de novembro, os juros dos Treasuries ficaram sem sinal único. Ainda com a crise energética em foco, o petróleo WTI chegou a atingir US$ 85 por barril, pela primeira vez desde 2014, mas perdeu fôlego e fechou estável. "Wall Street está começando a acreditar que o movimento vertiginoso com o preço das ações da Tesla está longe de terminar, já que a Tesla tem uma enorme liderança no espaço de veículos elétricos e melhora o potencial de crescimento à medida que os mercados dos EUA, Europa e Ásia crescem", diz o analista de mercado Edward Moya, da Oanda. O estopim para a disparada nas ações da empresa, que terminaram a sessão em alta de 12,7%, foi o anúncio de que a locadora de automóveis Hertz vai comprar até 100 mil carros da Tesla, em um negócio avaliado em US$ 4,2 bilhões. Pela primeira vez na história, o valor de mercado da montadora ultrapassou US$ 1 trilhão. Com grande peso na composição do índice, o papel da Tesla impulsionou o Nasdaq, que encerrou o pregão com ganho de 0,90%, a 15.226,71 pontos. O Dow Jones, por sua vez, avançou 0,18%, a 35.741,15 pontos, e o S&P 500 subiu 0,47%, a 4.566,48 pontos. Ambos renovaram as máximas históricas de fechamento - no caso do Dow Jones, pela segunda sessão consecutiva. "Depois de outra semana decente de ganhos, os mercados dos EUA retomaram de onde pararam na sexta-feira, conforme a atenção se volta para outra grande semana de anúncios de balanços", afirma o analista-chefe de mercados da CMC Markets, Michael Hewson. Após o fechamento de hoje, Facebook divulgou lucro de US$ 9,19 bilhões no terceiro trimestre, levando sua ação para cima no after hours em Nova York. Os juros dos Treasuries, por sua vez, não mostraram sinal único. No fim da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos caía a 0,433%, o da T-note de 10 anos recuava a 1,635%, mas o do T-bond de 30 anos subia a 2,088%. Nesta semana, vigora o período de silêncio em que os dirigentes do Fed não discursam. Isso porque no dia 3 de novembro o BC dos EUA toma decisão de juros. É nessa reunião que pode ser anunciado o tapering, o processo de redução gradual das compras de ativos. No mercado cambial, o índice DXY, que mede a variação do dólar contra seis pares, fechou em alta de 0,18%, a 93,813 pontos. "O euro fez com que as principais moedas caíssem depois que dados europeus fracos sugeriram que o BCE [Banco Central Europeu] deve manter esta semana sua postura de política dovish", afirma o analista de mercado Joe Manimbo, da Western Union. Perto do horário de fechamento, a moeda europeia recuava a US$ 1,1614. A libra, por sua vez, caía a US$ 1,3767. Divulgado hoje, o índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha caiu de 98,9 pontos em setembro para 97,7 pontos em outubro. A expectativa de analistas era de que ficassem em 98,0. Com esse pano de fundo, as bolsas da Europa ficaram sem direção única. O índice FTSE 100 fechou em alta de 0,11% em Londres, aos 7.222,82 pontos, impulsionado pela ação do HSBC, que subiu 1,90% após a divulgação do balanço. Em Paris, por outro lado, o índice CAC 40 recuou 0,31%, para 6.712,87 pontos. Com uma oferta restrita em meio à crise energética global, e uma demanda crescente com a reabertura econômica, os preços do petróleo iniciaram o dia mais uma vez em alta. O barril do WTI chegou a valer US$ 85 pela primeira vez em sete anos. Com uma perda de fôlego, gerada pelo fortalecimento do dólar, contudo, o contrato da commodity para entrega em dezembro negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) fechou estável, em US$ 83,76. O Brent para o mesmo mês, contudo, subiu 0,54%, a US$ 85,99 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). (Iander Porcella - [email protected])
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