RECESSÃO E CAUTELA PRÉ-CPI PESAM, DERRUBANDO COMMODITIES, JUROS, REAL E BOLSAS

Blog, Cenário

Novos sinais de que a Europa pode entrar em recessão e recrudescimento da covid-19 na China pesaram sobre o sentimento do investidor nesta terça-feira, provocando a alocação em ativos mais conservadores. A cautela na véspera da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, que deve vir "altamente elevado" conforme já adiantou a Casa Branca, também pesou na aversão a risco ao longo desta tarde. Sob este conjunto de pressões, o preço do barril do petróleo teve queda entre 7% e 8% ao longo do dia. No encerramento, tanto o Brent quanto o WTI terminaram abaixo do nível psicológico de US$ 100 - respectivamente, US$ 99,49 e US$ 95,84. Outras commodities também sentiram o baque. O cobre, considerado por parte do mercado como um preditor do crescimento global, mergulhou mais de 4%. Iene e franco suíço se valorizaram ante o dólar, enquanto que a busca por segurança também se sobrepôs às expectativas inflacionárias nos Treasuries. As bolsas de Nova York tiveram baixa consistente na última hora da sessão. Aqui no Brasil, a baixa das matérias-primas se somou à correção de exageros de ontem na renda fixa, provocando a queda das taxas de juros futuros. Esse mercado também vê com alívio a perspectiva de votação da PEC dos Benefícios ainda hoje na Câmara, ainda que haja relatos de dificuldades de manutenção do quórum no Congresso. Tudo isso ocorreu a despeito da esticada do dólar ante o real, com a moeda americana no segmento à vista superando os R$ 5,44 na máxima da sessão. No fim do pregão, o dólar estava cotado a 5,4391 (+1,27%). Por sua vez, o Ibovespa ameaçou perder sua moderada recuperação e chegou a ceder nos minutos finais, mas encerrou com leve ganho de 0,06% (98.271,21 pontos).

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

MERCADOS INTERNACIONAIS

Wall Street se prepara para a publicação da inflação ao consumidor americano e encerrou a sessão de hoje no vermelho. Próximo ao horário de fechamento, os principais índices em Nova York renovavam mínimas, com ações do setor de energia liderando o recuo. O movimento se deu na esteira da queda de 7% do petróleo no mercado futuro, depois que a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve a previsão de alta na oferta e demanda, e levou o barril do Brent a perder a marca de US$ 100. Os temores de recessão seguem permeando as negociações, enquanto a temporada de balanços tem início no exterior. No câmbio, o dólar terminou o dia sem sinal único ante rivais, com o euro próximo da paridade quanto à divisa americana.

O foco dos investidores se volta para índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de junho, a ser publicado amanhã nos Estados Unidos. De acordo com as Projeções Broadcast, a expectativa é que haja alta mensal de 1,1% e salto anual de 8,8%. Caso se concretizem, os resultados representariam uma aceleração na inflação. A previsão, entretanto, é que o núcleo do CPI desacelere, com ganho mental de 0,5% e anual de 5,7%.

Em análise, o Citi concorda que o CPI de junho não deve ser o primeiro de uma série de leituras que indiquem desaceleração para os dirigentes do Federal Reserve (Fed), a ponto de mudarem sua postura política "muito agressiva". Para o banco, o mais provável é que o resultado solidifique a previsão de outro aumento de 75 pontos-base na taxa dos Fed Funds neste mês. Atualmente, os juros básicos do Fed estão entre 1,50% e 1,75%.

Monitoramento pelo CME Group mostra que o mercado projeta 90,6% de probabilidade de alta de 0,75 ponto porcentual na reunião de julho, seguida de 9,4% de chance de aumento de 100 pontos-base. Há um mês, as apostas para esses níveis de elevação eram de 9,5% e inexistente, respectivamente.

Desde então, dirigentes do banco central americano reiteraram seu foco em controlar o avanço da inflação. No monitoramento da Oxford Economics, a dinâmica de gargalos de oferta, que pressiona a alta de preços nos EUA, melhoraram pelo terceiro mês seguindo em junho. Ainda que os preços tenham estado "muito altos", o alívio se deu no âmbito das pressões inflacionárias, que devem se reduzir no segundo semestre deste ano, prevê a consultoria.

As preocupações quanto a menor crescimento das maiores economias do mundo, ou a possibilidade de recessão, também segue no radar dos investidores. No fechamento de hoje, o Dow Jones caiu 0,62%, o S&P 500, 0,92% e o Nasdaq, 0,95%. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos tinha baixa a 3,036%, o da T-note de 10 anos recuava a 2,953% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,138%.

Entre ações ligadas à tecnologia, Microsoft (-4,10%), Alphabet (-1,43%) e Tesla (-0,54%) tiveram perdas. A Netflix também registrou baixa, de 1,63%. À Dow Jones Newswires, fontes afirmaram que o serviço de streaming negocia com estúdios de Hollywood, como Warner Bros e Sony Pictures Television, para desenvolver uma versão do serviço com publicidade.

As quedas foram lideradas por papéis do setor de tecnologia, como Chevron (-1,83%), ExxonMobil (-1,33%) e ConocoPhillips (-2,45%). Tal perda se dá na esteira do tombo dos ativos de petróleo no mercado futuro: na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto fechou em baixa de 7,93% (US$ 8,25), a US$ 95,84, e o do Brent para setembro despencou 7,11% (US$ 7,61), a US$ 99,49, na Intercontinental Exchange (ICE).

A Opep informou em relatório mensal prever o crescimento de demanda global e oferta fora do grupo para 2022. Na análise da Capital Economics, tal projeção antecipa um cenário de oferta pressionada, o que deve levar à Opep e aliados a adotar uma política de produção mais relaxada em breve.

De olho na situação da covid-19 na China, na Nymex, o cobre com entrega prevista para setembro recuou 4,15%, a US$ 3,2880 por libra-peso.

No câmbio, o destaque ficou para a paridade entre dólar e euro, mesmo que breve, pela primeira vez em vinte anos. A moeda comum europeia perdeu forças após dados econômicos locais, enquanto a divisa americana opera em níveis elevados, dada sua característica de porto seguro de investidores e crescente deterioração de perspectivas econômicas. Na marcação, o euro caía a US$ 1,0042. Conforme reportagem especial publicada no Broadcast às 12h52, grandes bancos dos dois lados do Atlântico, como Goldman Sachs, Morgan Stanley e Barclays, já veem chances de que o euro caia abaixo da paridade durante esta estação, pela primeira vez em duas décadas.

O índice DXY do dólar fechou quase estável, com alta de 0,05%, a 108,072 pontos. No horário citado, a libra subia a US$ 1,1891 e o dólar caía a 136,79 ienes e a 0,9817 francos suíços. Em evento hoje, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, afirmou que a instituição tem "mais opções à mesa" do que a alta de 25 pontos-base nos juros básicos. O BoE promoveu aumentos nessa magnitude nas últimas quatro decisões de política monetária. (Ilana Cardial - [email protected])

Volta

JUROS

Os juros futuros terminaram o dia em queda, definida no período da tarde, após manhã de volatilidade. O cenário internacional, com o recuo nos preços das commodities, sobretudo o tombo de mais de 7% do petróleo, somado à perspectiva de que, enfim, a PEC dos Benefícios seja aprovada nesta terça-feira na Câmara abriram espaço para uma correção de parte da forte alta vista nas duas últimas sessões - ontem as taxas haviam fechado nos maiores níveis desde 2016. Esse contexto acabou preponderando ante a influência negativa da desvalorização do câmbio.

As principais taxas fecharam nas mínimas, exceto a do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023, que fechou em 13,845% (mínima de 13,825%), de 13,886% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2024 encerrou a 13,70%, caindo 20 pontos-base ante o ajuste de ontem de 13,902%. A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou a 13,04%, de 13,22% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa a 12,91%, de 13,08%.

A manhã foi de indefinição no rumo das taxas em meio às incertezas do cenário externo e com reação apenas pontual à Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) mais forte que a esperada, com viés de alta no trecho curto. O temor persistente de recessão global acabou colocando a curva num jogo de forças entre acompanhar a deterioração do câmbio e o alívio das commodities, duas variáveis importantes para o comportamento da inflação. No começo da tarde, o sinal de baixa se firmou, com a ampliação nas perdas do petróleo e a aprovação pelo Congresso da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, lida pelos profissionais da área de renda fixa como indicação positiva para o andamento da PEC dos Benefícios na Câmara.

"A evolução da LDO e mais a probabilidade de passar a PEC (dos Benefícios) sem destaques ajudam. As commodities seguem em queda, ajudando a compensar os problemas do real mais fraco quando pensamos em inflação", disse o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier.

"Ainda que tenhamos o dólar pressionado, a curva deu uma esticada forte nos últimos dias", lembrou o operador de renda fixa da Mirae Asset Paulo Nepomuceno, para quem os preços de energia no curto e médio prazo tendem a ser chave para calibrar as expectativas do mercado quanto à Selic. Ele não descarta que o petróleo, num cenário mais próximo da recessão, possa chegar a US$ 85 por barril, nível pré-guerra na Ucrânia. "Não seria absurdo, dado que a demanda será bem menor. Normalizando os preços de energia, as taxas entre 2023 e 2024 ficarão mais tranquilas", comentou.

O barril do Brent, referência para a Petrobras, fechou hoje em US$ 99,49, em queda de 7,11%. Não só o petróleo caiu, como também matérias-primas metálicas e agrícolas - minério de ferro, soja, milho, trigo e açúcar.

Nesse cenário de incertezas e com o ciclo de aperto da Selic já bem avançado, o mercado considera mais razoável apostar num período maior de Selic estável após o fim do processo do que em níveis muito mais elevados de taxa.

Para o economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, 2023 será um ano de juros altos e crescimento baixo, levando em conta os efeitos do aperto monetário por período prolongado. A expectativa dele é de que o Copom elevará a Selic para 13,75%, com mais um aumento de 0,5 ponto porcentual em agosto, mantendo a taxa nesse patamar até julho do ano que vem. A partir do segundo semestre de 2023, o BC, “com tudo correndo bem”, deverá ter condição para começar a cortar gradualmente a taxa. Sua previsão é de a Selic fechar o ano que vem em 11%. Ele participou hoje do BTG Talks.

Outro estímulo para a segurar a curva em baixa na parte da tarde foi a aprovação da LDO no fim da manhã, não pelo texto em si, mas pelo sinal emitido para o mercado de que os parlamentares se esforçam para zerar a pauta pendente antes do recesso, num sinal positivo para o "fim da novela" da PEC dos Benefícios. A expectativa é de que esta seja votada e aprovada hoje pela Câmara. "A PEC não é boa, mas se aprovada pelo menos acaba essa indefinição e o toma lá da cá com o Centrão", disse Nepomuceno. O impacto da PEC é de R$ 41,2 bilhões que extrapolam o teto de gastos.

Na agenda de indicadores, o volume de serviços em maio subiu 0,9% em maio ante abril, superando largamente a mediana das estimativas (+0,2%) e ficando perto do teto (+1,0%). Trata-se de mais um indicador a reforçar a ideia de que a atividade esteve resiliente no segundo trimestre, melhorando a percepção sobre o PIB. Mas a repercussão foi limitada na curva até porque a perspectiva é de que o desempenho positivo não se sustente na medida em que a política monetária vá fazendo efeito sobre a economia.

Ainda no âmbito local, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou uma bateria de reduções nos preços de energia de distribuidoras, mas a avaliação é de que terá efeito marginal sobre a inflação de 2022. A mudança cumpre lei aprovada pelo Congresso que prevê a devolução integral de créditos tributários de PIS/Cofins cobrados indevidamente nos últimos anos dos consumidores de energia.

O Tesouro realizou leilão de NTN-B, bem menor em termos volume e de risco para o mercado. A oferta, que na semana passada era de 450 mil e na retrasada, de 800 mil, hoje ficou em 250 mil. Ainda assim, não houve demanda integral, com venda de 198.100 títulos. Apenas a oferta de 150 mil títulos do vencimento de 15/8/2032 foi absorvida integralmente. Dos lotes de 50 mil para 2025 e 50 mil para 2045, foram vendidos 32.400 e 15.700, respectivamente. (Denise Abarca - [email protected])

17:26

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 13.30

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.15

Over Selic (%a.a) 13.15

CÂMBIO

O dólar emendou mais um pregão de forte alta na sessão desta terça-feira (12) e voltou a ultrapassar a linha de R$ 5,40, alcançando o maior valor de fechamento desde 26 de janeiro. Uma vez mais, o real e seus pares emergentes sofreram com o tombo das commodities diante dos temores de que o mundo amargue uma recessão, agravados por novas medidas restritivas na China para combate a surto de Covid-19 e dados fracos de atividade na Europa.

A perspectiva de que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos em junho, que será divulgada amanhã, apresente a maior alta anualizada em 40 anos, hipótese admitida até pelo presidente americano, Joe Biden, alimenta a busca global pela moeda americana. Referência do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY operava em leve alta no fim da tarde, acima dos 108,100 pontos.

Pela manhã, o euro atingiu a paridade com o dólar, ou seja, o valor de 1 por 1, pela primeira vez desde 2002, sob impacto do resultado do índice ZEW de expectativas da Alemanha abaixo do esperado em julho (-53,8 pontos). Paira sobre a região o temor de que, após o período de manutenção do gasoduto Nord Stream 1 (até 21 de julho), a Rússia não retome totalmente o fornecimento de gás à Europa.

Por aqui, o dólar já abriu em alta firme, superando a linha de R$ 5,40. Após passar a tarde rodando entre R$ 5,41 e R$ 5,42, acelerou na última hora de negócios com piora do sentimento externo e tocou máxima a R$ 5,4431 (+1,34%). No fim do dia, a moeda avançava 1,27%, cotada a R$ 5,4391. Com isso, a divisa acumula valorização de 3,25% nos dois primeiros pregões desta semana.

"Vemos hoje uma continuidade da dinâmica de ontem nos mercados. O real está apanhando muito por conta das commodities. Há uma desalavancagem bem forte em ativos de risco com o medo de recessão", afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig.

Commodities agrícolas e metálicas desabaram. O cobre fechou em baixa de mais de 4%. O minério de ferrou negociado em Qingdao, na China, caiu 7,64%, para o nível mais baixo desde dezembro de 2021. As cotações do petróleo tombaram mais de 7% com perspectiva de desaceleração da atividade global. O contrato do Brent para setembro, referência para a Petrobras, fechou em queda de 7,11%, a US$ 99,49 o barril. Moedas emergentes latino-americanas pares do real, também muito ligadas a commodities, apanharam, com as maiores perdas ficando com o peso chileno.

Segundo Jolig, a perspectiva é que o dólar siga forte no mundo. A divulgação do índice de inflação ao consumidor (CPI) nos EUA em junho amanhã deve reiterar a aposta de que o Federal Reserve manterá o ritmo de aperto monetário, em um ambiente de mercado de trabalho apertado e inflação já dando sinais de inércia. Do outro lado do Atlântico, o Banco Central Europeu (BCE) deve ser mais cauteloso, o que prejudica o euro. Eventuais problemas de fornecimento de gás russo têm impacto ao mesmo tempo recessivo e inflacionário na região e dificulta o trabalho do BCE.

Segundo o gestor, esse quadro global conturbado acaba por prejudicar o real, que não consegue se beneficiar da perspectiva de manutenção do diferencial entre juros internos e externos em níveis elevados, a despeito do aperto monetário conduzido pelo Fed. "Existe também uma demanda tradicional por dólar com a proximidade das eleições, embora não veja grandes mudanças na política econômica", afirma Jolig. "A tendência de apreciação do real por enquanto está interrompida".

Para o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, o fortalecimento da moeda americana no exterior impede que a taxa de câmbio se fixe abaixo de R$ 5,00. "O movimento recente do dólar global sugere que o nível próximo ao atual [do real], ou um pouco mais forte ou mais fraco, é razoável dado todo o contexto global e como o dólar tem se comportado perante outras moedas", disse Mesquita, em evento. (Antonio Perez - [email protected], com Cicero Cotrim)

17:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.43910 1.2679 5.44310 5.37170

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5470.000 1.17451 5471.500 5400.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5447.599 06/07    

BOLSA

Vindo de duas perdas, a de ontem na casa de 2%, o Ibovespa ensaiou recuperação discreta em boa parte da sessão, mas acabou cedendo à piora em Nova York no fim da tarde. Hoje, oscilou entre 97.253,19 e 98.736,56, saindo de abertura aos 98.212,46 pontos, e fechou bem perto da estabilidade (+0,06%), a 98.271,21 pontos. No fim da tarde, chegou a oscilar para o negativo enquanto as perdas do S&P 500 e Nasdaq, nas mínimas do dia, superavam 1%. Assim, abaixo dos 98 mil pontos, chegou a flertar com a renovação do menor nível de fechamento do ano, do último dia 23 (98.080,34) - também o pior desde 4 de novembro de 2020, então aos 97.866,81. Ainda fraco, o giro ficou em R$ 19,6 bilhões na sessão. No mês, o Ibovespa segue em terreno negativo (-0,27%), com retração no ano a 6,25% - na semana, cede agora 2,01%.

Ao longo do dia, a forte correção nos preços do petróleo impediu que o Ibovespa fosse muito longe, mesmo nos melhores momentos da sessão. Tanto o Brent como o WTI foram negociados abaixo dos três dígitos nesta terça-feira, em meio a persistentes sinais de que uma recessão global esteja em aproximação, o que, por sua vez, continua a apoiar a fuga para segurança no dólar, com o qual as commodities costumam manter correlação negativa.

Aqui, a moeda americana fechou o dia em alta de 1,27%, a R$ 5,4391, tendo chegado a R$ 5,4431 no pico da sessão. O índice DXY, que contrapõe o dólar a uma cesta de referências como euro, iene e libra, operou perto da estabilidade nesta terça-feira, chegando a oscilar para o negativo, mas ainda em patamar muito alto, em torno dos 108 pontos.

A correção do petróleo, acentuada pela indicação da Opep de que manterá a oferta, refletiu-se nas ações de Petrobras (ON -1,96%, PN -1,50%), com Vale ON (+0,30%) tendo chegado também a oscilar para o negativo no começo da tarde, em sessão sem sinal único para os setores de siderurgia (Gerdau PN +0,78%, CSN ON -0,35%) e de bancos (Bradesco PN +0,41%, Itaú PN -0,22%). No fechamento na ICE, o Brent para setembro mostrava queda de 7,11%, o equivalente a US$ 7,61, a US$ 99,49 por barril.

Mais cedo, moderada recuperação do Ibovespa era favorecida pela busca de descontos em ações muito amassadas no ano, como as de varejo. Na ponta do Ibovespa, Magazine Luiza fechou em alta de 11,41%, à frente de Via (+9,44%) e de Americanas ON (+8,26%). A sessão também foi positiva para outro setor descontado, o de companhias aéreas, favorecido na sessão pelo recuo do petróleo - destaque para Azul, em alta de 7,73% no fechamento. Na ponta oposta, 3R Petroleum cedeu 6,46%, SLC Agrícola, 6,19%, e Pão de Açúcar, 3,42%.

"O cenário global está muito complicado e o Brasil, como de costume, não se ajuda", avalia em relatório a equipe de gestão da Verde Asset, do gestor Luis Stuhlberger. "O real se desvalorizou de maneira importante, as taxas de juros se mantêm pressionadas, mas os políticos continuam numa espécie de metaverso brasiliense, onde o populismo é moeda corrente e a única coisa que importa é a eleição", aponta a carta de gestão do fundo multimercados Verde FIC FIM. No mês de junho, o desempenho do multimercados foi de -1,86%, enquanto o acumulado do ano é de ganhos de 7,59%.

"Como a inflação nos EUA ainda está muito distante do objetivo de 2% a.a., os mercados globais devem continuar pressionados por algum tempo, o que justifica uma postura ainda cautelosa nos investimentos", aponta por sua vez em carta mensal a Persevera Asset Management, observando que "o ano de 2022 vem sendo marcado por uma deterioração dos mercados globais, que se acelerou no segundo trimestre".

"A normalização das cadeias produtivas deverá continuar a acontecer gradativamente, enquanto a demanda deverá ser reduzida pela retirada de estímulos fiscais e monetários. Restará, ainda assim, a incerteza em relação à continuidade da guerra na Europa e das sanções à Rússia. Quanto mais prolongadas forem as sanções, maior será a desaceleração econômica necessária para reduzir a inflação, e mais profundas poderão ser as perdas dos ativos financeiros", acrescenta a casa.

Nas últimas sessões, "além de preocupações sobre uma potencial recessão nos Estados Unidos e em mercados desenvolvidos, receios da volta de lockdowns na China diante de novo aumento de casos de covid-19 no país acabaram impulsionando a aversão a risco", observa Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos. "O medo de uma economia global andando de lado e uma China que cresce menos derrubou também os preços das commodities, o que pesa no Ibovespa, que tem cerca de 36% da sua composição ligada a materiais básicos", acrescenta. (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Aramis Merki II)

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 98271.21 0.05982

Máxima 98736.56 +0.53

Mínima 97253.19 -0.98

Volume (R$ Bilhões) 1.96B

Volume (US$ Bilhões) 3.62B

17:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 99290 0.09577

Máxima 99835 +0.65

Mínima 98285 -0.92

Gostou do post? Compartilhe:

Pesquisar

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Categorias

Newsletter

Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Posts relacionados

Receba nossos conteúdos por e-mail
Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Copyright © 2023 Broker Brasil. Todos os direitos reservados

Abrir bate-papo
Olá!
Podemos ajudá-lo?