REAL CONTRARIA DEMAIS ATIVOS E MANTÉM MELHORA EM DIA DE RECORDE EM NY

Blog, Cenário
Nem mesmo o otimismo externo, ainda mais evidente na segunda metade do dia, conseguiu dar rumo único para os mercados brasileiros nesta quarta-feira, com cada um reagindo a fatores particulares. O real, um dos ativos locais mais descontados, foi na contramão de outras moedas emergentes e firmou alta ante o dólar à tarde, num movimento que ainda reflete o otimismo com a agenda de reformas, após o governo prometer entregar a Administrativa ao Congresso amanhã e a aprovação, na Câmara, da nova Lei do Gás. Também deriva de fluxo de entrada de recursos para ofertas de ações e captações de empresas no exterior. Tal cenário abriu espaço para a continuidade da desmontagem de posições mais defensivas iniciadas na véspera, quando estrangeiros reduziram as apostas no dólar em US$ 4,4 bilhões no mercado futuro, um dos movimentos mais intensos das últimas semanas. Assim, o dólar cedeu 0,51% no mercado à vista, a R$ 5,3575. Enquanto isso, o Ibovespa, um dos ativos brasileiros menos descontados atualmente, recuou 0,25%, para 101.911,13 pontos, e seguiu caminho contrário aos pares americanos, onde houve alta generalizada e expressiva, com S&P 500 e Nasdaq renovando recordes mais uma vez. Enquanto por aqui os investidores optaram por uma pausa após a disparada de 2,82% da véspera, à espera da entrega amanhã, pelo governo ao Congresso, da reforma administrativa, em Wall Street os agentes se apegaram ao "otimismo modesto" com a economia, trazido pelo Livro Bege, para deixar os dados do mercado de trabalho abaixo do previsto completamente de lado. Também ajudou o fato de o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) americano ter medido para que governadores se preparem para distribuir vacina contra o coronavírus a partir de 1° de novembro. Na renda fixa, os juros futuros, após passarem boa parte do pregão sem direção definida, encerraram o dia com leve alta nos contratos de médio e longo prazos, com os players montando posições para o leilão de prefixados desta quinta-feira. E mesmo que a percepção sobre o futuro da política fiscal tenha melhorado, as taxas curtas, ao embutirem possibilidade de aperto monetário ainda neste ano, mostram que alguma cautela persiste.    
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  CÂMBIO O real foi na contramão de outras moedas emergentes e operou valorizada ante o dólar na tarde de hoje, após uma manhã volátil. A divisa dos Estados Unidos teve dia de valorização praticamente generalizada no mercado internacional. No mercado doméstico, porém, fechou em queda, em meio às expectativas de avanço das reformas, que cresceram após a aprovação do novo marco legal do setor de gás na Câmara ontem à noite, e as reiteradas promessas de disciplina fiscal pelo governo.   Os mesmos fatores ajudaram o risco Brasil a cair abaixo de 200 pontos pela primeira vez desde 10 de março. Nesse ambiente, estrangeiros fizeram ontem forte redução de posições compradas em dólar futuro, que apostam na valorização da moeda americana, em 88 mil contratos, o equivalente a US$ 4,4 bilhões, um dos movimentos mais intensos das últimas semanas.   No encerramento dos negócios hoje, o dólar à vista fechou em queda de 0,51%, cotado em R$ 5,3575. No mercado futuro, o dólar que vence em outubro era negociado em baixa de 0,78% às 17h, em R$ 5,3625. O giro seguiu no patamar de ontem, ao redor de US$ 10 bilhões, abaixo da média de dias anteriores, na casa dos US$ 15 bilhões.   Profissionais das mesas de câmbio relataram ainda entrada de capital externo para várias ofertas de ações, em uma lista que já soma mais de 40 empresas e que cresce a cada dia. Ainda nas emissões, a Suzano anunciou captação externa, com teto de US$ 2 bilhões e precificação nesta quinta-feira. Contudo, os dados do Banco Central de agosto mostram que as saídas de recursos prosseguiram, somando US$ 5,366 bilhões até o dia 28 pelo canal financeiro, em mês marcado por aumento do temor fiscal, que diminuiu apenas nos últimos dias.   O sócio fundador da Polo Capital, Claudio Andrade, observa que a situação fiscal brasileira ficou muito agravada, mas tem havido consenso da necessidade de avançar com reformas, em meio a um juro historicamente baixo e inflação comportada. "Algum tipo de reforma tributária a gente vai ter que ter", disse ele em live hoje da Genial Investimentos, ressaltando que a tramitação do texto junto com a reforma administrativa pode ajudar a dividir o "barulho" que as medidas propostas terão no Congresso, com vários grupos tentando definir seus interesses.   Para o sócio e economista-chefe da Pátria Investimentos, Luis Fernando Lopes, considerando o ajuste da taxa de câmbio pela Paridade de Poder de Compra (PPP), o real atualmente está 30% desvalorizado e o investidor estrangeiro ainda não conseguiu perceber que o Brasil terá este ano, e em 2021, recuperação econômica mais forte que outros países da América Latina. Sobre a questão fiscal, Lopes disse que a impressão crescente é que a equipe econômica "traçou uma linha no chão" e não vai querer "explodir o teto e fazer política de expansão fiscal irresponsável para reeleger o presidente a qualquer custo. "Aparentemente Bolsonaro não quer provocar essa ruptura fiscal", disse hoje em evento da Alper Seguros.   Os analistas do Citigroup em Nova York destacam que o avanço da reforma administrativa, a julgar por declarações anteriores de Bolsonaro, era esperado apenas para 2021, por isso foi positiva a afirmação de que o texto será entregue amanhã ao Congresso. Além disso, a prorrogação do auxílio emergencial, que agora será de R$ 300 por mês, veio dentro do esperado e não será necessário alterar novamente as projeções fiscais para o Brasil.   Nas apostas do mercado futuro, estrangeiros cortaram ontem de 172 mil para 84 mil as apostas compradas em dólar futuro na B3, de acordo com dados da Bolsa monitorados pela corretora Renascença. Ao mesmo tempo, fundos nacionais diminuíram em 80 mil contratos as posições vendidas em dólar futuro (que ganham com a queda da moeda dos EUA), o equivalente a US$ 4 bilhões. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     17:36   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.35750 -0.5144 5.43080 5.34630 Dólar Comercial (BM&F) 5.4802 0 DOLAR COMERCIAL 5357.000 -0.86973 5436.000 5351.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5365.500 -0.40906 5365.500 5365.500     BOLSA Em dia bem positivo em Nova York, com S&P 500 e Nasdaq em novas máximas históricas - apesar da fraca leitura sobre a geração de empregos no setor privado dos EUA, antes do resultado oficial de agosto sobre o mercado de trabalho americano, na sexta-feira -, o Ibovespa, sem catalisadores domésticos de peso, travou hoje parte da alta da sessão anterior, quando saiu dos 99 mil pontos para retomar sem escala os 102 mil pontos, em avanço bem disseminado por empresas e setores, deixando margem para o ajuste subsequente.   Assim, neste meio de semana, véspera do encaminhamento pelo governo da proposta de reforma administrativa ao Congresso, o principal índice da B3 fechou em baixa de 0,25%, aos 101.911,13 pontos, tendo chegado a 100.871,79 (-1,27%) na mínima do dia, saindo de máxima a 102.823,88 pontos, com abertura a 102.168,42 e giro financeiro fraco, a R$ 22,1 bilhões no encerramento. Na semana, o Ibovespa cede agora 0,23% e, no ano, 11,88%. O ganho nestas duas primeiras sessões de setembro foi hoje a 2,56%, após o avanço de 2,82% no dia anterior, que havia sido o maior desde 8 de junho (3,18%).   No fechamento desta quarta, após ter ensaiado realização mais forte por volta das 13h30, o índice se distanciou da mínima da sessão, quando se deu, ligeiramente, "uma pontada na primeira linha, especialmente Vale e siderurgia, que acabou levando o Ibovespa junto, com a margem proporcionada pela boa alta de ontem", diz Ari Santos, operador de renda variável da Commcor. No encerramento, Vale ON mostrava moderada perda de 0,71%, com Gerdau Metalúrgica em baixa de 1,53% e Gerdau PN, de 1,05%. Ajustes menores foram observados em Petrobras PN (-0,31%) e ON (-0,26%), apesar de dia mais negativo nos preços do petróleo, em queda de 2,52% para o Brent de novembro na ICE.   Na ponta positiva do Ibovespa, Fleury fechou hoje em alta de 6,61%, após a empresa lançar a Saúde iD, unidade de tecnologia que fará o atendimento a uma base de clientes que, na primeira fase, chega a 7 milhões de pessoas - logo após Fleury, Totvs fechou em alta de 3,47%, Hypera, de 3,42%, e Eletrobras ON, de 3,40%. No lado oposto, Suzano cedeu 4,13%, seguida por Cosan (-3,16%) e Klabin (-2,68%).   "Faltou 'driver' na sessão, de forma que facilitou a realização de lucros, em momento em que o Ibovespa tem se mantido lateral. Para se afastar deste nível mais consolidado em que tem persistido, precisará, mais à frente, de uma temporada de bons resultados corporativos no terceiro trimestre, que reflitam a melhora que tem sido observada em diversos indicadores, como os de varejo", diz Daniel Herrera, analista da Toro Investimentos. "Muita coisa já foi para o preço desde que começaram a chegar indicações, aqui e fora, de que se evitou o pior e de que a recuperação segue em curso. Mas será preciso acompanhar como ficará o consumo daqui ao fim do ano, com a redução do auxílio emergencial a R$ 300", acrescenta.   "Há muita expectativa para o que de fato virá nesta proposta de reforma administrativa, já aparecem sinais de que o funcionalismo deseja conversar com o governo. Sabemos que, assim como o teto de gastos, as reformas são essenciais à estabilidade fiscal, e a preocupação com este aspecto tem mantido o mercado doméstico sem correlação com Nova York, que tem avançado especialmente sob o impulso das ações de tecnologia", observa a analista Sandra Peres, da plataforma digital TradeMap. (Luís Eduardo Leal - [email protected])     17:19   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 101911.13 -0.25108 Máxima 102823.88 +0.64 Mínima 100871.79 -1.27 Volume (R$ Bilhões) 2.21B Volume (US$ Bilhões) 4.11B         17:36   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 102100 -0.08807 Máxima 103125 +0.91 Mínima 100950 -1.21     MERCADOS INTERNACIONAIS Foi com a expressão "otimismo modesto" que o Livro Bege, do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), resumiu o estado atual da maior economia do planeta. A avaliação é de que houve melhoras consistentes no mercado de trabalho e nos preços nos EUA, embora em níveis bem abaixo dos verificados antes da emergência do coronavírus. O diagnóstico de que a recuperação está desacelerando chegou a frear pontualmente a alta nas bolsas de Nova York, mas não a ponto de desestabilizar um pregão majoritariamente positivo. Como resultado, os três principais índices de Wall Street registraram ganhos sólidos, com S&P 500 e Nasdaq, mais uma vez, nas máximas históricas e o Dow Jones de volta aos 29 mil pontos depois de mais de seis meses. Os juros dos Treasuries ficaram sem direção única, com contínuo impasse em Washington sobre pacote fiscal e risco menor da covid-19. No câmbio, o dólar seguiu em escalada, enquanto euro e libra se desvalorizaram na esteira de perspectivas negativas para um acordo pós-Brexit. Só o petróleo contrariou o ânimo dos mercados: as cotações caíram quase 3%, mesmo com redução dos estoques da commodity nos EUA.   A indústria sinalizou avanço na maioria dos distritos americanos, de acordo com o Livro Bege, sumário das condições econômicos do país divulgado pelo Fed. O documento destaca particularmente o desempenho dos setores automotivo, da atividade portuária e do mercado imobiliário residencial, além de um relativo progresso em turismo e hospitalidade. No entanto, o relatório é enfático quanto à prevalência dos riscos: "os ganhos foram modestos e a atividade se manteve bem abaixo do nível anterior à pandemia de covid-19".   Nos mercados acionários, houve uma reação bem tímida aos prognósticos do Fed e investidores foram às compras. O índice Dow Jones fechou em alta de 1,59%, a 29.100,24 pontos, acima dos 29 mil pontos pela primeira vez desde 20 de fevereiro, antes dos efeitos mais pronunciados do coronavírus começarem a se manifestar. O S&P 500 avançou 1,54%, a 3.580,84 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,98%, a 12.056,44 pontos - ambos nos níveis mais altos da história. Os ganhos foram generalizados, mas ações do setor de tecnologia se destacaram, sobretudo Facebook (+2,39%) e Alphabet, controladora do Google (+3,76%). A Apple (-2,07%) foi a exceção, com realização de lucros após fortes altas na sequência do desdobramento das ações.   A BK Asset Management destaca o avanço "parabólico" do Nasdaq, que subiu 30% no ano da mais grave crise econômica do século. "Vários analistas já ressaltaram que o valor atual das ações está próximo do nível mais alto da história, enquanto a capitalização do mercado acionário se aproxima rapidamente de 200% do Produto Interno Bruto (PIB)", ressalta.   A recuperação das ações é sublinhada pela percepção de que o coronavírus começa a arrefecer nos EUA. Nesta tarde, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) pediu aos governadores que se programem para distriburir uma vacina contra a doença a partir de novembro. Dentro desse cenário, os mercados têm deixado de lado o contínuo impasse em relação a um novo pacote fiscal. Prova disso é que a declaração do líder republicano no Senado, Mitch McConnell, de que uma nova rodada de estímulos é improvável, não repercutiu nas mesas de operação.   O problema é que vários economistas já condicionaram a continuidade da recuperação à política fiscal. A presidente da distrital de Cleveland do Fed, Loretta Mester, argumentou que mais estímulos são necessários para garantir a retomada. Já o líder da distrital de Nova York do Fed, John Williams, minimizou o impacto das despesas na dívida. "Melhorar coisa que podemos fazer contra desigualdades é retomar o nível de empregos", argumentou, durante evento virtual promovido pelo Comitê Bretton Woods.   Seja como for, o dólar deu sequência ao movimento de valorização durante todo o dia. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou com ganho de 0,55%, a 92,847 pontos. O movimento pesou sobre libra (US$ 1,3339) e euro (US$ 1,1842), pressionados pela indefinição a respeito de um acordo comercial para ditar as relações entre Reino Unido e União Europeia no período subsequente à oficialização do Brexit, marcado para o fim deste ano. Hoje cedo, o negociador da UE, Michael Barnier, revelou que Londres rejeitou todas as propostas de Bruxelas e se disse "desapontado" com os britânicos. Segundo o Western Union, o entrave deve levar volatilidade à moeda britânica.   Volatilidade também foi observada no mercado de petróleo, que contrariou o sentimento de risco positivo e registrou fortes perdas, também prejudicado pela valorização do dólar. O Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos EUA informou que os estoques da commodity no país caíram 9,3 milhões de barris na semana passada, muito acima da previsão de analistas.   Contudo, o resultado ficou em segundo plano, porque, conforme analisa o Commerzbank, as perspectivas são de avanço na produção, ainda mais com o fim da temporada de tempestades tropicais. Com isso, o contrato do WTI para outubro fechou em queda de 2,92%, a US$ 41,51 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro baixa 2,52%, a US$ 44,43 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).   Na renda fixa, predominou o mesmo fenômeno verificado nos últimos dias: juros dos Treasuries em direções distintas. Próximo do fechamento das bolsas nova-iorquinas, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 0,1486%, enquanto o da T-note de 10 anos caía a 0,6502% e o da T-bond de 30 anos cedia a 1,3798% (André Marinho - [email protected])     JUROS Os juros fecharam a sessão em leve alta nos contratos de médio e longo prazos e perto da estabilidade na ponta curta. O sinal foi definido somente no meio da tarde, em função da movimentação dos players para o leilão de prefixados desta quinta-feira. Até então, percorriam a quarta-feira rondando os ajustes de ontem, não se deixando levar pelo bom humor externo, nem pela queda do dólar e do risco Brasil medido pelo Credit Default Swap (CDS, em inglês). O mercado esteve dividido entre fatores positivos e negativos. De um lado, a melhora na perspectiva fiscal e da agenda econômica trazida desde ontem pela expectativa em torno da reforma administrativa e pela aprovação da Lei do Gás na Câmara. De outro, dois índices de inflação surpreendentes (IPC-Fipe e IPP) na agenda do dia e otimismo sobre o ritmo da atividade. Uma vez que ontem as taxas já devolveram bastante prêmio, o saldo foi um movimento lateralizado na maior parte do dia.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu a 2,83% (máxima), ante 2,793% ontem no ajuste. A do janeiro 2023 foi de 3,964% a 4,01%. E o janeiro 2027 passou de 6,743% para 6,790% (máxima). O DI para janeiro de 2025 fechou com taxa de 5,82%, de 5,774% ontem   Como tem sido frequente desde julho, quando o Tesouro passou a ofertar lotes gigantes de prefixados nos leilões de quinta, o mercado um dia antes já começou a montar posições, seja de hedge seja para obter taxas mais atrativas na operação. A expectativa é novamente de oferta volumosa de LTN, sobretudo após a instituição endossar na semana passada que o encurtamento do prazo da dívida é inevitável dentro do contexto de aumento de custos em função da pandemia. No último leilão, o Tesouro colocou 22,5 milhões de LTN e 450 mil NTN-F.   Ao longo do dia, no entanto, não houve trajetória firme. "Já tivemos ontem um ajuste razoável e hoje, resultados inflacionários que pesaram. Isso está segurando um pouco as taxas, além do fato de o mercado estar mais animado com a atividade", afirmou o estrategista-chefe da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi.   Em contrapartida, ele diz que o ambiente político é mais positivo, indicando dificuldade menor para o avanço da agenda de reformas. "Parece haver mais disposição de governo e Congresso de fazer a negociação, permitindo alguma pressão fiscal no curto prazo em troca da melhora de ambiente de negócios e mudanças estruturais de longo prazo. É a melhor alternativa na atual circunstância em que o quadro político não permite tanta austeridade", disse.   Nesse contexto, é grande a expectativa sobre o envio da reforma administrativa ao Congresso, prometido para amanhã, que, na percepção dos analistas, deve ser de tramitação relativamente rápida. Outra boa notícia foi a aprovação pela Câmara da lei que abre o mercado de gás, por um placar amplo de 351 a 101, um passo importante para o chamado "choque da energia barata" que Paulo Guedes quer implantar no País. O projeto tem como objetivo abrir a concorrência no setor e baratear o preço do insumo, sendo a aposta do governo para destravar investimentos de até R$ 43 bilhões.   Já a agenda reforçou a percepção de que pode não haver mesmo espaço para mais cortes da Selic. Há alguns dias, o tema da inflação vem ganhando espaço na pauta do mercado, dado o desempenho ruim dos preços no atacado e os sinais de recuperação da atividade, o que já tem impactos nítidos por exemplo nas negociações com NTN-B no secundários. Hoje, a Fipe informou que o IPC de agosto subiu 0,78%, mais de três vezes a inflação de julho (0,25%), estourando em grande margem o teto das estimativas dos analistas (0,67%). Outro susto veio do IPP de julho, que avançou 3,22%, a maior variação positiva da série histórica, iniciada em janeiro de 2014.   "A forte aceleração do IPC-Fipe sugere que os preços ao consumidor não devem passar totalmente impunes aos bilhões em auxílio e às intensas pressões no atacado", afirmou o Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.   Pela manhã, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, lembrou que "se ainda há espaço para cortar a Selic, esse espaço deve ser muito pequeno". "Estamos próximos do limite inferior para a taxa de juros. Explicamos bastante o que consideramos como nosso 'lower bound' e acredito que o mercado entendeu", reafirmou, em evento virtual da Bloomberg. (Denise Abarca - [email protected])     17:35   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.91 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90  
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