REAJUSTE DO MÍNIMO PRESSIONA ATIVOS LOCAIS; NA BOLSA, AMERICANAS PESA ADICIONALMENTE

Blog, Cenário

Se até o meio da tarde a grande notícia do dia nos mercados parecia estar restrita à crise na Americanas e seus desdobramentos no Ibovespa, uma informação do Broadcast despertou o gatilho do risco fiscal, pesando sobre os juros, o real e, em menor medida, o próprio índice acionário. A reportagem apurou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia reajustar o salário mínimo acima dos R$ 1.320,00 previstos no Orçamento. A ala política do governo é favorável à medida, mas a econômica, tendo o Ministério da Fazenda à frente, é contra. A ideia é que essa despesa seja custeada com parte do corte de R$ 50 bilhões de gastos proposto pelo ministro Fernando Haddad na semana passada, trazendo mais um choque entre os grupos político e econômico do governo, que já vinham travando embates desde a transição com a extensão da desoneração dos combustíveis. Desta forma, com a liquidez afetada pelo feriado nos Estados Unidos e em um reequilíbrio dado o alívio recente, os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) e o dólar subiram. Nos DIs, o incômodo com revisões para cima do IPCA já pressionavam as taxas desde cedo, mas o grande peso veio com o noticiário fiscal. A taxa para janeiro de 2027 subiu 28 pontos-base em relação ao ajuste de sexta-feira, a 12,48%. O dólar à vista fechou o dia aos R$ 5,1486, valorização de 0,83%. Na Bolsa, Americanas derreteu 38,41% e levou junto bancos (Santander -4,41% e Bradesco PN -2,21%), uma vez que o mercado ainda desconfia da extensão dos danos do rombo bilionário na companhia. O índice recuou aos 109.209,07 pontos, queda de 1,54%. No exterior, sem o mercado americano, o destaque foi a queda do petróleo Brent a R$ 84,46 (-0,96%), em sessão marcada por dúvidas quanto ao crescimento da China, que na madrugada divulga o PIB de 2022.

•JUROS

•CÂMBIO

•BOLSA

•MERCADOS INTERNACIONAIS

JUROS

A pressão de alta sobre a curva de juros aumentou à tarde, com o mercado repercutindo a possibilidade de aumento do salário mínimo em 2023 acima dos R$ 1.320 previstos no Orçamento aprovado pelo Congresso. As taxas a partir do trecho intermediário foram as mais penalizadas, refletindo tanto o risco fiscal quanto o da política monetária. Antes, porém, já subiam com a reação negativa ao aumento das medianas de IPCA no Boletim Focus. A escalada, contudo, se deu num ambiente de liquidez mais fraca, resultado da ausência dos mercados em Nova York, em dia de feriado nos Estados Unidos.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,54%, de 13,44% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 12,41% para 12,63% e a do DI para janeiro de 2027, de 12,20% para 12,48. O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 12,59%, de 12,30%.

O risco fiscal já permeava os negócios desde cedo, dada a desconfiança com relação às propostas apresentadas pelo governo na semana passada. Agradam em teoria, mas na prática precisariam de um cenário bastante favorável para darem certo. A expectativa do governo é de um ajuste de R$ 242,6 bilhões, sendo a maior parte via receitas. "É mais uma carta de intenções do que algo efetivo, dependente de aval político em muitas instâncias", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, segundo o qual, mesmo após as medidas, seguem as dúvidas quanto à sustentabilidade da dívida pública.

À tarde, a pressão na curva ganhou fôlego após o Broadcast informar que o presidente Lula avalia reajustar o mínimo acima dos R$ 1.320, segundo técnicos da equipe econômica. O Ministério da Fazenda, entretanto, seria contrário à proposta. Uma ala do governo defende que essa despesa seja custeada com parte do corte de R$ 50 bilhões de gastos proposto pela Fazenda. "É um fator adicional à pressão já exercida na curva pelas preocupações fiscais", confirmou Rostagno. As taxas, que até então avançavam em torno de 17 pontos-base, mudaram de patamar, abrindo mais de 20 pontos, com máximas de até 30 pontos na hora da definição dos ajustes, entre 16h e 16h30.

Em boa medida, o governo aposta na reforma tributária para conseguir colocar a casa em ordem. "A reforma tributária que está no Congresso é essencial", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em participação no Fórum de Davos. Segundo ele, a ideia é uma reforma neutra, que não aumente a carga tributária, "para que todos ganhem". Ele afirmou ainda que o objetivo de reduzir o déficit fiscal para 1% do PIB é "realista". Mas a grande ansiedade do mercado é pela nova regra fiscal que o governo tem de apresentar até agosto, que vai substituir a do teto de gastos.

Além do risco fiscal, qualquer R$ 1 de aumento do salário mínimo, pelo efeito multiplicador, amplia a pressão na inflação, num momento em que as expectativas não param de piorar. Não só as do horizonte da política monetária estão desancoradas, como começa a ganhar corpo a preocupação com as projeções de longo prazo, que hoje tiveram sensível deterioração no Boletim Focus.

A do IPCA de 2025 saltou de 3,30% para 3,50%, de 3,10% há um mês. A do IPCA de 2026 passou de 3,20% para 3,22% na última semana, contra 3,00% um mês antes. A projeção para o IPCA deste ano também subiu, de 5,36% para 5,39%, contra 5,17% há um mês. Para 2024, horizonte que fica cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção ficou estável em 3,70%, de 3,50% há quatro semanas.

A puxada das medianas no Focus ocorre em meio às dúvidas sobre as metas de inflação de longo prazo no governo Lula, com o mercado começando a precificar o risco de um alvo mais acima. A meta central estipulada para 2025 é de 3,0%, mas a de 2026 ainda não foi definida. O mandato do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, termina no fim de 2024.

"O Boletim Focus, além de passar a precificar um claro impacto inflacionário de uma agenda fiscal mais expansionista, também passa a considerar uma gordura para risco de voltarmos a trabalhar com uma meta implícita mais elevada ou até mesmo que haja uma revisão do curso baixista das metas de inflação, que convergiram para 3,0%", comenta o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

Para o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, a desancoragem das expectativas pode indicar perda de credibilidade do regime de metas. "E/ou percepção de aumento da taxa de juros neutra da economia", diz.

A previsão para a Selic no fim deste ano também avançou no Focus, de 12,25% para 12,50%. Tal nível ainda é bem mais baixo do que o precificado pela curva de juros, que projeta 12,85% para o fim de 2023, segundo o Banco Mizuho. Do nível atual de 13,75%, a Selic começaria a cair a partir de junho, conforme apontam os DIs. Para o Copom de fevereiro, indicam estabilidade, uma vez que o aumento de 4 pontos-base projetado é considerado residual. (Denise Abarca - [email protected])

CÂMBIO

Após uma baixa de 2,48% na semana passada, o dólar encerrou a sessão desta segunda-feira, 16, em alta de 0,83%, cotado a R$ 5,1486, em dia de liquidez bem reduzida, uma vez que os mercados americanos ficaram fechados em razão do feriado de Martin Luther King Jr nos EUA. Apesar da alta hoje, o dólar ainda acumula baixa de 2,49% em janeiro.

Analistas atribuíram o tropeço do real a uma correção natural, desencadeada pelo ambiente externo menos propício a emergentes e nova leva de dúvidas sobre a política fiscal doméstica, com a novela em torno do aumento do salário mínimo. Declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Fórum Econômico de Davos, foram monitoradas, mas não tiveram impacto relevante na formação da taxa de câmbio.

Afora uma pequena baixa na abertura dos negócios, o dólar operou em alta durante todo o pregão, flutuando entre R$ 5,10 e R$ 5,12 pela manhã e início da tarde longo da manhã e o início da tarde. Lá fora, as divisas emergentes apanhavam da moeda americana em dia de perda de fôlego das commodities. Diante de dados fracos do setor imobiliário na China e de ameaça de intervenção no mercado por autoridades chinesas, o minério de ferro fechou em queda superior a 4%.

"O dólar subiu contra outras moedas emergentes hoje, em que tivemos quedas das commodities. E houve essa questão do salário mínimo", afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, ressaltando que a alta de hoje não é expressiva. "Temos que lembrar que o dólar caiu em sete dias seguidos, de R$ 5,45 até mínima de R$ 5,05. Então, tem uma realização após essa queda forte".

As máximas da sessão, na casa de R$ 5,16, vieram na esteira da informação, apurada pelo Broadcast com técnicos da equipe econômica, de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia reajustar o salário mínimo acima dos R$ 1.320,00 previstos no Orçamento, como defendido por ala política do Planalto. Esse aumento poderia ser custeado com parte do corte de R$ 50 bilhões propostos pelo ministério da Fazenda, que é contra o reajuste do mínimo.

"Essa notícia um impacto negativo no mercado. Na semana passada, houve falas do próprio Haddad dizendo que era contra esse aumento maior do salário mínimo, porque não podia ser acomodado nas contas públicas", afirma o sócio da Nexgen Capital Felipe Izac, ressaltando que a apreciação do real ao longo da semana passada, além de reflexo da alta das commodities e da queda dos retornos dos Treasuries, foi estimulada por um discurso menos belicoso do governo. "O dólar deu uma esticada justamente pela aparência de que pode haver uma piora do quadro fiscal".

Em Davos, Haddad disse que redução do déficit primário para 1% do PIB neste ano é realista e que, apesar das pressões sobre o Orçamento, o governo não trabalha com a possibilidade de aumentar a carga tributária. "A ideia é que a reforma (tributária) seja neutra", afirmou o ministro.

"O apetite ao risco na semana passada foi forte e o dólar está devolvendo hoje. A notícia do salário mínimo acabou estressando um pouco o mercado e contribui para maior pressão sobre a moeda no fim da tarde", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, acrescentando que no exterior pesou a notícia de que o Banco Central Europeu (BCE) pretende continuar apertando a política monetária e que vê risco inflacionário.

Termômetro do comportamento do dólar frente a seis divisas fortes, o índice DXY operou em alta ao longo do dia e, quando o mercado doméstico fechou, subia cerca de 0,20%, perto dos 102,400 pontos. Quem mais se destacou foi o iene, em meio a expectativas para a reunião de política monetária do Banco do Japão (BoJ), na quarta-feira.

Por aqui, investidores absorveram pela manhã a piora das expectativas de inflação reveladas pelo Boletim Focus. A mediana das estimativas para IPCA de 2023 subiu de 5,36% para 5,39%, enquanto a mediana para 2025 passou de 3,30% para 3,50%. A projeção para Selic neste ano subiu de 12,25% para 12,50% ao ano.

Em leilão de rolagem de vencimentos de swap cambial programados para fevereiro, o Banco Central vendeu apenas 1.300 contratos (US$ 65 milhões) da oferta de 16.000 (R$ 800 milhões). Segundo analistas, as instituições não acharam as taxas oferecidas pelo Banco Central atraentes. (Antonio Perez - [email protected])

18:21

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.14860 0.8264 5.16200 5.09390

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5163.500 0.92846 5178.500 5110.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5140.000 13/01    

BOLSA

O temor com a exposição dos bancos às Americanas levou o Ibovespa à terceira queda seguida hoje, em um dia de redução dos preços de commodities e de baixa liquidez devido ao feriado de Martin Luther King Jr., que fechou as bolsas nos Estados Unidos. O principal índice de referência da B3 encerrou a sessão em 109.212,66 pontos, em baixa de 1,54%, na maior contração diária desde o último dia 3 (-2,08%), quando o ministro Carlos Lupi havia defendido a revogação da reforma da Previdência. Com o resultado, o índice apagou os ganhos do ano e cai 0,48% no acumulado de 2023.

Em baixa desde o início da sessão devido às preocupações em torno da varejista e ao aumento das expectativas de inflação e juros apuradas no relatório Focus, o Ibovespa tocou a mínima de 108.802,91 pontos (-1,91%) em meados da tarde, minutos após o Broadcast divulgar que o governo estuda aumentar o salário mínimo acima dos R$ 1.320,00 previstos no Orçamento. A informação renovou no mercado as preocupações com as contas públicas, mesmo depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ter defendido em Davos uma "retomada econômica com sustentabilidade fiscal".

"Basicamente, o que refletiu hoje foi a questão do aumento do salário mínimo acima do que já está no Orçamento e o efeito sistêmico da recuperação judicial das Americanas, com o mercado preocupado principalmente com Americanas", diz o sócio e economista da Valor Investimentos Gabriel Meira. "Com a questão de a dívida da Americanas ter batido perto de R$ 40 bilhões e da recuperação judicial, o mercado está bem receoso quanto a um efeito sistêmico."

Os papéis da varejista derreteram 38,41% no pregão de hoje, após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) ter concedido na sexta-feira, 13, 30 dias corridos para a empresa entrar com pedido de recuperação judicial. Com a crise na Americanas, os maiores bancos credores da empresa fecharam em baixa e puxaram as perdas do Ibovespa. As units do BTG Pactual caíram 3,38%, enquanto as do Santander cederam 4,41%. Também tiveram baixas Bradesco (-2,21% ON, -3,07% PN) e Itaú Unibanco (-1,08% ). O índice setorial financeiro da B3 caiu 1,73% e acumula perda de 0,52% em 2023.

A queda dos preços de commodities no mercado internacional também penalizou a Bolsa brasileira, enquanto o mercado acompanha a situação sanitária na China após o abandono da política de Covid Zero no país. Após saltar mais de 8% na semana passada, o petróleo Brent para março fechou em baixa de 0,96%, a US$ 84,46 o barril. Em meio à redução dos preços do óleo, os papéis da Petrobras tiveram baixas de 2,16% (PN) e 2,49% (ON), acompanhados por pares como 3R Petroleum (-0,27%).

A redução dos preços do minério de ferro - que cedeu 4,31% na Dalian Commodity Exchange, na China, a US$ 123,71 a tonelada - também levou a perdas de mineradoras e siderúrgicas durante a sessão. A Vale encerrou o dia em baixa de 1,67%, acompanhada por Gerdau (-1,67%), CSN Mineração (-1,66%) e Usiminas (-0,90%). "Resvalou pelo Brasil essa queda das commodities, levando todo o setor a trabalhar em queda. Isso porque a preocupação agora é quanto à política da China frente aos novos casos de mortes de covid", diz o especialista de renda variável da Blu3 Dennis Esteves.

Para o operador de renda variável da B. Side Investimentos Lucas Mastromônico, o dia foi marcado por um cenário que impediu a materialização dos vetores positivos que sustentaram as altas da Bolsa brasileira na semana passada. "Hoje é feriado nos EUA, com liquidez muito reduzida, o que acabou aumentando o peso dos fatores internos, e o interno está muito preocupado. O que estava puxando as altas do Ibovespa eram as commodities e a entrada de recursos estrangeiros, dois fatores que não temos hoje", avalia.

Na contramão do restante do índice, Magazine Luiza (+12,24%), Via (+10,55%), Carrefour (+4,40%), Embraer (+3,94%) e Pão de Açúcar (+2,23%) lideraram os ganhos do dia. (Cícero Cotrim - [email protected])

18:17

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 109212.66 -1.53577

Máxima 110907.91 -0.01

Mínima 108752.91 -1.95

Volume (R$ Bilhões) 1.85B

Volume (US$ Bilhões) 3.62B

18:21

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110080 -1.71429

Máxima 111635 -0.33

Mínima 109710 -2.04

Volta

MERCADOS INTERNACIONAIS

Discursos de dirigentes do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Central Europeu (BCE) continuam reforçando a continuidade de aperto monetário, ao passo que, em Davos, economistas apontam que o mundo deve entrar em recessão em 2023, e os juros subirão ainda mais nos Estados Unidos e na Europa. Neste contexto, e com um feriado nos EUA retirando liquidez, o dólar se fortaleceu hoje, enquanto o petróleo caiu no mercado futuro. Operadores de commodities continuam de olho na China - que hoje anunciou a manutenção dos juros para empréstimos de médio prazo e aumento do volume de yuans injetados na economia.

Integrante do Conselho do BCE, Pablo Hernández de Cos afirmou hoje que a entidade continuará subindo juros de forma significativa nas próximas reuniões. Já o dirigente da instituição e presidente do BC da Finlândia, Olli Rehn, defendeu que as taxas básicas de juros do BCE ainda precisarão subir "significativamente" para atingir níveis restritivos o suficiente para garantir um retorno da inflação à meta de 2% no médio prazo. Já o presidente do BoE, Andrew Bailey, afirmou que há risco de que a inflação não caia tão rapidamente quanto o esperado.

Em Davos, onde ocorre o Fórum Econômico Mundial, pesquisa denominada 'Chief Economists Outlook' mostra que a a maioria dos economistas presentes no evento espera que o mundo entre em recessão em 2023. Além disso, para eles, os juros deverão subir ainda mais nos Estados Unidos e na Europa como resposta à elevada inflação. A Capital Economics avalia que, embora 2023 tenha iniciado forte para as ações dos Estados Unidos pela melhora do apetite de risco e pela queda dos rendimentos dos títulos do governo, os mercados serão prejudicados à medida que "a recessão se aproxima". Reportagem do The Wall Street Journal reporta que os maiores bancos dos Estados Unidos disseram que a alta das taxas de juros provavelmente levará o país a uma recessão este ano, embora estejam apenas começando a sentir os efeitos nos resultados trimestrais. Amanhã, Goldman Sachs e Morgan Stanley divulgam seus balanços.

Enquanto os temores de recessão e alta de juros permeiam o noticiário hoje, com liquidez reduzida por causa do feriado de Martin Luther King nos EUA, ao fim da tarde, o índice DXY, que mede a divisa americana ante seis rivais fortes, subia 0,18%, aos 102,390 pontos. O dólar subia a 128,54 ienes, o euro recuava a US$ 1,0821, e a libra tinha baixa a US$ 1,2194.

Analistas do Morgan Stanley cortaram a estimativa de ganhos para o dólar e afirmaram que o euro está caminhando para se tornar o maior ganhador comparativo. "O crescimento global está menos anêmico do que o esperado, com dados asiáticos e europeus cada vez mais propensos a liderar um desempenho superior", observaram. O ING também revisou em alta suas projeções para o euro em relação ao dólar. Em relatório a clientes, o banco holandês projeta que, no primeiro trimestre deste ano, em média o euro esteja em US$ 1,08, quando em meados de novembro previa US$ 0,98. O banco vê "ambiente mais benigno" para o euro. Há "claros sinais" de que as pressões sobre os preços desaceleram nos EUA, com a economia americana "aparentemente caminhando para uma recessão". Com isso, o Federal Reserve (Fed) deve relaxar sua política monetária mais cedo, acredita o ING.

Entre as commodities, no pregão eletrônico da New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para fevereiro caía 1,18%, a US$ 78,92, por volta das 15h30 (de Brasília). Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para março fechou em baixa de 0,96% (ou -US$ 0,82), a US$ 84,46.

A situação da China segue no radar dos investidores. Hoje, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), anunciou a manutenção em 2,75% dos juros para empréstimos de médio prazo (MLF, em inglês), com prazo de um ano. Além disso, a autoridade monetária aumentou o volume de yuans injetados pela operação no mercado. O objetivo do banco central chinês é "manter a liquidez do sistema bancário adequada em um nível razoável". Por outro lado, a Capital Economics avalia que a recuperação mais rápida do que se esperava da China poderá afetar a inflação global pelo da demanda, já que demanda chinesa por energia deverá ter forte aumento este ano, após cair em 2022 em meio aos lockdowns motivados pela covid-19.(Letícia Simionato - [email protected])

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