POSSÍVEL ALTA DE TRUMP ANIMA EXTERIOR E FISCAL FICA NO FOCO ANTES DE POWELL E IPCA

Blog, Cenário
A expectativa de que o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha alta hoje do hospital, onde se trata da covid-19 desde sexta-feira, anima os mercados no exterior, em meio à espera, ao longo da semana, das atas das reuniões recentes do BCE e do Federal Reserve e um discurso de Jerome Powell. Mas, por ora, o fôlego dos ativos é curto. No Brasil, o bate-cabeça no governo sobre as fontes de recursos para o Renda Cidadã deve seguir no foco das atenções e direcionando os mercados, em uma semana de indicadores importantes, como o IPCA de setembro e os dados de varejo de agosto.   NO EXTERIOR. As bolsas europeias, os futuros de Nova York e o petróleo sobem neste início de manhã, após PMIs e vendas no varejo positivos na Europa e com investidores atentos ao estado de saúde de Trump e os desdobramentos da campanha, a menos de um mês da eleição, marcada para 3 de novembro. Pesquisas eleitorais feitas após a informação de que o presidente dos EUA contraiu covid mostram que o candidato democrata Joe Biden alargou para 14 pontos a vantagem sobre o republicano. Fora de combate, ele será substituído por familiares e pelo vice-presidente, Mike Pence, em eventos de campanha, a partir de quarta (7). As atenções ficam ainda no próximo debate entre os candidatos a vice-presidente Kamala Harris (Democrata) e Mike Pence (Republicano), nesta quarta-feira, e nas negociações no Congresso sobre novos estímulos fiscais.   POR AQUI. Os ativos devem ficar sensíveis à volatilidade em Nova York, mas podem reagir ainda mais, como já ocorreu na semana passada, ao impasse sobre as reformas e à origem de recursos para Renda Cidadã, em meio a desentendimentos entre alas política e econômica do governo. Na bolsa, as ações de bancos ficam no radar, após o CNN Brasil Online divulgar que o Ministério Público investiga a direção do Banco do Brasil. A instituição diz que, até o presente momento, não foi notificada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).   NA POLÍTICA. O racha entre os ministros Paulo Guedes (Economia) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) em torno da flexibilização do teto de gastos deve continuar repercutindo nos mercados. Na sexta-feira, Marinho disse em reunião com analistas que o Renda será criado da melhor ou da pior maneira e criticou Guedes, que revidou chamando o colega de "despreparado, desleal e fura-teto". Uma nova ideia em estudo pela equipe econômica, agora, seria acabar com o desconto de 20% no Imposto de Renda da Pessoa Física para contribuintes que optam pela declaração simplificada, segundo a Folha de S.Paulo. Enquanto isso, parlamentares articulam uma reaproximação entre Guedes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Um encontro entre os dois pode acontecer hoje. E há risco de que a guerra em torno da presidência da Comissão Mista do Orçamento (CMO) possa levar a votação do Orçamento e do Renda Cidadã para o ano que vem, "sob nova direção". Guedes é cobrado ainda por políticos e economistas liberais por descumprir a promessa de privatizar quatro estatais em até 90 dias, feita em 5 de julho em entrevista à CNN Brasil.   AGENDA   CAMPOS NETO, POWELL E PMIS NO FOCO -  O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa nesta segunda-feira, às 11 horas, de reunião por videoconferência com representantes da Abranet e, às 14h, com investidores e representantes do BTG Pactual. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, discursa às 13h50. E serão divulgados os PMIs de serviços do Brasil, às 10h, e dos EUA, às 11h. Às 8h25, tem a pesquisa Focus do BC.   O QUE SABEMOS   AUXÍLIO EMERGENCIAL AJUDA BOLSONARO - O auxílio emergencial pago pelo governo federal a desempregados e trabalhadores informais ajudou o presidente Jair Bolsonaro a melhorar a sua popularidade, segundo demonstram pesquisas nacionais de opinião pública. Mas isso não aconteceu na cidade de São Paulo, onde não há diferenças significativas na aprovação ao governo entre quem recebeu e quem não recebeu o benefício, mostra a primeira da série de pesquisas Ibope/Estadão/TV Globo sobre a campanha municipal, divulgada na sexta-feira à noite.   EM TESE: A melhora da aprovação a Bolsonaro faz com que candidatos a prefeito passassem a buscar mais o apoio presidencial, além de potenciais candidatos a governador, como seria o caso de Rogério Marinho, que pode vir a disputar o governo do Rio Grande do Norte. Em São Paulo, Celso Russomanno (Republicanos) até anunciou no debate da semana passada a intenção de criar um “auxílio paulistano”, se for eleito. Isso realimenta as pressões em torno das discussões para criação do Renda Cidadã, que seguem em Brasília e têm implicações fiscais que inquietam os mercados, deteriorando as expectativas de médio prazo.   PRESIDENTE DEFENDE INDICADO PARA STF - Em meio às repercussões negativas entre apoiadores de direita sobre a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro usou o Facebook, ontem, para argumentar que o magistrado não votou contra a deportação do terrorista italiano Cesare Battitsti.”   EM TESE: O presidente reuniu-se com o ministro Dias Toffoli, ex-presidente do STF, o desembargador Kassio Nunes Marques e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na noite de sábado, na casa de Toffoli. Ao deixar o local, Alcolumbre confirmou que nesta terça-feira, 6, será definido o calendário de tramitação da indicação de Marques ao Supremo. A escolha de Marques desagradou a ala bolsonarista evangélica, mas está afinada com o Centrão, a quem o presidente deu as mãos em busca de maior governabilidade. O que o mercado quer ver essa nova base resultar em avanços nas reformas que promovam sustentabilidade econômica, o que ainda não ocorreu.   BRIGA POR PROTEÇÃO A RESTINGAS E MANGUES - A Advocacia Geral da União (AGU) enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), no sábado, pedindo a rejeição da ação ajuizada pelo PT para anular a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que revogou regras de proteção a áreas de manguezais e restingas e a obrigatoriedade de licenciamento ambiental para projetos de irrigação. Em ofício encaminhado à ministra Rosa Weber, relatora do processo, a AGU sustenta que as normas foram derrubadas para regulamentar mudanças previstas no Novo Código Florestal, aprovado em 2012, e corrigir 'redundâncias normativas'. Ontem, 4, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu para se manifestar por último na ação. As resoluções revogadas pelo Conama chegaram a ser revalidadas pela Justiça Federal do Rio no âmbito de uma ação popular, mas na sexta-feira, 2, o desembargador federal Marcelo Pereira da Silva, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), atendeu a um pedido da AGU e restabeleceu o efeito das decisões do Conselho.   EM TESE: O assunto segue no radar dos investidores e pode ter impacto sobre os ativos, devido às preocupações com a política ambiental brasileira, mas também em relação a negócios para algumas áreas, uma vez que a revogação dessas regras abre espaço para especulação imobiliária nas faixas de vegetação das praias e ocupação de áreas de mangues para produção de camarão, apurou o Broadcast/Estadão. Na última quarta-feira, 30, Rosa Weber destacou a urgência e relevância da questão e pediu ao ministro do Meio Ambiente e presidente do Conama, Ricardo Salles, que prestasse informações em até 48 horas sobre a revogação das regras. A pasta, no entanto, ainda não enviou manifestação.   PETROBRAS, VALE E JBS FICAM DE FORA DO PRIMEIRO ETF ESG DO BRASIL - As ações de Petrobras, Vale e JBS ficaram de fora do primeiro Exchange Traded Fund (ETF) com critérios ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) do Brasil, que começa a ser negociado hoje na bolsa de valores brasileira (B3) com o código ESGB11. O novo ETF reflete o índice S&P/B3 Brasil ESG, com 96 ativos de diferentes setores, sendo os mais representativos: bancos (23,6%), consumo discricionário (17,1%), indústrias (13,2%). A Vale ficou de fora por causa da tragédia de Brumadinho, enquanto Petrobras e JBS estiveram citadas em escândalos de corrupção, em casos bem conhecidos do mercado.   Em tese: Isso pode significar que os papéis dessas três gigantes da bolsa deve seguir fora da carteira de muitos investidores, sobretudo estrangeiros. Segundo as sócias e gestoras de renda variável da BTG Pactual Management, Andrea Cardia e Andrea Weinberg, na Europa, o ESG já aparece em 50% das decisões de investimentos, e nos Estados Unidos, em 25%.   OVERNIGHT   BIDEN NA FRENTE -  O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, ampliou a vantagem sobre o adversário republicano e candidato à reeleição Donald Trump. Mais da metade dos eleitores, 53%, disseram que apoiam o democrata contra 39% que afirmaram preferir o republicano, uma diferença de 14 pontos porcentuais, segundo pesquisa realizada após o primeiro debate presidencial - porém antes do anúncio de que Trump está infectado com a covid-19 -, pela TV americana NBC em parceria com o Wall Street Journal.   PMIS DA ZONA DO EURO E REINO ÚNIDO CAEM; NA ALEMANHA, AVANÇA -  O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro caiu de 51,9 em agosto para 50,4 em setembro, menor leitura em três meses. O PMI composto do Reino Unido caiu de 59,1 em agosto para 56,5 em setembro. Já na Alemanha, o PMI composto subiu de 54,4 pontos em agosto para 54,7 pontos em setembro, o ritmo de alta mais rápido desde dezembro de 2017. A força desse indicador composto foi induzida pelo setor industrial do país.   PMI DE SERVIÇOS DO JAPÃO AINDA INDICA CONTRAÇÃO -  O índice de gerentes de compras (PMI) de serviços do Japão subiu de 45,0 em agosto para 46,8 em setembro. O nível abaixo de 50 indica contração na atividade e o dado mostra que o Japão segue sendo impactado pela pandemia do coronavírus.   VAREJO NA ZONA DO EURO ACIMA DO ESPERADO -  As vendas no varejo da zona do euro subiram 4,4% em agosto ante julho, bem acima da estimativa de analistas, que previam avanço mais contido, de 2,5%. Na comparação anual, houve alta de 3,7%.   PELOSI PROMETE MAIS ESTÍMULOS -  A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, afirmou ontem que estímulos fiscais estão a caminho no país e serão retroativos. "O que eu disse a executivos de companhia aérea em um comunicado público foi: não demitam pessoas", acrescentou, em entrevista à emissora CBS.   E NOS MERCADOS   EUROPA E NY NO AZUL - Os futuros de Nova York e as bolsas da Europa operam em alta, seguindo o tom de recuperação dos ativos globais em meio a notícias de melhora da saúde do presidente americano, Donald Trump, contaminado pela covid-19. Às 7h47, o futuro do Dow Jones subia 0,57%, acompanhado pelo do S&P 500 (+0,60%) e pelo do Nasdaq (+0,97%). O índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, marcava alta de 0,69%, acompanhado pelo DAX, de Frankfurt (+0,60%), e pelo CAC 40, de Paris (+0,71%). O euro estava em US$ 1,1752, de US$ 1,1716 no fim da tarde de sexta-feira, e a libra era cotada a US$ 1,2953, de US$ 1,2935 no fim da tarde de sexta-feira.   PETRÓLEO ENGATA RECUPERAÇÃO - Acompanhando o bom humor dos mercados internacionais, os contratos futuros de petróleo engatam tom de recuperação nesta segunda-feira. O motivo é o otimismo com o estado de saúde do presidente americano, Donald Trump, em recuperação. Ontem, o republicano, chegou a deixar o hospital rapidamente para circular de carro e acenar a apoiadores. Às 7h49, o barril do WTI para novembro marcava alta de 4,40%, a US$ 38,68, enquanto o do Brent para dezembro subia 3,85%, a US$ 40,78.   BOLSAS DA ÁSIA FECHAM EM ALTA - Algumas das principais bolsas da Ásia e Pacífico encerraram o pregão desta segunda-feira em alta, reagindo à aparente melhora no estado de saúde do presidente americano, Donald Trump. As praças da China continental seguem fechadas esta semana devido ao feriado do Dia Nacional. Em Tóquio, o Nikkei fechou em alta de 1,23%, em meio ainda à melhora da atividade mostrada pelo PMI japonês, embora siga no campo da contração. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 1,32%. Já em Seul, o Kospi avançou 1,29%. Na Oceania, o índice S&P/ASX 200, da Bolsa de Sidney, fechou em alta de 2,59%. Às 7h49, o dólar estava em 93,62 ienes, de 105,39 ienes no fechamento de sexta-feira.            
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