PIB FRACO, RISCO FISCAL E DE INFLAÇÃO PRESSIONAM DI E CÂMBIO, MAS BOLSA DESTOA E SOBE

Blog, Cenário
Os ativos brasileiros tiveram comportamento volátil e divergente nesta quarta-feira, marcada pelo resultado abaixo do previsto para o PIB do país no segundo trimestre. Enquanto os juros futuros e o câmbio pioraram com a fraqueza da atividade em um ambiente de inflação elevada, incerteza fiscal e risco político, o investidor em bolsa, tanto aqui quanto nos EUA, viu nos dados econômicos piores, inclusive no exterior, uma razão para menor pressão sobre a política monetária dos bancos centrais. As taxas dos DIs embutem a perspectiva de que a inflação mais salgada, ainda mais diante do aumento de custos que os reajustes da energia devem impor, podem levar o BC a subir ainda mais os juros. Para completar o quadro negativo, até agora não há solução fiscal que comporte o aumento do Bolsa Família e o pagamento dos precatórios, enquanto o tom bélico do presidente Jair Bolsonaro, antes das manifestações marcadas para 7 de setembro, ampliam a cautela no âmbito político-institucional. Esses mesmos motivos levaram o dólar a subir 0,25% ante o real, a R$ 5,1849, mesmo num dia de enfraquecimento global da moeda norte-americana e com o anúncio de recorde na balança comercial de agosto. Na renda variável, o Ibovespa deixou todo esse ambiente negativo em segundo plano e, depois de dois meses no vermelho, iniciou setembro com alta de 0,52%, aos 119.395,60 pontos. Para começar, os papéis de elétricas tiveram bom desempenho, com os agentes aprovando as medidas anunciadas ontem pelo governo para minimizar os efeitos da crise hídrica, entre elas a criação de uma bandeira tarifária "escassez hídrica", bem mais elevada. Além disso, o exterior majoritariamente positivo, mesmo com dados piores sobre a economia, trouxe uma ajuda adicional. Lá fora, tanto na Europa quanto nos EUA, a leitura dos indicadores é de que não desaceleram a ponto de reverter a retomada econômica, mas não estão fortes o suficiente para suscitar uma política monetária mais restritiva. O Nasdaq voltou a renovar recorde. No noticiário, a Opep+ confirmou a expectativa e manteve os planos de aumentar gradualmente a oferta, o que fez os contratos de petróleo fecharem mistos, mas não muito distantes da estabilidade.
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JUROS O mercado de juros começou setembro na mesma toada em que encerrou agosto, com taxas em alta refletindo a piora dos cenários fiscal, político e inflacionário. A queda do PIB no segundo trimestre, somada ao aumento das chances de risco de racionamento de energia e a probabilidade de um aperto monetário ainda mais forte, traz perspectiva ruim para a economia neste e no próximo ano. A crise hídrica ameaça não só o PIB como também a inflação, e, especialmente após a divulgação da nova tarifa da bandeira vermelha ontem, várias instituições hoje revisaram para pior suas projeções para ambos. Novas declarações de cunho bélico do presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, dias antes das manifestações marcadas para 7 de setembro, a volta dos rumores de auxilio emergencial de até R$ 400 e a leitura de que uma solução para a questão dos precatórios via Judiciário subiu no telhado completam o quadro de aversão ao risco que pressionou as taxas. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 6,805%, de 6,759% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 subiu de 8,49% para 8,52%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 9,97%, de 9,954% ontem. A curva fechou com desinclinação, mas no perfil chamado "bear flattening", sugerindo aposta de que vai sobrar para a política monetária o trabalho sujo em meio à piora do balanço de riscos para a inflação. A JF Trust elevou a previsão de IPCA em 2021 e não descarta uma taxa acima de 9%. Embora o foco do Copom seja 2022, a escalada da inflação deste ano pressiona a inércia para o ano que vem. "Reestimamos nossa previsão do IPCA de 8,27% para 8,62%, após definição do reajuste da bandeira vermelha nível 2, mas sobretudo com as reestimativas da transmissão sobre a inflação de serviços", diz o economista-chefe, Eduardo Velho, para quem a alta das taxas futuras decorre do "orçamento desfigurado" que terá que ser ajustado no Congresso, inflação mais alta em 2021 pelos preços administrados e sem garantia da receita no Auxílio-Brasil. No radar, ficou ainda a informação de que o gás de cozinha já subiu 7% devido a um ajuste feito pelas distribuidoras do produto. Rumores no setor indicam que a Petrobras também deverá reajustar o preço do combustível, que já acumula 38% de alta no ano. Segundo o IBGE, a queda de 0,1% do PIB no segundo trimestre na margem teve contribuição da estagnação do consumo das famílias, por sua vez, afetado pela inflação e a alta dos juros. O resultado do PIB ficou abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,2%. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que considera que o PIB ficou de lado e que a economia voltou a crescer em V. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, viu o PIB “um pouquinho” mais fraco do que o que mercado esperava, mas em linha com a projeção da autoridade monetária. "Os juros devem ficar altos por vários trimestres, assim como a inflação. Esta será agravada pelo custo da energia elétrica e por alguma alta nos preços dos serviços", afirma o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves. Guedes reconheceu que uma alta antes pontual e transitória de preços "começa a ameaçar se transformar em aumentos permanentes", mas ressaltou que o Banco Central já está correndo atrás de controlar a inflação via aumento dos juros. A curva a termo continua precificando cerca de 30% de chances de elevação de 1,25 ponto porcentual da Selic no Copom de setembro e já aponta taxa básica de 8,40% no fechamento de 2021, segundo cálculos da Greenbay Investimentos. Uma boa dose do pessimismo com os fundamentos vem dos ruídos em Brasília. Os flertes do governo com o cenário de ruptura deixam o investidor desconfortável para posições aplicadas em juros, por mais atrativos que sejam os prêmios da curva. O monitoramento das redes sociais sugere grande mobilização das frentes bolsonaristas para o 7 de Setembro e, a depender do desfecho, há receio de que o presidente eleve ainda mais o tom contra o STF. "Com flores não se ganha guerra. Se você fala de armamento... Se você quer paz, se prepare para a guerra", disse Bolsonaro, hoje em cerimônia da Marinha. A relação entre Executivo e Judiciário pode ter influência direta na solução costurada para os precatórios via Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O mercado passou a ficar cético, dadas as chances do presidente do Conselho, Luiz Fux, deixar mesmo para o Congresso resolver a parada via PEC. No G1, o colunista Gerson Camarotti diz que a resistência manifestada por alguns ministros do STF fez com que Fux puxasse o freio de mão sobre o tema. Por fim, segundo a equipe de análise política da Guide Investimentos, conversas com lideranças no Congresso apontam que a preocupação com aumento da pobreza entrou de vez no radar dos políticos, especialmente do Nordeste. A transferência de renda via Auxílio Brasil e emergencial seriam prioridade, assim como a geração de empregos. "Ainda não é possível chegar a um valor de consenso entre os líderes, entretanto nossas apurações apontam para algo em torno de R$ 300 e R$ 400 nas conversas com interlocutores da ala política do governo", afirma relatório da instituição. (Denise Abarca - [email protected]) 17:31 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 5.45 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 5.15 Over Selic (%a.a) 5.15 CÂMBIO A cautela prevaleceu no mercado de câmbio doméstico no primeiro pregão de setembro. As tensões políticas e fiscais domésticas - aliadas à queda das commodities por questões regulatórias e dados fracos na China - impediram o real de se beneficiar do enfraquecimento global da moeda americana, após números ruins do emprego privado nos EUA reforçarem a tese de que o Federal Reserve será muito cuidadoso na retirada de estímulos monetários. Depois de trabalhar majoritariamente em queda pela manhã, o dólar passou a alternar ligeiras altas e baixas ao longo da tarde e se encaminhava para fechar perto da estabilidade. Com uma arrancada nos minutos finais da sessão, porém, acabou encerrando o dia a R$ 5,1849, alta de 0,25% - após correr entre mínima de R$ 5,1424 e máxima de R$ 5,1899. Teria pesado no humor dos investidores a notícia, apurada pelo Broadcast, de que o Senado pode impor uma derrota ao governo nesta quarta-feira na votação de uma proposta que desmonta as regras que estabelecem parâmetros máximos para gastos de estatais com planos de saúde. Já aprovado na Câmara, o texto pode inviabilizar a privatização dos Correios. Embora o ambiente externo seja favorável a divisas emergentes, players evitam apostas mais contundentes em uma nova rodada de apreciação do real, devido aos problemas locais. Além da novela dos precatórios e do reajuste do Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família) - ainda sem um desenlace apesar do envio ontem do Orçamento de 2022 ao Congresso -, há temores sobre recrudescimento das tensões político-institucionais, em meio à espera pelas manifestações de 7 de setembro. Para o head de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, Alexandre Netto, a performance modesta do real hoje em relação a outras divisas de emergentes é natural, já que houve uma apreciação muito forte da moeda brasileira nos últimos dias de agosto. "Assim como tinha subido muito rápido, para quase R$ 5,40, o dólar caiu também rapidamente e chegou até R$ 5,11. Isso gera oportunidades para realização de lucros e correções", afirma Netto, para quem o real ainda "tende a uma depreciação", por conta da antecipação do calendário eleitoral, que aumenta a pressão sobre os gastos do governo. "Podemos ter muito investidores montando posições defensivas nos próximos dias, com as manifestações do feriado de 7 de setembro", ressalta. Pela manhã, o resultado aquém do esperado do PIB no segundo trimestre lançou dúvidas sobre o ritmo de crescimento da economia brasileira, sobretudo diante do agravamento da crise hídrica. O PIB caiu 0,1% no segundo trimestre em relação ao primeiro, desempenho bem inferior à mediana de Projeções Broadcast, de alta de 0,2%. Diversas casas reduziram hoje a estimativa para o PIB e elevaram as expectativas para a inflação, tanto neste ano quando em 2022. O ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou o resultado do PIB e reafirmou que a economista brasileira segue recuperação em forma de V. "Hoje saiu um dado (PIB), é praticamente de lado. Como foi -0,05%, arredondou para -0,1%. Se fosse -0,04% era zero", disse, durante lançamento da agenda legislativa da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que o BC deve revisar "um pouco para baixo" sua previsão para o PIB deste ano. Campos Neto disse, porém, que a inflação está pressionada e que o instrumento do BC para domar a alta de preços é elevar a taxa de juros. Em que pese a falta de solução para o imbróglio fiscal, o economista-chefe e sócio da JF Trust, Eduardo Velho, afirma que o "discurso ortodoxo" do presidente do BC e o fluxo cambial devem dar suporte ao real. "Estimamos continuidade da queda do dólar, ainda inferior ao suporte rompido de R$ 5,22", afirma Velho. A economista do Banco Ourinvest Cristiane Quartaroli destaca que, mesmo com o PIB fraco, o presidente do BC manteve o discurso de que precisa seguir firme para conter o avanço da inflação. "O crescimento mais fraco não será impeditivo para novas altas da Selic nos próximos meses", afirma a economista. Dados do Banco Central mostram que houve entrada de recursos estrangeiro no mês passado. Em agosto (até o dia 27), o fluxo cambial foi positivo em US$ 3,783 bilhões, resultado de entrada líquida de US$ 2,455 bilhões pelo canal financeiro e US$ 1,328 bilhão via comércio exterior. No exterior, o índice DXY - que mostra a variação do dólar frente a seis divisa fortes - operou em queda durante todo o pregão. A moeda americana também cedia em bloco na comparação com as divisas emergentes, com destaque para o rand sul-africano. Dados do relatório ADP, de emprego privado, mostraram criação de 374 mil vagas em agosto, bem abaixo do previsto por analistas (600 mil). Esses números aumentam a expectativa para a divulgação, na sexta-feira, do relatório de emprego (payroll) de agosto. O presidente do Fed, Jerome Powell, observou em diversas ocasiões que a recuperação do mercado de trabalho é fundamental para definição do início da redução da compra mensal de títulos. Para Velho, da JF Trust, os dados do relatório ADP tendem "a reforçar a linha dovish" do Banco Central americano. "O payroll parece não vir tão elevado, reforçando as apostas de que o Fed ainda possa adiar o tapering", afirma Velho, em nota, acrescentando que a "queda expressiva da confiança do consumidor americano também realimenta a expectativa de adiamento da redução de estímulos. Na B3, o dólar futuro para outubro avançava 0,51%, a R$ 5,2050, com giro na casa de US$ 12,7 bilhões. (Antonio Perez - [email protected]) 17:32 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.18490 0.203 5.18990 5.14240 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 5207.500 0.56001 5218.500 5162.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5212.500 -0.05741 5215.000 5212.500 Volta BOLSA Vindo de dois meses ruins, o Ibovespa iniciou setembro em tom moderadamente positivo, buscando reaproximação do nível de 120 mil pontos, em alinhamento ao dia majoritariamente favorável em Nova York, mesmo com leituras abaixo do esperado para a geração de empregos no setor privado americano em agosto e, no Brasil, a contração de 0,1% no PIB do segundo trimestre, na margem, após três avanços trimestrais - o resultado, abaixo da mediana (+0,2%) das projeções, resultou em revisões de estimativas econômicas por instituições financeiras, para o ano e/ou 2022, entre os quais JPMorgan, Goldman Sachs e Barclays. Por outro lado, ambos os dados contribuem, respectivamente, para aliviar parte da pressão sobre o Federal Reserve e o BC brasileiro, em momento marcado aqui por tarifa elétrica ainda mais elevada, de "escassez hídrica", que redobra a atenção sobre a inflação. Assim, de olho no copo meio cheio, o índice de referência da B3 fechou o dia em alta de 0,52%, a 119.395,60 pontos, entre mínima de 118.067,04 pontos e máxima a 119.941,95 pontos, após duas sessões de perdas. Na semana, ainda cede 1,06%, mas retorna hoje a terreno positivo no ano, acumulando leve ganho de 0,32% em 2021. O giro financeiro ficou em R$ 29,9 bilhões na sessão. Com nova tarifa para o intervalo de setembro a abril refletindo a crise hídrica, as ações do setor elétrico estiveram entre as campeãs desta quarta-feira, com ganhos perto ou acima de 3%, com destaque para Copel PNB (+3,80%), Cesp PNB (+3,50%) e Cemig PN (+3,40%). No fechamento, Eletrobras PNB e ON mostravam alta, respectivamente, de 2,57% e de 2,79%. O presidente da empresa, Rodrigo Limp, disse hoje que a resolução publicada ontem pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que estabelece os valores de outorga que serão pagos pela estatal no processo de privatização, segue o cronograma previsto, o que para ele é um sinal positivo. Sobre a capitalização, Limp disse trabalhar com cronograma para fevereiro, embora se tenha também "Plano B". "Alinhamento do governo com o projeto é total", afirmou. Ele observou que se está, no momento, na fase de contratação do sindicato de bancos. "Os índices de utilities e energia reagiram bem hoje ao aumento de tarifa, o mercado parece ter gostado, para além da questão se veio no nível ou no tempo certo", diz Alexandre Brito, sócio da Finacap Investimentos. "O PIB foi uma surpresa de certa forma, mas o PIB potencial ainda é bem significativo e os resultados das empresas, em boa parte, têm sido excelentes", acrescenta Brito, destacando companhias com 'valuation interessante', como Itaú (PN +0,42%), Vale (ON +0,17%) e Petrobras (ON -0,54%, PN -0,55%). "Lá fora, há ainda a expectativa para o 'tapering' (retirada de estímulos monetários pelo Fed), bem sinalizado de que será anunciado e poderá começar este ano, de forma que não se espera a aversão vista no 'taper tantrum' (em 2013)", quando houve forte avanço nos rendimentos dos Treasuries, observa o gestor. Em meio às incertezas, especialmente domésticas, a XP reduziu preço-alvo do Ibovespa no fechamento do ano, de 145 mil para 135 mil pontos. "Em agosto, vimos os mercados no Brasil andarem na contramão do mundo novamente, por conta primordialmente de riscos domésticos, atrelados à trajetória fiscal futura, na medida em que o debate, em preocupações com as eleições, já foram antecipados", apontam em relatório o estrategista-chefe e head de research, Fernando Ferreira, e a estrategista de ações, Jennie Li. "Acreditamos que o mercado levará mais tempo para 'voltar às médias históricas', dados os riscos, além de uma discussão sobre a sustentabilidade dos altos preços das commodities, que têm impulsionado parte significativa das revisões de resultados nos últimos tempos", acrescentam os estrategistas, fazendo a ressalva de que a relação risco/retorno ainda é "bastante favorável nos preços atuais para as ações brasileiras". "Descolando do exterior, a Bolsa já vem sofrendo há algum tempo o efeito dos riscos político e fiscal, a própria questão do PIB, abaixo do esperado, e a crise hídrica. Talvez esta leve alta de hoje contribua para nos deixar um pouco mais em sintonia com o resto do mundo. Hoje, parte dos bancos e do varejo deram uma puxada pra cima, carregando o índice para patamares positivos", diz Flávio de Oliveira, head de renda variável da Zahl Investimentos. Na ponta do Ibovespa nesta quarta-feira, destaque para Marfrig (+4,88%), à frente de Americanas ON (+4,11%) e Eneva (+4,02%). Na ponta oposta, Cielo (-3,14%), PetroRio (-2,82%) e Sul América(-2,66%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 119395.60 0.5174 Máxima 119941.95 +0.98 Mínima 118067.04 -0.60 Volume (R$ Bilhões) 2.98B Volume (US$ Bilhões) 5.78B 17:32 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 119575 0.30198 Máxima 120610 +1.17 Mínima 118625 -0.49 Volta MERCADOS INTERNACIONAIS A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) confirmou a expectativa e manteve os planos de aumentar gradualmente a oferta. O grupo notou que ainda há "alguma" incerteza sobre os efeitos da pandemia, mas considera que os fundamentos do mercado se fortaleceram. Após sessão volátil, os contratos de petróleo fecharam sem sinal único e bem próximos da estabilidade. Nas bolsas de Nova York, o setor de energia foi o mais pressionado e não houve sinal único nos índices, com o Nasdaq novamente registrando máxima histórica de fechamento. Entre os Treasuries, os juros oscilaram perto da estabilidade, em quadro de ajustes de posições antes do payroll da sexta-feira. Já no câmbio, o dólar caiu ante outras moedas principais, em dia de dados mistos nos EUA, entre eles o relatório da ADP que mostrou geração de vagas no setor privado em agosto abaixo do previsto por analistas. A Opep+ reafirmou sua meta de elevar a produção mensal de petróleo em 400 mil barris por dia (bpd) em outubro, mantendo o mecanismo de ajuste já fechado em reunião anterior. Além disso, deu mais prazo para o período de compensação de países com problemas em cumprir suas metas, agora até dezembro deste ano. Para a Rystad Energy, porém, o grupo e o mercado em geral podem estar sendo excessivamente otimistas sobre o ritmo da recuperação da demanda com a variante delta da covid-19 ainda como ameaça à retomada econômica. Já a Oanda destacou que essa foi uma reunião "fácil" da Opep+, que não durou nem meia hora. Para a Oanda, as perspectivas da Opep+ para este ano e 2022 apontam que não deve haver nenhum aumento excessivo dos preços. Nos mercados, o petróleo oscilou entre perdas e ganhos. O contrato do WTI para outubro fechou em alta de 0,13%, a US$ 68,59 o barril, na Nymex, e o Brent para novembro recuou 0,06%, a US$ 71,59 o barril, na ICE. Em Nova York o quadro também foi misto nas bolsas, com o setor de energia como a maior baixa, mas altas entre ações de tecnologia e serviços de comunicação, levando o Nasdaq a novo recorde histórico de fechamento. O Dow Jones terminou em baixa de 0,14%, em 35.312,53 pontos, o S&P 500 subiu 0,03%, a 4.524,09 pontos, e o Nasdaq avançou 0,33%, a 15.309,38 pontos. Entre os Treasuries, os retornos oscilaram perto da estabilidade em boa parte da sessão. O BMO Capital comentou em relatório que as posições eram ajustadas para o payroll da sexta-feira, após o dado da ADP mostrar criação de vagas de 374 mil, abaixo da expectativa do mercado. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 0,207%, o da T-note de 10 anos operava estável, em 1,300% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 1,916%. Alguns analistas citam a variante delta da covid-19 como um risco para o payroll da sexta-feira, já que o quadro na pandemia pode ainda influenciar de modo significativo o mercado de trabalho. Porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki comentou hoje que o medo da cepa mais contagiosa, o aval definitivo por reguladores para o imunizante da Pfizer e a obrigatoriedade imposta por governos e empresas impulsionam a vacinação em solo americano. Já a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) defendeu o acesso universal às vacinas como prioridade, antes de doses de reforço contra a covid-19, e lembrou que 75% da população da América Latina e do Caribe ainda não foi vacinada. No câmbio, o dólar operou em queda, em meio a dados mistos dos EUA. O índice DXY, que mede a moeda ante uma cesta de outras divisas fortes, caiu 0,19%, a 92,449 pontos. No horário citado, o dólar recuava a 110,00 ienes, praticamente estável ante a divisa japonesa, o euro subia a US$ 1,1842 e a libra tinha alta a US$ 1,3775. O dólar mais fraco não foi capaz de ajudar o cobre, que teve baixa considerável após um recuo no índice de gerentes de compras (PMI) da indústria da China, que passou ao território de contração na pesquisa da Caixin Media e da IHS Markit. O contrato do metal para dezembro fechou em baixa de 2,22% na Comex, em US4 4,2780 a libra-peso. Em relatório sobre o mercado acionário da China, a Capital Economics diz que já previa perda de fôlego para a economia chinesa no segundo semestre, citando o maior aperto regulatório em algumas áreas do setor privado como risco no radar. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
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