PETRÓLEO SEGUE INSTÁVEL, MAS MERCADOS MELHORAM; ARRECADAÇÃO E POLÍTICA FICAM NO RADAR

Blog, Cenário
O mercado local volta do feriado com as bolsas internacionais em alta, após dois dias de fortes perdas na esteira do colapso nos preços do petróleo, enquanto o dólar cai ante moedas principais e emergentes. O barril do WTI está volátil, com Brent em leve alta há pouco, após ter caído mais de 15% nesta madrugada, atingindo os menores níveis desde 1999 em meio ao tombo na demanda gerada pela pandemia do novo coronavírus. Na segunda-feira, a commodity energética foi negociada abaixo de US$ 0 pela primeira vez na História, com os investidores liquidando o contrato do WTI para maio, que expirou ontem, para evitar a entrega física em meio a problema de armazenamento nos EUA. A Opep discutiu nessa terça-feira a crise no setor e, de acordo com pessoas ligadas ao assunto ouvidas pela Dow Jones, a organização pode fazer uma nova reunião em 10 de maio, para avaliar mais cortes na produção. A trégua lá fora vem após o Senado dos Estados Unidos aprovar um pacote fiscal de US$ 480 bilhões para ajuda financeira a pequenas empresas e hospitais, e o texto segue agora para a Câmara dos Representantes. Os ADRs da Petrobras subiam mais de 4,5% em Nova York mais cedo, devendo ajudar na recuperação das ações da estatal e da B3. A expectativa é que a arrecadação de royalties da estatal despenque em 2020, acompanhando a queda expressiva das vendas internas e das exportações de petróleo - que ano passado, com o barril na casa dos US$ 60, somaram US$ 24,2 bilhões. Os mercados de câmbio e juros devem reagir também à melhora no exterior. Na segunda, o dólar subiu para R$ 5,30, afetado pela tensão no exterior e com o cenário político doméstico, enquanto os juros futuros caíram, com o surgimento de apostas de cortes da Selic além de maio, após sinais considerados 'dovish' vindos do Banco Central. Na agenda, os dados de arrecadação do governo em março podem mostrar perdas na margem e ante o mesmo período do ano passado, mesmo sem ainda sentir os efeitos mais severos do coronavírus sobre a atividade econômica. Na cena política, o Senado realiza sessão sobre o projeto de lei, que altera regras do auxílio emergencial. Na Câmara, está na pauta hoje a votação do projeto de lei do Senado, que cria uma linha de crédito a micro e pequenas empresas durante a pandemia e prevê a destinação de R$ 10,9 bilhões do Tesouro para operacionalizar o financiamento. Fica no radar ainda a movimentação da ala militar do governo por uma aproximação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, após a participação do presidente Jair Bolsonaro em atos antidemocráticos contra Maia, o Congresso e o STF, no domingo. Há expectativas ainda pelo posicionamento do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre o distanciamento social. Ontem, o Ministério da Saúde confirmou mais 166 mortes ocasionadas pelo novo coronavírus, totalizando 2.741 óbitos no País. O total de casos soma 43.079. No mundo, há 2,5 milhões de contaminados desde o começo do surto e 171.810 mortes, sendo 42.458 delas nos Estados Unidos, país que lidera tanto o ranking de infecções como o de vítimas fatais da doença, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.   Arrecadação, Campos Neto e Congresso no foco - A agenda desta quarta-feira traz a divulgação dos dados de arrecadação da receita federal de março (10h30). A mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast é de R$ 111,00 bilhões, de R$ 116,430 bilhões em fevereiro. O Senado realiza sessão sobre o projeto de lei 873/2020, que promove alterações nas regras do auxílio emergencial (16h00). A Câmara dos Deputados deve votar nesta quarta-feira (22) o projeto de lei do Senado que institui o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, chamado de Pronampe. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem videoconferência com parlamentares nesta quarta-feira (18h30).   Dado de petróleo e confiança na zona do euro no radar externo - Nos EUA, o destaque fica para os dados do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), às 11h30. Na zona do euro tem o índice de confiança do consumidor da zona do euro (preliminar) de abril (11h00). A Coreia do Sul divulga o Produto Interno Bruto (PIB) do 1° trimestre (20h00).   Governo entrega aos Estados apenas 2,5 milhões de testes - Mesmo atrasado para entrega da primeira leva de testes para Covid-19 prometidos, de 23,9 milhões de unidades, o Ministério da Saúde quase dobrou a meta e quer distribuir 46,2 milhões de exames durante a crise. Até agora, no entanto, a pasta só enviou aos Estados 2 milhões de testes rápidos, recomendados para aplicação em profissionais de saúde, e 524,3 mil testes do tipo RT-PCR - mais caro, rápido e preciso.   Em 1º dia de testes ‘drive-thru' no DF, 1,4% dos examinados testaram positivo p/ Covid-19 - Como resultado do primeiro dia de realização de exames rápidos na população para covid-19 por meio de serviço de drive-thru no Distrito Federal, 1,4% dos examinados testaram positivo para a doença. De acordo com o governo do DF, foram realizados 3.196 testes em cinco localidades, entre o Plano Piloto de Brasília e Águas Claras, com a identificação de 46 casos.   Ministro do STF abre inquérito sobre atos antidemocráticos - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concluiu nesta terça-feira (21) que o episódio dos atos antidemocráticos deste domingo (19) é "gravíssimo", pois atenta contra o Estado Democrático de Direito e as instituições republicanas. Moraes abriu um inquérito para apurar "fatos em tese delituosos" que envolvem a organização das manifestações.   Eduardo Bolsonaro aciona STF contra prorrogação de CPMI das fake news - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, entrou na segunda-feira (20) com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a Corte suspenda a prorrogação até 24 de outubro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News.   Campanha virtual contra Rodrigo Maia fica entre os principais assuntos do Twitter - Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro subiram nesta terça-feira (21) a campanha #MaiaInimigoDoBrasil. Até 17h30 de ontem, a campanha contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, completava mais de 13 horas ininterruptas entre os assuntos mais comentados do Twitter brasileiro. A hashtag também estava entre os assuntos mais tuitados do mundo ontem, de acordo com a ferramenta Trends24.   EXTERIOR TOMA FÔLEGO   Petróleo instável - Os contratos futuros do petróleo operam voláteis nesta manhã. Na segunda-feira, o petróleo foi negociado abaixo de US$ 0 pela primeira vez na história, com investidores liquidando o contrato do WTI para maio - que venceu ontem - para evitar a entrega física. Ontem, o WTI para junho fechou no menor patamar desde 1999. Nesta madrugada, foi a vez de o Brent tocar o menor valor desde 1999. Às 7h26, o petróleo WTI para junho caía 0,61%, a US$ 11,50 o barril, renovando mínimas desde 1999. Já o Brent para o mesmo mês virou há pouco e subia 0,10%, a US$ 19,35 o barril, após chegar a sofrer mais cedo um tombo de mais de 17%, e ser negociado a US$ 15,98, seu menor valor também desde 1999.   Futuros de NY e Europa em alta - Os índices futuros das bolsas de Nova York, bolsas europeias operam em alta e os juros dos Treasuries sobem nesta manhã, revertendo o movimento de queda dos últimos dois dias em meio a quedas históricas nos preços do petróleo. Os investidores seguem atentos à temporada de balanços e notícias sobre o andamento de algumas vacinas. Ao longo do dia, nos EUA, saem os balanços trimestrais de grandes empresas dos EUA, incluindo AT&T, Alcoa e Delta Air Lines. Às 7h25, Dow Jones futuro subia 1,10%, S&P futuro 500 avançava 1,16% e Nasdaq futuro se valorizava 1,10%. A Bolsa de Londres subia 1,47%, a de Frankfurt avançava 0,77% e a de Paris se valorizava 0,42%.   Dólar se enfraquece - O dólar se enfraquece ante outras moedas principais e também em relação a divisas emergentes, à medida que investidores demonstram maior apetite por ativos considerados mais arriscados, como ações. Às 7h25, o índice DXY do dólar caía 0,17%, a 100,08 pontos, enquanto o euro estava em US$ 1,0860, de US$ 1,0863 ontem, e a libra subia a US$ 1,2349, de US$ 1,2301 na véspera. O dólar estava em 107,71 ienes, 107,78 ienes no fim da tarde de ontem. O dólar também perdia terreno para divisas emergentes, incluindo o rand sul-africano, o rublo russo e o peso mexicano.   Trump restringe imigração - O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou a suspensão por 60 dias da emissão de “green cards” - o documento de residência permanente concedido a estrangeiros. Com o aprofundamento da recessão, em meio à pandemia de coronavírus, ele decidiu ainda restringir temporariamente a entrada de imigração. Segundo Trump, a suspensão das emissões de “green cards” por 60 dias pode ser estendida e novas medidas para conter a imigração podem ser adotadas.   Hidroxicloroquina não mostra benefício contra coronavírus, diz estudo - Uma pesquisa com hidroxicloroquina - medicamento usado para malária e citado frequentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como um possível tratamento para coronavírus - não mostrou benefícios desse remédio contra a covid-19 em 368 pacientes. Houve mais mortes entre aqueles que tomaram a hidroxicloroquina do que entre os que receberam tratamento padrão para a doença, de acordo com os pesquisadores envolvidos na iniciativa.   BC do México corta juros - Em reunião extraordinária, o Banco Central do México (Banxico) decidiu cortar a taxa básica de juros do país em 50 pontos-base, para 6% ao ano. Segundo a autoridade monetária, a decisão foi tomada por unanimidade e baseada na deterioração das perspectivas econômicas, diante dos impactos da pandemia de coronavírus e da queda nos preços do petróleo.   Inflação do Reino Unido desacelera dentro do previsto - O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido subiu 1,5% em março ante igual mês do ano passado, de 1,7% em fevereiro, em linha com a expectativa de analistas, mas afastou ainda mais a inflação britânica da meta do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que é de uma taxa de 2%.   Mercados da Ásia fecham em alta - As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quarta-feira, revertendo o movimento de queda predominante dos últimos dois dias diante do colapso dos preços do petróleo. O Xangai Composto subiu 0,60%. O sul-coreano Kospi se valorizou 0,89% em Seul, enquanto o Hang Seng subiu 0,42% em Hong Kong. Por outro lado, o japonês Nikkei caiu 0,74% em Tóquio. Na Oceania, o S&P/ASX 200 terminou o dia com queda marginal de 0,10 ponto em relação a ontem.            
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