PETRÓLEO FICA NEGATIVO EM DIA HISTÓRICO E DIS DESABAM COM KANCZUK E CAMPOS NETO

Blog, Cenário
A lista de fatos inéditos trazidos pela pandemia do novo coronavírus ganhou mais um item nesta segunda-feira: um contrato de petróleo WTI fechou abaixo de US$ 0 por barril pela primeira vez na história. Trata-se de uma conjunção de fatores, técnicos e macroeconômicos. O movimento de hoje é conhecido como "contango", quando os contratos para entrega futura são mais caros do que os preços à vista. O vencimento para maio, que terminou valendo -US$ 37,63, com queda de 305%, vence amanhã e os contratos que não foram rolados teriam que ser liquidados. Mas os traders não encontraram, como geralmente ocorre nestes casos, compradores dispostos a receber o produto físico, diante da forte queda global na demanda e com o principal centro de armazenagem dos EUA sem espaço para receber mais produto. Com isso, na prática, o investidor teve que pagar para que alguém ficasse com o barril. Para ajudar, esse vencimento já não era o mais líquido, o que aprofunda as oscilações. O contrato do WTI para junho, esse sim o mais negociado, também tombou, mas bem menos: caiu 18,38%, a US$ 20,43. O barril do tipo Brent cedeu 8,94%, a R$ 25,57. Esse comportamento anômalo do petróleo levou o Dow Jones a cair quase 2,5%, puxado pelo recuo das empresas do setor. Os mercados brasileiros até olharam para o exterior, mas trabalharam orientados, sobretudo, por fatores domésticos. E o principal destaque foram os juros futuros, que tiveram forte recuo depois de reuniões fechadas entre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o diretor de política econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, e investidores. Kanczuk, em live do Itaú BBA, teria dito que o BC não precisa necessariamente ser "gradual" na condução dos juros. "Se o diagnóstico agora é diferente, vai lá e faz, age", teria afirmado. Campos Neto também teria sido "dovish" em sua fala em participação de encontro virtual organizado pelo JPMorgan. As mensagens contradizem a leitura que os agentes vinham fazendo de declarações do próprio presidente do BC, que citava o fiscal, a ausência de reformas e outros fatores como riscos a serem avaliados na política monetária. Nesse ambiente, a curva de DI precifica 80% de chance de corte de 50 pontos em maio e 20% de possibilidade de queda de 75 pontos. Para o Copom de junho, as apostas indicam 100% de chance de 25 pontos e, para agosto, 60% de chance de 25 pontos. O desenho é completamente diferente do visto na sexta-feira, quando as possibilidades de afrouxamento em maio se mostravam divididas. O dólar ante o real foi bastante impactado por essa mudança de percepção sobre a Selic. Se a moeda já sofria com o aumento das tensões políticas, após os eventos do fim de semana, e com a aversão ao risco externas, escalou até perto de R$ 5,32 com a leitura de ciclo maior de corte de juros. Foi quando o BC teve que intervir, ao vender US$ 500 milhões no mercado à vista e limitar a alta do dólar a 1,35%, cotado a R$ 5,3078, maior valor desde 3 de abril. Por fim, o Ibovespa, em dia de vencimento de opções sobre ações, terminou de lado, ao cair 0,02%, aos 78.972,76 pontos, longe da mínima desta sessão espremida entre o fim de semana e o feriado de Tiradentes, quando o mercado local estará fechado. Os papéis da Petrobras, mais influenciados pelo petróleo Brent, tiveram, inclusive, desempenho melhor do que o de outras blue chips, favorecidos justamente pelo vencimento de opções.  
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  MERCADOS INTERNACIONAIS O petróleo foi negociado pela primeira vez na História abaixo de US$ 0,00 nesta segunda-feira. A pressão gerada pela queda na demanda, em razão da pandemia de coronavírus, e pelo aumento dos estoques levou a uma liquidação em massa do contrato do WTI para maio, que vence amanhã. Com isso, segundo analistas, a commodity energética entrou em "contango", que é quando os contratos para entrega futura são mais caros do que os preços à vista. No mercado acionário, as bolsas de Nova York se firmaram em queda à tarde, pressionadas por ações de petroleiras, mas também afetadas pela aversão a risco generalizada. O derretimento do petróleo, que também afetou os contratos mais líquidos, teve impacto nas moedas de países exportadores, como o México, o Canadá e a Rússia. O dólar, por sua vez, foi beneficiado pela busca por segurança no mercado, que ainda levou a uma alta na demanda por Treasuries e à consequente queda nos juros dos títulos do Tesouro americano.   A liquidação do contrato para maio do petróleo WTI, que levou a commodity a ser negociada em território negativo pela primeira vez na história, ocorreu para evitar a entrega física do barril, que pode não encontrar espaço de armazenamento. Desde o início do pregão, há relatos no mercado de que os estoques de petróleo em Cushing, mais importante centro de armazenamento nos Estados Unidos, podem estar perto do limite de capacidade. Além disso, o foco dos investidores também está na queda da demanda, devido à paralisação da economia global gerada pela pandemia de coronavírus.   O fato de os preços do petróleo terem ficado abaixo de US$ 0,00 significa que os fornecedores estão sendo pagos para ficar com o produto. A pressão, nesse caso, também ocorre sobre o contrato mais líquido, que é o de junho, embora estes tenham recuado menos. Segundo o DNB Markets, alguns investidores já estão negociando o contrato de julho. Com isso, o WTI para maio, que expira amanhã, fechou em queda de 305,97%, a US$ -37,63 o barril, na Nymex, enquanto o contrato para junho recuou 18,40%, a US$ 20,43 o barril. Na ICE, o Brent para junho, também contrato mais líquido, encerrou o dia em baixa bem mais branda, de 8,94%, a US$ 25,57 o barril.   Na avaliação do banco americano Citi, o mercado de energia enfrentará "sérios problemas de armazenamento" nas próximas quatro a seis semanas, o que deve levar a realizações de ganhos entre os investidores e desconexões no mercado, "incluindo o supercontango e preços negativos". "A perda de demanda global sem precedentes tornou os cortes de produção da Organização do Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) irrelevantes e as instalações de armazenamento global correm o risco de atingir a capacidade", comentam analistas do BMO Capital Markets. Após uma guerra de preços entre a Rússia e a Arábia Saudita, a Opep+ concordou com um corte de 9,7 milhões de barris por dia na produção de petróleo. Segundo a Dow Jones Newswires, após os movimentos de hoje no mercado, a Arábia Saudita considera aplicar o corte de oferta "o mais rápido possível", antes do dia 1º de maio, como está programado.   Com o derretimento do petróleo, as bolsas de Nova York se firmaram em queda, pressionadas por ações de petroleiras. No fechamento da sessão, o índice acionário Dow Jones caiu 2,44%, a 23.650,44 pontos, o S&P 500 recuou 1,79%, a 2.823,16 pontos, e o Nasdaq cedeu 1,03%, a 8.560,73 pontos. As ações da Chevron registraram baixa de 4,13%, a US$ 83,57, e os papéis da ExxonMobil perderam 4,72%, a US$ 41,18. No S&P 500, o subíndice de energia caiu 3,29%, mas as perdas foram generalizadas e incluíram todos os setores.   No mercado cambial, a queda no preço do petróleo levou a uma desvalorização de moedas de países exportadores da commodity energética, como o Canadá, o México e a Rússia. No final da tarde em Nova York, o dólar subia a 24,1020 pesos mexicanos, a 75,251 rublos russos e a 1,4127 dólares canadenses. Com a busca por segurança em alta no mercado, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante outras seis divisas fortes, subiu 0,17%, a 99,955 pontos.   A busca por ativos de refúgio também movimentou o mercado de renda fixa e levou a uma queda nos rendimentos dos Treasuries. No final da tarde em Nova York, o juro da T-note de dois anos recuava a 0,193% e o da T-note de dez anos, a 0,610%. Fonte: Iander Porcella - [email protected]   JUROS A segunda-feira para o mercado de juros esteve longe do estereótipo do dia morno e sem liquidez típico das emendas entre fim de semana e feriado. As taxas nos contratos de curto e médio prazos tombaram em reação à sinalização dada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pelo diretor de Política Econômica, Fábio Kanczuk, em apresentações para o mercado financeiro fechadas à imprensa, de que o Copom pode atuar de forma mais agressiva nos cortes da Selic. Com isso, as apostas de queda da taxa básica na reunião de maio cresceram na curva a termo - que já mostra expectativa de redução de 0,75 ponto porcentual -, assim como as apostas para os encontros seguintes. Nesse contexto, as taxas longas recuaram menos, mas ainda assim tiveram alívio, mesmo com o aumento do ruído político e desempenho ruim de moedas de economias emergentes.   O giro de contratos foi bastante forte, especialmente nos juros curtos. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou pela primeira vez abaixo de 3%, a 2,830%, de 3,037% no ajuste de sexta-feira e a do DI para janeiro de 2022 caiu de 3,64% para 3,37%. O DI para janeiro de 2027 terminou a sessão regular com taxa de 6,83%, de 6,902% na sexta-feira.   Em reuniões online com investidores nesta manhã, organizada pelo Itaú BBA, Kanczuk afirmou que, se for necessário, o BC não precisa ser conservador com a redução da Selic, de acordo com fontes que acompanharam os encontros virtuais. "Essa sinalização foi um dos motivos para a curva fechar, com maior probabilidade de o BC agir mais rapidamente, mas também temos os juros no mundo em queda e outros 'trackings' deflacionários, como o petróleo", afirmou o trader da Sicredi Asset Cássio Andrade Xavier.   Segundo uma fonte, quando questionado se em momento de incerteza, o BC precisa ser mais conservador, Kanczuk disse que "não via porque guardar munição". Conforme outra fonte, quando questionado a respeito da simetria do balanço de riscos para a inflação trazidos nos documentos do BC, Kanczuk teria dito que as decisões passadas se basearam em dados do momento e num PIB zero. "Eu não entendo que o BC tenha de ser gradual. Se o diagnóstico agora é diferente, vai lá e faz, age", teria dito o diretor, nas palavras da fonte.   As declarações vão na contramão do que uma parte do mercado vinha entendendo com as declarações de Campos Neto. Nesta madrugada, em entrevista ao SBT, ele ressaltou que a próxima reunião, em maio, levará em conta vários fatores e sinalizou que mais cortes de juros poderiam não ser a solução. "Se o mercado tiver uma situação em que o movimento de juros faça com que você tenha um efeito lá na ponta diferente do que você gostaria, então você não deu o remédio correto para aquela doença. Acho que aí é onde mora o debate."   Porém, hoje, o mesmo Campos Neto, em teleconferência organizada pelo JPMorgan, também teria sido dovish em suas declarações, indicando que agora o momento da política monetária "é outro". No fim da tarde, falando ao Estadão Live Talks, afirmou que "as condições de política monetária mudaram muito com o coronavírus". "O cenário estava nebuloso, entendemos agora que conseguimos enxergar com mais clareza", afirmou. Declarou ainda que "em nenhum momento dissemos que a política monetária não era efetiva".   A precificação da curva, segundo cálculos do economista-chefe do Haitong Banco de Investimentos, Flávio Serrano, apontava -55 pontos-base para a Selic no Copom de maio, ou 80% de chance de queda de 0,5 ponto e 20% de possibilidade de queda de 0,75 ponto. Para junho, a precificação era de exatos -25 pontos e para o Copom de agosto, -15 pontos - 60% de chance de corte de 0,25 ponto e 40% de chance de Selic estável.   Com a percepção de uma atuação mais firme do BC no curto prazo, os juros longos caíram menos do que os curtos, ignorando o aumento dos ruídos políticos, a disparada do dólar e o risco fiscal elevado após as medidas para combater os efeitos da pandemia. "Colocando tudo no caldeirão, o que está dando sabor à sopa é o exterior. Era para a sopa estar mais azeda com o político, mas os ingredientes externos estão amenizando", disse Xavier, referindo-se a por exemplo os sinais de alívio nas curvas de contágio do coronavírus pelo mundo e algumas das principais economias já debatendo estratégias de saída do isolamento social. Fonte: Denise Abarca - [email protected]     Operação CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 3.37 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 3.65 Over Selic (%a.a) 3.65       CÂMBIO Em um dia de desvalorização de moedas emergentes e ligadas ao petróleo, o dólar à vista encerrou a sessão pré-feriado nacional aos R$ 5,3078 em alta de 1,35%. Perto das 16h, a moeda spot chegou a ser vendida por quase R$ 5,32 e assim rumar para perto do maior valor intraday da história (R$ 5,3280, registrado em 3 de abril). Antes de um novo recorde se confirmar, o Banco Central (BC) anunciou um leilão de dólares à vista extraordinário, o que contribuiu para a alta desacelerar e a cotação oscilar no nível de R$ 5,32.   O comportamento da moeda teve alguns 'drivers' importantes, e um deles veio do próprio BC. Agentes do mercado de câmbio e também de juros afirmaram que as palestras online fechadas à imprensa desta segunda-feira do presidente do Banco Central, Roberto Campos, e também do diretor de Política Monetária da autoridade monetária, Fabio Kanckzuk, foram consideradas "dovish". A postura reduziria ainda mais o diferencial de juros do Brasil com o mundo, o que provocaria um fluxo cambial ainda mais desfavorável para o real.   Um operador de uma grande gestora de fundos de investimento comentou ao Broadcast que Kanczuk apresentou alguns fundamentos que justificariam novos cortes na taxa básica de juros. Essa fala ganhou peso ainda mais relevante, diz o operador, porque o diretor de Política Monetária é considerado o mais "hawkish" entre os integrantes do Copom. O profissional ainda afirmou que a fala de Campos Neto, que teria sinalizado que há espaço importante para redução da Selic hoje, foi considerada contraditória com o teor da entrevista que ele deu ao SBT e que foi ao ar na madrugada desta segunda-feira.   "No SBT, o Roberto Campos Neto foi lido como 'hawkish'. E, hoje, na conferência com o JPMorgan, ele teria sido 'superdovish'", disse o operador, sinalizando uma inconsistência na comunicação do presidente do BC. Por causa da interpretação dada às palestras dos dois dirigentes do BC, o orçamento e a duração do atual ciclo de afrouxamento monetário aumentaram. Na curva de juros futuros, a precificação passou a prever um corte para a reunião de agosto, além de reduções em maio e em junho que já estavam precificadas.   Não só a fala da autoridade monetária e a valorização relevante do dólar ante pares do real como peso mexicano, rublo russo e dólar canadense, igualmente sensível ao petróleo, são as justificativas hoje para mais um dia de perdas da moeda brasileira. O agravamento da crise entre o Poder Executivo e os Poderes Legislativo e Judiciário, além do confronto do Planalto com entes federativos, foi indicado por analistas ao avaliar os negócios hoje. O economista da Messem Investimentos, Álvaro Villa, destacou que a atitude do presidente Jair Bolsonaro contribuiu para um ambiente de grave incerteza.   "A crise política gera instabilidade institucional e isso impacta diretamente o real. Quando o presidente vai a público [ao participar de ato a favor da intervenção militar e do AI-5] deslegitimar o Congresso, os Poderes, fica impossível de fazer projeções", disse Villa.   O economista da Messem defendeu que não adianta o presidente ter falado hoje, publicamente, que não defende o fechamento do Congresso Nacional ou do Supremo Tribunal Federal. "Ele já feriu o relacionamento [com os outros Poderes]. Não adianta ele, depois de ir na manifestação [contra o Congresso], querer negociar", disse Villa. "O que o Bolsonaro parece não entender é que política é uma questão de relacionamento e confiança. Ele se refere de maneira pejorativa à dinâmica da negociação com os outros Poderes, sendo que negociação é a base da democracia. Não querer negociar, dialogar é negar as instituições", disse o economista.   No leilão desta tarde, o BC vendeu um total de US$ 500,0 milhões em leilão à vista de dólares. A operação foi realizada entre 15h57 e 16h02. A taxa de corte, segundo o BC, foi de R$ 5,295 e foram aceitas oito propostas. Essa foi a primeira operação de venda à vista da moeda americana nesta segunda-feira. Pela manhã, o BC já havia realizado operação de swaps cambiais tradicionais, para a rolagem dos vencimentos de junho, com a venda de US$ 350 milhões.   Às 16h57, o contrato para maio do dólar no mercado futuro subia 1,33% aos R$ 5,3068. Fonte: Karla Spotorno - [email protected]     BOLSA No dia em que o contrato do petróleo WTI de maio, com vencimento amanhã, foi negociado abaixo de zero, o Ibovespa mostrou notável resiliência em sessão de vencimento de opções sobre ações. Assim, o principal índice da B3 neutralizou as perdas do dia, fechando praticamente estável (-0,02%), a 78.972,76 pontos, longe da mínima deste pregão espremido entre o fim de semana e o feriado nacional de Tiradentes. Em sessão pré-feriado brasileiro, os investidores costumam mostrar grau ainda maior de cautela, visto que os mercados do exterior estarão abertos amanhã.   O volume financeiro totalizou R$ 35,1 bilhões na sessão, com o Ibovespa tendo oscilado entre mínima de 76.942,89 e máxima de 80.105,99 pontos. Em abril, o índice passou a acumular ganho de 8,15%, mas ainda cede 31,71% no ano. Na sessão, apesar do derretimento dos contratos da referência americana de petróleo, os papéis da Petrobras tiveram desempenho melhor do que o de outras blue chips, como Vale e bancos. No fechamento, Petrobras ON e PN mostravam baixa, respectivamente, de 0,90% e 1,12%, enquanto Vale cedia 3,50% e Itaú Unibanco, 2,50%. Na ponta negativa do Ibovespa, Gerdau Metalúrgica caiu 3,70%, Embraer, 3,66%, e Gerdau PN, também 3,66%. No lado oposto, Cyrela subiu 8,85%, seguida por Magazine Luiza (+8,72%) e Localiza (+6,15%).   "Apesar de todo estresse na esfera política e a derrocada do petróleo, o Ibovespa recuou muito menos do que o mercado internacional, em vista da forte queda dos juros futuros, movimento que favoreceu em especial o setor de consumo e varejo", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, chamando atenção para o "tom muito dovish" do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em teleconferência pela manhã, na qual "reforçou o compromisso da autoridade monetária em oferecer fluxo de crédito, que é a principal preocupação do mercado neste momento."   Com participação perto de 10% na composição da carteira teórica do Ibovespa, as ações da Petrobras são correlacionadas ao Brent, a referência global que hoje, no vencimento para junho, fechou em baixa de 8,94%, ou US$ 2,51, a US$ 25,57 por barril. A queda livre do contrato para maio do WTI, a referência americana, assim como forte depreciação do contrato para junho, refletiu o "esgotamento de uma estratégia do presidente Donald Trump de comprar e estocar o petróleo disponível para dar alguma sustentação aos preços", observa Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, em atuação que se impôs aos EUA desde que a Arábia Saudita anunciou, no início de março, descontos e aumento da oferta quando a demanda global já estava colocada em dúvida pela pandemia do novo coronavírus.   Mesmo que neste mês tenha se chegado a acordo na Opep+ quanto ao nível de oferta, o estrago já estava feito, diz Arbetman, na medida em que a demanda americana segue enfraquecida pelo "lockdown" - a suspensão de atividades não essenciais em grande parte do país. Enquanto a reabertura da economia americana segue como um plano de intenções distribuído por três fases, a perspectiva de recuperação da referência americana de petróleo permanece incerta. Hoje, o principal assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que a intenção do governo é iniciar a reabertura em 1º de maio, se as condições médico-sanitárias assim permitirem.   Além do vencimento de opções sobre ações nesta segunda-feira, que contribuiu para que tanto a ON como a PN de Petrobras mostrassem resiliência na sessão, o fato de a receita da petrolífera brasileira ter mais exposição ao consumo doméstico do que à demanda externa também ajuda a entender o comportamento, no mesmo dia em que a empresa anunciou o 13º corte de preços nas refinarias este ano. "Na Petrobras, 70% da receita vem do mercado doméstico e 30% do externo, dos quais dois terços correspondem à demanda da China, que há duas semanas voltou a comprar, com a reabertura de sua economia depois do coronavírus, embora ainda não nos mesmos níveis de antes", aponta Arbetman, acrescentando que a recuperação da economia chinesa parece se desenhar em forma de V.   Aqui, por outro lado, a combinação de incerteza econômica e risco político não permite concluir que o Ibovespa, apesar da estabilização próxima ao nível de 80 mil pontos, tenha se consolidado em direção única. Para Arbetman, não se pode descartar que o índice volte a se mover para baixo, mesmo que de forma mais aguda. "Exemplos como este de hoje do petróleo mostram como ainda há disfuncionalidade", diz. "A recuperação do Ibovespa tem ocorrido de fora para dentro, correlacionada ao exterior. E o episódio do fim de semana mostrou que o presidente Bolsonaro se dissociou mais uma vez do Legislativo e agora também do STF." (Luís Eduardo Leal - [email protected])     Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 78972.76 -0.02219 Máxima 80105.99 +1.41 Mínima 76942.89 -2.59 Volume (R$ Bilhões) 3.51B Volume (US$ Bilhões) 6.64B       Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 79415 0.1766 Máxima 80455 +1.49 Mínima 76785 -3.14
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