PETRÓLEO EM BAIXA E SINAL DE MAIOR APERTO NOS EUA LEVAM BOLSA DE VOLTA A 110 MIL PTS

Blog, Cenário

A percepção de que o Federal Reserve terá que ser duro para derrubar a inflação mais alta em quatro décadas na maior economia do mundo direcionou os mercados, levando o Ibovespa de volta aos 110 mil pontos e o dólar à marca de R$ 5,11. Dados robustos do mercado de trabalho e de confiança do consumidor americano renovaram hoje a perspectiva de os juros subirem mais, e ficarem elevados por mais tempo, nos Estados Unidos, em meio ainda a declarações de autoridades do Fed. Também na Europa, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) mostram-se empenhados em controlar o surto inflacionário na zona do euro, levando o mercado a ampliar apostas de aperto monetário na zona do euro, na reunião do dia 8. Sofreram com isso as commodities, cujos ganhos de ontem foram em parte devolvidos hoje, com o petróleo tipo Brent chegando a cair mais de 6% durante o pregão, voltando aos US$ 98 por barril. Os preços das commodities, decisivos no resultado final do Ibovespa hoje, não refletem apenas expectativa de alta dos juros nos países ricos, mas também a situação atípica da economia chinesa, com seus lockdowns para zerar os casos de covid, e questões ligadas ao aumento da oferta. Ações ligadas a matérias-primas, com as da Petrobras, com queda de mais de 5%, foram penalizadas e o Ibovespa fechou em baixa de 1,68%, com 110.430 pontos. Em Nova York, os índices tiveram desvalorização em torno de 1%. No câmbio, o dólar voltou a ter alta firme, depois de dois pregões em que se aproximou do piso de R$ 5,00. Com a alta de 1,58%, a moeda americana fechou o dia cotada a R$ 5,1130, também refletindo ajustes técnicos da disputa entre “comprados” e “vendidos” pela formação da última taxa Ptax de agosto, que será definida amanhã. Os juros futuros, pressionados de um lado pelo recuo do petróleo e de outro pela piora do câmbio, tiveram forte de alternância de sinal ao longo da sessão, fechando com viés de baixa.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

De olho em questões ligadas ao aumento da oferta de petróleo nos mercados globais e com realização de lucros após alta recente, os contratos futuros da commodity fecharam com queda de 5%, o que pesou sobre papéis do setor de energia. As principais bolsas de Nova York caíram, enquanto os ativos considerados seguros - juros dos Treasuries e dólar - ficaram sem sinal único. Dos dois lados do Atlântico, dirigentes dos bancos centrais das maiores economias do mundo reforçaram o compromisso em combater a alta inflação e operadores se posicionam diante das sinalizações de aperto monetário mais rápido do que o precificado anteriormente.

Sem um driver único, notícias do setor de energia direcionaram as negociações do petróleo nesta sessão. A seis dias da próxima reunião ministerial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), um integrante de uma das delegações nega que o corte de produção esteja sendo debatido no cartel neste momento, reportou a agência Tass. A possibilidade havia sido levantada por algumas autoridades, como o príncipe saudita.

Paralelamente, a estatal iraquiana SOMO poderia redirecionar exportações de petróleo bruto para a Europa, caso fosse necessário, de acordo com declaração de uma fonte da companhia à Reuters. A agência também reportou que a Venezuela está pronta para retomar operações com a Chevron, segundo o ministro do petróleo venezuelano. Para isso, os Estados Unidos precisam dar andamento às licenças.

Em relatório, a Oanda afirma que operadores parecem ter precificado uma interrupção na produção do Iraque ou Líbia que não se concretizou até o momento. Com a inflação ao consumidor da Alemanha, maior economia da zona do euro, tendo acelerado a 7,9%, os dados dão maior apoio para um aperto monetário que poderia empurrar o bloco para uma recessão econômica, avalia a consultoria. Ainda, "os mercados globais continuam com uma dor de cabeça do Federal Reserve que faz com que todos se preparem para maiores problemas para famílias e empresas".

A realização de lucros também pesou sobre o petróleo, um dia depois do WTI ter atingido o preço mais alto em um mês. O contrato para outubro fechou em baixa de 5,54% (-US$ 5,37), a US$ 91,64 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para novembro caiu 4,95% (-US$ 5,09), a US$ 97,84 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

Nas bolsas, o impacto foi sentido diretamente pelos papéis do setor de energia, que fechou com queda de mais de 3% no S&P 500. Chevron (-2,41%), ExxonMobil (-3,81%), Chesapeake Energy (-5,67%) e Conocophillips (-2,57%), por exemplo, tiveram baixas. Com todos os setores em queda, o S&P 500 caiu 1,10%, a 3.986,16 pontos, acompanhado por recuo de 0,96% do Dow Jones, a 31.790,87 pontos, e de 1,12% do Nasdaq, a 11.883,14 pontos.

As possibilidades para amplitude de aumento de juros nos EUA em setembro e duração do ciclo de altas também segue no radar. Nas apostas futuras, uma alta de 75 pontos-base (pb) segue como majoritária (72,55%) para o mês que vem, mostra ferramenta do CME Group, seguida pela chance de elevação em 50 pb (27,55%).

Presidente da distrital de Nova York, John Williams (vota) disse ser "evidente" que os juros precisam subir "bem mais" ainda neste ano. Ele destacou que será preciso avaliar indicadores econômicos, mas afirmou prever que novas altas se darão ainda em 2023 e minimizou a possibilidade de um corte nas taxas. Tanto Williams quanto o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin (não vota), destacaram que os juros reais precisam alcançar território positivo e seguir ali "por algum tempo" para controlar a demanda nos EUA e, consequentemente, ter reflexos sobre a inflação. Mesmo o líder do Fed da distrital de Atlanta, Raphael Bostic (não vota), que tende a ser da ala mais 'dovish' do BC norte-americano não descartou uma nova alta de 75 pb na próxima decisão.

Na renda fixa, no fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 3,441%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,106% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,218%.

Já no câmbio, o índice DXY caiu 0,06%, a 108,773 pontos, enquanto o dólar estava estável a 138,75 ienes e a libra cedia a US$ 1,1654. O euro avançava a US$ 1,0017, de volta à paridade com a divisa norte-americana, após sinalizações do Banco Central Europeu (BCE) de um aperto monetário mais agressivo. Os mercados passaram a apostar em aumento de 75 pb pela autoridade monetária na semana que vem, de acordo com a Refinitiv, da Dow Jones. Hoje, quatro dirigentes da instituição incentivaram que uma alta maior de 50 pb seja debatida na ocasião. (Ilana Cardial - [email protected])

Volta

BOLSA

Se ontem petróleo e Petrobras contribuíram para que o Ibovespa escapasse de perdas na sessão, hoje o efeito conjunto foi o oposto. Com o Brent em queda que chegou a superar 6% nesta terça-feira, a US$ 97 por barril - após ter sido negociado a US$ 105 na máxima de ontem -, em meio à renovação de expectativa de que a oferta cresça caso se alcance entendimento sobre o acordo nuclear para o Irã, Petrobras ON e PN fecharam o dia respectivamente em baixa de 5,64% e 5,95%, em sessão também acentuadamente negativa para Vale (ON -2,90%). Sem o apoio das commodities, e com fraqueza no setor financeiro, a correção se impôs ao índice da B3, que fechou em queda de 1,68%, aos 110.430,64 pontos, maior perda desde o último dia 19 (-2,04%) e menor nível de encerramento desde 11 de agosto (109.717,94 pontos).

Entre a mínima e a máxima desta terça-feira, oscilou dos 110.103,11 aos 112.868,78, com abertura a 112.323,42 pontos. Na semana, o Ibovespa cede 1,66%, colocando os ganhos do mês, que termina amanhã, a 7,04% - no ano, o índice sobe 5,35%. O giro financeiro desta terça-feira foi a R$ 27,6 bilhões. Na ponta perdedora do Ibovespa, destaque para CVC (-8,15%), IRB (-7,53%), Gol (-6,22%), Banco Pan (-6,05%) e Petrobras PN (-5,95%) e ON (-5,64%). No lado oposto, Localiza (+1,43%), Positivo (+1,04%), Vibra (+0,74%) e Hypera (+0,60%).

A expectativa por estreitamento das condições de liquidez nas maiores economias, em meio ao processo de elevação de juros nos Estados Unidos e também na Europa, e a perda de dinamismo econômico na China, grande consumidora de commodities, tem posto um freio no apetite por risco nas últimas sessões, após o Ibovespa ter saído da faixa de 95 a 96 mil pontos, nas mínimas de julho, para a de 114 mil pontos, nos melhores momentos intradia deste mês de agosto.

A situação econômica chinesa, que permanece atípica desde a política de tolerância zero à Covid, foi agravada recentemente pelas elevadas temperaturas e pela seca na atual temporada de verão, com impacto direto sobre o preço do minério de ferro. Assim, o quadro global combina luta contra a inflação nos Estados Unidos e na Europa e menor ritmo de atividade no gigante asiático.

"O yield de 2 anos nos Estados Unidos tem sido especialmente pressionado, refletindo a expectativa de um ajuste maior, no curto prazo, na taxa de referência do Fed. Volta a crescer a expectativa de que venha novo aumento de 75 pontos-base nos juros na reunião de setembro do comitê de política monetária do BC americano. Os dados de hoje sobre mercado de trabalho (relatório JOLTS) e o índice de confiança do consumidor (do Conference Board) vieram fortes, corroborando a impressão de que o Fed precisará ser rígido", diz Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos.

Ele destaca também o efeito da correção nos preços do minério de ferro sobre as ações de Vale e da siderurgia, com a desaceleração chinesa. Hoje, a tonelada seca do minério foi negociada abaixo de US$ 100 pela primeira vez em cinco semanas.

"Ainda estamos um pouco sob efeito da ressaca do discurso do Jerome Powell (presidente do Fed) na semana passada em Jackson Hole. Foram apenas oito minutos de discurso, em geral dura meia hora. Powell foi seco, lacônico, com mensagem dura que preocupou o mercado. A visão do mercado e do Fomc, nos 'dot plots', mostra que a do mercado era mais otimista do que a dos diretores do Fed. A visão era mais benigna, e não veio 'pivô' no discurso do Powell, ao contrário do que se esperava. A linha é: vamos subir juros e pronto. Há muita pressão, com inflação ainda alta por lá e atividade econômica cedendo", observa Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE), que volta a deliberar sobre juros na semana que vem, precisará agir de forma decisiva para controlar a inflação, na visão do presidente do Bundesbank (o BC da Alemanha), Joachim Nagel, de acordo com relato da Reuters. "Na minha visão, um aumento maior dos juros reduz o risco de que as expectativas inflacionárias se desancorem", disse Nagel, que faz parte do grupo que decide a política monetária do BCE. Ele argumentou que a instituição não pode "atrasar" a alta dos juros por medo de possível recessão no bloco monetário, uma vez que a inflação não retornará à meta "por conta própria".

A maior parte dos investidores do mercado financeiro aposta em um aumento de 75 pontos-base na taxa de juros da zona do euro pelo Banco Central Europeu. De acordo com dados da Refinitiv, 67% dos entrevistados apostam neste cenário. A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 8 de setembro.(Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110430.64 -1.68485

Máxima 112868.78 +0.49

Mínima 110103.11 -1.98

Volume (R$ Bilhões) 2.76B

Volume (US$ Bilhões) 5.46B

17:40

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 111915 -2.00946

Máxima 114540 +0.29

Mínima 111665 -2.23

CÂMBIO

Após dois pregões seguidos de queda, em que acumulou desvalorização de 1,54% e se aproximou do piso de R$ 5,00, o dólar encerrou a sessão desta terça-feira (30) em alta firme, voltando a superar o teto de R$ 5,10. O enfraquecimento do real se deu em meio a um tombo das divisas emergentes frente à moeda americana, em dia marcado por baixa dos preços das commodities, em especial do petróleo. Dados positivos da economia dos EUA e declarações de dirigentes do Federal Reserve não apenas reforçaram a expectativa de mais alta de juros como esfriaram apostas em corte dos Fed Funds em 2023.

Operadores observam que, dadas as perdas recentes do dólar no mercado doméstico, havia espaço para realização de lucros e recomposição de posições cambiais defensivas. Já está em curso também a disputa técnica entre "comprados" e "vendidos" pela formação da última taxa Ptax de agosto, que será definida amanhã (31), e ajustes para rolagem de contratos de dólar futuro. Números fiscais domésticos positivos em julho, com superávit de R$ 19,309 bilhões do Governo Central, e promessa de ampliação de gastos por presidenciáveis foram monitorados, mas não tiveram papel relevante na formação da taxa de câmbio.

Na abertura dos negócios, o dólar até ensaiou uma nova queda e desceu até a mínima de R$ 5,0110. A moeda americana passou a trabalhar em alta no mercado doméstico ainda pela manhã e, com uma escalada ao longo da tarde, rompeu o teto de R$ 5,10 e registrou máxima a R$ 5,1200 (+1,72%). No fim do dia, o dólar à vista era cotado a R$ 5,1130, em alta de 1,58%. No mês, a divisa acumula perdas de 1,18%. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para setembro teve giro forte, de mais de US$ 14 bilhões.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - apresentou leve queda, em razão da recuperação do euro dado o aumento de aposta de que o Banco Central Europeu (BCE) pode elevar os juros em 75 pontos-base no próximo dia 8. A moeda americana, contudo, subiu em bloco em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, a exceção do rublo russo e da lira turca. As cotações do petróleo desabaram, com o tipo Brent para novembro, fechando em baixa de 4,95%, a US$ 97,84 o barril.

Segundo a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, a reversão da tendência de queda do dólar que marcou os últimos dias provavelmente se deve a perspectiva de aumento maior de juros na Europa e nos Estados Unidos. "Dirigentes do Fed vieram hoje reforçar o compromisso em baixar a inflação. Além disso, os preços de algumas commodities estão em queda, contribuindo para a desvalorização de moedas emergentes", afirma Quartaroli.

Pela manhã, o presidente do Fed de Nova York, John Willians, afirmou que prevê elevação das taxas de juros em 2023, em vez de corte, como aventado por uma ala do mercado. "Acredito que teremos que aumentar as taxas e segurá-las ao longo do próximo ano", disse Willians, para quem é "evidente" que o Fed precisa subir os juros básicos "bem mais" até o fim deste ano. À tarde, o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, falou duro contra a inflação e voltou a dizer que a taxa real de juros nos Estados Unidos deverá alcançar território positivo para controlar a demanda.

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, afirma que, mesmo com a expectativa de desaceleração do ritmo de geração de empregos no payroll de agosto, o nível ainda elevado de criação de vagas e o dos salários devem manter a probabilidade de alta de 75 pontos-base da taxa básica americana em setembro acima de 50%.

Entre os indicadores americanos divulgados hoje, destaque para o relatório Jolts, mostrando que a abertura de postos de trabalho nos EUA subiu a 11,239 milhões em julho. O mercado espera agora a divulgação do relatório ADP de agosto amanhã (31) e, sobretudo, o payroll de agosto, que sai na sexta-feira (2). Pela manhã, o mercado se surpreendeu com o avanço do índice de confiança do consumidor dos EUA elaborado pelo Conference Board de 95,3 em julho para 103,2 em agosto, acima das expectativas (94,7).

"Dados de confiança do consumidor e emprego forte nos EUA interrompem o ciclo de valorização do real das ultimas três sessões", diz, em nota, o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, acrescentando que a aproximação do dólar do piso de R$ 5,00 tornou a compra atrativa. "Toda a demanda que estava represada acabou contribuindo para a alta da moeda", afirma Rolha. (Antonio Perez - [email protected])

17:40

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.11300 1.5814 5.12000 5.01100

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5117.000 1.65889 5122.500 5012.000

DOLAR COMERCIAL 5156.000 1.63611 5160.500 5053.000

JUROS

A volatilidade deu o tom aos negócios no mercado de juros nesta terça-feira, sem que as taxas conseguissem firmar uma direção. No fechamento, estavam perto da estabilidade, com viés de baixa. O ambiente internacional ditou a dinâmica da curva, com os agentes ponderando, de um lado, a aversão ao risco que penalizou moedas emergentes como o real, mas de outro o tombo dos preços do petróleo. Internamente, a agenda econômica trouxe dados melhores do que o consenso, mas novamente não conseguiu influenciar os ativos, com o mercado avaliando mais as questões fiscais a partir do próximo ano.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou estável em 13,74% (máxima) e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 13,17% para 13,10% (mínima). A do DI para janeiro de 2025 passou de 12,10% para 12,08% e a do DI para janeiro de 2027, de 11,87% para 11,88%.

O mau humor externo seguiu alimentado pela expectativa de atuação mais agressiva dos bancos centrais nos Estados Unidos e Europa, hoje amparada em dados acima do esperado da economia americana e mais declarações de autoridades do Federal Reserve enfatizando a necessidade de trazer o juro real para níveis positivos. Dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), do mesmo modo, defenderam aumento maior de juro na zona do euro para combater a inflação, o que eleva as chances de recessão numa economia já debilitada pela guerra na Ucrânia. A reunião de política monetária da instituição é no próximo dia 8.

A crise do gás na Europa e a alta recente do petróleo são fatores que ajudam a apoiar as previsões de postura mais dura dos BCs, embora hoje as cotações do óleo tenham despencado 5%, com informações extraoficiais de que a Opep não estaria debatendo corte da produção e realização de lucros. O próximo encontro da Opep+ deve ocorrer na segunda-feira (5). O barril do Brent voltou a ficar abaixo de US$ 100, fechando em US$ 97,84 no contrato para novembro. Já o dólar à vista terminou em alta de 1,58%, a R$ 5,1130.

"O mercado de juros está dividido. Temos ativos de risco sofrendo, mas juros subindo lá fora e o petróleo caindo bem", resumiu o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, enfatizando que o real hoje foi o destaque negativo entre moedas emergentes, o que faz preço no DI. Segundo ele, porém, em termos de inflação, considerando que o petróleo caiu bem mais do que o dólar subiu, o saldo líquido é favorável do ponto de vista da inflação.

No Brasil, os indicadores do dia vieram acima da mediana das estimativas, mas sem qualquer alteração nas apostas de Selic estável no curto prazo. A deflação do IGP-M de agosto, de 0,70%, foi bem maior do que o consenso de 0,56%, e o saldo positivo do governo central, de R$ 19,3 bilhões, superou a mediana das previsões de R$ 17,6 bilhões.

Para Eduardo Velho, economista-chefe e sócio da JF Trust, o foco dos juros vem mudando um pouco da inflação de curto prazo para o fiscal. "Existem diversas promessas mas sem fontes de receitas e sancionando déficit primário elevado em 2023", afirma, citando entre elas as de reajuste do funcionalismo, continuidade do Auxílio Brasil "e agora, proposta de candidato de pagamento adicional de auxílio para crianças até seis anos".

Segundo apurou o Broadcast, além do bônus R$ 150 a ser oferecido a crianças de até 6 anos, caso o candidato Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito presidente da República, o PT estuda a concessão de adicionais ao Novo Bolsa Família. Os “upgrades” seriam acrescidos ao piso de R$ 600, compromisso já assumido pela campanha petista, para ampliar a ajuda do Estado a diferentes segmentos de vulnerabilidade social. Impactos fiscais e prazos para anúncio e detalhamento, contudo, seguem indefinidos.

Xavier, da Sicredi Asset, porém, avalia que o que mais tem influenciado a curva recentemente é a conjunção entre a expectativa de alta de juros lá fora e os leilões do Tesouro com risco maior (DV01) para o mercado. "Mesmo quando a quantidade de papéis nos leilões não é tão grande, o DV01 tem sido razoável com oferta maior por exemplo nos títulos mais longos. Isso tem machucado um pouco o mercado. Discussões sobre juro lá fora e os leilões grandes em risco têm feito mais preço do que fatores internos", disse.

Nesta terça, o Tesouro vendeu integralmente a oferta de 1,450 milhão de NTN-B, com DV01 de US$ 750 mil, maior do que o de US$ 514 mil no leilão da semana passada, segundo a Necton Investimentos. "O Tesouro pode vir grande de novo na quinta-feira", afirma Xavier, lembrando que naquela data (1º) haverá vencimento de cerca de R$ 180 bilhões em LFT. No leilão do papel hoje, para 1/9/2028, o Tesouro vendeu 765.150 títulos, ante oferta de até 1 milhão. (Denise Abarca - [email protected])

17:38

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 13.67

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

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