PERMANÊNCIA DE GUEDES TRAZ ALÍVIO, MAS NÃO IMPEDE SEMANA NEGATIVA PARA ATIVOS LOCAIS

Blog, Cenário
A permanência de Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia, confirmada pelo próprio e pelo presidente Jair Bolsonaro, durante entrevista nesta tarde, ajudou a limitar as perdas dos ativos domésticos e, no caso do real, fez a moeda até mesmo mudar de direção. Os ruídos de que o ministro também entregaria os pontos, após um acordo que resultou na flexibilização do teto de gastos e na saída de quatro secretários, colocaram o mercado na defensiva desde cedo. O principal temor era sobre quem poderia substituí-lo num momento de fragilidade fiscal. Com isso afastado do horizonte e a confirmação de Esteves Colnago, que já fazia parte da equipe econômica, para a vaga de Bruno Funchal na secretária especial do Tesouro e Orçamento, houve algum alívio. Isso não significa, contudo, que tenha havido qualquer sinal de melhora nas contas públicas, mas sim que o risco de uma piora ainda mais intensa ficou menor. Até porque, o próprio Guedes admitiu que o déficit fiscal do Brasil em 2022 será maior e que foi preciso ceder à ala política do governo, que queria ainda mais recursos. Para fechar a longa entrevista, aliás, o ministro disse o que o mercado já está precificando: "se o fiscal piorou um pouco, tem que correr um pouco mais com juro também". E os analistas e investidores sabem disso. Não por acaso, houve uma avalanche de revisões em alta para a Selic, entre ontem e hoje, enquanto a curva de juros indica chance de aperto monetário entre 1,25 ponto e 1,50 ponto porcentual na reunião do Copom da próxima semana. As taxas dos DIs, que chegaram a bater no limite máxima de oscilação durante o momento de maior estresse do pregão, se acomodaram entre a estabilidade e pequena alta, mas o acúmulo de prêmios na semana, sobretudo no trecho intermediário da curva, é expressivo. O dólar, que chegou a bater em R$ 5,75 mais cedo, não só perdeu força como caiu ante o real após as falas de Guedes e Bolsonaro, a R$ 5,6273, com desvalorização de 0,71%. O investidor aparou um pouco da forte alta da semana, acumulada em 3,16% mesmo com a baixa de hoje. Na renda variável, o Ibovespa até melhorou, mas muito menos que os demais ativos. Do tombo para o nível de 102 mil pontos, acabou com perda de "apenas" 1,34%, aos 106.296,18 pontos, somando forte baixa de 7,28% na semana. Em Wall Street, que teve pouco influência sobre os negócios locais hoje, foi o presidente do Fed, Jerome Powell, quem direcionou o tom mais negativo dos mercados, após destacar riscos de inflação mais elevada, a ponto de aumentar apostas em aperto monetário nos EUA já em meados do próximo ano. Ainda assim, o Dow Jones subiu e bateu recorde, enquanto todos os índices acumularam ganhos nesta semana, puxados por resultados corporativos.
  • JUROS
  • CÂMBIO
  • BOLSA
  • MERCADOS INTERNACIONAIS
JUROS Após começarem a tarde batendo nos limites de oscilação máxima, os juros desaceleraram o ritmo de avanço, com alguns contratos mais longos chegando até mesmo a zerar a alta no fim da sessão, após a confirmação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, permanecerá no cargo com demonstração de apoio do presidente Jair Bolsonaro. Assim, as taxas abandonaram os níveis estratosféricos, mas fecharam ainda bastante pressionadas no miolo da curva, refletindo o reforço nas apostas de que a política monetária terá de ser agressiva para se contrapor aos efeitos do terror fiscal na inflação. Com os contratos até o trecho intermediário subindo bem mais que os longos, a curva terminou a semana com forte desinclinação, em torno de 30 pontos-base. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou a sessão regular sem 10,85%, de 10,495% ontem no ajuste, após tocar no limite de alta de 11,45% mais cedo. O DI para janeiro de 2022 fechou com taxa de 8,148%, de 7,922% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa quase estável, em 11,50% (mínima), de 11,497% ontem. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,81% (mínima), de 11,804% ontem. O anúncio das saídas de quatro integrantes da equipe econômica, incluindo o secretário do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o do secretário do Tesouro, Jeferson Bittencourt, ontem à noite já trouxe estresse à curva pela manhã, que foi ganhando força na medida em que cresciam as especulações de que Guedes também deixaria o cargo. Circulavam rumores de que o ministro teria pedido demissão em meio às manobras no teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil de R$ 400 e a posterior debandada de sua equipe, mas o presidente tentava demovê-lo da ideia. O ministro negou tudo em entrevista nesta tarde. "Vamos trabalhar até o fim do governo", disse. Para o lugar de Bruno Funchal foi indicado o chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia, Esteves Colnago. “Estou nomeando alguém bastante sênior, com muita formação, muita experiência", afirmou Guedes. "Guedes amenizou o problema, deu um 'fico' e disse que é R$ 400 e não mais, que era o que caberia. Isso deu uma segurada nesse dia horroroso para os mercados locais", disse o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier. A leitura é de que a permanência de Guedes estanca a sangria no curtíssimo prazo, mas o quadro para as contas públicas continua muito fragilizado pelas pressões políticas, até porque agora a PEC dos precatórios que vai abrir caminho para o Auxílio Brasil tem de ser aprovada nos plenários da Câmara e do Senado, para não gerar novos problemas de percurso. "Precisa passar para o mercado conseguir superar e ir para próxima. O governo está apostando alto nesse discurso e nessa proposta", disse a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. As apostas para o Copom da próxima quarta-feira estão cada vez mais agressivas, com a expectativa de alta de 1,5 ponto na Selic amplamente majoritária. Nos Departamentos Econômicos, as previsões também tem sido revisadas. O Bradesco informou que agora espera avanço de 1,25 ponto porcentual, de 1 ponto antes, mesmo movimento feito pelo Credit Suisse. A Quantitas Asset agora trabalha com aumentos de 1,5 ponto em outubro e 1,25 ponto em dezembro, com Selic terminal de 11%. Guedes praticamente avalizou a aceleração no ritmo de aperto ao afirmar que com a piora fiscal, "o BC tem de correr um pouco atrás com juro". Ele alertou que é "obrigação do BC" não ficar atrás da curva e que é sua obrigação "dar cobertura" para a autoridade monetária. Os profissionais do Citi destacam que os prêmios de risco da curva estão no pico do ano, quase 200 pontos acima dos níveis de julho. "Ainda parecem baixos se comparados com o sell-off de 2008, 2013, 2015 e 2018, sugerindo que ainda há upside", disseram. A mudança nos níveis de prêmio está em linha com o movimento de 2013, mas a trajetória da taxa da T-Note de 10 anos repete o que se viu em 2018, afirmam os profissionais, lembrando também que é necessário colocar a taxa de câmbio em perspectiva. (Denise Abarca - [email protected]) 17:41 Operação   Último CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 7.32 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 6.15 Over Selic (%a.a) 6.15 CÂMBIO O mercado doméstico de câmbio viveu uma sessão agitada e de muita volatilidade nesta sexta-feira (22), com oscilação de mais de 13 centavos entre a mínima e a máxima, em dia marcado por especulações em torno da permanência de Paulo Guedes - outrora "posto Ipiranga" do presidente Jair Bolsonaro e último fiador do governo junto ao mercado - à frente do ministério da Economia. O dólar já abriu o dia em forte alta e varou o teto de R$ 5,70 logo na primeira hora de negócios, ainda espelhando a debandada na equipe econômica, puxada pela saída ontem à noite do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, na esteira da mudança das regras do teto de gastos embutida da PEC dos Precatórios. No início da tarde, no auge da boataria de que Guedes estava demissionário, a moeda americana chegou a ultrapassar a marca de R$ 5,75, ao correr até a máxima de R$ 5,7545 (+1,53%). O movimento altista arrefeceu após notícia de encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e Guedes, às 14h30. O alívio veio de vez quando Bolsonaro e Guedes apareceram juntos, selando a permanência do ministro no governo. Embora Guedes tenha perdido grande parte da sua credibilidade entre os investidores, sua permanência ainda serve de contraponto para as tendências mais populistas da ala política do governo, afirmam operadores. Com mínima a R$ 5,6223, registrada na reta final do pregão, o dólar à vista encerrou a sessão desta sexta-feira em queda de 0,71%, a R$ 5,6273. Apesar disso, a moeda americana termina esta semana com valorização de 3,16% e já acumula alta de 3,33% em outubro - o que evidencia uma reprecificação relevante do real nos últimos dias. "O mercado estava precisando de mais informações e as explicações de Guedes acabaram fazendo preço. Tivemos um estresse muito grande ontem e em parte do pregão de hoje, com o dólar flertando com 5,80, e era de se esperar que houvesse alguma correção", afirma o gerente da mesa de derivativos financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado, que chama a atenção para a fala de Guedes sobre dados positivos da arrecadação, em uma tentativa de dizer que o aumento de gastos com o Auxílio Brasil não prejudica a política fiscal. Em sua fala, Bolsonaro disse que tem "confiança absoluta" em Guedes e que o ministro "entende as aflições que o governo passa". Após defender o Auxílio Brasil no valor de R$ 400, o presidente diz que o governo tem responsabilidade e não fará "nenhuma aventura". Guedes, por sua vez, refutou que tenha pedido demissão e disse faltou tolerância aos "jovens" da equipe econômica para conciliar a solução técnica com a fiscal, em referência a Bruno Funchal e Jeferson Bittencourt, cujas saídas ele classificou como algo "natural". O substituto de Funchal será o Esteves Colnago, que hoje ocupa a Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia. "A preferência da economia era manter o teto e pedir uma autorização para gastar um pouco mais, ali ao lado. Mas, tecnicamente, (a mudança no teto) é defensável", disse Guedes cuja proposta inicial era de gastos de R$ 30 bilhões fora do teto, mas que acabou cedendo à reformulação da âncora fiscal. O ministro disse que foi mal interpretado quando disse que era preciso "licença para gastar um pouco mais", ao se referir ao Auxílio Brasil, e ressaltou que a solução costurada na PEC dos Precatórios não altera os fundamentos fiscais da economia brasileira. "As finanças não foram abaladas. Não estou preocupado se foi extrateto ou levantamento do teto", disse. A economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, vê a queda do dólar após o discurso do Guedes como um "pequeno ajuste" depois de um período de grande estresse, mas ressalta que a percepção de risco segue em nível elevado. "O fato de o Guedes continuar deu algum ânimo e possibilitou esse ajuste, já que ele é o único braço relativamente liberal no governo", diz Consorte. "Mas o dólar no patamar atual sugere que o mercado não gostou das mudanças fiscais, que ainda são vistas como 'pedaladas'. Devemos ver ainda bastante volatilidade". Para Machado, da Commcor DTVM, após as movimentações dos últimos dias, a taxa de câmbio já carrega um prêmio de risco considerável, o que pode, em tese, abrir espaço para uma queda do dólar. A disputa pela formação da taxa Ptax de fim de outubro na semana que vem e eventuais fluxos podem, contudo, levar a moeda a flertar novamente com R$ 5,75. "Pelos fundamentos, é mais plausível o dólar ir para R$ 5,50, porque o pior momento do ajuste de prêmios já passou. Mas é preciso ver a questão do fluxo e da demanda", ressalta Machado. A expectativa dos analistas é que o BC continue a atuar com leilões extras de swaps cambiais para suprir demandas específicas, além das ofertas ligadas ao overhedge dos bancos e das rolagens de contratos vincendos. A perspectiva de uma aceleração do ritmo de aperto monetário pelo Copom na próxima semana pode dar também algum fôlego ao real, caso não haja novas surpresas no front fiscal. Na B3, o dólar futuro para novembro recuava 0,40%, a R$ 5,6440, com giro expressivo, na casa de US$ 20 bilhões (Antonio Perez - [email protected]) 17:42 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.62730 -0.7111 5.75450 5.62230 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5654.000 -0.22059 5761.500 5628.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5730.000 0.19234 5730.000 5727.000 BOLSA O Ibovespa conseguiu limitar as perdas ao longo da tarde para fechar o dia em baixa de 1,34%, aos 106.296,18 pontos, tendo chegado na mínima desta sexta-feira aos 102.853,96 pontos, menor nível intraday desde 13 de novembro de 2020 (102.508,77), com giro financeiro muito intenso, a R$ 58,7 bilhões. O nível de fechamento foi o menor desde o último dia 20 de novembro (106.042,48 pontos). Desde cedo, os rumores quanto a eventual saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, após os pedidos de exoneração apresentados na noite anterior por quatro importantes secretários das áreas de Tesouro e Orçamento, acentuaram os temores do mercado quanto à direção do fiscal no caminho para 2022, ano eleitoral, punindo severamente os ativos brasileiros. No meio da tarde, contudo, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Guedes falaram lado a lado, em visita do mandatário ao gabinete da Economia, após a qual Bolsonaro reiterou "confiança absoluta" no ministro, com quem disse se entender "muito bem". "Guedes entende as aflições que o governo passa", acrescentou o presidente. "Entendemos que a economia está ajustada, não existe solavanco ou descompromisso de nossa parte", afirmou o presidente, que observou também não estar disposto a "aventuras". "Em nenhum momento, presidente insinuou nada semelhante [demissão]", acrescentou o ministro. "Não pedi demissão em nenhum momento", ressaltou Guedes. A busca por uma imagem de pacificação entre o presidente e o ministro contribuiu para firmar a limitação de perdas na Bolsa e a acomodação do câmbio, que já vinham sendo observadas antes da manifestação conjunta, com o dólar, após máxima do dia a R$ 5,7545, estabilizando-se entre R$ 5,66 e R$ 5,67 no meio da tarde, e passando depois a viés de baixa na sessão, com mínima a R$ 5,6223 e fechamento a R$ 5,6273 (-0,71%). A rápida definição do servidor de carreira Esteves Colnago, ex-ministro do Planejamento no governo Temer e que já integrava o quadro de Guedes na Economia, para a secretaria especial do Tesouro e do Orçamento, no lugar de Bruno Funchal, foi recebida de forma favorável, contribuindo para limitar a percepção de risco. "O rompimento do teto foi bem precificado e a aparição de Bolsonaro e Guedes juntos traz um pouco mais de tranquilidade, embora ninguém tenha gostado dessa notícia da semana, a ruptura do teto, uma medida populista, 100% voltada para eleição", diz Viviane Vieira, operadora de renda variável da B.Side Investimentos, escritório ligado ao BTG Pactual. "A curva de juros abriu bastante, permitindo encontrar prefixados com taxas melhores, em momento de risco para a renda variável, para as ações." Para Viviane, a depender da definição dos novos nomes para recompor o Tesouro, e dos desdobramentos da próxima semana, pode haver alguma recuperação gradual tanto para o real como para o Ibovespa, que esta semana esteve bem descolado de Nova York, com S&P 500 em novo pico histórico, refletindo a positiva temporada de balanços trimestrais nos Estados Unidos. "A debandada no Tesouro foi uma sinalização ruim, deixando Paulo Guedes isolado, o que explica a reação negativa, estressada, do mercado", diz Leonardo Milane, sócio e economista da VLG Investimentos, para quem a "poeira não está baixando", com outros fatores de risco ainda pendentes no curto prazo, como a possibilidade de paralisação de caminhoneiros. "A curva de juros abriu mais ainda. O estouro do teto mostra que o Guedes não está mais lá para impedir que o teto seja furado", acrescenta Milane, observando que, na prática, "com teto furado, o mercado precifica que o ministro já caiu". Hoje, ao lado de Bolsonaro, Guedes tentou se desvincular da imagem de "fura-teto". Segundo o ministro, seu papel é o de avaliar o limite de aumento de gastos para não abalar os fundamentos fiscais. Em outro momento, Guedes disse que a mudança no indexador do teto de gastos é "defensável tecnicamente" e que não altera os fundamentos fiscais da economia. "Vim (para o governo) acreditando no presidente, Congresso e mídia. Militantes dirão que sou 'bolsonarista-raiz' porque estou ajudando presidente eleito. Acho que o presidente me apoia e quer fazer as reformas. Parece que agora fui promovido para fura-teto, para ala política. Não acredito nisso", acrescentou Guedes. Após esta semana turbulenta para o cenário fiscal e de política monetária, as expectativas do mercado para o desempenho das ações na próxima estão mais equilibradas. A percepção de ganhos para o Ibovespa para o período entre 25 e 29 de outubro ainda é majoritária entre os participantes do Termômetro Broadcast Bolsa, com 53,85%, mas perdeu bastante espaço ante a pesquisa da semana passada, quando ficou em 75,00%. Em contrapartida, a previsão de estabilidade saltou de 16,67% para 30,77% e a de queda avançou de 8,33% para 15,38%. O Ibovespa, que mais cedo havia chegado a cair quase 5 mil pontos entre a mínima e a máxima do dia, de 107.749,34 pontos, fechou a semana com perda de 7,28%, que chegou a se aproximar de 10% no pior momento da sessão - na semana anterior, avançou 1,61%, vindo de leves perdas de 0,06% e 0,34% nas precedentes. Ainda assim, foi o pior desempenho semanal desde o auge do temor sobre a pandemia, em março de 2020, superando por pouco a do intervalo encerrado em 30 de outubro de 2020 (-7,22%), há quase um ano, quando prevalecia cautela desde o exterior com a eleição americana - aquela semana fora a pior para o Ibovespa desde o tombo de 18,88% entre 16 e 20 de março, o intervalo que precedeu o início da quarentena e que se mantém, até aqui, como o ponto mais baixo da pandemia. No ano de 2021, o Ibovespa cede agora 10,69%, com perda de 4,22% no mês de outubro. Hoje, com a acomodação da percepção de risco ao longo da tarde, ações como as de Petrobras e as de grandes bancos, de forte peso no Ibovespa, encerraram o dia limitando a correção vista mais cedo, quando mostravam perda em torno ou acima de 5% na sessão. Ao final, as quedas ficaram entre 0,45% (Unit do Santander) e 3,84% (Itaú PN) nas maiores instituições financeiras, e entre 0,98% (PN) e 1,97% (ON) para as de Petrobras. Reagindo ao preço do minério de ferro na China (+2,22%), o desempenho de Vale (ON +1,22%) e de ações de siderurgia (Gerdau Metalúrgica +2,08%, Usiminas PNA +1,34%) contribuiu desde cedo para que as perdas do índice da B3, superiores a 4% no pior momento desta sexta-feira, não fossem ainda maiores. Movidas pelo fortalecimento de 3,16% do dólar ao longo da semana, Klabin (+7,56%) e Suzano (+7,32%) seguraram a ponta positiva do Ibovespa na sessão, à frente de Qualicorp (+2,81) e Gerdau Metalúrgica (+2,08%). Na face oposta, novo dia de realização de lucros em Getnet (-15,52%), à frente de Locaweb (-8,89%) e Banco Inter (Unit -6,65%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 106296.18 -1.33553 Máxima 107749.34 +0.01 Mínima 102853.96 -4.53 Volume (R$ Bilhões) 5.87B Volume (US$ Bilhões) 1.02B 17:42 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 107100 -1.4266 Máxima 108855 +0.19 Mínima 103675 -4.58 MERCADOS INTERNACIONAIS O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, destacou riscos de inflação mais elevada, em meio a problemas na cadeia de produção, durante evento hoje. Após as declarações, as apostas monitoradas pelo CME Group passaram a ser majoritárias por uma alta de juros nos Estados Unidos em junho de 2022, não mais em julho. Entre os Treasuries, o juro da T-note de 2 anos, mais sensível à política monetária, subiu hoje, mas os outros retornos recuaram. No câmbio, o índice DXY do dólar recuou no dia, porém reduziu perdas à tarde. Ainda assim, o dólar mais fraco colaborou para os ganhos do petróleo. Já nas bolsas o sinal foi misto, com balanços no radar e o Nasdaq mais pressionado após os resultados da Intel, mas o Dow Jones em alta, com novo recorde histórico de fechamento. Durante evento virtual do BC da África do Sul, Powell considerou que problemas na cadeia de produção "têm piorado" e que há risco de gargalos persistentes. Isso afeta a trajetória inflacionária, admitiu. Para o presidente do BC americano, a inflação atualmente está "bem acima" da meta, com risco de que suba ainda mais. Powell também voltou a repetir a expectativa de os preços desacelerem adiante e retornem para perto da meta, mas sem citar datas. Além disso, reafirmou que o início da redução nas compras de bônus (tapering) está próximo, com fim previsto para meados de 2022, mas descartou que seja o momento para uma elevação nos juros, já que o mercado de trabalho ainda está longe do "máximo emprego" almejado pelo Fed. Ainda disse que, caso a inflação fique mais elevada e persistente do que o previsto, o Fed agirá para contê-la. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, falou em linha similar em outro evento hoje, admitindo que a inflação está mais elevada do que o esperado e sugerindo que haverá aumento de juros, se o quadro persistir. Nos mercados, as bolsas de Nova York pioraram em meio a declarações de Powell. Balanços também concentraram atenções, com Intel em baixa de 11,68%, diante de resultados que frustraram o mercado após o fechamento de ontem. O Dow Jones fechou em alta de 0,21%, em 35.677,02 pontos, o S&P 500 recuou 0,11%, a 4.544,90 pontos, e o Nasdaq caiu 0,82%, a 15.090,20 pontos. Entre os Treasuries, o juro da T-note de 2 anos, mais sensível à política monetária, subiu hoje, mas não houve sinal único. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 0,457%, o da T-note de 10 anos caía a 1,643% e o do T-bond de 30 anos recuava a 2,077%. O monitoramento das apostas pelo CME Group mostrou que hoje passaram a ser majoritárias as previsões de alta nos juros pelo Fed em junho do próximo ano, quando ontem isso era projetado apenas para julho. A Stifel comenta que os mercados financeiros estão cada vez mais concentrados na perspectiva de uma elevação nos juros mais cedo do que o antes previsto. No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras moedas fortes, caiu 0,14%, a 93,642 pontos, com baixa de 0,31% na semana. A Capital Economics comenta em relatório que, no agregado, o dólar continua perto de seu nível mais forte neste ano. Com os juros dos Treasuries mantendo tendência de alta e expectativas reforçadas de alta de juros pelo Fed no segundo semestre de 2022, o dólar deve seguir forte nos próximos meses, prevê a consultoria. No horário citado, o dólar caía a 113,44 ienes, o euro avançava a US$ 1,1643 e a libra tinha baixa a US$ 1,3759. Ainda no câmbio, o dólar atingiu hoje máximas recordes no mercado paralelo na Argentina, segundo a imprensa local, com o país enfrentando quadro de inflação elevada, dificuldades para pagar suas dívidas e uma prolongada negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto o governo congela preços em período que inclui as eleições legislativas de meados de novembro. No câmbio oficial, o dólar subiu hoje a 99,4463 pesos argentinos. O recuo de hoje do dólar ajudou o petróleo, bem como os sinais de limites no avanço da oferta. O contrato do WTI para dezembro fechou em alta de 1,53%, em US$ 83,76 o barril, na Nymex, e o Brent para o mesmo mês subiu 1,09%, a US$ 85,53 o barril, na ICE. Leituras positivas do índice de gerentes de compras (PMI) da IHS Markit para Japão, zona do euro, Reino Unido e Alemanha colaboraram. Na Europa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia reforçará medidas para tentar conter os preços elevados da energia. Além de ajuda aos mais vulneráveis no curto prazo, o bloco estuda por exemplo uma reserva estratégica conjunta de gás e licitações conjuntas. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
Gostou do post? Compartilhe:

Pesquisar

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Categorias

Newsletter

Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Posts relacionados

Receba nossos conteúdos por e-mail
Captcha obrigatório
Seu e-mail foi cadastrado com sucesso!

Copyright © 2023 Broker Brasil. Todos os direitos reservados

Abrir bate-papo
Olá!
Podemos ajudá-lo?