Em meio à crise que pode resultar na maior contração global em décadas, os investidores encontraram espaço para levar ativos a recordes, como no caso do Nasdaq, e quebrar marcas, como a sequência de ganhos do Ibovespa. Tudo porque existe uma expectativa de retomada mais rápida da economia, diante de alguns indicadores recentes e com a reabertura de diversos países europeus e regiões norte-americanas, combinada com uma injeção de liquidez nunca antes visto ao redor do globo. Nesse ambiente, os agentes ignoraram o recuo do petróleo e seguiram tomando riscos no mercado acionário, o que garantiu mais um dia de alta aos principais índice de Wall Street e nova máxima história de fechamento ao Nasdaq, que reúne empresas de tecnologia. Contaminado por esse bom humor e com a trégua política local, o Ibovespa engatou a sétima sessão consecutiva de ganhos - a mais longa desde fevereiro de 2018 -, ao terminar o dia com valorização de 3,18%, aos 97.644,67 pontos. As perdas da Bolsa em 2020 foram reduzidas para 15,57% e, no período de 12 meses, praticamente zeraram, com baixa de apenas 0,18%. Tamanho apetite por risco seguiu derrubando o dólar ante emergentes, como o real. Hoje, a divisa dos EUA recuou 2,73%, a R$ 4,8544 no mercado à vista - menor valor desde 13 de março. Apenas em junho, essa combinação de exterior melhor, redução do risco político interno e consequente desmontagem de posições compradas em dólar resultou em queda de 9,07% para a moeda americana. Tanto que a cotação de hoje é mais de R$ 1 inferior à máxima intraday verificada há menos de um mês, em 14 de maio. No ano, o avanço acumulado da divisa dos EUA, que já chegou a 45%, caiu para 21%. Esse mergulho do dólar, que ganhou fôlego na segunda metade do dia, reverteu mais um pregão de realização de lucros nos juros futuros, que subiam pela manhã. Com a agenda vazia e à espera do IPCA de maio, na quarta-feira, e da reunião do Copom, na próxima semana, as taxas curtas acabaram perto da estabilidade, ainda precificando chances majorirárias de corte de 0,75 ponto porcentual da Selic. As taxas longas, por sua vez, passaram a cair, o que significou redução da inclinação da curva a termo.
- MERCADOS INTERNACIONAIS
- BOLSA
- CÂMBIO
- JUROS