A recuperação da tomada de risco nas bolsas de Nova York teve reverberação em todo o mercado mundial na tarde de hoje. As quedas de mais cedo, em meio ao temor de desaceleração do crescimento da China por causa de novos surtos de covid-19 e de aumento da intensidade do aperto monetário nos Estados Unidos, deram lugar à recuperação parcial das perdas recentes. Enquanto os investidores já vinham recompondo suas carteiras, o anúncio da compra do Twitter por cerca de US$ 44 bilhões pelo bilionário Elon Musk foi a senha final para o fôlego que se viu nas últimas duas horas da sessão. A própria ação da rede social subiu 5,66%, ao passo que o Nasdaq avançou 1,29%. O Dow Jones teve ganho de 0,70% e S&P 500, de 0,57%. Ainda assim, nenhum dos três índices conseguiu apagar as baixas de quinta e sexta-feira passadas. Esse movimento, contudo, diminuiu os prejuízos na sessão aqui no Brasil. O Ibovespa até ensaiou ir para o azul, mas terminou cotado a 110.684,95 pontos (-0,35%) - a razão da disparidade é a exposição das ações brasileiras, como Vale ON (-1,70%) à economia chinesa. No câmbio, a despeito de o dólar à vista fechar no maior nível desde 22 de março, a cotação final (R$ 4,8755, +1,47%) ficou bem distante da máxima (R$ 4,9493, +3,00%). Por fim, nos juros futuros, sob o embalo da queda do petróleo e dos rendimentos dos Treasuries, a curva conseguiu 'limpar' os excessos da sexta-feira e teve contrato que cedeu até mais de 15 pontos. Nesse mercado, há expectativa com a terça-feira, que marca a retomada da divulgação do Relatório Focus e pode trazer eventuais comunicações do Banco Central no último dia antes do início do período de silêncio pré-Copom.
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MERCADOS INTERNACIONAIS
O anúncio da compra do Twitter pelo CEO da Tesla, Elon Musk, por US$ 44 bilhões foi destaque nesta tarde. Pouco antes da confirmação do negócio, as ações da rede social tiveram negociação suspensa. As bolsas de Nova York ganharam fôlego na segunda metade do pregão, após começarem a sessão pressionadas pelas perspectivas econômicas para a China e a postura do Federal Reserve (Fed), enquanto a temporada de balanços também chamava a atenção. O petróleo, que vinha operando em forte baixa especialmente pela possível queda da demanda pela postura da China contra a covid-19, reduziu perdas antes do fechamento. Já o dólar seguiu sua trajetória de alta, enquanto os rendimentos dos Treasuries recuaram, em um cenário de maior busca por segurança.
Pelo acordo com Musk, o dono da Tesla pagará US$ 54,20 por ação do Twitter. Com as negociações retomadas, os papéis da empresa fecharam a sessão com ganhos de 5,66%. Terminado o processo de aquisição, o Twitter se tornará uma companhia de capital fechado. O valor de compra oferecido por Musk e aceito unanimemente pelo conselho administrativo da empresa é 38% maior que o valor da ação do Twitter após o fechamento do dia 1° de abril, último pregão antes do empresário adquirir o equivalente a 9% da fatia de ações da companhia.
Seguindo a divulgação de balanço com resultados acima do esperado por analistas, as ações da Coca-Cola subiram 1,06%. Com publicação marcada para depois do fechamento do mercado, os papéis da Whirpool avançaram 2,70% com a expectativa. Ao final do pregão, o Dow Jones avançou 0,70%, a 34.049,46 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,57%, a 4.296,12 pontos, e o Nasdaq ganhou 1,29%, a 13.004,85 pontos. Na Europa, o quadro nos mercados acionários foi diferente, e os principais índices recuaram, com China no radar. Apesar da vitória do presidente Emmanuel Macron no segundo turno das eleições francesas, o CAC 40 recuou 2,01% em Paris. O candidato era apontado como mais favorável aos mercados que a opositora Marine Le Pen, mas a aversão a risco se sobrepôs. A busca por segurança teve também como efeito uma queda nos rendimentos dos Treasuries, e, ao fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos recuava 2,634%, o da de 10 anos tinha queda a 2,831% e o do T-bond de 30 anos baixava a 2,897%.
O cenário foi semelhante no câmbio, e a Western Union aponta que o euro caiu para mínimas em dois anos e poderia ter se saído ainda pior se não fosse por Macron ter ganhado um segundo mandato de cinco anos. A moeda comum continua sobrecarregada pelas expectativas de que o Fed aumentará sua taxa básica de juros com mais frequência e agressividade do que o Banco Central Europeu (BCE), avalia. Ao fim da tarde, o euro recuava a US$ 1,0717. O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais, fechou em alta de 0,53%, em 101,752 pontos.
A alta do dólar pressionou o petróleo, moeda na qual a commodity é cotada. Além disso, o endurecimento de medidas restritivas para conter o avanço da covid-19 na China, especialmente em Pequim, pesou no ativo nesta sessão. Devido à política de zero-covid, o governo da capital restringiu a movimentação de seus cidadãos. No distrito de Chaoyang, afetado pela covid-19, a população foi orientada a não deixar o local. O WTI para junho fechou em queda de 3,46% (US$ 3,53), a US$ 98,54 o barril, enquanto o Brent para o mês seguinte caiu 3,76% (US$ 3,99), a US$ 102,16 o barril. (Matheus Andrade - [email protected])
BOLSA
China foi a palavra-chave do dia, com o distanciamento social em grandes cidades do país realimentando dúvidas quanto à demanda e o crescimento global na semana que antecede decisão de política monetária nos Estados Unidos e também no Brasil. Mesmo com a aversão a risco desde o exterior, o Ibovespa fechou acima dos 110 mil pontos, chegando a oscilar pontualmente para o positivo (+0,07%) no melhor momento da tarde. Ao fim, mostrava leve perda de 0,35%, aos 110.684,95 pontos, estendendo a série negativa pela sexta sessão, algo não visto desde janeiro de 2021. Foi o menor nível de fechamento desde 15 de março, então aos 108.959,30 pontos.
Hoje, a referência da B3 oscilou entre mínima de 109.221,87, menor nível intradia desde 16 de março (108.957,59), e máxima de 111.155,01, saindo de abertura a 111.076,85 pontos. O giro ficou em R$ 26,0 bilhões na sessão. Com a perda até aqui de 7,76% em abril - a pior desde março de 2020 (-29,90%), o ponto mais baixo da pandemia -, o Ibovespa limita os ganhos do ano a 5,59%.
O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, disse hoje que a economia chinesa lida com "nova, crescente pressão de baixa", devido ao impacto de mudanças "maiores do que o esperado" nos cenários doméstico e internacional, que merece "grande atenção". De acordo com a Xinhua, agência estatal chinesa, o premiê fez as observações durante reunião do Conselho de Estado.
Em meio a dúvidas sobre o dinamismo da China, o pessimismo deste começo de semana transpareceu especialmente nas ações de commodities, embora moderado em direção ao fechamento da sessão, com Vale ON em baixa limitada a 1,70% e Petrobras ON, de 0,69%, assim como no setor de siderurgia, contidas a 2,64% (CSN ON). Retração bem maior foi vista no começo da tarde, mas a limitação do ajuste e posterior virada nas três referências de Nova York - impulsionadas pelo anúncio da compra do Twitter por cerca de US$ 44 bilhões pelo bilionário Elon Musk - contribuíram para que o Ibovespa contivesse as perdas da sessão, que alcançaram também as ações de grandes bancos, à exceção de BB ON (+0,78%).
Na ponta negativa do Ibovespa, BRF (-3,65%), CSN (-2,64%) e Soma (-2,56%). Na face oposta do índice, Cogna (+3,57%), Cemig (+2,87%) e Petz (+2,85%).
As incertezas sobre o ritmo de atividade na segunda maior economia do mundo se combinam ao ajuste das políticas monetárias em curso no mundo. Caso se confirmem as mais recentes indicações de autoridades do Federal Reserve - entre as quais o presidente, Jerome Powell -, a expectativa é por aumento mais forte nos juros americanos na reunião dos dias 3 e 4 de maio, em ciclo de ajuste mais restritivo daqui para frente, ante a resiliência da inflação apesar de sinais mais fracos da economia global.
“A Bolsa de Xangai caiu mais de 5% nesta segunda-feira, em seu pior fechamento desde 2020, sob expectativa de novas restrições para conter a alta de casos de Covid na China”, aponta Arthur Schneider, responsável por distribuição de produtos na Monte Bravo Investimentos. Ele acrescenta que, desde a última sexta-feira, o mercado “virou a chave” para a reunião do Fed, na próxima semana, reprecificando de maneira agressiva o ajuste nos juros americanos, ensaiando consenso para alta bem maior nesta reunião, de até 0,75 ponto porcentual na taxa de referência.
“Além disso, o Banco Central Europeu anunciou que também já deve começar a subir os juros por lá, colaborando com o clima de mau humor nos mercados”, observa Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos. Em entrevista na última sexta à rede americana CNBC, junto com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, a presidente do BCE, Christine Lagarde, sinalizou o encerramento das compras de ativos no terceiro trimestre e a possibilidade de que os juros de referência na zona do euro comecem a subir ainda em 2022.
Neste contexto de liquidez mais restritiva, o dólar se apreciou nesta segunda-feira no exterior, frente a referências da cesta do índice DXY, que inclui euro, iene e libra, e também no Brasil, onde a moeda americana à vista encerrou o dia em alta de 1,47%, a R$ 4,8755 - na máxima do dia, chegou perto de R$ 4,95, a R$ 4,9493. O petróleo, por sua vez, chegou a cair mais de 6%, mas fechou o dia com perdas abaixo de 4%, com o Brent negociado na casa de US$ 102 e o WTI, de US$ 98 por barril.
“Nesta semana, além da continuidade da temporada de balanços, com empresas do setor de tecnologia, de peso, divulgando resultados (Alphabet, Meta, Amazon e Apple), o mercado também conta com o PIB dos EUA e o deflator do PCE”, a métrica preferida do Fed para acompanhamento da inflação ao consumidor, observa em nota a Guide Investimentos. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 110684.95 -0.35341
Máxima 111155.01 +0.07
Mínima 109221.87 -1.67
Volume (R$ Bilhões) 2.62B
Volume (US$ Bilhões) 5.36B
17:30
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 112270 -0.52277
Máxima 112860 0.00
Mínima 110840 -1.79
CÂMBIO
Após esboçar correr até R$ 4,95 no início da tarde, quando chegou a subir 3% e registrou máxima a R$ 4,9493, o dólar desacelerou o ritmo de ganhos nas últimas três horas de pregão, em sintonia com a diminuição da aversão ao risco no exterior e a virada das bolsas americanas para o campo positivo. No fim da sessão, a moeda apresentava alta menos aguda, de 1,47%, a R$ 4,8755 - maior valor de fechamento desde 22 de março (R$ 4,9152).
Contando com o avanço de 4% na sexta-feira, na volta do feriado de Tiradentes, a moeda americana acumulou valorização de 5,52% nos dois últimos pregões, saltando da casa de R$ 4,60 para perto de R$ 4,90. Depois de intervir na sexta-feira à tarde, com leilão de venda à vista no total de US$ 571 milhões, o Banco Central hoje se manteve afastado. Mesmo com a trajetória ascendente neste fim de abril, a divisa americana ainda acumula desvalorização de 12,56% em 2022.
O principal indutor da alta do dólar por aqui foi o ambiente global de aversão ao risco, que fez investidores abandonarem bolsas e divisas emergentes para se abrigarem na moeda americana e nos Treasuries, cujas taxas caíram em bloco. O rendimento da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, caiu, no momento mais agudo, para a casa de 2,75%.
Ao realinhamento dos preços dos ativos globais à perspectiva de que ajuste monetário mais intenso e forte nos Estados Unidos se somaram hoje preocupações com o impacto de novo surto de covid-19 sobre a economia chinesa. Depois de lockdown em Xangai, o governo decretou medidas restritivas em Pequim. Há temores de que uma perda de fôlego simultânea das duas principais economias do mundo abale a atividade global. As cotações do petróleo caíram mais de 5%, com o tipo Brent, referência para Petrobras, perto do piso dos US$ 100 o barril. O minério de ferro negociado em Cingapura recuou quase 10%.
O índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em alta firme ao longo do dia, acima da linha de 101,500 pontos. As divisas de países exportadores de commodities e emergentes caíram em bloco, à exceção do peso mexicano. O real, que apresentava o melhor desempenho no ano, foi quem mais sofreu. Desde sexta-feira, analistas notam uma corrida para desmonte de posições vendidas (que ganham com a alta do dólar) no mercado futuro, especialmente por parte de fundos locais, o que tem exacerbado o movimento de alta da divisa no mercado doméstico.
O head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, afirma que o mercado dá continuidade hoje ao movimento de "fly to quality" no mercado global iniciado no fim da semana passada. "O real sofre mais que as outras porque era o trade [operação] preferido de nove entre dez gestores, com commodities e taxas de juros domésticas altas", afirma Weigt. "A entrada [na operação] acontece em meses e a saída, em dias. Não tem liquidez para todo mundo sair ao mesmo tempo e acontece isso. O dólar subiu 4% na sexta e chegou a subir 3% hoje".
Depois de movimentar US$ 19,17 bilhões na sexta-feira, o dólar futuro para maio, mais líquido, apresentava, às 17h05, giro robusto, na casa de US$ 20 bilhões. Além de operações de zeragem para realização de lucros e limitação de perdas (stop loss), players já estariam se movimentando para a rolagem de posições futuras e formação da última Ptax de abril, na sexta-feira (29). Segundo dados da Renascença DTVM, apenas na sexta-feira os fundos locais reduziram posições vendidas em dólar futuro em 21.815 contratos (US$ 1,09 bilhão). Já os investidores estrangeiros aumentaram as posições compradas em 27.675 contratos (US$ 1,38 bilhão).
Para a economista-chefe da Armor, Andrea Damico, o mercado está "finalmente" incorporando aos preços "a adoção de uma estratégia mais agressiva de política monetária pelo Fed", na esteira de declarações mais duras do presidente do BC americano, Jerome Powell, em evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada. Damico ressalta que os juros reais americanos de prazos mais longos, como o de 10 anos, que apresentavam patamar bem negativo, agora estão próximos de zero, o que tem impacto mais relevante em bolsas e ativos de risco.
"O real sentiu o golpe do Fed mais agressivo, sendo uma das moedas de pior performance nos últimos dias. O fato de o real ter a maior apreciação entre divisas emergentes no ano e de ter um mercado cambial líquido podem ter contribuído para essa devolução parcial de ganhos da moeda", afirma a economista
Enquanto o Fed tende a acelerar o passo, com boa parte do mercado já apostando em alta de 0,75 ponto porcentual da taxa básica americana em junho, após a esperada elevação de 0,50 ponto no encontro do Fed semana que vem, por aqui o Banco Central dá sinais de que deseja realmente encerrar o ciclo de aperto monetário, afastando expectativas de que a taxa Selic se aproxime de 14%. Essa combinação tende a reduzir, ainda que marginalmente em um primeiro momento, o diferencial entre juro interno e externo, que até então tinha sido apontado como um dos propulsores do real.
Para a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, o mercado de câmbio continua a refletir hoje a piora do clima institucional no Brasil, cujo gatilho foi o indulto de Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira (PTB-FJ), condenado a mais de oito anos de prisão pelo STF. "Além disso, ainda temos o temor de desaceleração econômica na China por conta do novo surto de Covid. Isso penaliza preços de commodities e gera busca de segurança, o que contribui para esse aumento da taxa do câmbio", diz Quartaroli. "De forma geral, o plano político vai começar a falar cada vez mais alto aqui no Brasil e devemos voltar a ter piora nos preços [dos ativos]".
Bolsonaro voltou a espicaçar o Supremo hoje ao participar de evento em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O presidente disse que o perdão a Silveira, a quem chamou de "inocente", será cumprido. Mais: Bolsonaro afirmou que poderia descumprir ordem do STF caso a Corte aprove revisão do marco temporal para demarcação de terras indígenas. (Antonio Perez - [email protected])
17:30
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.87550 1.4651 4.94930 4.80360
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4888.000 1.62162 4957.000 4811.000
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4936.000 1.98347 4940.500 4867.000
JUROS
Depois de começar a tarde com sinais divergentes, os juros futuros engataram um movimento contínuo e consistente de baixas, em um movimento resumido por um agente do mercado como uma "limpeza" dos excessos da sexta-feira. Do exterior veio o principal motor, com as bolsas americanas flertando com o azul ao mesmo tempo que petróleo e juros dos Treasuries seguiam em quedas firmes.
À espera da bateria de indicadores semanais, entre os quais os dados-chave IPCA-15 e IGP-M de abril, e com a retomada amanhã cedo do Relatório Focus do Banco Central, a cena interna foi mais como pano de fundo do que efetivamente geradora de preço na renda fixa.
Ao longo do feriado de Tiradentes, o BC tentou dar sinais dos passos além da decisão de juros da semana que vem. Ao reiterar a intenção de elevar a Selic a 12,75% a partir do dia 5, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, disse que o momento exige serenidade para avaliar o tamanho e a duração dos choques inflacionários atuais.
"Se os choques se mostrarem mais persistentes ou maiores do que o previsto, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário", avisou, em palestra organizada pela XP em Washington.
Também na capital americana, onde participava da comitiva que foi ao Encontro de Primavera do Fundo Monetário Internacional, a diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, relativizou surpresas inflacionárias recentes e o aumento das expectativas de inflação. As falas foram feitas em encontros com investidores organizados pelo JPMorgan e pelo Barclays, conforme apuração da repórter Thaís Barcellos.
Pelas regras do Comitê de Política Monetária (Copom), o período de silêncio tem início na quarta-feira, portanto qualquer comunicação adicional teria de ser feita até amanhã.
"Ele [o BC] entra quando o sistema financeiro está em uma aposta equivocada para o mercado ir se ajustando. Em alguma medida, a autoridade já fez o ajuste que precisava fazer. A tendência hoje é dar os 100 pontos na semana que vem e deixar algum resquício para junho", afirma o economista e operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, André Alírio.
Neste ambiente, o olhar dos agentes do mercado se voltou ao exterior, em especial no período da tarde. Num primeiro momento, o movimento de queda dos juros futuros foi relacionado à forte desvalorização do petróleo e dos retornos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Esses ativos, por sua vez, cederam com o temor de uma desaceleração econômica na China por causa de novos surtos de covid-19, gerando uma busca pela segurança dos Treasuries, ocasionando na diminuição de sua taxa.
Isso já trazia para baixo as taxas médias e longas dos DIs. Na sequência, as bolsas americanas esboçaram reações e, com espaço para queima de prêmios, a renda fixa doméstica teve o alívio adicional.
Assim, o DI para janeiro de 2023 caiu de 13,048% no ajuste de sexta-feira para 12,945% hoje (mínima). O janeiro 2024 passou de 12,702% a 12,57%. O janeiro 2025 foi de 12,141% a 11,99%. E o janeiro 2027 recuou de 11,98% a 11,815%. Para efeito de comparação, na quarta-feira pré-feriado de Tiradentes, as taxas foram de 13,068%, 12,667%, 12,101% e 11,795%, respectivamente. (Mateus Fagundes - [email protected])
17:30
Operação Último
CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 12.31
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 11.65
Over Selic (%a.a) 11.65