NY CAI APÓS POWELL ELEVAR TOM, MAS BOLSA E REAL RESISTEM E TÊM MELHOR NÍVEL EM MESES

Blog, Cenário

O tom mais duro adotado pelo presidente do Fed, Jerome Powell, nesta tarde, deteriorou o humor dos mercados em Nova York, mas não impediu os ganhos do real e da bolsa brasileira. Em ambos os casos, o desempenho tem relação com commodities. Afinal, ao mesmo tempo em que o avanço do petróleo e de outras matérias-primas puxa esses papéis no Ibovespa, joga o real para cima, para equilibrar o aumento das cotações em dólar. Mas é o impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia nos preços, junto com o mercado de trabalho apertado nos EUA, que ajuda a explicar a postura mais 'hawkish' de Powell, para quem é necessário que o BC americano retorne a uma abordagem "mais neutra" para a política monetária, que pode chegar a uma "postura restritiva". Em outras palavras, juros ainda mais elevados. Assim, enquanto os investidores seguem de olho nas conversas entre Moscou e Kiev, à espera de um desfecho para o conflito, foram as palavras do chairman do Fed que fizeram subir os yields dos Treasuries, ao mesmo tempo em que jogaram os três principais índices acionários de Wall Street no território negativo, com destaque para o Dow Jones, que perdeu 0,58%. No caso da renda fixa local, a despeito de o dólar fechar abaixo de R$ 5 pela primeira vez em nove meses, os juros futuros subiram. Afinal, a combinação de política monetária mais apertada no exterior, avanço acima de 7% do petróleo e revisões em alta para IPCA e Selic sancionou a adição de prêmios na curva a termo, sobretudo no miolo dela. Nada disso, no entanto, foi suficiente para mudar a dinâmica do câmbio e do mercado acionário por aqui. A aposta em juros maiores, aliás, estimula operações de carry trade e foi um dos fatores que fizeram o dólar fechar com desvalorização de 1,42%, a R$ 4,9445 - menor valor desde 29 de junho do ano passado. E o outro motivo tem relação com o avanço de 0,73% do Ibovespa, aos 116.154,53 pontos - maior nível desde setembro de 2021 -, diante do fluxo de entrada de recursos para ações de exportadores de commodities.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•CÂMBIO

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MERCADOS INTERNACIONAIS

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sugeriu hoje que a taxa de juros poderá ser aumentada para além de 25 pontos-base em alguma reunião da autoridade, o que pressionou as bolsas de Nova York e impulsionou os rendimentos dos Treasuries. O dólar também ganhou força com as declarações, e operou em alta ante rivais. Nos desdobramentos da guerra na Ucrânia, a Rússia indicou que as relações com os EUA estão ameaçadas depois que o presidente americano, Joe Biden, acusou o país de cometer crimes de guerra. O Alto Representante da União Europeia, Josep Borrell, fez a mesma alegação hoje após reunião de ministros do bloco. Borrell afirmou ainda que mais gastos com defesa são necessários, em dia no qual a UE detalhou planos no tema. Com ceticismo por um fim rápido do conflito, o petróleo voltou a subir fortemente. O vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak disse que os preços podem chegar a US$ 300 o barril se o óleo russo for evitado pelo Ocidente. Neste cenário, a Fitch cortou de 4,2% a 3,5%, sua projeção para o crescimento da economia mundial neste ano.

A Fitch afirma que a perspectiva "tem deteriorado de modo significativo", conforme os desafios inflacionários se intensificam e "a invasão da Rússia na Ucrânia ameaça a oferta de energia global". O texto lembra ainda que a inflação deve ser mais elevada do que o antes esperado, nesse contexto. A agência aumentou ainda sua previsão para os preços de petróleo para 2022 e 2023. O WTI deve ficar em US$ 95 neste ano (antes era esperado US$ 67), já em 2023, o barril deve ficar em US$ 76 (antes US$ 57). Já o Brent deve ficar em US$ 100 (ante previsão anterior de US$ 70) o barril em 2022 e US$ 80 (antes era US$ 60) em 2023, segundo a Fitch.

Powell não descartou hoje um cenário de aperto monetário mais rápido do que o atual, caso um prolongado período de escalada de preços nos EUA impulsione as expectativas de inflação para um nível insustentável. O dirigente disse ainda não ver risco alto de recessão na economia americana em decorrência da normalização da política monetária. Seguindo as declarações, os juros dos Treasuries foram impulsionados, e, ao fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos subia a 2,119%, o da T-note de 10 anos avançava a 2,308% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 2,533%.

Enquanto isso, as bolsas de Nova York recuaram, com ações de tecnologia, dentre elas Meta (-2,31%) e Microsoft (-0,42%), com algumas das perdas mais relevantes. Depois que um Boeing 737 com 132 pessoas a bordo caiu na província de Guangxi, no sul da China, as ações da empresa recuaram 3,63%. Por outro lado, acompanhando a alta do barril, ações de petroleiras como ExxonMobil (+4,49%) e Occidental Petroleum (+8,39%) avançaram. Ao fim da tarde, Dow Jones caiu 0,58%, S&P 500 teve baixa de 0,04% e Nasdaq perdeu 0,40%. Já na Europa o quadro foi misto, com o FTSE 100 avançando 0,63% em Londres e o DAX perdendo 0,60% em Frankfurt.

No câmbio, a Western Union aponta que ao longo desta semana, comentários de autoridades do Fed que apostem na possibilidade de um ritmo mais rápido de aumentos das taxas para combater a inflação podem pesar nos mercados e sustentar o dólar. Ao fim da tarde, o euro recuava a US$ 1,1012, enquanto o DXY, que mede o dólar ante seis rivais, tinha alta de 0,27%.

Nas tensões com a Rússia, a agência Tass informou hoje que autoridades do país estão explorando a possibilidade de impor uma proibição às exportações de urânio locais. "Esta questão também está na agenda, está sendo estudada", disse o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak. Já o Suspilne divulgou que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyi, declarou que os compromissos nas negociações entre o seu país e a Rússia serão resolvidos através de um referendo. Enquanto isso, o presidente dos EUA, Joe Biden, conversou hoje com alguns dos principais líderes europeus, começando uma semana na qual o democrata irá viajar ao continente para participar de reunião da Otan e do Conselho Europeu.

Sobre mais sanções da UE à energia da Rússia, Borrell afirmou que ainda não há passos concretos. Para o diplomata, a dependência energética do bloco com relação à Rússia aumentou por anos, e agora é usada como arma. Levando o tema em conta, o espanhol disse que os ministros buscaram hoje resposta "eficaz que não represente um custo que estados membros não possam assumir". Hoje, o WTI com entrega para maio fechou em alta de 6,67% (US$ 6,88), a US$ 109,97. Enquanto isso, o do Brent para maio subiu 7,12% (US$ 7,69), a US$ 115,62. (Matheus Andrade - [email protected])

JUROS

A curva de juros esteve atrelada a um jogo de forças nesta segunda-feira que manteve as taxas com viés de alta, perto da estabilidade, durante boa parte da sessão. Na última hora de negócios a trajetória ascendente ganhou fôlego na medida em que, no exterior, declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fortaleciam o dólar e levavam os juros dos Treasuries para as máximas do dia. Mais cedo, o impacto do salto dos preços do petróleo conseguia ser suavizado pelo recuo do dólar, que nas mínimas chegou a rodar em R$ 4,93. Internamente, a primeira pesquisa Focus após o comunicado do Copom trouxe aumento nas medianas de IPCA e Selic, elevando a expectativa pela ata da reunião, que sai amanhã.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou a sessão regular em 12,925%, de 12,896% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2024 subiu de 12,582% para 12,675%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 12,21%, de 12,071%, e DI para janeiro de 2027, com taxa de 11,98%, de 11,915%.

Após a devolução de prêmios vista no fim da semana passada, a curva tinha algum espaço para realização de lucros. Mas, apesar da aceleração do avanço na hora final, tanto as taxas curtas se mantiveram abaixo de 13% quanto as longas fecharam aquém dos 12%, com o mercado à espera dos eventos da semana para um ajuste mais firme em suas posições. O primeiro deles é a ata do Copom, amanhã. Os agentes querem saber se o documento vai confirmar a leitura majoritariamente "dovish" do comunicado ou, como na reunião de fevereiro, será ferramenta para alguma correção da avaliação de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim. No comunicado, os diretores anteciparam a intenção de elevar a Selic em mais 1 ponto na reunião de maio.

"Vamos ver se trará detalhes, pelo lado mais racional, do cenário alternativo, e se estará firme na sinalização de apenas mais uma alta da Selic", comentou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. Ele destaca que, nesta segunda-feira, do ponto de vista externo, o dia foi negativo desde cedo, dada a falta de sinais de arrefecimento do conflito no leste europeu e pressão do petróleo, parcialmente neutralizada pela valorização do câmbio.

Enquanto o petróleo Brent subiu acima de 7%, a US$ 115 o barril, o dólar caiu um pouco mais de 1%, o que volta a pressionar a defasagem ante os preços internos, que na semana passada estava praticamente zerada. "A princípio US$ 100 é a referência do Copom", lembrou Rostagno, referindo-se ao cenário alternativo, considerado o de maior probabilidade, trazido pelo comunicado, que tem como premissa o petróleo terminando o ano em US$ 100/barril e passando a aumentar 2% ao ano a partir de janeiro de 2023. Nesse cenário, as projeções de inflação do Copom situam-se em 6,3% para 2022 e 3,1% para 2023.

Na pesquisa Focus desta segunda, porém, a mediana das estimativas do mercado para o IPCA de 2022 subiu de 6,45% para 6,59%. Ainda que este ano seja considerado perdido no que diz respeito à meta (o teto é de 5%), quanto mais pioram as estimativas para o ano corrente, mais cresce a pressão sobre 2023, para o qual as expectativas também estão desancoradas da meta central de 3,25%, tendo avançado de 3,70% para 3,75%. As medianas para a Selic neste e no próximo ano na Focus subiram a 13,00% e 9,0%, respectivamente.

"De maneira geral não é uma surpresa esta piora, afinal o Focus estava atrasado em incorporar as recentes pioras, o que é normal dada a grande base de economistas respondendo, o que faz a mediana deslocar mais devagar. No entanto, os dados sugerem que o BCB deve ficar atento com o cenário", escreveu André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos. Para ele, embora o Copom tenha sinalizado mais uma alta de 1 ponto, caso o cenário piore não parece impossível mais uma alta de 1 ponto. "Se o objetivo é 2023, é necessário que as expectativas parem de piorar antes de parar de subir (a Selic)."

No exterior, além do petróleo, também houve forte abertura na curva americana, com a taxa da T-Note de dez anos chegando a 2,31% nas máximas do dia, depois de Jerome Powell não ter descartado uma aceleração do ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos, em evento nesta tarde. "Se concluirmos que é apropriado agir de forma mais agressiva, elevando a taxa dos Fed Funds em mais de 25 pontos-base em uma reunião ou reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto, FOMC, o faremos", disse. (Denise Abarca - [email protected])

17:28

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 11.65

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 11.65

Over Selic (%a.a) 11.65

Volta

CÂMBIO

O dólar à vista emendou o seu quarto pregão consecutivo de queda na sessão desta segunda-feira (21) e fechou abaixo do piso psicológico de R$ 5 pela primeira vez em nove meses. Mais uma vez, operadores relataram entrada de fluxo estrangeiro para a bolsa doméstica, beneficiada pela valorização das commodities, e apetite por operações de carry trade. Nova piora das expectativas de inflação no boletim Focus e uma alta superior a 7% das cotações do petróleo, com o impasse nas negociações para um cessar-fogo na Ucrânia, sustentam apostas de que o Copom possa ter que estender o ciclo de aperto monetário para além da reunião em maio, na qual já está contratado aumento da taxa Selic em 1 ponto porcentual, para 12,75%.

A pressão vendedora no mercado doméstico amainou um pouco no início da tarde, em razão de discurso duro do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que não descartou a possibilidade de aumento da taxa de juros superior a 25 ponto-base e afirmou que "há uma clara necessidade" de a política monetária ter uma postura mais "neutra" ou até "restritiva. A reação dos ativos lá fora foi imediata. A moeda americana acelerou os ganhos frente a outras divisas fortes, sobretudo o euro e o iene, e as taxas dos Treasuries dispararam, com o yield da T-note de 10 anos atingindo 2,31% na máxima.

Por aqui, o dólar voltou a ser negociado ao redor do patamar de R$ 4,95, mas ainda em queda superior a 1%. No fim da sessão, apresentava perda de 1,42%, a R$ 4,9445 - abaixo de R$ 5,00 pela primeira vez desde 30 de junho (R$ 4,9732) e no menor nível desde 29 de junho (R$ 4,9419). O real liderou os ganhos entre divisas de países emergentes e exportadores de commodities, seguido de perto pelo peso chileno. Outras divisas pares, como o rand sul-africano, também resistiram bem à perspectiva de mais juros nos EUA.

O head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, ressalta o fato de o impacto da alta das taxas dos Treasuries sobre as moedas emergentes ter sido bem modesto. "Alguns anos atrás, com uma alta desse tamanho das taxas lá fora, o dólar tinha subido mais de 2% aqui. O máximo que fez hoje foi tirar o dólar da mínima", diz Weigt. "O real é muito beneficiado por esse quadro de valorização das commodities. A taxa real de juros muito elevada também ajuda. O dólar pode descer até R$ 4,90".

Segundo dados mais recentes da B3, os investidores estrangeiros ingressaram com US$ 1,680 bilhão na bolsa doméstica na quinta-feira (17). Isso levou o saldo acumulado em março a R$ 12,611 bilhões. Em 2022, as entradas de capital externo somam R$ 75,231 bilhões.

"Ainda que não implique necessariamente em fluxo cambial, os dados disponíveis do balanço de pagamentos de investimentos em ações no país reforçam que houve, sim, entrada de divisas. E este continua sendo um 'driver' importante da apreciação cambial", afirma, em relatório, a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, ressaltando que, com a Rússia tendo perdido atratividade em razão da guerra na Ucrânia, consolidou-se um novo equilíbrio de fluxo global favorável ao Brasil, que "tem vocação exportadora das mais diversas commodities e ciclo de aperto monetário em estágio avançado".

O Citi observa, em relatório, que os fluxos para ativos domésticos têm sido elevados em 2022 e estão no maior nível para esse período do ano desde 2021. O banco vê possibilidade de que essa dinâmica se mantenha no curto prazo, já que investidores continuam a ter uma visão favorável para o real como uma moeda atrelada a commodities e com boa taxa de carregamento.

Além disso, observa o Citi, existe a expectativa por parte de investidores locais de que exportadores passem a internalizar recursos que têm mantido no exterior. "Essa visão tem impulsionado parte do otimismo com o real. Concordamos com isso e acreditamos que o caminho pode ser de retomada gradual dos fluxos comerciais ao longo do ano", afirma o Citi.

Dados divulgados hoje à tarde pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia mostram que a balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 2,427 bilhões na terceira semana de março de 2022 (14 a 20) - o que levou o saldo acumulado no mês a US$ 6,178 bilhões. No ano, a balança é superavitária em US$ 10,108 bilhões. (Antonio Perez - [email protected])

17:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.94450 -1.4215 5.03050 4.93180

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 4963.000 -1.62537 5047.000 4948.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5191.000 15/03    

BOLSA

Declarações de tom "hawkish" do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, chegaram a conter o ímpeto do Ibovespa no começo da tarde, com os três índices de Nova York derivando então para o negativo, mas a referência da B3 encontrou fôlego para defender a linha dos 116 mil pontos, alcançada hoje no intradia e em fechamento pela primeira vez desde meados de setembro passado. O índice fechou em alta de 0,73%, a 116.154,53 pontos, entre mínima de 115.207,78 e máxima de 116.359,55, maior nível intradia desde 14 de setembro (117.269,82), saindo de abertura aos 115.306,78 pontos. O giro foi e R$ 30,0 bilhões. No mês, o Ibovespa acumula ganho de 2,66% e, no ano, de 10,81%,

"De um lado, apesar de a Turquia - mediadora das negociações - sinalizar que Ucrânia e Rússia deram um impulso nas conversas pelo fim da guerra no fim de semana, a falta de sucesso de tentativas anteriores e continuidade nos ataques em solo ucraniano mantêm viva a incerteza na mente dos investidores", aponta em nota a Guide Investimentos. "Do outro, o receio de que um aperto monetário agressivo por parte do Fed, que deve priorizar o combate à inflação, resulte em uma forte desaceleração da atividade econômica segue entre os principais pontos de cautela", acrescenta a casa, chamando atenção para movimento recente, de "forte abertura dos juros dos Treasuries, que contou até com a inversão de alguns vértices (5-3 anos e 10-5 anos) - sinal de que uma recessão pode estar próxima".

Hoje, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante evento organizado pela Associação Nacional de Economia para Empresas (Nabe, na sigla em inglês), disse ser necessário que o BC americano retorne a uma abordagem "mais neutra" para a política monetária, que pode chegar a uma "postura restritiva" em benefício da estabilidade de preços, na medida em que o mercado de trabalho está "extremamente apertado' no país, mais do que antes da pandemia. "Não vejo razão para pensar que a probabilidade de uma recessão no próximo ano seja elevada", ressalvou Powell.

Assim, ele não descarta cenário de aperto monetário mais rápido do que o atual, caso o prolongado período de escalada de preços impulsione as expectativas de inflação a nível insustentável. "Se concluirmos que é apropriado agir de forma mais agressiva, elevando a taxa dos Fed Funds em mais de 25 pontos-base em uma reunião ou reuniões [do Comitê Federal de Mercado Aberto, FOMC], o faremos", afirmou o presidente do BC americano. A fala de Powell - conhecido pela moderação quando o Fed precisa assumir, coletivamente, tom mais duro - causou sobressalto.

Até as declarações dele, S&P 500 e Nasdaq conseguiam sustentar algum ganho na sessão, mas depois se alinharam ao Dow Jones no negativo - no fechamento, as perdas desta segunda-feira ficaram entre 0,04% (S&P 500) e 0,58% (Dow Jones). Aqui, apesar da rateada no começo da tarde em paralelo ao movimento em Nova York, o Ibovespa, em dia de fraca agenda doméstica, renovou pela segunda sessão consecutiva o maior nível de fechamento do ano, e também desde setembro, tendo ainda como referência o encerramento de 14 daquele mês, então aos 116.180,55 pontos.

Enquanto o minério de ferro teve leve variação nesta segunda-feira na China, o petróleo manteve alta firme, acima de 7%, com o Brent negociado a US$ 115,62 por barril no fechamento na ICE. Ataques do grupo Houthi do Iêmen, alinhado ao Irã, causaram uma queda temporária na produção de joint venture de refino da Saudi Aramco em Yanbu, aponta em nota a Nova Futura Investimentos. "Além disso, há países da União Europeia pensando em aderir ao embargo (americano) do petróleo russo", acrescenta. A falta de avanço em direção a um cessar-fogo no Leste Europeu também é decisiva para manter as cotações da commodity sob pressão.

Com o fluxo de fora ainda contribuindo para dar sustentação ao Ibovespa, os segmentos tradicionais e mais líquidos, como grandes bancos e commodities, ficaram entre os vencedores do dia, com destaque para Itaú PN (+2,47%), Vale ON (+2,83%) e Petrobras (ON +3,35%, PN +3,76%). Assim, a PN de Petrobras teve o maior avanço da sessão na carteira Ibovespa, à frente de outra empresa do setor (3R Petroleum +3,70%), de Bradespar (+3,49%) e da ON da própria estatal (+3,35%). No lado oposto, Banco Inter (-8,88%), Dexco (-4,42%) e Braskem (-3,79%).

Nesta semana, a guerra no Leste Europeu completa um mês, estendendo-se bem além do que os primeiros dias da invasão faziam crer. "Nas duas semanas seguintes (ao começo da guerra), ETFs ligados a cestas de ativos russos caíram significativamente, e o Brasil virou foco de atenção entre os emergentes para recursos estrangeiros, com o bloqueio da Rússia", observa Rodrigo Franchini, head de relações institucionais da Monte Bravo Investimentos. O forte desempenho das commodities visto desde então mantém a B3 entre as opções preferenciais, no momento em que a inflação global preocupa ainda mais - e o cardápio de matérias-primas oferece proteção, ou mesmo ganho, para os investidores. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 116154.53 0.7316

Máxima 116359.55 +0.91

Mínima 115207.78 -0.09

Volume (R$ Bilhões) 3.00B

Volume (US$ Bilhões) 6.04B

17:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 116990 0.94482

Máxima 117085 +1.03

Mínima 115575 -0.28

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