O apetite por risco ganhou força, à tarde, em Wall Street, depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou ter alcançado um acordo bipartidário para o pacote de investimentos em infraestrutura. Tal fato se sobrepôs a indicadores mistos conhecidos pela manhã. E, ainda que os yields dos Treasuries tenham mostrado comportamento diverso, Nasdaq e S&P 500 renovaram máximas históricas de fechamento. O exterior positivo em meio a um quadro de desmonte de apostas contra o real, sobretudo diante das captações de empresas brasileiras, aqui e lá fora, e de revisões em alta para o PIB local, fez o dólar ceder ainda mais na etapa vespertina, com desvalorização de 1,17%, a R$ 4,9049 no mercado à vista - menor valor de fechamento desde 10 de junho de 2020. Hoje, aliás, o Wells Fargo colocou o real no topo de suas recomendações para moedas de emergentes, junto com o rublo da Rússia e o peso do México, ao considerar o processo de aperto monetário em curso no País. No entanto, a precificação de um ajuste mais intenso da Selic já em agosto perdeu fôlego, após o Banco Central divulgar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) com um tom menos hawkish do que o verificado na ata, conhecida na terça. Assim, em um dia de câmbio favorável, os juros futuros caíram de forma generalizada e as taxas de curto prazo passaram a indicar o mercado dividido entre um aumento de 1 ponto porcentual da Selic e de 0,75 ponto, apesar de a primeira hipótese ainda ser majoritária. Até então, os agentes trabalhavam com apostas entre 1 ponto e 1,25 ponto. Todo esse quadro externo e local positivo conspirou a favor do Ibovespa, que ao subir 0,85%, para 129.513,62 pontos, interrompeu uma sequência de duas perdas, favorecido por papéis de bancos e Petrobrás.
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