NY AZEDA À ESPERA DE CPI, MAS COM DÓLAR E DI EM QUEDA FIRME, IBOVESPA SOBE

Blog, Cenário

Se na primeira etapa do pregão o entendimento foi de que a piora dos dados do mercado de trabalho americano poderia abrir brecha para uma decisão mais branda do Federal Reserve (Fed), à tarde Nova York se acautelou, colocando na conta a expectativa para o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês), que sai no dia 13. O clima mais azedo, próximo ao fechamento, não chegou a alterar a trajetória de baixa do dólar no exterior, beneficiando moedas de emergentes e fortes. O dólar à vista fechou em queda de 1,02%, a R$ 5,1848, tocando nos R$ 5,15 na mínima do dia, porém acumulando ganho de 2,10% na semana. O câmbio doméstico refletiu também a baixa do retorno dos Treasuries, que ainda espelhavam o recuo de 75% (ontem) para 56% na probabilidade de alta de 75 pontos-base no juro americano. Nessa esteira, os juros futuros tiveram a quarta sessão de baixa, com a curva declinando praticamente em bloco na semana. Já as negociações do G7 para impor um teto ao preço do petróleo russo e a espera pela reunião ministerial da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), na segunda-feira, alavancaram os preços do petróleo sem, entretanto, conseguir reverter perdas semanais de 6% acumuladas pela commodity. Contando novamente com fluxo de investidores, o Ibovespa engatou o segundo dia de ganhos, fechando a 110.864,24 pontos (+0,42%).

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•CÂMBIO

•JUROS

•BOLSA

MERCADOS INTERNACIONAIS

Após os dados do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, não darem uma sinalização clara de qual será o próximo passo do Federal Reserve (Fed) na reunião de setembro, o mercado agora jogou essa responsabilidade para o índice de preços ao consumidor (CPI). Neste cenário, as bolsas de Nova York caíram, acompanhadas pelos juros dos Treasuries e o índice DXY. Do outro lado do Atlântico, em meio à crise energética na Europa, o Grupo dos Sete (G7) confirmou que pretende implementar um teto de preços ao petróleo produzido na Rússia, enquanto a Gazprom disse que o transporte de gás pelo Nord Stream 1 ficará interrompido, por conta de um vazamento de óleo. Com isso no radar, os contratos do petróleo tiveram leve alta no mercado futuro hoje.

A economia dos Estados Unidos criou 315 mil empregos em agosto, informou hoje o Departamento do Trabalho. O resultado ficou ligeiramente acima da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 300 mil vagas. Já a taxa de desemprego dos EUA avançou para 3,7% em agosto, ante 3,5% em julho, contrariando expectativa de que não mudaria de um mês para o outro. Além disso, foram revisados para baixo os números de criação de postos de trabalho de julho, de 528 mil para 526 mil, e também de junho, de 398 mil para 293 mil.

Logo após o payroll, os índices futuros das bolsas de Nova York reagiram em alta, na expectativa de que os dados amenos ajudassem a convencer o Fed a moderar o ritmo de aumento de suas taxas de juros. No entanto, o movimento não se sustentou, conforme o mercado digeria o relatório. Para o BMO Capital "não há nada no dado de hoje" que impeça o Fed de elevar os juros em 75 pontos-base no dia 21. Já a Capital Economics acredita que os números poderiam apoiar uma alta menor, de 50 pontos-base. "Os dirigentes, porém, colocarão muito mais peso nos dados do CPI de agosto", acredita a consultoria. A Guide Investimentos faz análise semelhante: o mercado de trabalho dos EUA segue robusto e o nível da alta de juros neste mês dependerá do CPI.

Para Graig Erlam, da Oanda, os dados do payroll deram certo alívio para os formuladores de políticas, mas não foram suficientes para mudar de ideia neste momento. "Houve um esforço para colocar 75 pontos-base na mesa nas últimas semanas, mudar de ideia por trás disso prejudicaria seriamente a orientação no futuro. Se combinado com outra queda razoável na inflação em algumas semanas, mais investidores podem ser convencidos", analisa. Segundo monitoramento do CME Group, a chance de uma alta de 75 pontos-base nos juros pelo Fed recuou de 70% logo antes do dado para 62%, após a publicação do payroll.

No fim da tarde em Nova York, entretanto, as chances iam a 56%, enquanto a de 0,50 ponto porcentual aumentava a 44%.

Após uma sessão volátil, as bolsas de Nova York caíram, assim como os Treasuries e o índice DXY do dólar. O índice Dow Jones fechou em baixa de 1,07%, em 31.318,44 pontos, o S&P 500 também caiu 1,07%, a 3.924,26 pontos, e o Nasdaq recuou 1,31%, a 11.630,86 pontos. Na comparação semanal, o Dow Jones registrou queda de 2,99%, o S&P 500 caiu 3,29% e o Nasdaq, 4,21%. No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 3,405%, depois de ter atingido o maior nível desde 2007 nesta semana. Já o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,197% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,345%. O dólar subia a 140,29 ienes, o euro avançava a US$ 0,9947 e a libra tinha baixa a US$ 1,1498. O índice DXY registrou hoje baixa de 0,14%, a 109,534 pontos, mas subiu 0,67% na comparação semanal.

Na Europa, a crise energética é o foco. Hoje, o G7, que reúne as principais forças econômicas e políticas do mundo, confirmou que pretende implementar um teto de preços ao petróleo produzido na Rússia, em tentativa de reduzir a receita do país por fontes energéticas e limitar sua capacidade de financiar a guerra na Ucrânia. O comunicado não detalhou como será o teto, e o preço inicial e data de implementação da medida serão decididos futuramente. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, celebrou a medida. "Hoje, o G7 tomou um passo crucial no sentido de atingir nosso duplo objetivo de pressionar os preços de energia globais para baixo e, ao mesmo tempo, negar (ao presidente russo, Vladimir) Putin receitas para financiar sua brutal guerra na Ucrânia", disse ela.

Para a Capital Economics, a proposta deve introduzir novos riscos à oferta dos combustíveis no mercado global, com a possível interrupção de fornecimento de energia russa. Ainda assim, com a possibilidade de que os preços subam mais, a consultoria prevê que o barril de Brent termine o ano em US$ 100. Hoje, por exemplo, os contratos do petróleo tiveram leve alta no mercado futuro. Esteve ainda no radar o anúncio pela Gazprom de que o transporte de gás pelo Nord Stream 1 ficará interrompido, por conta de um vazamento de óleo, e só será retomado após o conserto - que ainda não tem data definida. O petróleo WTI para outubro terminou com ganho de 0,30% (US$ 0,26), a US$ 86,87 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro avançou 0,71% (US$ 0,66), a US$ 93,02 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na semana, o WTI registrou queda de 6,65% e o Brent caiu 6,04%. [Letícia Simionato - [email protected]]

CÂMBIO

Após três sessões consecutivas de alta, em que acumulou valorização de 4,07%, o dólar à vista recuou mais de 1% no pregão desta sexta-feira (2) e voltou a fechar abaixo de R$ 5,20. O mercado doméstico refletiu a baixa da moeda americana em relação a divisas emergentes e o tombo das taxas dos Treasuries, após a leitura do relatório de emprego (payroll) dos EUA em agosto abrir a porta para uma moderação da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano).

Pela manhã, o payroll mostrou criação de 315 mil vagas de trabalho em agosto, acima da mediana de Projeções Broadcast (de 300 mil), mas bem abaixo de julho (revisado hoje de 528 mil para 526 mil). Houve aumento da taxa de desemprego, de 3,5% para 3,7%, e arrefecimento do ritmo de alta do salário médio (0,31% ante expectativa de 0,40%) - dois indicadores que podem sugerir menos pressões inflacionárias à frente. Em reposta, o mercado tratou de aparar um pouco as apostas em alta de 75 pontos-base da taxa básica americana neste mês.

Termômetro do desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY chegou a se situar abaixo dos 109,000 pontos pela manhã. No fim do dia, contudo, já reduzia as perdas e operava na casa dos 109,500 pontos. A moeda europeia se recuperou hoje na esteira da perspectiva de que o Banco Central Europeu (BCE) tenha que ser mais agressivo no ajuste da política monetária. O índice de preços ao produtor (PPI) na zona do euro subiu 37,9 em julho (alta anual), acima do esperado (37%).

A tentativa de reação do dólar frente a pares fortes no fim do dia não abalou as moedas emergentes e de países exportadores de commodities, que seguiram em alta firme, com destaque para as três principais divisas latino-americanas (peso mexicano, chileno e real). A moedas da região são beneficiadas pela descida dos retornos dos Treasuries. A taxa da T-note de 2 anos, que abrange as apostas para os próximos passos do Fed, caiu cerca de 3%, passando a operar na casa de 3,40%, depois de ter superado 3,50% ontem.

Por aqui, o dólar trabalhou em queda desde a abertura. No meio da tarde, chegou a romper pontualmente a linha R$ 5,16, ao registrar mínima a R$ 5,1585 (-1,52). No fim do dia, a divisa reduziu o ritmo de queda e fechou cotada a R$ 5,1848, em baixa de 1,02%. Apesar do refresco hoje, o dólar encerra a semana em alta de 2,10%. No ano, as perdas são de 7,01%.

"A semana foi pesada com pressão da questão dos juros nos Estados Unidos, lockdowns na China e a questão técnica da formação da ptax de agosto. Mas os fundamentos brasileiros sustentam a perspectiva de um dólar mais baixo, na casa de R$ 5,10 ou R$ 5,15", afirma o diretor de produtos de câmbio da Venice, Andre Rolha, ressaltando o diferencial de juros ainda elevado e o resultado expressivo do PIB no segundo trimestre. "Estamos crescendo na contramão do mundo e com a inflação sendo controlada. Não me surpreende o dólar ter beliscado R$ 5,15 hoje".

A economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, atribuiu o refresco na cotação do dólar por aqui hoje sobretudo ao ambiente externo, na esteira da divulgação do payroll. "O mercado entendeu que o Banco Central americano poderá ser menos agressivo com o aumento dos juros por lá, embora a inflação siga incomodando. Isso está ajudando o dólar a cair aqui", afirma.

Monitoramento do CME Group mostra que a chance de alta dos juros em 75 pontos-base no próximo dia 21 caiu de 75% ontem para 56% no fim da tarde desta sexta-feira, sob impacto do payroll. As atenções se voltam agora a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA em agosto, no próximo dia 13.

Em relatório divulgado hoje, o Bradesco prevê que o Fed desacelere o ritmo do aperto monetário e eleve os Fed Funds em 50 pontos-base. O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do banco, liderado por Fernando Honorato Barbosa, pondera, contudo, que o tom do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, "deixa a porta aberta" para outra alta de 75 pontos-base, dependendo da evolução dos dados. "De toda forma, qualquer que seja a decisão, o Fed dificilmente mudará a sua postura até que a inflação dê sinais claros de arrefecimento", afirma.(Antonio Perez - [email protected])

17:35

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.18480 -1.0213 5.23510 5.15850

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5209.500 -1.33523 5272.000 5194.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5315.000 01/09    

JUROS

Em sequência ao rali dos últimos dias, os juros futuros completaram quatro sessões seguidas de baixa nesta sexta-feira, ainda embalados pela entrada de fluxo estrangeiro, mas a queda de hoje já foi menos robusta que as anteriores. O movimento teve respaldo da volta do apetite pelo risco global, apoiada na leitura do payroll norte-americano de agosto que freou o avanço das apostas de ação mais agressiva do Federal Reserve. As taxas dos Treasuries tiveram alívio e o dólar teve queda generalizada. No balanço da semana, a curva recuou praticamente em bloco, com pouca mudança nos níveis de inclinação.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,84%, de 12,87% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,75% para 11,71%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,47%, de 11,54%. Na semana, as taxas em geral tiveram alívio entre 25 e 30 pontos-base, ante os níveis da última sexta-feira.

Após três sessões de recuo consecutivo, havia até espaço hoje para alguma correção na curva, mas o mercado acabou adiando eventual ajuste, na esteira da reação ao relatório de emprego nos Estados Unidos. A criação de vagas em agosto, de 315 mil, veio pouco acima do consenso (300 mil), mas a alta dos salários não subiu como o esperado e a taxa de desemprego avançou, ante previsão de estabilidade. Ainda que economistas ponderem ser necessário esperar pela inflação ao consumidor de agosto, que sai só dia 13, os números de hoje esfriaram a aposta de nova elevação de 75 pontos-base no encontro do Fed deste mês.

Nos Treasuries, a taxa da T-Note de dez anos chegava ao fim da tarde em 3,19%, de 3,26% ontem, mas a que mais caía era a da T-Note de dois anos, de 3,51% para 3,40%, que melhor reflete as perspectivas para o juro americano no curto prazo. O Índice Bloomberg Global Aggregate Total Return mostra que o mercado de títulos dos Estados Unidos entrou em seu primeiro bear market - caracterizado por queda de ao menos 20% ante o pico mais recente - em mais de 30 anos. Dados da New York University, que monitora o retorno dos Treasuries e de títulos corporativos com classificação Baa, mostram que este é provavelmente o pior ano para a renda fixa dos EUA desde pelo menos 1928.

Nesse contexto, o operador de renda fixa da Mirae Asset Paulo Nepomuceno explica que o Brasil se torna naturalmente um destino atrativo ao fluxo de capital, ao combinar juros elevados e melhora recente dos fundamentos econômicos. "Há poucas opções hoje para se alocar recursos, sobretudo entre emergentes. Rússia? Chile?", questiona, lembrando que o país do leste europeu está em guerra e que o vizinho latino passa por turbulências políticas. "Sobrou o Brasil, que tem prêmios de risco atrativos e um mercado de derivativos que segura bem a conversibilidade da moeda", disse.

Como exemplo da maturidade do investidor estrangeiro, ele destaca que os ativos brasileiros passaram hoje incólumes ao atentado à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite de ontem. "O estrangeiro hoje sabe separar bem. Antigamente, o estrangeiro sairia vendendo tudo", comentou.

Em relatório, o Banco Inter ressalta que a curva de juros teve forte fechamento em agosto, com os sinais de queda da inflação e consolidação da aposta de fim do ciclo de alta da Selic. "O mercado precifica a primeira redução da Selic em março de 2023, mas a queda esperada ainda é bastante modesta perto do possível movimento de afrouxamento monetário ao longo do próximo ano, considerando uma expectativa de inflação caindo para abaixo de 5% no ano que vem", afirmam os economistas no relatório assinado pela economista-chefe, Rafael Vitória. Com eleições à frente e propostas de novas politicas fiscais no ano que vem, a instituição diz preferir alocação em títulos em IPCA, com as atuais taxas ainda

próximas de 6%, mas já começou a reduzir alocação "overweight" na classe.

Na agenda da sexta-feira, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) não chegou a influenciar apostas para a Selic nem o comportamento da curva a termo. A alta de 0,6% da produção industrial de julho na margem veio em linha com a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast. (Denise Abarca - [email protected])

17:33

 Operação   Último 

CDB Prefixado dias (%a.a) 13.68

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

BOLSA

Segundo dia de setembro e segundo ganho para o Ibovespa, mesmo com o sinal negativo de Nova York, onde as perdas chegaram a 1,31% nesta sexta-feira, no Nasdaq. Aqui, a referência da B3 fechou o dia em leve alta de 0,42%, a 110.864,24 pontos, entre mínima de 110.408,92, da abertura, e máxima de 112.264,17 pontos, com giro reforçado a R$ 37,8 bilhões na sessão. As duas altas seguidas, contudo, não foram o suficiente para apagar as perdas da semana, vindo o Ibovespa de queda de 0,82% na quarta e de 1,68% na terça, após um início praticamente estável (+0,02%), na segunda-feira. Assim, com a correção nas últimas sessões de agosto, esta semana de transição para setembro viu perda de 1,28%, que reverteu o ganho de 0,72% do intervalo anterior. No ano, o Ibovespa sobe 5,76% e, em setembro, avança 1,22%.

No exterior, o dado mais aguardado do dia, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho americano em agosto - com a geração de vagas, a taxa de desemprego e a evolução da renda salarial - manteve a porta aberta para que o Federal Reserve possa ajustar o ritmo e imprimir um grau talvez menos agressivo de elevação dos juros em setembro, na avaliação de mercado. Na B3, os ganhos observados no setor financeiro (B3 +4,46%, Itaú PN +1,37%) foram o contraponto à baixa em Petrobras (ON -1,45%, PN -1,27%) e Vale (ON -1,52%, na mínima do dia no encerramento).

Na ponta do índice, empresas do segmento imobiliário como Eztec (+8,42%), JHSF (+8,28%), MRV (+8,14%) e Cyrela (+7,86%) - setor que já vinha em destaque ontem com a queda dos DIs e a extensão dos prazos de financiamento dos contratos do Casa Verde e Amarela, observa Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos - tiveram desempenho à frente nesta sexta-feira de Braskem (+6,84%) e WEG (+6,45%). No lado oposto, IRB (-12,86%), Petz (-3,88%) e Via (-3,13%).

“Houve espera pelo payroll, dados que contribuem para uma 'clareada' sobre o Fed e que podem ser chave para a decisão, para a magnitude do aumento de juros na próxima reunião”, diz Harada, da Blackbird, acrescentando que o mercado de trabalho nos Estados Unidos tem se mantido aquecido mesmo com as elevações de juros efetivadas nos últimos meses, o que vinha contribuindo para consenso em torno de aumento de 75 pontos-base para a taxa de juros do Federal Reserve em setembro.

Ele chama atenção também para a inflação ao produtor (PPI) na zona do euro (+4%), acima do esperado (+3%) em julho ante junho, o que reforça a visão de que o Banco Central Europeu (BCE) precisará ser mais agressivo na próxima reunião, no dia 8 de setembro, com uma elevação de 0,75 ponto porcentual nos juros de referência. Na comparação de julho com o mesmo mês do ano passado, o PPI na zona do euro acumula variação de 37,9%, em aceleração frente ao ritmo de 35,8% observado em junho.

Nos Estados Unidos, “o payroll veio misto porque, ao mesmo tempo que criou mais vagas do que o previsto, houve aumento da taxa de desemprego, de 3,5% para 3,7%, e, principalmente se olharmos dentro dos grupos, houve aumento entre os que sofrem mais, os menos escolarizados, onde a taxa subiu de 5,9% para 6,2%”, diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, observando também que entre os mais escolarizados, com ao menos uma graduação, a taxa de desemprego caiu de 2% para 1,9% em agosto. Ele acrescenta que o ganho salarial médio teve leve alteração no mês, embora ainda em patamar elevado especialmente na comparação anual, em alta de 5,2%. “A estimativa do mercado é de que, na comparação anual, esta alta deveria estar em 3,5% para que não estivesse pressionando tanto a inflação”, observa Cruz.

“Há um caminho a ser percorrido pelo Fed. Ainda não é o suficiente para uma (alta menor), de meio ponto porcentual, na taxa de juros dos Estados Unidos, mas caso a inflação desacelere muito, talvez ganhe força essa expectativa no mercado”, conclui o estrategista, antecipando divisão nas projeções, embora com o call de 0,75 p.p. ainda predominando para setembro. De acordo com dados da CME, a probabilidade de aumento de 75 pontos-base (pb) nos juros básicos dos Estados Unidos este mês, na decisão do Federal Reserve, recuou de 75% ontem para 56% no fim desta tarde. Já para 50 pb subiu de 25% para 44%.

Apesar da sensação de que não se terá como passar incólume ao processo de ajuste nas políticas monetárias nas maiores economias, e no momento em que outra ponta do tripé, a China, também mostra menos vigor econômico, o Ibovespa tem sustentado algum descolamento, mesmo nos dias desfavoráveis em Nova York, como hoje. Com os temores fiscais adiados para 2023, a boa recuperação do PIB, a moderação de ritmo da inflação nas últimas leituras mensais sob efeito dos ajustes já promovidos pelo BC na Selic - e muito antecipado ao ora promovido nos juros das economias centrais -, redespertou-se o interesse por ativos brasileiros, o que se reflete também no câmbio, apesar da volatilidade vista nesta semana. O dólar chegou a ser negociado no início da semana a R$ 5,01 e hoje fechou em baixa de 1,02%, mas a R$ 5,1848.

Apesar das incertezas externas e da volatilidade que pode vir à frente, neste mês que falta para o primeiro turno da eleição, as expectativas do mercado financeiro para o desempenho das ações no curtíssimo prazo ficaram ligeiramente mais otimistas no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, a fatia dos que esperam ganhos para o Ibovespa na próxima semana subiu de 50,00% na pesquisa passada para 60,00%, enquanto a previsão de queda recuou de 30,00% para 20,00%. A parcela dos que acreditam em variação neutra manteve-se em 20,00%. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 110864.24 0.41569

Máxima 112264.17 +1.68

Mínima 110408.92 0.00

Volume (R$ Bilhões) 3.78B

Volume (US$ Bilhões) 7.28B

17:35

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 112210 0.286

Máxima 113800 +1.71

Mínima 111440 -0.40

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