NOVEMBRO COMEÇA COM BOLSA EM BUSCA DE RECUPERAÇÃO, MAS DÓLAR E JUROS PRESSIONADOS

Blog, Cenário
A Bolsa brasileira abriu novembro com alta firme, amparada nos ganhos de ações do setor financeiro e de commodities, com Petrobras em destaque. O esvaziamento da greve dos caminhoneiros abriu espaço para que o mercado aqui se alinhasse ao exterior hoje mais positivo, estimulando uma recuperação, ainda que bastante parcial, após o Ibovespa ter fechado outubro no menor patamar em quase um ano. As ações da estatal tiveram ajuda do avanço nas cotações do petróleo e foram bem mesmo com mais um capítulo da queda de braço entre a companhia e o presidente Jair Bolsonaro. Ele antecipou que mais um aumento nos preços de combustíveis está a caminho, daqui a "uns 20 dias", comentando que "isso não pode acontecer" e que "a semana será de jogo pesado" com a petroleira. Horas depois da fala, a Petrobras esclareceu que os ajustes "são realizados no curso normal de seus negócios" e que "seguem as suas políticas comerciais vigentes". No fechamento, o Ibovespa tinha 105.550,86 pontos, alta de 1,98%, superando 106 mil pontos nas máximas do dia, e com desempenho bem melhor do que as bolsas em Nova York. Por lá, os índices tiveram aumento em geral modesto, mas suficiente para renovar recordes históricos de fechamento. Os mercados de câmbio e juros domésticos não acompanharam a melhora da Bolsa. O dólar encerrou em alta de 0,42%, aos R$ 5,6700, batendo nos R$ 5,68 nas máximas. O real esteve alinhado às perdas de alguns pares emergentes e à cautela da agenda pesada no pós-feriado, que terá na quarta-feira a ata do Copom, a reunião do Federal Reserve e, a conferir, votação da PEC dos Precatórios no plenário da Câmara. Estes mesmos fatores, mais o avanço do rendimento dos Treasuries e a piora nas medianas de IPCA e Selic na Focus, pressionaram também para cima os juros futuros, com toda a curva a partir de 2023 na casa dos 12%, mesmo com a falta de adesão ao movimento dos caminhoneiros. De volta ao exterior, discursos de líderes na cúpula climática COP26 foram monitorados, mas sem promessas surpreendentes nem influência sobre os ativos.
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BOLSA O Ibovespa fechou outubro caindo com Petrobras e inicia novembro, espremido entre domingo e feriado, subindo com Petrobras (ON +3,72%, PN +2,75%). Ao final desta primeira sessão do novo mês, o índice da B3 mostrava recuperação de 1,98%, aos 105.550,86 pontos, após ter fechado a sexta-feira no menor nível desde 12 de novembro, há quase um ano. Hoje, oscilou entre mínima de 103.513,62 pontos, da abertura, e máxima de 106.135,93, da tarde, com giro a R$ 27,0 bilhões no encerramento. No ano, a perda do índice está agora em 11,31%, vindo de queda nos últimos quatro meses, de 6,74% em outubro e de 6,57% em setembro. A falta de adesão à greve de caminhoneiros, que havia sido convocada para esta segunda-feira, foi recebida com alívio pelo mercado, retirando assim um novo fator que poderia agravar as preocupações quanto à inflação neste fim de ano. Dessa forma, o Ibovespa pôde se reconectar ao exterior positivo após ter perdido a carona em outubro, quando as referências de Nova York voltaram a renovar máximas históricas e o mercado local não conseguiu nem de longe acompanhar, pressionado pelas incertezas sobre a trajetória fiscal do País. Na quarta-feira, depois do feriado brasileiro, a atenção estará concentrada na reunião de política monetária do Federal Reserve, com a expectativa para anúncio oficial do início do "tapering", como é conhecida a retirada de estímulos monetários, primeiro passo no processo de redução de liquidez e de aumento do custo de crédito na maior economia do mundo, com consequências globais. Aqui, expectativa para a votação, no mesmo dia, da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados, passo decisivo para viabilização do financiamento ao Auxílio Brasil. Enquanto a quarta-feira não vem, na B3 "a queda do mês passado fez com que muitos papéis ficassem atrativos", observa em nota a equipe de análise da Terra Investimentos. "Ainda assim, o mercado segue de olho em questões relacionadas ao risco fiscal, inflação e aumento de juros", acrescenta. Outro fator acompanhado de perto pelo mercado é a queda-de-braço do presidente Jair Bolsonaro com o comando da Petrobras sobre reajuste de combustíveis. Após ter criticado na semana passada o elevado lucro da empresa, e defendido que a estatal tem "papel social" a desempenhar, Bolsonaro disse hoje, em Roma, que a semana será de "jogo pesado" com a Petrobras, sem detalhar qual seria a estratégia do governo. Ele disse ter sido informado, de forma extraoficial, que a Petrobras fará novo reajuste nos preços dos combustíveis dentro de 20 dias. "Isso não pode acontecer", afirmou Bolsonaro sobre o novo aumento. "Ideal, falei com Paulo Guedes [ministro da Economia], é partirmos para privatizar a Petrobras", afirmou Bolsonaro. Apesar da fala de Bolsonaro sobre a Petrobras, o dia foi de recuperação bem distribuída pelos setores e empresas de maior peso, todos no azul na sessão, inclusive empresas públicas, como BB ON (+2,28%). Os papéis de varejistas também avançaram em bloco, com destaque para Magazine Luiza (+4,53%), Americanas ON (+5,12%) e Via (+8,13%). "Os varejistas foram muito impactados recentemente pelos juros e inflação, assim como a questão fiscal e o temor com a greve dos caminhoneiros, que acabou tendo pouca adesão. Hoje, com o clima mais favorável por aqui e no exterior, investidores aproveitaram para fazer posição, porque entendem que essas ações estão baratas e têm bons fundamentos", diz Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos "Semana mais curta e com os investidores ainda digerindo as perdas de outubro. O mercado está muito dividido sobre o que esperar da Bolsa em novembro, essa é a realidade: os resultados corporativos até têm vindo bem, mas o caos político e o custo Brasil, que vem se elevando pela perspectiva monetária brasileira, têm prejudicado a precificação da Bolsa, onde ela está e até onde pode chegar", diz Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos. "Em outubro, a bolsa brasileira teve o pior mês do ano, uma correção de 6,7%, acumulando perdas de 13% (em 2021). É ruim a B3 ter uma performance negativa enquanto vemos as bolsas no exterior atingindo novas máximas. É um descolamento importante, e caso o exterior mude a tendência - passe a ser negativa no final de ano - pode impactar ainda mais a bolsa aqui. Tivemos um exterior favorável, mas o cenário macroeconômico brasileiro e as incertezas no fiscal acabaram pesando mais forte para essa correção do nosso mercado", diz Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora. Nesse contexto, para Braulio Langer, analista da Toro Investimentos, a recuperação ensaiada hoje pelo Ibovespa numa véspera de feriado, em que o volume costuma ser mais fraco, não chega a "emocionar". "Graficamente", ainda é provável que o Ibovespa venha a testar a região dos 100 mil pontos, diz Langer. "E dependendo da velocidade, se chegar lá e romper, pode ir aos 93 mil pontos", correspondente ao suporte seguinte, acrescenta o analista da Toro. Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para forte recuperação em Banco Inter (Unit +19,18%, PN +18,40%), à frente de Cogna (+12,90%), Méliuz (+10,57%), Azul (+8,97%) e Gol (+8,37%). O avanço das ações do Inter foi puxado pelo anúncio de que o Nubank, seu principal concorrente digital, distribuirá BDRs para clientes após a realização de IPO na Bolsa de Nova York (Nyse). Na face oposta do índice, JBS (-4,84%), Marfrig (-4,00%), CCR (-2,80%) e Assaí (-2,03%). Entre os grandes bancos, os ganhos chegaram a 5,26% (Unit do Santander) nesta segunda-feira, em dia também positivo para Vale ON (+0,99%), mas misto para siderurgia (CSN ON +1,62%, Usiminas PNA -1,13%, Gerdau PN -1,12%). (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Elisa Calmon) 17:27 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 105550.86 1.98081 Máxima 106135.93 +2.55 Mínima 103513.62 +0.01 Volume (R$ Bilhões) 2.70B Volume (US$ Bilhões) 4.76B 17:31 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 106185 1.36993 Máxima 106920 +2.07 Mínima 105075 +0.31 CÂMBIO Cenário doméstico e externo confluem nesta segunda-feira para um dólar fortalecido ante o real. Se lá fora a proximidade da consolidação da retirada de estímulos - o tapering - pelos EUA, que deve ser anunciado na quarta-feira, fortalece a divisa americana ante emergentes, aqui dentro uma perspectiva de pós-feriado tumultuado coloca pressão sobre o câmbio. Além da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a próxima quarta-feira deve ser marcada ainda pela tentativa de votação da PEC dos precatórios - que abre espaço no teto de gastos para o Auxílio Brasil - no plenário da Câmara dos Deputados. As diversas variáveis de incerteza somadas à baixa liquidez e cautela pré-feriado levaram o dólar a subir 0,42% sobre o real e encerrar o dia em R$ 5,6700. "Tem feriado amanhã, o mundo continua trabalhando e a agenda é pesada nessa semana", pontua o diretor da Correparti, Ricardo Gomes da Silva. Além da ata do Copom, votação da PEC e anúncio do 'tapering', ele ressalta a decisão monetária do Banco da Inglaterra (BoE) e o payroll americano lá fora e, internamente, o risco de greve dos caminhoneiros, apesar da fraca adesão vista nesta segunda-feira - ele pondera que não é possível ainda retirar esse risco da lista. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 5,6891 (+0,76%). Na mínima, foi a R$ 5,6228 (-0,41%). Após o feriado de Finados amanhã, os investidores aguardam por mais sinalizações sobre a condução da política monetária na ata do Copom, que será divulgada pelo Banco Central na quarta-feira no início da manhã. Na última reunião, na semana passada, o Copom anunciou um aperto adicional no ritmo de alta da Selic. Em vez do aumento de 1 p.p já sinalizado anteriormente, aumentou a taxa em 1,5 p.p, com sinalização de novo ajuste nas mesmas dimensões para a próxima reunião. A decisão, ainda que já esperada pelo mercado, gerou uma corrida por revisões em relação à Selic no fim do ciclo de ajuste e, ainda, nas previsões para o crescimento brasileiro. A mudança no ritmo do Copom ocorreu após o aumento dos riscos fiscais com o imbróglio do ajuste no teto de gastos negociado pelo governo para fazer caber um Auxílio Brasil turbinado até dezembro de 2022. O desenrolar desse tópico também deve se dar nessa semana, uma vez que a votação da PEC dos Precatórios, que viabiliza o Auxílio Brasil e a mudança no teto, está marcada para ocorrer também na quarta-feira. Os investidores monitoram a corrida do governo para conseguir maioria para a votação - que exige 308 votos favoráveis e já se mostrou desafiadora na semana passada. "Há algumas indicações de líderes se movimentando fortemente para ter quórum, mas todo mundo sabe que é difícil em semana de feriado. Semana passada já mostrou que o assunto não está tão aceito por parte da Câmara como era esperado pelas lideranças", comentou o estrategista da Modalmais, Felipe Sichel. Há um entendimento no mercado de que a alteração no teto dissolve uma âncora fiscal importante para o país e atrapalha a credibilidade. Mas Sichel aponta que, no cenário atual, a possibilidade de não se votar a PEC traz ainda mais incertezas. Isso porque o governo não parece disposto a largar mão do auxílio turbinado. "O que vimos é que vão tentar achar alternativas e as alternativas que estão sendo ventiladas parecem ser piores. Talvez a PEC seja a solução menos danosa", completou. Silva, da Correparti, emenda que o mercado monitora as outras propostas alternativas ao formato desenhado pelo governo, sobretudo se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vai mesmo apresentar alguma outra saída. "O mercado já precifica uma derrota do governo nesse processo todo. Se a derrota não vier via Câmara, virá via Senado", disse, completando: "O programa vai sair, o problema é exatamente esse. Se o governo não vai tirar dos precatórios, vai tirar de onde?". As incertezas domésticas e o aumento do risco fiscal ocorrem em um momento delicado para emergentes, à medida em que o Federal Reserve (Fed) deve anunciar também na quarta-feira a decisão de retirada gradual de estímulos monetários da economia, um processo conhecido como tapering e que antecede a efetiva normalização das taxas de juros americanas. A expectativa em relação ao tapering fortaleceu o dólar em relação a moedas emergentes nesta segunda-feira, à medida em que o movimento americano aumenta os riscos de uma fuga de capital. Assim, a divisa americana tinha alta frente à maior parte das moedas emergentes, à exceção da lira turca e do peso chileno. Tinha alta firme, contudo, em relação ao rublo (+0,92% às 16h27), ao rand sul africano (+0,86%) e, sobretudo, ao peso mexicano (+1,35%). O índice DXY, que mede o dólar em relação a uma cesta de moedas fortes, contudo, tinha queda de 0,26% às 17h24. Conforme mostrou o Broadcast (veja material publicado em 18/10, às 16h27), esse movimento de fuga de capital deve ser pior entre os emergentes que se descontrolaram com o fiscal durante a pandemia e não conseguiram ainda colocar as contas em dia. Com a conta corrente mais organizada do que em 2013, ano do último tapering, o risco fiscal acaba sendo o principal risco entre os emergentes. JUROS Depois de um avanço bem forte pela manhã, sob impacto da piora das expectativas de inflação reveladas pelo Boletim Focus e da valorização mais aguda do dólar, que chegou trabalhar na casa de R$ 5,68, as taxas dos principais contratos de juros futuros passaram por uma acomodação ao longo da tarde. Ainda assim, encerraram a sessão desta segunda-feira, véspera do feriado do Dia de Finados, em alta firme. Além do dólar e dos yields dos Treasuries para cima, o aumento dos prêmios de risco, já esticados, reflete a cautela com a questão fiscal, diante da expectativa pela votação da PEC dos Precatórios na quarta-feira, dia em que será divulgada também a ata do Copom. Analistas ressaltam que a perspectiva de que o Banco Central jogue a Selic para dois dígitos no atual ciclo de aperto monetário mantém as taxas intermediárias na casa de 12%. As taxas longas, contudo, não cedem e também rodam no patamar de 12%, o que reflete uma percepção de risco ainda muito elevada por parte dos agentes, dada desancoragem das expectativas de inflação em meio à mudança do regime fiscal. O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flavio Serrano, observa que houve uma deterioração contínua das projeções de inflação e crescimento após o anúncio da intenção de mudança na regra do teto dos gastos, o que mantém o mercado de juros futuros muito pressionado. "Estamos vendo o estrago do abandono do teto dos gastos nas projeções, com nova revisão altista para a inflação e a expectativa de crescimento caindo na pesquisa Focus. Com a perda da âncora fiscal, o mercado perde o direcionamento", afirma Serrano, que espera PIB ligeiramente negativo no ano que vem. Para Serrano, a descompressão ao longo da tarde, em dia de liquidez reduzida, pode ter sido provocada por ajustes técnicos de posições e também por certo alívio com a baixa adesão à greve dos caminhoneiros, que protestam contra o aumento dos combustíveis. No Focus de hoje, subiram as expectativa para o IPCA neste ano (de 8,96% para 9,17%) e para 2022 (de 4,40% para 4,55%). A estimativa para a taxa Selic no fim deste ano saltou de 8,75% para 9,25%. E a expectativa para taxa básica no fim de 2022 atingiu os dois dígitos, ao passar de 9,50% para 10,25% (ante 8,50% um mês antes). A mediana para PIB de 2021 passou de 4,97% para 4,94%. Para 2022, a projeção de expansão do PIB passou de 1,40% para 1,20%. Para Serrano, da Greenbay, a eventual aprovação da PEC dos Precatórios na quarta-feira na Câmara dos Deputados poderia até "melhorar um pouco" o humor do mercado, ao reduzir o nível de incerteza sobre o tamanho do impacto nas contas públicas. "O problema é que podem tentar aumentar ainda mais as despesas mais à frente. Se você muda o teto toda vez que os gastos são maiores, na verdade você não tem um teto". No fim de semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, diz que o governo trabalha com o Plano A, que é aprovação da PEC dos Precatórios. Guedes também disse, ao falar do teto dos gastos, que há uma preocupação exatamente com essa capacidade de organização política para aprovar a PEC dos Precatórios. Ela é que dá espaço (orçamentário)". Além da votação da PEC dos Precatórios, o mercado aguarda a ata do Copom, que será divulgada também na quarta-feira, dado que o comunicado da decisão do comitê na semana passada - quando elevou a Selic em 1,50%, para 7,75% ao ano - foi considerado lacônico e trouxe apenas uma referência indireta à proposta de mudança do cálculo do teto de gastos. "Vamos ver o quanto o BC está realmente empenhado em levar a Selic para um patamar bastante contracionista. Tomara que a ata traga uma luz, um direcionamento para o mercado, porque o nível de incerteza é muito grande", afirma o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, acrescentando que, nos níveis atuais, o mercado projeta um "choque" na política monetária. Rosa ressalta que a deterioração fiscal é o principal direcionador do mercado de juros, por provocar um ciclo vicioso - que se inicia com a alta do dólar e deságua na piora contínua das expectativas de inflação. "Muita coisa está na mesa com a PEC dos Precatórios, mas não tem nada definido. Isso cria um ambiente de risco muito grande. A curva está praticamente 'flattening', o que é muito preocupante", diz o economista-chefe da SulAmerica. Entre os principais contratos, DI para janeiro de 2023 fechou a 12,28%, de 12,146%. A taxa do DI para janeiro de 2025 subiu de 12,206% para 12,49%. Já o DI para janeiro de 2027 fechou a 12,53%, ante 12,264% no ajuste anterior. (Antonio Perez - [email protected]) 17:30 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 7.67 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 7.65 Over Selic (%a.a) 7.65 MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York tiveram sessão com pouco impulso e quadro misto em boa parte do dia, mas ainda conseguiram renovar recordes históricos de fechamento. Entre os setores, o de energia se destacou, em jornada de ganhos para o petróleo nesta semana de encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Além disso, há expectativa pela decisão do Federal Reserve (Fed), que na quarta-feira deve anunciar oficialmente o início da redução nas suas compras de bônus ("tapering"). Hoje os retornos dos Treasuries subiram, mas no câmbio o índice DXY do dólar caiu, perdendo mais fôlego à tarde. Na arena internacional, discursos de líderes na cúpula climática COP26 foram monitorados, mas sem promessas surpreendentes nem influência sobre os ativos. Os mercados acionários de Nova York abriram em alta, mas passaram grande parte do pregão com sinal misto, em pregão volátil. Investidores monitoram a reta final da temporada de balanços corporativos e esperam notícias importantes na semana, como a decisão do Fed e o relatório mensal de empregos (payroll) dos EUA, na sexta-feira. Nas bolsas hoje, o tom positivo acabou por prevalecer, com máximas históricas dos três índices. O Dow Jones fechou em alta de 0,26%, em 35.913,84 pontos, o S&P 500 subiu 0,18%, a 4.613,67 pontos, e o Nasdaq teve ganho de 0,63%, a 15.595,92 pontos. No meio da semana, o BC americano deve confirmar o tapering, após 20 meses do programa de compra de ativos para conter os impactos do choque da covid-19. Analistas acreditam que o Fed pode anunciar nesta quarta a redução nas compras de Treasuries em US$ 10 bilhões por mês e as de ativos lastreados em hipotecas em US$ 5 bilhões (leia mais na especial publicada às 14h29). Nesse quadro, os retornos dos Treasuries subiram hoje: no fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos avançava a 0,505%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 1,563% e o do T-bond de 30 anos, a 1,967%. O BMO Capital viu o movimento de hoje em linha com a perspectiva de inflação elevada levar bancos centrais globais a adotar medidas hawkish. No câmbio, porém, o dólar perdeu mais força à tarde, após dados em geral modestos dos EUA no dia. Na política americana, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse esperar que pautas econômicas do governo Joe Biden possam ser aprovadas nesta semana ou na próxima, mas ainda não há garantias. O índice DXY do dólar recuou 0,26%, a 93,879 pontos. No horário citado, o dólar subia a 114,02 ienes, o euro avançava a US$ 1,1607 e a libra tinha baixa a US$ 1,3663. Entre as commodities, o petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 0,57%, a US$ 84,05 o barril, na Nymex, e o Brent para janeiro subiu 1,18%, a US$ 84,71 o barril, na ICE. A expectativa nesse mercado é que a Opep+ mantenha em reunião nesta semana o ritmo apenas gradual de aumento na oferta. Para o Swissquote, o grupo deve considerar que mesmo uma pequena elevação na oferta não prejudicará a força dos preços do óleo, no quadro atual de retomada econômica. A Oxford Economics nota em relatório que a recuperação do auge da pandemia será prejudicada, mas não revertida, caso os preços de energia sigam elevados ao longo de 2022. Em seu modelo sobre o assunto, a consultoria diz que mesmo em um "cenário extremo" com preços de petróleo, gás e carvão elevados "indefinidamente", o crescimento global ainda seria de 4,0% em 2022 e de 3,8% em 2023, um corte de 0,5 e 0,7 ponto porcentual de seu cenário-base, respectivamente. Vários líderes discursaram hoje na COP26. As autoridades em geral defendem a transição climática, controlando as emissões, mas há divergências. O Reino Unido pediu mais "ambição" à Índia, que deseja se tornar neutra em emissões de carbono apenas em 2070 e cobrou mais verba das nações ricas para os países em desenvolvimento avançarem nessa frente. O americano Joe Biden destacou a década atual como decisiva na luta contra a "ameaça existencial" do clima e o presidente da China, Xi Jinping, enviou apenas discurso por escrito, no qual pediu "ações mais firmes" para enfrentar o problema e prometeu acelerar a transição de Pequim para uma economia "verde e baixa em carbono", sem citar novas metas. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])
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