NA CONTRAMÃO DO BOM HUMOR EXTERNO, MERCADO LOCAL TENTA REALIZAÇÃO DE OLHO EM 2º TURNO

Blog, Cenário

O investidor local colocou o pé no freio na segunda etapa da sessão desta terça-feira, esboçando uma realização dos ganhos da véspera e divergindo da forte tomada de risco que marcou o cenário externo hoje. O mercado brasileiro segue de olho nas movimentações do xadrez eleitoral durante a corrida do segundo turno e observa os apoios que ambas as candidaturas estão recebendo. Do lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), formalizaram o endosso o PDT e seu candidato, Ciro Gomes, além do Cidadania, que estava com Simone Tebet (MDB). A emedebista deve oficializar o embarque na campanha petista amanhã. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) conquistou o palanque dos governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), além de Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado na corrida ao governo de São Paulo. Ponderando essas forças, a Bolsa saiu da máxima na linha dos 118 mil pontos e chegou ao fim aos 116.230,12 pontos (+0,08%), depois de flertar com o terreno negativo na hora final da sessão. O dólar à vista chegou a bater os R$ 5,22 no começo da tarde, mas encerrou em R$ 5,1680 (-0,11%). E os juros futuros terminaram perto dos ajustes no trecho curto e com viés de queda no longo, ante a baixa do rendimento da T-note de 10 anos. Lá fora, o movimento de alívio dos Treasuries e do dólar e de alta das bolsas ocorreu por causa de um reequilíbrio de carteiras. Marginalmente, o mercado externo ponderou um dos primeiros efeitos na economia real do aperto monetário em curso: a queda na oferta de vagas de trabalho nos Estados Unidos em agosto. O argumento de que o Federal Reserve pode não ser tão intenso no restante do ciclo deu suporte a parcela dos negócios hoje. No noticiário corporativo, a ação do Twitter disparou 22% depois de o presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, protocolar nova proposta de compra da empresa. O índice Nasdaq subiu 3,34%, o DXY caiu a 110,065 e a T-note de 10 anos desceu a 3,627%.

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

Embora em ritmo bem mais moderado nesta terça-feira, o sinal em boa parte do dia era de que o Ibovespa estenderia a série de ganhos pela terceira sessão, vindo de altas de 5,54% e de 2,20% nas duas anteriores. A partir do meio da tarde, contudo, a referência da B3 chegou a firmar-se em leve baixa (-0,26% na mínima do dia), apesar do avanço visto nos principais mercados da Europa, que chegou a 4,24% (em Paris), e também do observado em Nova York, que foi a 3,34% (Nasdaq) no fechamento. Nesta terça-feira, com Ibovespa aos 116.230,12 pontos no encerramento, ficou bem perto da estabilidade (+0,08%), ainda assim no maior nível de fechamento desde 13 de abril (116.781,96). O giro financeiro ficou em R$ 35,0 bilhões nesta terça-feira, após ter fechado ontem a R$ 46,2 bilhões. Na semana e no mês, o índice da B3 ganha 5,63%, colocando o avanço no ano a 10,88%.

O Ibovespa oscilou e se firmou no negativo no meio de tarde, com estatais como Petrobras (ON -1,97%, PN -2,52%) e Banco do Brasil (ON -5,38%, segunda maior perda da carteira do índice na sessão) acentuando queda e devolvendo parte do desempenho exuberante do dia anterior, quando a eleição de um Congresso conservador e "pró-mercado" havia animado os investidores, levando a Bolsa a fechar o dia em alta acentuada, no que foi seu maior ganho, em porcentual, desde abril de 2020.

Na ponta negativa do índice na sessão de hoje, além de BB, destaque também para IRB (-6,25%), Cemig (-5,04%), Cielo (-4,31%), MRV (-4,17%) e Positivo (-4,10%). No lado oposto, 3R Petroleum (+9,33%), em dia de alta de 3% para o petróleo, à frente de Americanas (+6,03%), Locaweb (+5,60%) e CSN Mineração (+5,43%). Em Cingapura, o minério de ferro fechou a terça-feira em alta de 1,30% - nesta semana, as bolsas de Dalian e Qingdao, na China, não funcionam devido ao feriado da Semana Dourada. Vale ON fechou o dia em alta de 2,42%, contribuindo para mitigar a oscilação para o negativo vista no Ibovespa ao longo da tarde.

"Há uma acomodação natural, depois de forte avanço ontem, especialmente das estatais. A percepção é a de que um Congresso mais conservador tende a dificultar, na hipótese de vitória de Lula, uma mudança de rumo imediata e aguda - ele precisará negociar muito mais para aprovar suas propostas. Isso traz um balanceamento ao próximo governo, caso de fato mude o presidente", diz Ana Luiza Gnattali, sócia e responsável pela mesa de renda variável da Legend Investimentos.

"Ontem, a alta do Ibovespa impressionou: estamos chegando naquele ponto em que não se sabe mais se o rali é brasileiro ou parte do rali mundial, mas o fato é que o bom humor se estendeu à manhã de hoje", diz o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala. "As eleições de domingo trouxeram a ideia de que o Lula, ganhando, fica restrito por um Congresso de centro-direita, especialmente nas políticas fiscal e orçamentária, em sentido mais rígido e ortodoxo. Ou porque aumentou a chance de Bolsonaro ser reeleito", acrescenta. Por um sentido ou outro, o mercado fez leitura "bastante positiva" do desfecho do primeiro turno, observa o economista.

Assim, após ter sido amplamente pautado pelo comportamento externo no período anterior à eleição, em que os movimentos acompanharam de perto as incertezas sobre a economia global, os investidores voltam agora parte da atenção à costura política que antecede a etapa final, no dia 30, que promete ser acirradíssima entre Lula e Bolsonaro, separados por uma diferença de pouco mais de 6 milhões de votos no primeiro turno.

Hoje, em entrevista à colunista Irany Tereza, do Broadcast, o ex-presidente do BC e sócio da Gávea Investimentos, Armínio Fraga, apontou que a margem de 6 milhões de votos é insuficiente para definir a eleição. Fraga, que havia pensado em anular voto no segundo turno, disse também que apoiará Lula, na medida em que os "riscos aumentaram", referindo-se indiretamente à possibilidade de vitória de Bolsonaro no dia 30. Ele também considerou "muito otimista" a reação de ontem do mercado à eleição de um Congresso de perfil ainda mais conservador, bem como ao desempenho eleitoral do atual presidente da República, acima das expectativas e do que indicavam as pesquisas de intenção de voto.

"Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste duas opções, ao meu ver, insatisfatórias", disse hoje, em vídeo nas redes sociais, o candidato derrotado do PDT no primeiro turno, Ciro Gomes, ao comentar o apoio anunciado por seu partido à candidatura Lula no segundo turno. Em nota oficial, o Cidadania, que apoiou Simone Tebet (MDB) no primeiro turno, citou hoje "riscos de escalada autoritária" para justificar a escolha de Lula para o segundo turno.

Por sua vez, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) tem sofrido pressão de alguns parlamentares de seu partido e de aliados para manter-se neutra durante o acirrado segundo turno da eleição presidencial. A candidata recebeu 4,2% dos votos no primeiro turno e prometeu se posicionar na disputa do segundo turno, sinalizando disposição pessoal de apoiar Lula.

Pelo lado do governo, ao oficializar o apoio a Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição para o Palácio do Planalto, o governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse que vai fazer do Estado a "capital da vitória" do atual presidente. Correligionário do candidato à reeleição, Castro se encontrou com Bolsonaro no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 4, após o presidente ter sido apoiado pelo governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Em São Paulo, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), esteve na sede do governo, o Palácio dos Bandeirantes, fazendo acertos finais para o apoio do governador Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado no primeiro turno da eleição estadual, ao presidente e candidato à reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro.

Depois, ao lado do presidente Jair Bolsonaro e de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que concorre ao governo paulista, Rodrigo Garcia declarou, nesta terça-feira, “apoio incondicional” à candidatura do chefe do Executivo no segundo turno. Com críticas ao PT, o tucano, que também declarou apoio à Tarcísio, afirmou que a ação tem como objetivo impedir que os petistas cheguem ao governo do Estado.

“Durante toda a eleição de primeiro turno, eu disse que São Paulo é um Estado desenvolvido, Estado que dá oportunidade a todos, que ajuda a quem precisa”, disse. Destacando que o PT nunca chegou a ocupar o Executivo estadual, o tucano declarou também: “Eu não quero (o PT) para São Paulo, muito menos eu quero para o Brasil”.(Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 116230.12 0.08237

Máxima 118280.11 +1.85

Mínima 115837.20 -0.26

Volume (R$ Bilhões) 3.49B

Volume (US$ Bilhões) 6.80B

17:30

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 116725 -0.20092

Máxima 118820 +1.59

Mínima 116110 -0.73

JUROS

Após operarem em queda pela manhã, os juros futuros zeraram o recuo e passaram mostrar volatilidade a partir do começo da tarde, ensaiando viradas para cima mas que não se consolidaram. No fechamento, as taxas curtas e intermediárias ficaram estáveis e as longas, com viés de queda. Depois da reação firme ao primeiro turno eleitoral, hoje o mercado priorizou o exterior, acompanhando a trajetória dos Treasuries, e a ampliação da alta do petróleo também contribuiu para esfriar o impulso de baixa das taxas. Internamente, a agenda esteve esvaziada e os agentes acompanham agora a definição dos apoios para o segundo turno e eventuais anúncios de propostas para a área econômica por parte dos candidatos. Na gestão da dívida, o Tesouro colocou lote grande de NTN-B no leilão desta terça-feira, o que ajudou a pressionar a curva.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,735%, de 12,722% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 fechou estável em 11,46%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,245%, de 11,295% ontem.

O comportamento de baixa dos DIs ontem foi considerado exagerado por parte dos players, indicando espaço para correções nesta terça-feira, mas pela manhã o mercado ainda encontrou fôlego para seguir retirando prêmios. "O mercado se excedeu na queda, mas os dados nos EUA mostrando que a economia está menos aquecida sustentavam o rendimento dos Treasuries em baixa", afirma o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, lembrando que posteriormente os yields pararam de cair, o petróleo ganhou ainda mais força e a curva aqui acompanhou. No entanto, a taxa da T-Note de dez anos retomou queda, negociada em 3,61% perto das 16h, quando se encerrava por aqui a sessão regular da B3.

As encomendas à indústria americana ficaram estáveis em agosto e o relatório Jolts apontou queda no número de vagas criadas naquele mês, com revisão em baixa nos dados de julho, sugerindo menor necessidade de aperto de juros agressivo pelo Federal Reserve. Já o petróleo acelerou o avanço para mais de 3% com a informação de que a Opep+ estuda a possibilidade de corte de até 2 milhões de barris por dia na produção de petróleo do grupo, segundo fontes. O cartel se reúne amanhã e a expectativa anterior era de redução de 1 milhão de barris.

No front doméstico, a reação à configuração das forças políticas do primeiro turno parece já ter sido absorvida e os agentes estão agora de olho no mapa de alianças para o segundo turno, mantida a percepção de que tanto o ex-presidente Lula (PT) quanto o presidente Jair Bolsonaro tendem a adotar posturas mais ao centro. Para o gestor da Sicredi, Bolsonaro já iniciou esse movimento. "Já não contesta mais as urnas até porque seus aliados se elegeram", disse.

Enquanto o mandatário conseguiu apoio dos governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), além do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), Lula conseguiu apoio do Cidadania e do PDT, inclusive de Ciro Gomes, e agora fica a expectativa pela definição de Simone Tebet (MDB).

Na gestão da dívida, o Tesouro realizou hoje o primeiro leilão do quarto trimestre, vendendo integralmente a oferta de 1,8 milhão de NTN-B. O risco para o mercado (DV01) ficou em US$ 944 mil e as taxas saíram abaixo do consenso, segundo a Necton Investimentos. A percepção é de que o Tesouro aproveitou o apetite por risco para ampliar a oferta e, uma vez bem sucedido na operação, a expectativa é de lote robusto de prefixados no leilão de quinta-feira, sobretudo na LTN 1/1/2026. No leilão de LFT hoje, a instituição passou a ofertar título com vencimento em 1/3/2029, mas vendeu 649.550 da oferta de até 750 mil. (Denise Abarca - [email protected])

17:30

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 13.66

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

CÂMBIO

Após o tombo de 4,09% ontem, o dólar enfrentou um dia de instabilidade no mercado doméstico de câmbio nesta terça-feira (4), sobretudo ao longo da tarde, quando mudou de rota algumas vezes e oscilou mais de sete centavos. Segundo operadores, o clima de cautela diante das articulações dos presidenciáveis para o segundo turno e movimentos técnicos limitaram o espaço para queda da divisa por aqui, apesar da forte rodada de baixa da moeda americana no exterior, na esteira da perspectiva de moderação do aperto monetário nos EUA.

Pela manhã, o dólar até ensaiou uma queda mais acentuada, descendo até a mínima de R$ 5,1123 (-1,19), mas acabou moderando os ganhos ainda na primeira etapa de negócios e virou para o lado positivo no início da tarde, correndo até a máxima de R$ 5,2220 (+0,93%). Com constantes trocas de sinal ao longo das duas últimas horas do pregão, a moeda acabou fechando a R$ 5,1680, em baixa de 0,11%.

Nas mesas de operação, comenta-se que, embora veja espaço limitado para aventuras heterodoxas em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dada a composição mais conservadora do Congresso, o mercado tem clara preferência pela candidatura do presidente Jair Bolsonaro. Enquanto o petista não der sinais concretos de compromisso com uma agenda menos intervencionista, como o anúncio de nomes de uma futura equipe econômica, o mercado tende a se manter cauteloso e sustentar parte dos prêmios de risco embutidos nos ativos domésticos.

À tarde, a candidatura Lula recebeu apoio do PDT e de seu candidato Ciro Gomes, que gravou um vídeo dizendo seguir a orientação do partido, mas sem mencionar o nome do petista. Também se juntou às hostes lulistas o Cidadania, liderado por Roberto Freire. Já Bolsonaro angariou apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do governador do Rio, Claudio Castro, e do ex-ministro e senador eleitor Sergio Moro. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que ficou fora do segundo turno, declarou suporte pessoal e "incondicional" a Bolsonaro, embora os tucanos ainda mantenham a neutralidade. A expectativa é de que Simone Tebet (MDB) declare seu apoio a Lula. Mesmo que caciques deixem claro sua preferência a um dos candidatos, pode haver rachas nos partidos.

"É normal ter uma correção depois de uma queda tão grande como foi a de ontem. A eleição está agora fazendo preço no mercado e vamos ter semanas de muita volatilidade com anúncio de alianças políticas e de planos para a economia", afirma a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, que não vê, neste momento, uma preferência clara do mercado por um dos presidenciáveis. "A perspectiva ainda é Lula mais ao centro, sem política econômica heterodoxa. Bolsonaro é a continuidade da agenda liberal, agora mais forte com o novo Congresso."

Na mesma linha, o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, acredita que, após o tombo do dólar ontem, o mercado tende a ficar mais instável daqui para frente, assimilando aos poucos as perspectivas para a política econômica a partir de 2023. "Agora o tempo é curto para o segundo turno e as articulações serão mais rápidas. O ambiente tende a ser de mais volatilidade", diz Velloni, para quem o mercado tende ainda a ficar mais ressabiado com a possibilidade de um eventual governo Lula.

Lá fora, a moeda americana emendou mais um dia de perdas expressivas, devolvendo parte da alta acumulada recentemente. Termômetro do desempenho do dólar frente a pares fortes, o índice DXY - que chegou a superar 114,000 mil na semana passada - caiu mais de 1% e esboçou romper o piso de 110,000 ao descer os 110,055 pontos à tarde, em meio à recuperação do euro e da libra, esta beneficiada pela perspectiva de que o governo do Reino Unido volte atrás no pacote de corte de impostos e ampliação de gastos. O dólar também caiu, mas em ritmo menor, frente a divisas de emergentes e países exportadores de commodities.

Dados mostrando arrefecimento do setor industrial e do mercado de trabalho americano deram fôlego à narrativa de que o Federal Reserve, cujos dirigentes mantêm discurso duro contra a inflação, vai ter que moderar a extensão de seu processo de aperto monetário. Se antes indicadores mostrando enfraquecimento da atividade despertavam temores de recessão e jogavam ativos de risco para baixo, agora servem para amparar a tese de um Fed menos duro e sustentar um mini rali das bolsas em Nova York. (Antonio Perez - [email protected])

17:30

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.16800 -0.1102 5.22200 5.11230

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5201.500 -0.00961 5253.500 5142.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5233.462 30/09    

MERCADOS INTERNACIONAIS

As bolsas de Nova York continuaram hoje a mostrar recuperação, com altas de mais de 2%, mantendo um início positivo de mês, mas recuperando apenas parte das perdas fortes de boa parte deste ano. Alguns investidores e analistas ponderavam sobre as chances de um aperto menos hawkish na política monetária. Entre ações em foco, Twitter teve a negociação paralisada duas vezes, a segunda delas com alta de 12,67%, após o empresário Elon Musk reafirmar a intenção de comprar a empresa, nos mesmos termos da proposta anterior, após ter chegado a desistir do negócio. Em quadro em geral de apetite por risco, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, ampliou perdas à tarde, mas os juros dos Treasuries caíram, com foco em indicadores e na trajetória da política monetária, mesmo em meio a declarações do Federal Reserve (Fed) que renovaram o compromisso com o aperto monetário. O petróleo, por sua vez, subiu mais de 3%, diante do dólar fraco e da expectativa de corte na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

Musk protocolou carta na comissão de valores mobiliários dos EUA (SEC), agora reafirmando sua proposta inicial, que a empresa já havia aceitado em abril, mas da qual o empresário, CEO da Tesla, chegou a desistir, o que provocou uma disputa entre as partes. Esse poderia ser o capítulo final na arrastada transação. O papel da empresa chegou a ser congelado duas vezes, a segunda delas quando subia 12,67%, e as negociações foram retomadas na reta final do pregão em Nova York, terminando em alta de 22,24%, em US$ 52,00, pouco abaixo da proposta de US$ 54,20 por ação de Musk.

O dia, de qualquer modo, foi de ganhos generalizados entre os setores. Energia esteve entre os destaques, apoiado pelo petróleo, mas financeiro, industrial e de tecnologia também exibiam altas superiores a 3%. O Dow Jones fechou com ganho de 2,80%, em 30.316,32 pontos, o S&P 500 avançou 3,06%, a 3.790,93 pontos, e o Nasdaq teve alta de 3,34%, a 11.176,41 pontos. O otimismo do início de outubro, porém, representa uma reação apenas modesta ante as perdas de mais cedo em 2022, com o S&P 500, por exemplo, ainda em baixa de 20,46% até agora neste ano.

No câmbio, o ambiente de maior apetite por risco deixou o dólar sob pressão. O índice DXY ampliou perdas à tarde e terminou em baixa de 1,50%, em 110,065 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 144,06 ienes, o euro subia a US$ 0,9989 e a libra tinha alta a US$ 1,1476. A moeda britânica foi apoiada por notícias de que o governo do Reino Unido pode enfrentar mais dificuldades para concretizar seu pacote fiscal, mal recebido pelo mercado.

Indicadores americanos também seguiram no radar. O Goldman Sachs avaliava que a abertura de postos de trabalho, que caiu a 10,053 milhões em agosto segundo o relatório JOLTS, mostrou declínio muito além do esperado. O banco ainda disse que o dado não altera a previsão de crescimento anualizado de 0,9% no terceiro trimestre no PIB dos EUA.

Entre os dirigentes do Fed, Philip Jefferson, membro do conselho, disse em seu primeiro discurso oficial após assumir o posto que a estabilização dos preços deve demandar algum tempo de "crescimento abaixo da tendência" nos EUA. A presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly, previu perda de fôlego no mercado de trabalho, destacando a necessidade de conter a inflação. No horário citado, o juro da T-note de 2 anos caía a 4,092%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,627% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,703%. Segundo o BMO Capital, o mercado avaliava, após a alta mais contida de juros na Austrália (de 25 pontos-base, quando a maioria dos analistas esperava 50), que a perda de fôlego global levaria bancos centrais a um aperto menos intenso da política monetária.

Entre as commodities, o petróleo WTI para novembro fechou em alta de 3,48%, em US$ 86,52 o barril, na Nymex, e o Brent para dezembro subiu 3,31%, a US$ 91,80 o barril, na ICE. Segundo alguns veículos de imprensa que citaram delegados da Opep+ como fontes, o grupo de produtores pode cortar sua oferta em até 2 milhões de barris por dia, na reunião agendada para esta quarta-feira. Para a Capital Economics, a cota atual não tem sido cumprida e o impacto real na oferta deve ser menor. A consultoria estima que um corte de 1 milhão de bpd se traduziria em um impacto de 350 mil bpd na oferta real. Segundo o Swissquote, os mais otimistas no mercado apostam em um anúncio de corte de cerca de 1 milhão de bpd para "estabilizar" os preços. A Dow Jones Newswires reportou União Europeia avançava para aprovar um teto de preços para o petróleo russo, ideia liderada pelos EUA, mas sem confirmação final. Já a Casa Branca disse que não considera nova liberação de reservas estratégicas de petróleo, além do já anunciado nos últimos meses. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

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