MERCADO VÊ JURO ESTÁVEL NOS EUA EM JUNHO APÓS ATA, MAS IMPASSE DO TETO BRECA ALÍVIO

Blog, Cenário

Embora a ata do Federal Reserve tenha mostrado uma crescente divergência no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) a respeito dos próximos passos da política monetária nos Estados Unidos, o investidor ampliou a aposta na manutenção dos Fed Funds na faixa de 5%-5,25% na reunião de junho. No mercado, espera-se que a maioria do Fomc siga a opinião do presidente do Fed, Jerome Powell, aparentemente mais inclinada a uma pausa no aperto monetário. A ferramenta de monitoramento do CME Group apontava 70% de chance de manutenção dos juros e 30% de elevação de 25 pontos-base, de 65% a 35% antes da divulgação do texto. Mas o mercado não conseguiu incorporar esta percepção de alívio aos preços. O principal fator a barrar uma melhora é o contínuo impasse em torno da extensão do teto da dívida americana. A uma semana de expirar o prazo dado pelo Tesouro, os progressos seguem a passos lentos. A Casa Branca vê que o impasse ocorre por interesses políticos, enquanto a oposição republicana diz que os democratas têm de entender que "gastam demais". Assim, as bolsas de Nova York terminaram em queda - de 0,77% o Dow Jones, de 0,73% do S&P 500 e de 0,61% do Nasdaq. Aqui no Brasil, nem mesmo a aprovação célere do arcabouço fiscal no Câmara na noite de ontem, com regras um pouco mais duras para 2024 do que o anteriormente proposto, fez o Ibovespa se desgarrar da cautela externa. O índice terminou o dia aos 108.799,54 pontos, queda de 1,03%. Nos juros futuros e no câmbio, o alívio visto mais cedo se manteve. O DI para janeiro de 2027 cedeu aos 11,14% e o dólar à vista recuou a R$ 4,9540, baixa de 0,37%.

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•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

O mercado ampliou a aposta por manutenção dos juros nos Estados Unidos em junho, embora a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed) tenha exposto a crescente divergência entre dirigentes sobre os próximos passos. A sinalização de que a inflação segue "inaceitavelmente alta" contribuiu para o avanço dos rendimentos dos Treasuries, mas a reação do mercado ao documento, no geral, foi marginal. Até porque o foco segue nas ainda travadas negociações pelo teto da dívida americana, que pressionaram as bolsas de Nova York e ampliaram a demanda pela segurança do dólar. Mas essa cautela foi insuficiente para impedir o petróleo de subir quase 2%, após acentuado tombo nos estoques da maior economia do planeta.

Duas grandes linhas de argumentação parecem ter divido o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) na reunião de maio, segundo a ata divulgada hoje. A primeira delas apregoa que mais aperto será necessário para trazer a inflação de volta à meta de 2%, diante de evidências de uma atividade resiliente. Por outro lado, o outro grupo reforça que, se o cenário evoluir conforme as projeções atuais, o Fed poderá encerrar o ciclo de aperto. Mais cedo, o diretor do Fed Christopher Waller expressou apoio a uma nova elevação dos juros.

Apesar disso, o monitoramento do CME Group mostra que o mercado está majoritariamente inclinado à ideia de que alta de maio foi a última. Por volta das 17h, a ferramenta indicava 70,5% de chance de que a taxa siga entre 5,00% e 5,25% no mês que vem, frente a 29,5% de probabilidade de um aumento de 25 pontos-base.

A Capital Economics concorda com a expectativa de investidores. "Um aumento da taxa de juros em julho é uma possibilidade - supondo que o teto da dívida tenha sido elevado até então - mas também é possível que haja mais evidências de queda da inflação e melhora das condições do mercado de trabalho até lá", avalia.

O Citi, por outro lado, entende que o persistente núcleo da inflação justifica mais dois aumentos de juros de 25 pontos-base, que levariam a taxa dos Fed Funds ao pico entre 5,50% e 5,75%. "A ata ilustra a incerteza fundamental e os diferentes pontos de vista associados sobre o caminho apropriado para novos movimentos da política monetária", afirma.

Diante das dúvidas, os rendimentos dos Treasuries subiram no final da tarde em Nova York: o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,377%, o da T-note de 10 anos aumentava a 3,733% e o do T-bond de 30 anos marcava alta a 3,977%.

O movimento reverteu a pressão que o impasse do teto vinha impondo sobre os prêmios dos títulos públicos, em mais um dia de negociações travadas. O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, reconheceu que houve "progressos" nas discussões, mas reforçou críticas à agenda de expansionismo fiscal da Casa Branca. Já há democratas que defendem que o presidente Joe Biden aumente o limite da dívida sem aval do Congresso, uma alternativa que potencialmente poderia ser contestada na Justiça.

Com prazo de junho estimado pelo Departamento do Tesouro para o esgotamento dos recursos à vista, operadores se desfizeram de ações e foram em busca da segurança do dólar. No ajuste de fechamento, o índice Dow Jones caiu 0,77%, a 32.799,92 pontos; o S&P 500 perdeu 0,73%, a 4.115,24 pontos; e o Nasdaq baixou 0,61%, a 12.484,16 pontos. "Todo mundo já viu esse filme [do teto] antes e agora estamos finalmente começando a ver algum estresse no mercado, à medida que as negociações sobre o teto da dívida permanecem em um impasse", afirma o analista Edward Moya, da Oanda.

No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, fechou em alta de 0,39%, a 103,887 pontos. No horário em questão, a libra recuava a US$ 1,2364, depois que a aceleração do núcleo da inflação ao consumidor (CPI) no Reino Unido ampliou a pressão para que o Banco da Inglaterra (BoE) continue subindo juros. O TD Securities espera mais duas elevações, ao pico de 5%. "Os riscos de novas altas após agosto permanecem sobre a mesa, caso os dados de inflação e emprego não esfriem", avalia.

Entre emergentes, o chamado dólar blue avançou a 493 pesos argentinos no mercado paralelo, conforme levantamento do Âmbito Financeiro. Ontem, o governo do país latino-americano anunciou mais uma série de controles cambiais, com objetivo de estancar o recente esgotamento das reservas internacionais.

O dólar mais fraco, contudo, não dificultou a trajetória do petróleo, que se beneficiou do tombo de 12 milhões de barris nos estoques americanos na semana passada. O barril do WTI para julho aumentou 1,96%, a US$ 74,34, e o do Brent para igual mês subiu 1,98%, a US$ 78,36. (André Marinho - [email protected])

BOLSA

Reconectado à cautela externa, o Ibovespa não acompanhou hoje a melhora adicional no câmbio e nos juros futuros após a aguardada aprovação, com folga, do arcabouço fiscal no fim da noite de ontem, na Câmara dos Deputados. Tendo mostrado, recentemente, descolamento das preocupações em torno da elevação do teto da dívida americana - ainda em impasse -, o índice da B3, como ontem, firmou-se em baixa, estendendo moderada realização de lucros pela terceira sessão consecutiva. Contudo, sem se distanciar muito da marca dos 110 mil, que havia assegurado nos três fechamentos entre os dias 18 e 22 de maio.

Nesta quarta-feira, o Ibovespa oscilou entre mínima de 108.546,09 (-1,26%) e máxima de 109.919,92 pontos, correspondente à abertura, para fechar a sessão em baixa de 1,03%, aos 108.799,54 pontos. O giro voltou a se suavizar, a R$ 23,2 bilhões. Na semana, o Ibovespa recua 1,76%, moderando os ganhos do mês a 4,18%. Com o desempenho de hoje, volta a terreno negativo no ano, em baixa de 0,85%.

Com a preocupação persistente em torno da elevação do teto da dívida americana, e a aproximação do prazo final de 1º de junho para evitar default, a ata da mais recente reunião do Federal Reserve, divulgada à tarde, acabou sendo recebida quase como um não evento pelos investidores.

Alguns dirigentes do Fed enfatizaram ser crucial indicar que a linguagem utilizada no comunicado sobre a mais recente reunião não deve ser interpretada como sinal de que reduções nos juros são prováveis este ano - ou que novos aumentos nas taxas de juros tenham sido descartados. Segundo a ata, os participantes da reunião, em geral, expressaram incerteza quanto ao grau de aperto que pode ser ainda apropriado à política monetária dos Estados Unidos.

"A ata da reunião reforça a visão de que as decisões da autoridade monetária sobre a taxa de juros serão feitas de reunião em reunião, a depender da evolução dos dados de inflação, atividade econômica e mercado", aponta Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. "Como ainda há riscos altistas [para a inflação], muitos participantes sinalizam a importância de deixar a opção de novas altas [nos juros] em aberto", acrescenta o economista, observando que a taxa de juros americana deve permanecer no pico "por um bom tempo até que a inflação dê sinais de convergência para a meta de longo prazo, de 2% ao ano."

Também no foco da atenção global nesta quarta-feira, o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, disse hoje que acredita "firmemente" na resolução da disputa, apesar da persistência de divergências com o governo democrata. Segundo ele, há chance de "progresso" nas negociações, ainda nesta quarta-feira. Mesmo com o voto de confiança dado pelo líder republicano, os índices de ações em Nova York buscaram mínimas da sessão, mas depois mostraram alguma acomodação, com perdas em torno de 0,8% no meio da tarde. No fechamento do dia, Dow Jones cedia 0,77%, S&P 500, 0,73%, e Nasdaq, 0,61%.

"O Ibovespa vinha em recuperação linear, olhando para os 110 mil pontos como uma área de descanso. A cautela externa se estende às commodities, a que nossa Bolsa tem grande exposição, com o minério em queda mais forte nas últimas sessões, refletindo incertezas sobre a demanda chinesa, além das questões sobre a dívida nos Estados Unidos. Assim, há uma realização de lucros natural, acompanhando o exterior, após o Ibovespa ter avançado mesmo quebrando a correlação com índices de fora - e agora há um ajuste, um realinhamento", diz Rodrigo Ferreira, líder de alocação da Manchester Investimentos.

"Ambiente externo um pouco mais complicado com a aproximação da data-limite para evitar default nos Estados Unidos, e o Ibovespa emendando agora perdas, após ter vindo de uma sequência muito boa, em que chegou a registrar 10 altas em 11 pregões, devolvendo no momento um pouco desses ganhos. Mercado se mantém apreensivo enquanto não vem uma solução para o teto da dívida nos Estados Unidos, o que prevaleceu hoje na Bolsa, acima da aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, em Brasília", diz Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos.

Ainda assim, o Ibovespa pôde contar, como fator mitigador de perdas na sessão, com o bom desempenho das ações de Petrobras (ON +1,09%, PN +1,52%), embora um pouco defasado em relação ao avanço perto de 2% para os barris do Brent e do WTI nesta quarta-feira, após dados semanais que mostraram queda forte nos estoques dos Estados Unidos, divulgados ainda pela manhã.

Entre as ações e os setores de maior peso e liquidez na B3, as perdas entre os grandes bancos chegaram a 3,05% (Bradesco PN) no fechamento, em sessão também ruim para Vale (ON -2,27%) após novo tombo nos preços do minério na China (Dalian), hoje de 4,61%, agora abaixo de US$ 100 por tonelada, a US$ 96,97. Além de Vale, outros nomes do setor metálico sofreram na sessão, com destaque para CSN ON (-3,81%). Na ponta negativa do Ibovespa, CVC (-7,57%), Dexco (-6,40%) e BRF (-5,55%), com Petz (+2,74%), Méliuz (+2,38%) e BB Seguridade (+1,95%) no canto oposto. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108799.54 -1.02702

Máxima 109919.92 -0.01

Mínima 108546.09 -1.26

Volume (R$ Bilhões) 2.32B

Volume (US$ Bilhões) 4.69B

18:04

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 109855 -1.09836

Máxima 111065 -0.01

Mínima 109160 -1.72

JUROS

A aprovação do texto-base do novo arcabouço fiscal na Câmara, mesmo bem antecipada ontem pelo mercado, conseguiu esticar o movimento de queda dos juros futuros nesta quarta-feira, mas já em magnitude comedida. A margem de votos a favor (372) expressiva e ajustes que tornaram o projeto mais conservador permitiram a continuidade da devolução de prêmios na curva, enquanto o mercado também monitorava o exterior e a novela do teto da dívida dos Estados Unidos. Já a ata da reunião do Federal Reserve não chegou a influenciar a curva local.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,26%, de 13,29% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,68% para 11,63%. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 11,14%, de 11,19% ontem, e a do DI para janeiro de 2029 recuou de 11,50% para 11,42%.

Ao contrário de ontem, quando a curva desinclinou, hoje o recuo das taxas se deu em bloco, com curtos, longos e intermediários cedendo mais ou menos na mesma proporção. A votação expressiva na Câmara, de 372 votos ante 257 necessários, deixou no mercado um sentimento positivo para as próximas matérias, embora se saiba que a reforma tributária, a próxima da fila, deverá trazer muito mais dificuldade para o governo.

De todo modo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou o placar elástico um bom prognóstico para Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera o sistema tributário e que exige 308 votos favoráveis, portanto, menos do que o alcançado no projeto do marco fiscal. "Nos dá muita confiança de que a reforma tributária é a próxima tarefa a cumprir. O presidente [da Câmara] Arthur Lira deixou muito claro que pretende votar a tributária na Câmara no primeiro semestre, portanto antes do recesso", disse.

Um dos principais ajustes no texto do arcabouço que agradaram ao mercado foi o de condicionar o cálculo das despesas para 2024 até o limite de 2,5% com base em 70% do aumento da arrecadação, que estava presente no texto original. O parecer do relator Claudio Cajado (PP-BA) permitia o crescimento até 2,5% sem considerar a arrecadação. Está prevista para hoje a votação de destaques ao texto e, concluída esta etapa, segue para apreciação no Senado.

O comportamento da curva reflete ainda a ideia de que, na medida em que as etapas da tramitação do texto no Congresso vão sendo cumpridas, fica mais viável o início do ciclo de queda da Selic, embora se saiba que não há conexão automática entre as duas coisas. Para Ariane Benedito, economista-chefe a Esh capital, a aprovação do marco pode ter influência sobre a política monetária via canal das expectativas, mas é algo também que levará algum tempo. "Caso se concretize a ancoragem, o BC pode dar algum alívio e sinalizar os cortes", afirmou.

Para o economista André Perfeito, com um texto mais austero do ponto de vista fiscal, é provável que o real se aprecie mais no curto e médio prazo, o que reforça uma perspectiva de inflação mais sob controle, favorecendo a expectativa de queda de juros, já reforçada pela mudança na política de preços da Petrobras. "Tudo isso sugere que o Copom irá de fato iniciar o corte de juros em breve, muito provavelmente no início do segundo semestre."

No começo da tarde, as taxas chegaram a zerar a queda e, no caso dos longos, a ameaçar uma correção em alta, em sintonia com as máximas dos Treasuries, mas depois voltaram a cair. Ariane Benedito destacou que a curva tem mostrado alguns desvios na rota baixista em meio não só a percepção sobre o quadro internacional, "mais pró-alta de juros", como também à avaliação de que a leitura qualitativa do processo de desinflação ainda não autoriza tanto otimismo sobre a queda da Selic. "Por mais que estejamos vendo desaceleração, o qualitativo não tem sido satisfatório. Por isso também a direção para a curva não é tão definida", disse.

Desse modo, as atenções nesta quinta-feira estarão, logo na abertura, voltadas ao IPCA-15 de maio. A mediana das estimativas é de aceleração a 0,65%, ante a taxa de 0,57% em abril, segundo o Projeções Broadcast, puxado especialmente pela aceleração dos preços de alimentação no domicílio. Na abertura do índice, a expectativa dos analistas é de aceleração para a média dos núcleos, dos preços livres e bens industriais, e de arrefecimento em serviços e administrados. (Denise Abarca - [email protected])

CÂMBIO

O dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira, 24, em baixa de 0,37%, cotado a R$ 4,9540, na contramão do sinal predominante de alta da moeda americana no exterior, em meio à aversão ao risco desencadeada pelo impasse em torno do aumento do teto da dívida dos EUA. Mais uma vez, houve oscilação bem contida, de pouco mais de três centavos, entre máxima (R$ 4,9678), na abertura, e mínima (R$ 4,9358), ainda pela manhã.

Analistas atribuíram o desempenho do real à aprovação, no fim da noite de ontem, do texto-base do projeto de lei do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados por ampla margem (372 votos a favor, 108 contrários e uma abstenção). A perspectiva é que a proposta seja apreciada rapidamente também pelo Senado. Embora ainda seja alvo de críticas de ala relevante de economistas, por ser ancorado em aumento de receitas, o chamado novo marco fiscal diminui as incertezas sobre a trajetória das contas públicas no curto prazo.

"O mercado recebeu bem a votação favorável ao arcabouço com um número de votos ainda superior ao de aprovação da urgência da matéria", afirma Bruno Martins, sócio e gestor da Armor Capital. "A boa performance do peso mexicano, principal par do real, também ajudou. No entanto, seguimos nesse 'range' entre R$ 4,95 e R$ 5,00".

Termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para junho teve bom giro, acima de US$ 14 bilhões, o que pode sugerir redução de posições cambiais defensivas. Investidores estrangeiros ainda mantêm estoque 'comprado' em dólar relevante, pouco abaixo de US$ 40 bilhões, contado dólar futuro, mini contratos, cupom cambial e swaps.

Dados divulgados pelo Banco Central hoje à tarde mostram que o apetite por ativos domésticos segue baixo. Em maio, até dia 19, o fluxo cambial é negativo em US$ 3,151 bilhões, graças a saídas líquidas de US$ 5,446 bilhões pelo canal financeiro. Pelo comércio exterior, houve entrada líquida de US$ 2,296 bilhões.

"O arcabouço fiscal trouxe um bom humor ao mercado local. Esse pacote agrada e deve funcionar no curto prazo. Os problemas ficam mais para 2026 e 2027", afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, para quem a questão fiscal deve agora ficar em segundo plano. "O real ainda é o melhor ativo para ter no Brasil e deve seguir se apreciando".

O texto final do relator do arcabouço, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), trouxe ajuste de redação, condicionando o aumento de gastos no ano que vem ao crescimento da receita. Na versão original do relatório, o crescimento real da despesa seria de 2,5%, o máximo permitido pela nova regra - o que, segundo cálculos de economistas, abriria brecha para ampliação de R$ 80 bilhões em gastos nos próximos dois anos. Com a mudança no texto, o limite de despesas para 2024 será calculado com base na variação de 70% da receita acumulada em meses até junho deste ano.

Lá fora, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes, em especial euro e iene - subiu se aproximou dos 104,000 pontos. A Casa Branca e opositores do partido republicano na Câmara dos Representantes têm até 1º de junho para entrar em acordo sobre a ampliação do teto da dívida e garantir que o Tesouro tenha dinheiro para honrar compromissos.

Divulgada à tarde, a ata do encontro de política monetária do Federal Reserve em maio não trouxe surpresas. Houve alertas para a lentidão do processo de desinflação. Há dúvidas, contudo, sobre o nível apropriado da extensão do processo de alta de juros. Mais uma vez, o BC americano reiterou que não vê espaço para queda da taxa neste ano, como aventado por ala do mercado. Ferramenta da CME mostra que, após a divulgação da ata, as chances de manutenção dos Fed Funds em junho voltaram a superar 70%.

O economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, observa que o estresse com o teto da dívida nos EUA provocou uma alta das taxas dos Treasuries e do dólar em relação a divisas emergentes nas últimas semanas. "Mas o real manteve-se relativamente valorizado na vizinhança de R$ 4,95, bem abaixo do valor justo de R$ 5,05 que calculamos para o curto prazo", afirma, em relatório, Maciel, que vê a queda da volatilidade da taxa de câmbio e a apreciação do real como reflexos do otimismo com o arcabouço fiscal, mesmo "aquém dos modelos ideais". (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.95400 -0.366 4.96780 4.93580

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4966.000 -0.27111 4972.000 4941.500

DOLAR COMERCIAL 4993.000 -0.23976 4993.000 4971.000

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