MERCADO PROJETA CICLO MENOS INTENSO DE JUROS NOS EUA E BOLSAS FECHAM JULHO EM ALTA

Blog, Cenário

O mês de julho termina com avanço firme das bolsas mundo afora, em meio à percepção de que o Federal Reserve adotará uma postura não tão agressiva quanto o anteriormente esperado mesmo diante da resiliência dos dados correntes de inflação. Hoje, o núcleo do índice PCE acima do consenso chegou a causar algum ruído pela manhã, mas a baixa nas expectativas de inflação dos consumidores dos Estados Unidos reforçou a visão de um Fed menos duro de agora adiante. A chance de uma elevação de 50 pontos-base nos Fed Funds em setembro segue amplamente majoritária (72%), segundo monitoramento da CME. Dados de atividade econômica fracos, como o PIB, já haviam pavimentado o caminho de tais apostas ao longo da semana, causando a recuperação dos mercados acionários. O índice Dow Jones terminou a sessão com ganho de 0,97%, valorização de 6,73% no mês. O S&P 500 avançou 1,42% hoje e 9,11% em julho. E o Nasdaq saltou, respectivamente, 1,88% e 12,35%. No Brasil, a Bolsa seguiu trajetória semelhante, ainda que com intensidade menor tanto diária (+0,55%) quanto mensal (+4,69%). Mas a pontuação final - 103.164,69 pontos - colocou o índice nos mais altos níveis desde 10 de junho. Internamente, há sim cautela com o processo eleitoral, mas resultados corporativos e indicadores de atividade têm surpreendido positivamente em sua maioria, dando apoio aos ganhos de ações locais. Esse ambiente colaborou com a valorização do real em julho, ainda que tímida. O avanço da moeda local só não foi maior porque em meados do mês houve uma pressão muito forte no mercado futuro, ante o cenário político e institucional delicado, o que desaguou no mergulho de 5,90% na taxa de câmbio esta semana (o maior semanal desde novembro de 2020). Ao fim, o dólar à vista terminou hoje em R$ 5,1743, ganho diário de 0,21%, mas recuo mensal de 1,16%. Os juros futuros tiveram forte descompressão das taxas hoje, em meio à consolidação das apostas em torno do Fed. Semana que vem, os agentes não só deste mercado como também de Bolsa e câmbio ficarão de olho na decisão da Selic pelo Banco Central, em busca de pistas de até onde irá o ciclo de aperto doméstico.

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MERCADOS INTERNACIONAIS

Uma nova rodada de indicadores macroeconômicos relembrou os investidores de que o Federal Reserve (Fed) ainda tem razões para adotar postura agressiva na alta de juros por mais uma decisão monetária, dizem analistas. Após os dados, as apostas de outra alta de 0,75 ponto porcentual nos juros pelo Fed ganharam força, mas as de 50 pontos-base seguiram sendo majoritárias, mostra ferramenta do CME Group. Apesar do índice de confiança do consumidor melhor do que o esperado e queda nas expectativas inflacionárias para os Estados Unidos, segundo a Universidade de Michigan, a inflação PCE acelerou em junho. Neste cenário, os juros dos Treasuries ficaram mistos, enquanto as bolsas em Nova York subiram. Wall Street absorve os resultados trimestrais de grandes empresas, com destaque para Amazon e Chevron, que subiram 10% e 8% nesta sessão. Já o dólar perdeu forças ante pares e impulsionou avanço do petróleo, apoiado também oferta apertada e de olho na Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) - medida de inflação preferida do Fed - subiu 1% em junho ante maio. A Oanda avalia que, com a inflação ainda elevada, o Fed deve atrasar o pivô 'dovish' tão esperado por partes em Wall Street ."Houve muitos dados que nos lembraram que a economia deveria se preparar para um Fed agressivo", diz o analista Edward Moya. Para ele, o banco central norte-americano tem um caminho "claro" para continuar com aumentos de juros agressivos, mas mais dados de inflação e emprego devem ditar o ritmo de alta pelo Fed após o verão local.

A probabilidade de alta de 75 pontos-base (pb) na taxa dos Fed Funds na reunião de setembro subiu de 26% para 28% entre ontem e hoje, de acordo com o CME Group. Para 50 pb, recuou de 74% para 72%.

A sessão desta sexta-feira se dá na sequência da informação de contração do Produto Interno Bruto (PIB) americano entre abril e julho. O resultado, somado a comportamento semelhante no primeiro trimestre, configura recessão técnica. Para a Oxford Economics, no entanto, em vez da "obsessão" com a definição de se os EUA estão ou não em recessão, o passo mais importante é focar no momento não usual da economia americana: "o crescimento está desacelerando em face da alta inflação e taxas de juros crescentes, enquanto os mercados de trabalho permanecem apertados e as pressões inflacionárias não estão diminuindo significativamente, como evidenciado pelos fortes dados da inflação PCE e índice de custo de emprego [ECI, na sigla em inglês]". Para a consultoria, que ainda prevê aumento de 75 pb pelo Fed para controlar a inflação, as definições não são de grande ajuda neste momento.

O índice de sentimento do consumidor americano subiu de 50 pontos em junho, nível mais baixo já registrado na série histórica, para 51,5 em julho. A pesquisa da Universidade de Michigan também mostrou que as expectativas para a inflação diminuíram. "O aumento das taxas de juros, a erosão do poder de compra e a recente deterioração das expectativas do mercado de trabalho devem restringir o sentimento e pesar nas atitudes dos consumidores durante os próximos meses", avalia a Oxford Economics.

Ainda em relação ao BC americano, o ex-secretário do Tesouro americano, Lawrence Summers, criticou o presidente Jerome Powell e disse não haver "maneira concebível" de uma taxa de 2,5% ser considerada neutra no atual cenário da economia americana. Tal consideração foi feita pelo presidente do Fed na última quarta-feira e, em entrevista a Bloomberg TV, Summers a descreve como "analiticamente indefensável".

No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 2,908%, enquanto o da T-note de 10 anos caía a 2,662% e o do T-bond de 30 anos tinha baixa a 3,023%.

Wall Street ainda seguiu de olho na temporada de balanços. Apesar de relatar prejuízo líquido, Amazon saltou 10,40%, com aumento das vendas. A Apple teve alta mais modesta, de 3,25%, diante do lucro de US$ 19,442 bilhões no terceiro trimestre fiscal, enquanto a Intel tombou 8,56%. No setor de energia, Chevron e ExxonMobil avançaram 8,90% e 4,63%, respectivamente, após resultados considerados fortes.

O Dow Jones fechou com alta de 0,97%, a 32845,13, o Nasdaq subiu 1,88%, a 12390,69 pontos, e o S&P 500 ganhou 1,42%, a 4130,29. Este último fechou julho com avanço de 9,1%, no melhor resultado desde novembro de 2020, segundo a Dow Jones Newswires.

O petróleo também ficou no positivo, com relatos de que a Opep+ produziu 2,84 milhões de barris por dia de petróleo a menor que o planejado em junho. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para setembro fechou em alta de 2,28% (US$ 2,20) hoje e 4,14% na semana, a US$ 98,62, enquanto o do Brent subiu 2,10% (US$ 2,14) nesta sexta-feira e acumulou ganho semanal de 5,68% na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 103,97.

No câmbio, o dólar caiu ante rivais, com o índice DXY tendo recuado 0,42%, a 105,903 pontos, e acumulado perda de 0,77% na semana. Na marcação, o dólar caía a 133,30 ienes, o euro subia a US$ 1,0217 e a libra tinha alta a US$ 1,2171. A divisa americana também subia a 131,3007 pesos argentinos, após alta de juros em 8 pontos porcentuais pelo BC argentino ontem e mudança no gabinete de governo, com Sergio Massa assumindo como "superministro", incorporando também a pasta da Economia. (Ilana Cardial - [email protected])

Volta

BOLSA

O Ibovespa ficou bem perto hoje de recuperar a linha de 104 mil pontos no intradia, atingindo o melhor nível desde 13 de junho (105.478,15), nas asas do forte desempenho de Petrobras (ON +6,42%, PN +5,76%), na ponta do índice desde cedo, após os fortes resultados trimestrais e a distribuição recorde de dividendos, anunciados na noite anterior. Por outro lado, alguma frustração com o balanço da Vale (ON -1,33%), também divulgado na noite de ontem, impediu que o Ibovespa fosse mais adiante na sessão, em que os ganhos em Nova York chegaram a 1,88% (Nasdaq).

Ainda assim, a referência da B3 encerrou o dia em alta de 0,55%, aos 103.164,69 pontos, no maior nível de encerramento desde 10 de junho (105.481,23). Hoje, oscilou entre mínima de 102.514,25 e máxima de 103.989,47, saindo de abertura aos 102.596,66 pontos. O giro financeiro foi a R$ 31,7 bilhões nesta sessão de fechamento de mês, bem acima do que tem sido observado recentemente.

Na semana, o Ibovespa avançou 4,29% e, no mês, 4,69%: foi o maior ganho semanal desde o intervalo entre 1º e 5 de março de 2021 (4,70%) e, no mês, a recuperação vista em julho, após o mergulho de 11,50% em junho, foi o melhor desempenho desde março, quando o Ibovespa havia avançado 6,06%. Na semana passada, o Ibovespa já tinha subido 2,46%.

Na ponta do índice nesta sexta-feira, além de Petrobras, destaque também para 3R Petroleum (+6,88%) e Braskem (+5,04%), assim como para Hypera (+5,19%). O diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Rodrigo Araujo Alves, disse hoje que a companhia mantém o plano de venda de sua participação na empresa petroquímica. "Continuamos comprometidos com o plano de desinvestimento e no momento não consideramos ter o controle da Braskem ou nenhuma transação que aumente a nossa participação (na Braskem). Não acreditamos ser o melhor (para a Petrobras), embora existam boas perspectivas para o segmento petroquímico à frente", disse.

No lado oposto do índice na sessão, Americanas ON (-7,22%), Magazine Luiza (-5,15%) e Usiminas (-4,76%).

“Entendemos que a Petrobras obteve ótimos resultados neste segundo trimestre, apresentando crescimento acima de 20% em todas as linhas (receita, EBITDA, lucro líquido) e em todas as comparações (anual e trimestral)”, observa João Daronco, analista da Suno Research. “O lucro (de R$ 54 bilhões) permitiu que a Petrobras anunciasse pagamento de dividendo recorde, de R$ 88 bilhões, ou R$ 6,73 por ação - em duas parcelas, uma no fim de setembro e outra no fim de agosto. Isso representa um yield de cerca de 20% só nesse pagamento”, acrescenta o analista, que viu pontos positivos também no balanço da Vale.

“Embora o resultado da Vale tenha ficado bem abaixo daquele registrado no ano passado, já era amplamente esperado. Ainda assim, acreditamos que a companhia divulgou fortes resultados, superando, inclusive, as expectativas. Quando fizemos a comparação anual, o principal detrator dos resultados foi, sem sombra de dúvida, o preço do minério, que caiu vertiginosamente”, aponta Daronco.

Em outro desdobramento do dia, o Bradesco BBI considera possível um retorno de 27%, em dólar, para o Ibovespa, com pontuação nominal estimada para o índice a 130 mil no fechamento do ano. “As ações brasileiras continuam a embutir alto risco, precificando elevada probabilidade de iminente desorganização macroeconômica, mas contendo uma assimetria material em viés positivo”, aponta relatório do banco, antecipando “gatilhos importantes” para os próximos meses.

Na moeda americana, o Ibovespa fechou o mês de julho a 19.937,90 pontos, com recuo de 1,16% para o dólar ante o real no mês - após avanço de 10,15% para o dólar ante o real em junho -, vindo o índice da B3 dos 18.824,39 pontos, na moeda americana, no fechamento do mês passado. De lá para cá, a Bolsa se manteve bem amassada, retrocedendo a níveis não vistos desde o começo de novembro de 2020, chegando em meados deste julho a mínimas a 95 mil pontos, no intradia, e a 96 mil, em fechamento.

O Bradesco BBI, além de reiterar o Ibovespa a 130 mil pontos no fim do ano, estima o MSCI Brazil a 1.835 pontos no mesmo período. “O MSCI Brazil está em níveis extremamente estressados, comparáveis apenas a momentos muito críticos, como o do racionamento de energia em 2001, a eleição de 2002 e a crise financeira global de 2008”, observa o texto assinado pelos analistas André Carvalho e Fernando Cardoso.

“Se excluirmos [os setores de] materiais e energia, as ações brasileiras ainda parecem muito baratas, negociadas a desvio-padrão 1,7 abaixo da média histórica de 7 anos”, acrescentam. “Em nossa visão, os múltiplos depreciados refletem cinco principais fatores de risco, dos quais três são globais e dois, domésticos: o risco de um pouso forçado nos Estados Unidos, um colapso do crescimento chinês, e os riscos relacionados à guerra na Ucrânia; elevada e aderente inflação no Brasil, e a eleição presidencial.”

“Mudamos a nossa expectativa e, agora, consideramos que o candidato Lula deve manter a sua estratégia de campanha como está, e é improvável que revele planos com relação à política econômica antes da corrida presidencial”, aponta o relatório. “No nosso cenário-base, esses cinco fatores de risco devem retroceder gradualmente nos próximos meses, mantendo os prêmios de risco altos ainda por algum tempo para as ações”, escrevem os analistas.

Para a próxima semana, a expectativa de alta para o Ibovespa apresentou leve recuo no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, mas segue em nível expressivo, com fatia de mais de 80% entre os participantes da pesquisa. A previsão de ganhos, que no último levantamento era de 88,89%, caiu para 84,62%. Os que esperam queda para a próxima semana são apenas 7,69%, mesmo porcentual dos que acreditam em variação neutra. No Termômetro anterior, 11,11% viam estabilidade para o índice nesta semana e nenhuma das respostas indicava perdas. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:32

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 103164.69 0.55365

Máxima 103989.47 +1.36

Mínima 102514.25 -0.08

Volume (R$ Bilhões) 3.16B

Volume (US$ Bilhões) 6.10B

17:40

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 103640 0.13043

Máxima 104645 +1.10

Mínima 103175 -0.32

CÂMBIO

Após quatro pregões consecutivos de baixa, em que acumulou desvalorização de 6,10%, o dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (29) em leve alta, na casa de R$ 5,17. Segundo operadores, o pregão foi marcado por realização de lucros e ajustes técnicos, em meio à formação da última taxa Ptax de julho - que serve para liquidação de contratos derivativos - e à rolagem de posições no mercado futuro de dólar.

Pela manhã, o dólar chegou até a operar pontualmente em queda, com mínima a R$ 5,1460. No restante do dia, apesar do apetite ao risco e do sinal predominante de baixa da moeda americana lá fora, a divisa trabalhou em alta e chegou a romper o patamar de R$ 5,20 na máxima, ao tocar R$ 5,2130 (+0,96%). No fim da sessão, a moeda avançava 0,21%, cotada a R$ 5,1743.

O dólar encerra a semana com baixa de 5,90%. Trata-se da maior queda semanal desde a primeira semana de novembro de 2020, o que dá uma ideia da magnitude do movimento. Graças ao tombo nos últimos dias, a moeda termina julho com sinal negativo (-1,16%), após ter subido 10,15% em junho. No ano, a divisa apresenta perdas de 7,20%.

"O real vinha perdendo muito contra o dólar e uma reação era esperada. O que impulsionou muito o real e as moedas emergentes em geral nesta semana foi a alta de preços das commodities com a leitura de estímulos econômicos na China", afirma o chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, Alexandre Netto, acrescentando que o fato de o Federal Reserve não ter acelerado o ritmo de alta de juros para 100 pontos-base, como especulado por parte do mercado, tirou fôlego da moeda americana.

Na quarta-feira (27), o Fed anunciou elevação da taxa básica de juros em 75 pontos-base, para a faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano. A novidade foi a declaração do presidente do BC americano, Jerome Powell, de que a taxa já está perto do nível neutro e que seria apropriado moderar o ritmo de alta - o que deu lugar a um rali dos ativos de risco. A perspectiva de um Fed mais comedido foi reforçada pela primeira leitura do PIB americano no segundo trimestre, que mostrou retração de 0,9% (taxa anualizada), enquanto a mediana de Projeções Broadcast era de avanço de 0,4%.

Dados de inflação e consumo nos EUA em junho divulgados hoje não abalaram a aposta majoritária de que o Fed vai elevar os juros em 50 pontos-base em setembro. O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 1% em junho ante maio. O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,6%, um pouco acima das expectativas (0,5%). Na comparação anual, o PCE subiu 6,8% em junho, após a alta de 6,3% de maio. Já o núcleo atingiu 4,8%, ante 4,7% em maio.

"O quadro de recessão técnica nos EUA traz a perspectiva de aperto menos agressivo do Fed. De outro lado, o PCE divulgado hoje mostra que a inflação continua muito forte. Ainda é preciso ver com serão as próximas leituras de inflação", diz Netto, da Acqua-Vero.

Em artigo, o diretor do Fed Cristopher Waller diz que é plausível um "pouso suave" do mercado de trabalho americano em meio aos esforços para controle da inflação. Presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic disse que o BC tem que continuar a subir os juros, mas ressaltou, ecoando fala de Powell, que o ritmo de aperto monetário nos próximos meses dependerá dos indicadores econômicos. Modelo do Fed de Atlanta prevê crescimento anualizado de 2,1% do PIB americano no terceiro trimestre.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, com predominância do euro e do iene - operou ao longo da tarde em queda firme, abaixo da linha dos 106,000 pontos. O dólar caiu em relação à maior parte das divisas emergentes e de exportadores de commodities, embora tenha subido frente a pares do real, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

Entusiasta da moeda brasileira, o economista-chefe do Instituto Finanças internacionais (IIF), Robin Brooks, afirmou, no Twitter, que mantém seu preço justo para a taxa de câmbio em R$ 4,50. Segundo Brooks, é "profundamente reconfortante" o fato de o real, em apenas dois dias de notícias favoráveis aos emergentes, incluindo um Fed menos agressivo, já liderar a recuperação entre moedas do grupo. "O real permanece muito subvalorizado", escreve. (Antonio Perez - [email protected])

17:40

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.17430 0.213 5.21300 5.14600

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5188.000 0.00964 5207.500 5145.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5217.000 -0.30575 5261.000 5193.500

JUROS

A realização de lucros que puxava os juros para cima pela manhã, na esteira da surpresa negativa do índice PCE nos Estados Unidos, estancou no meio do dia e as taxas viraram para baixo no começo da tarde. A percepção de que o Federal Reserve deve ser menos agressivo no aperto monetário, alimentada pelo discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, e no cenário de recessão técnica nos Estados Unidos, voltou a prevalecer, provocando redução de posições tomadas também na B3. Se o Fed não for tão longe, do mesmo modo o Copom pode não precisará subir muito mais a Selic, e, com isso, o mercado preferiu ir mais leve para o fim de semana que antecede a reunião de agosto. Com o alívio entre ontem e hoje, as principais taxas de curto, médio e longo prazos terminaram julho no menor nível desde o dia 1º, ou seja, a inclinação se manteve nos mesmos níveis do fim do mês passado.

Assim como ontem, as taxas voltaram a fechar nas mínimas do dia. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 encerrou em 13,785%, e 13,836% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 caiu de 13,501% para 13,34%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,68%, de 12,839%, e a o DI para janeiro de 2027 recuou a 12,61%, de 12,76%.

Com o alívio nos prêmios de risco na curva desde quarta-feira, estimulado pelas declarações dovish de Powell e com o PIB negativo dos EUA no segundo trimestre, o mercado iniciou um ajuste de alta nas taxas pela manhã, amparado na força dos Treasuries, cujos rendimentos subiam com o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) dos EUA um pouco acima da previsão em junho. O avanço dos preços do petróleo e do dólar ante o real também autorizavam alguma correção.

Mas o movimento de ajuste durou somente até o meio da tarde, quando as taxas passaram a cair, acompanhando o arrefecimento dos juros dos títulos do Tesouro americano e ainda o dólar reduzindo os ganhos e voltando a rodar abaixo de R$ 5,20.

"O mercado está percebendo que os juros não vão subir tanto nem aqui nem nos EUA. Lá porque a economia já está desacelerando e aqui o aperto já é suficientemente robusto, dando conta dos desafios domésticos", explica o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, que admite estar isolado no mercado com sua previsão de aumento de 0,25 ponto porcentual da Selic para a reunião de quarta-feira. Na sua avaliação, o Copom subirá a Selic para 13,50% e encerrará o ciclo. "Dado que o Copom começou antes, não precisará subir muito mais", argumenta.

Na pesquisa realizada pelo <b>Projeções Broadcast</b>, a expectativa de elevação de 0,50 ponto porcentual na taxa básica, para 13,75%, é praticamente consensual. Entre 51 instituições consultadas, 49 esperam alta de 0,5 ponto.

Na curva de juros, do mesmo modo, tal expectativa aparece com 92% de probabilidade, contra 8% de chance de 0,25 ponto. Para o Copom de setembro, a curva precifica 80% de chance de aumento de 0,25 ponto e 20% de manutenção e, para outubro, 50% de chance para zero e 50% para 0,25. Com isso, a indicação da curva é de Selic terminal entre 14% e 14,25%. Os cálculos são da Greenbay Investimentos.

Perfeito, da Necton, vê ainda uma melhora no ambiente eleitoral após a publicação da Carta pela Democracia, documento que já recebeu mais de 365 mil assinaturas, organizado pelos alunos da Faculdade de Direito da USP. "A Carta melhorou a percepção de risco institucional. Até gostaria de afirmar, mas ainda é cedo, que o processo vai acontecer tranquilamente", comentou.

A agenda do dia foi monitorada, sem fazer preços nos ativos. A taxa de desemprego no País medida pela Pnad Contínua fechou o segundo trimestre em 9,3%, a menor para segundos trimestres desde 2015, quando ficou em 8,4%. O setor público consolidado de maio teve déficit primário de R$ 32,993 bilhões, maior do que apontava a mediana das estimativas, de saldo negativo de R$ 25,97 bilhões. (Denise Abarca - [email protected])

17:39

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