MERCADO DIGERE NOVAS SANÇÕES, FICA VOLÁTIL, MAS SINAL NEGATIVO PREVALECE

Blog, Cenário

Os mercados globais operaram hoje comandados, novamente, pelos sinais que vêm do Leste Europeu e pela tentativa ocidental de apertar o cerco em torno da Rússia, por meio de sanções econômicas. Conforme esperado, o presidente americano, Joe Biden, anunciou a decisão de proibir a importação de petróleo e gás da Rússia. Reino Unido e União Europeia, por sua vez, divulgaram esforços para diminuir a dependência do petróleo russo. Os anúncios se traduziram em nova alta robusta do petróleo, com o barril do Brent escalando até os US$ 127,98 no fechamento, mas abaixo das máximas do dia (superiores a US$ 130). As ações das petroleiras ajudaram, inclusive, a virar as bolsas de Nova York, que passaram a manhã com viés de queda. No fim do dia, os índices americanos terminaram em baixa, após pregão bastante volátil. Aqui, embora as ações da Petrobras tenham se recuperado parcialmente do tombo de ontem, a cautela global impediu movimentos mais marcados do Ibovespa, que oscilou durante todo o dia e terminou em queda magra, de 0,35%, aos 11.203,45 pontos. Um recuo forte das ações ligadas a commodities metálicas ajudou na pressão baixista. Nos juros, houve um alívio na curva na etapa vespertina, com a ponta curta invertendo para baixa e os DIs longos subindo menos, mas ainda assim completando hoje sete sessões seguidas de alta. A percepção de uma resolução para o conflito, com relatos de que Ucrânia estaria disposta a ceder sobre sua entrada na Otan, retirou o petróleo das máximas e ajudou a descomprimir prêmios, tornando as apostas da Selic na reunião de março menos agressivas. O câmbio também teve pregão volátil. Em dia de pouco fôlego e comportamento misto da moeda americana entre emergentes, o dólar caiu 0,52% ante o real, aos R$ 5,0532. Contra o índice DXY, a divisa também teve dia de recuo.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

MERCADOS INTERNACIONAIS

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou a expectativa e anunciou a decisão de proibir a importação de petróleo e gás da Rússia. Biden admitiu que a gasolina deve subir mais em seu país por causa disso, mas afirmou que o governo agirá para tentar mitigar esse impacto. O Reino Unido disse que pretende acabar com a dependência do petróleo da Rússia "ao longo de 2022", enquanto a União Europeia traçou plano de mais longo prazo com a mesma finalidade. A Rússia reagiu com anúncio de que limitará a exportação de certos produtos e matérias-primas, mas divulgará a lista apenas adiante, segundo agência estatal. O resultado foi mais uma alta forte do petróleo, com alguns analistas especulando sobre a chance de, em cenário mais extremo, o barril bater em US$ 200. Entre os metais, o níquel, que tem a Rússia como importante fornecedor, registrou alta robusta e seu contrato chegou a ter negociações paralisadas pela manhã na London Metal Exchange (LME). Nas bolsas de Nova York, houve fechamento misto, enquanto os juros dos Treasuries subiram e o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou no dia.

Biden disse que a decisão de hoje foi tomada em coordenação com seus parceiros, mas notou que vários países da Europa não podem impor veto similar à Rússia no setor de energia. O Reino Unido anunciou planos para acabar com a dependência do petróleo russo neste ano e a UE, para contorná-la "bem antes de 2030", em abordagem mais gradual. Para a Eurasia, a UE pode impor veto parcial ao petróleo russo, mas não imediatamente. Já o presidente russo, Vladimir Putin, assinou decreto para vetar a exportação de determinados produtos e matérias-primas até o final deste ano, segundo a agência estatal RIA, em lista ainda a ser determinada pelo governo.

A Casa Branca disse não acreditar que o impacto no petróleo das restrições será de longo prazo. Hoje, porém, o petróleo WTI para maio fechou em alta de 3,60%, em US$ 123,70 o barril, na Nymex, e o Brent para maio subiu 3,87%, a US$ 127,98 o barril, na ICE. O Departamento de Energia (DoE) dos EUA cortou a previsão para crescimento no consumo global de petróleo neste ano de 3,5 milhões a 3,1 milhões de barris por dia.

O UBS afirma em relatório que, em seu cenário mais agudo, o petróleo pode superar US$ 150 e a Europa ter de racionar gás. O Bank of America aponta que o contrato do Brent pode de fato atingir US$ 150 e deve ficar, em média, em US$ 130 ao longo de 2022. O BofA ainda destaca a incerteza com a guerra na Ucrânia e cortou sua previsão para o crescimento global, de 4,6% a 3,6% em 2022 e de 3,4% para 3,3% em 2023. O Barclays, por sua vez, afirma que no pior cenário de sanções à Rússia o petróleo pode bater em US$ 200 o barril, embora o banco britânico mantenha a expectativa de que o Brent termine o ano em US$ 92.

Entre os metais, o ouro superou US$ 2 mil a onça-troy pela primeira vez em 19 meses, com a busca por segurança ante o conflito na Europa, terminando em alta de 2,37%, a US$ 2.043,30 a onça-troy, na Comex. O níquel, por sua vez, teve as operações suspensas em Londres depois de superar a inédita marca de US$ 100 mil por tonelada, o dobro do valor registrado no dia anterior. A Rússia é responsável por 6% da oferta global do metal, lembra o Goldman Sachs, mas o banco atribui o movimento extremo também ao posicionamento de investidores, que teriam sido pegos no contrapé pelos fatos geopolíticos recentes nesse mercado.

O setor de energia foi o que mais subiu, nas bolsas de Nova York, mas o pregão foi bem volátil, alternando ganhos e perdas. Com direito a uma piora na reta final, o Dow Jones fechou em queda de 0,56%, em 32.632,64 pontos, o S&P 500 caiu 0,72%, a 4.170,70 pontos, e o Nasdaq recuou 0,28%, a 12.795,55 pontos.

Entre os Treasuries, houve avanço nos retornos, com o noticiário da guerra na Ucrânia, um leilão do Tesouro americano e os riscos de inflação no radar. No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 1,612%, o da T-note de 10 anos tinha alta a 1,857% e do T-bond de 30 anos, a 2,231%.

No câmbio, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou 0,23%, a 99,062 pontos, ajustando ganhos recentes. No horário citado, o dólar subia a 115,66 ienes, o euro avançava a US$ 1,0907 e a libra tinha baixa a US$ 1,3097. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])

Volta

BOLSA

Em tarde dividida entre leves perdas e ganhos, sem que a B3 acompanhasse em ritmo a recuperação acima de 1% que chegou a ser vista no melhor momento em Nova York - ao final, anulada -, o Ibovespa lutou mas não conseguiu evitar a quarta perda consecutiva, hoje em leve baixa de 0,35%, a 111.203,45 pontos, entre mínima de 110.969,26 e máxima de 112.389,86 na sessão. Em novo dia de avanço para o petróleo, as ações da Petrobras, vindas de perda superior a 7% ontem, fecharam em alta de 1,61% (ON) e de 2,08% (PN). E Vale ON, que havia sido a estrela solitária entre as blue chips no dia anterior, hoje passou por correção, em baixa de 4,39%. Os grandes bancos, por sua vez, tiveram desempenho ao final majoritariamente positivo, com destaque para Bradesco PN (+1,29%). Reforçado, o giro foi a R$ 42,5 bilhões. Na semana, o Ibovespa cede 2,86%, com perdas do mês a 1,71% - no ano, sobe 6,09%.

O ajuste do dia foi bem discreto para o Ibovespa se comparado a ontem (-2,52%), quando as preocupações em torno de eventual controle de preços da Petrobras pelo governo descolou as ações da estatal das cotações da commodity. Neste começo de março, os preços do insumo acumulam ganho superior a 30% no mês. Hoje, o petróleo se manteve em alta, com o Brent a US$ 133 por barril na máxima do dia, refletindo desde cedo a expectativa, afinal confirmada, de que os Estados Unidos deixarão de importar da Rússia, mas não a de que a Europa, principal mercado para o gás russo, poderia vir em algum momento a diminuir compras, em reação ao prosseguimento da guerra na Ucrânia - a Rússia, por sua vez, ameaçou cortar o fornecimento de produtos ao continente, em represália às sanções impostas ao país.

“Na superfície, até pareceu um dia de relativa tranquilidade. Mas quando se olha para a composição disso, teve enorme disparidade dentro do índice - mais ou menos o contrário do que se viu ontem, quando a parte doméstica sofreu muito, como Azul (-18% ontem), enquanto Vale subiu bem (+3% ontem). Hoje, o lado doméstico segurou um pouco melhor, talvez pelos exageros de ontem, e a parte de materiais sofreu”, diz Wagner Leon Varejão, sócio-especialista em investimentos na Valor Investimentos.

Na ponta do Ibovespa, Azul fechou hoje em alta de 7,09%, um pouco à frente de Gol (+7,08%, que havia sido a segunda maior perda de ontem) e de BRF (+7,03%). No lado oposto, CSN (ON -4,80%), Vale (ON -4,39%) e Locaweb (-3,98%), à frente de CSN Mineração (-3,69%) e de Bradespar (-2,86%) - esta havia sido o destaque de alta (+3,60%) no dia anterior.

Conforme esperado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou hoje a proibição de importação, pelo país, de petróleo e gás da Rússia. Em pronunciamento na Casa Branca, ele disse que a decisão foi adotada "em contato próximo" com aliados, mas também afirmou saber que vários países da Europa não podem dar o mesmo passo, no contexto atual. Ele informou que há um trabalho "no longo prazo" para que o continente diminua dependência da Rússia no setor de energia.

“Há muitos 'se' no momento, um cenário de grande incerteza, com choque nos preços de commodities e de energia. Faz lembrar um pouco a crise de petróleo nos anos 70, mas desta vez não creio que haverá um choque de juros (como o iniciado no final daquela década). Mas é preciso ver qual será a resposta dos BCs, que precisarão de alguma forma se ajustar a essa nova realidade, de forte pressão sobre os preços, sobre a inflação”, diz Erminio Lucci, CEO da BGC Liquidez, destacando o peso da Rússia como produtora de commodities agrícolas (como trigo), metálicas (paládio, níquel) e de energia (petróleo, gás) - e da Ucrânia, como grande provedora de grãos (trigo, milho). “Com a explosão dos preços e expectativa de redução de oferta, já se fala na possibilidade de uma crise alimentar”, acrescenta.

Se, por um lado, os efeitos da guerra chegam ao Brasil principalmente por meio do petróleo, com reflexos para os juros - hoje, a curva voltou a inclinar um pouco mais -, por outro o peso das commodities na B3 a mantém entre os poucos mercados emergentes, como Índia, México e África do Sul, que seriam uma alternativa à Rússia neste momento de isolamento do país, diz Lucci. “Mas há questões aqui que preocupam também, como a possibilidade de controle de preços dos combustíveis, um ponto ainda em aberto e que contribui para o ruído, a volatilidade, pela dúvida sobre a forma como pode vir a ser feito.”

Em meio à incerteza sobre o horizonte e as consequências do conflito, diversas casas já preveem a possibilidade de barril de petróleo (WTI) a US$ 150 (Capital Economics) ou mesmo acima de US$ 200 (Barclays, para o Brent), caso a situação se agrave e o pior cenário se materialize. "Quanto mais a guerra durar, mais os efeitos se farão sentir", aponta Lucci, da BGC. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:24

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 111203.45 -0.34949

Máxima 112389.86 +0.71

Mínima 110969.26 -0.56

Volume (R$ Bilhões) 4.25B

Volume (US$ Bilhões) 8.35B

18:29

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 112060 0.18775

Máxima 113645 +1.60

Mínima 112000 +0.13

CÂMBIO

O vaivém da percepção de risco no exterior ao longo do dia, em meio aos desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia e ao anúncio de sanções econômicas, fez com que o dólar à vista tivesse um pregão instável nesta terça-feira (08), com várias trocas de sinais. A margem de oscilação, contudo, foi modesta, com o dólar correndo apenas cerca de seis centavos entre a mínima (R$ 5,0452) e a máxima (R$ 5,1005).

No fim da sessão, o dólar à vista fechou a R$ 5,0532, em queda de 0,52% - o que levou a desvalorização acumulada em fevereiro a 1,99%. O dólar futuro para abril, que havia subido com força no fim da sessão da B3 ontem, quando o mercado à vista já havia fechado, operou em queda firme ao longo do dia, com giro forte, acima de US$ 17 bilhões.

Segundo operadores, o pregão foi marcado por muita cautela, dado o grau de incerteza em relação à duração do conflito militar e à magnitude dos impactos das sanções à Rússia sobre a economia mundial. O petróleo subiu mais uma vez, com o contrato tipo Brent para maio fechando a US$ 127,98 (+3,87), depois de tocado US$ 133,15 na máxima.

Como esperado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou no início da tarde a proibição de importação de petróleo e gás da Rússia. Biden disse que a decisão foi tomada em conjunto com aliados, mas admitiu que países europeus, mas dependentes das fontes energéticas russas, não podem ir pelo mesmo caminho. O Reino Unido disse que pretende acabar com a dependência do petróleo da Rússia "ao longo de 2022".

Analistas dizem que a taxa de câmbio estaria sob forças opostas. Temores de desaceleração da atividade econômica global com inflação elevada, que resultariam na temida estagflação, e aversão ao risco externa tendem a pressionar o dólar. De outro lado, a alta das commodities, que favorece exportações brasileiras, e os juros reais elevados estimulam a entrada de moeda estrangeira.

Segundo a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, as restrições ao petróleo russo pelo Estados Unidos tendem a adicionar ainda mais pressão sobre a inflação global. Por aqui, o BC precisará "ajustar ainda mais para cima" os juros para conter a escalada dos preços. "Isso pode acabar trazendo mais fluxo para o país, porque o diferencial de juros aumenta, beneficiando o real", diz Quartaroli, ressaltando que as incertezas relacionadas à guerra mantêm a volatilidade elevada.

Casas como XP, Bradesco, BNP Paribas e Bank of America revisaram para cima projeções para o IPCA neste ano. No caso do Bradesco, por exemplo, a expectativa para o índice oficial de inflação em 2022 subiu de 5,4% para 6%, ao passo que a projeção para a taxa Selic, hoje em 10,75% ao ano, passou de 11,75% para 12,75%.

Nas mesas de operação, há também quem já aponte para eventual reação da taxa de câmbio ao aumento da percepção de nova guinada populista do governo Jair Bolsonaro, em meio a iniciativas do governo para tentar impedir que a alta do petróleo no mercado internacional se traduza em aumento dos preços dos combustíveis no mercado interno. Fontes disseram ao Broadcast que a reunião de ministros no Palácio do Planalto para tratar do tema terminou sem resolução.

Na avaliação do time de macroeconomia e estratégia do BTG Pactual, o aperto das condições monetárias nos países desenvolvidos e ações do governo que podem ter impacto fiscal "tendem a limitar a entrada de dólares para a busca de ativos de valor no mercado de ações e para a realização de trades de carrego". Além disso, a corrida eleitoral doméstica e possível crescimento da incerteza a partir de conflito na Europa sugerem que o real perca força nos próximos meses.

"O piso de R$ 5,00 do câmbio, impulsionado pelo forte fluxo financeiro estrangeiro, nos parece ter ficado no passado, mas isto não significa que o real ainda não encontrará patamares favoráveis neste ano", afirma, em relatório, a equipe BTG. "Esperamos que a moeda siga com uma cotação média próxima de R$ 5,20 até o final do segundo trimestre, quando o fortalecimento do dólar e o quadro eleitoral devem conduzir a moeda para R$ 5,40".

Do lado técnico, o head de câmbio da HCI Invest, Anilson Moretti, trabalha com um suporte forte do dólar entre R$ 4,99 e R$ 5,00 - patamares que, se rompidos, abriram espaço para taxa de câmbio operar de forma sustentada abaixo de R$ 5,00 e descer até perto de R$ 4,80. "A resistência está entre R$ 5,20 e R$ 5,25", afirma Moretti. (Antonio Perez - [email protected])

18:29

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.05320 -0.5217 5.10050 5.04520

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5097.000 -0.9522 5135.000 5079.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5162.685 04/03    

JUROS

A curva de juros teve alívio à tarde, quando as taxas curtas passaram a cair e as longas reduziram a alta, motivado essencialmente pela redução dos ganhos do petróleo, na medida em que o barril do Brent se afastou das máximas acima de US$ 130 mais cedo. O movimento da commodity, por sua vez, foi atribuído à melhora da percepção sobre o conflito Rússia-Ucrânia. O impacto da oficialização de embargo à importação de petróleo russo pelos Estados Unidos vinha sendo antecipado pelos ativos desde manhã. De todo modo, a ponta longa completou sete sessões em alta, com a curva ganhando mais de inclinação pelos riscos externos. Nos curtos, a devolução de prêmios mexeu com o quadro de apostas para a Selic no curtíssimo prazo, com o mercado agora mais dividido entre altas de 1 ponto porcentual e 1,25 ponto da Selic no Copom de março.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,045% (regular), de 13,102% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 fechou em 12,815%, de 12,82% ontem no ajuste. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 12,38% (regular), de 12,257% ontem, e a do DI para janeiro de 2027 terminou em 12,26%, de 12,081%. No fechamento da etapa estendida, a curva longa passou a também devolver prêmios, com as taxas do o DI para janeiro de 2025 e janeiro de 2027 encerrando em 12,30% e 12,155%. A do DI para janeiro de 2023 terminou em 13,05% e a do DI para janeiro de 2024, em 12,80%.

Em sete sessões em alta considerando a etapa regular, o DI para janeiro de 2027 saiu do nível de 11,17% no dia 23 de fevereiro para 12,26% hoje, 110 pontos-base de alta neste intervalo, movimento amparado quase que exclusivamente pela aversão ao risco externo, mesmo com o câmbio bem comportado. Desde então, ainda que a ponta curta tenha agregado prêmios nos últimos dias em função do risco das commodities sobre a inflação e, por consequência, de aperto monetário mais duro, a inclinação vem aumentando. O diferencial entre as taxas de janeiro de 2027 e janeiro de 2024, que naquele 23 de fevereiro era de -67 pontos, hoje fechou em -56 pontos.

A melhora do mercado à tarde acompanhou a descompressão das cotações do petróleo, que chegaram a bater em US$ 133 o barril no caso do Brent que é o que interessa para a Petrobrás e para a inflação. No fechamento, estava em US$ 127,98, nível ainda muito elevado, mas, de todo modo, serviu para estancar o estresse na curva. Por trás desse movimento, estaria, segundo operadores, uma informação extraoficial de que a Ucrânia não pretende entrar para a Otan. Se confirmada a posição, abriria alguma perspectiva para o fim do conflito no leste europeu no curto prazo.

Edward Moya, analista de mercado financeiro da Oanda em Nova York, atribuiu a melhora às afirmações do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que “o petróleo russo não será mais aceitável nos portos dos EUA”. "Os preços do petróleo dispararam e alguma exaustão se instalou após as observações de Biden sobre as sanções russas. Os traders de energia podem precisar de um novo catalisador para enviar o petróleo WTI acima do nível de US$ 130, mas o consenso geral ainda é que os preços do petróleo podem subir muito", comentou.

A União Europeia e o Reino Unido, com grande dependência do gás e petróleo russos, decidiram reduzir gradualmente a importação das commodities. A Rússia, em resposta, ordenou a limitação de exportação de uma série de produtos a determinados países, em lista ainda a ser divulgada. Desse modo, o alívio da curva pode ter vida curta, porque as incertezas ainda são enormes.

Nas taxas domésticas, houve uma ligeira suavização das apostas num Copom mais conservador na reunião de março. A chance de alta de 1,25 ponto porcentual na atual taxa de 10,75%, que era consenso nas sessões anteriores, hoje caiu para 60%, contra 40% de probabilidade de aumento de 1 ponto, segundo a Greenbay Investimentos. A projeção de Selic terminal é de 13,60%, com algum sinal de queda para o fim de 2022, precificada entre 13% e 13,50%.

Nos Departamentos Econômicos, por sua vez, o dia foi de revisões para cima no IPCA e Selic, na esteira dos efeitos do conflito. Uma das mais agressivas foi a do BNP Paribas, que agora colocou sua projeção de inflação em 7% este ano, de 6% anteriormente. “O conflito deve reduzir a produção global de trigo e as exportações de fertilizantes e elevar os preços do petróleo, afetando os preços dos grãos e os custos para o setor de proteínas”, avaliaram os economistas do banco. A previsão de Selic em 2022 subiu de 12,25% para 13,25%.

Enquanto isso, em Brasília, ainda não se chegou a uma solução para os preços dos combustíveis. O congelamento é visto como uma opção muito radical e que dificilmente seria endossada pela Petrobras, mas é consenso que algo terá de ser feito. Nesse dilema, a possibilidade de adoção de subsídios ficaria no meio do caminho, mas com custo fiscal. Segundo a XP Investimentos, um subsídio à gasolina teria custo de R$ 300 milhões por mês a cada 1% de defasagem entre o preço perseguido no mercado doméstico e os valores lá fora. Diante da volatilidade do petróleo, a corretora estima que o custo mensal de uma medida como essa poderia ficar entre R$ 8 bilhões e R$ 13 bilhões.

Em meio ao estresse das taxas pela manhã, o Tesouro optou por ofertar lote pequeno de NTN-B no leilão, de apenas 600 mil títulos, ainda assim vendido parcialmente (545 mil). Segundo a Necton, as taxas saíram abaixo do consenso de mercado. A oferta de LFT também foi menor, de até 1 milhão, ante 1,250 milhão na operação anterior. (Denise Abarca - [email protected])

18:28

 Operação   Último 

CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 11.44

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 10.65

Over Selic (%a.a) 10.65

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