MERCADO ABSORVE CAUTELA, ARRECADAÇÃO E RECORDE EM NY AJUDAM, JUROS CAEM E BOLSA SOBE

Blog, Cenário
O susto inicial foi grande, mas os ativos locais tiveram tempo de absorver o choque e, ajudados pelo exterior positivo, terminaram o dia no território de ganhos. O IPCA-15 de agosto acima da mediana, puxado por energia elétrica, e perspectivas de reajustes ainda maiores nas contas de luz, em meio à crise hídrica, puxaram as taxas de juros para cima e fizeram a Bolsa perder os 120 mil pontos, enquanto o dólar oscilava majoritariamente em baixa, amparado pela perspectiva de uma Selic mais elevada. E tal quadro prevaleceu em grande parte do pregão, ainda mais quando surgiu a notícia de que o Ministério de Minas e Energia havia convocado uma coletiva para tratar da crise no setor e de o governo anunciar decreto para buscar economia de energia no setor público. Mas a arrecadação maior do que as estimativas em julho serviu como uma espécie de "turning point" para uma melhora gradual, num ambiente em que os mercados internacionais exportavam apetite por risco. Assim, de olho nos preços atrativos após os movimentos da manhã, os investidores foram recolocando Brasil em suas carteiras, a ponto de os juros intermediários e longos encerrarem em queda firme, com o DI para janeiro de 2027 novamente abaixo dos dois dígitos. A leitura foi de que a forte arrecadação, a despeito de todos os problemas do País, alivia umas das principais preocupações dos investidores atualmente: a política fiscal. Por isso, a curva de juros perdeu inclinação, uma vez que os agentes seguem acreditando que, para colocar a inflação nos trilhos, o Banco Central pode ter de ser mais agressivo na condução da Selic. E essa possibilidade beneficia diretamente o real, que voltou a ganhar terreno frente ao dólar. Afinal, isso significa maior diferença entre os juros internos e externos, aumentando a atratividade para operações de carry trade. Resultado: queda de 0,97% da moeda americana, a R$ 5,2113. O Ibovespa, de olho no recorde dos pares americanos, virou na última hora de negócios, até terminar com alta de 0,50%, aos 120.817,71 pontos, na máxima da sessão, também olhando mais para a arrecadação federal, que melhorou a percepção sobre o fiscal. No exterior, em novo dia de avanço de commodities, com sinais de maior controle da pandemia de covid-19 na Ásia, o S&P 500 e Nasdaq renovaram recordes históricos de fechamento em Nova York. O avanço, contudo, é discreto, uma vez que o mercado segue de olho na sexta-feira, quando espera sinais do presidente do Fed, Jerome Powell, durante o simpósio de Jackson Hole, sobre o início do tapering.
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JUROS A agenda de indicadores movimentou a curva de juros nesta quarta-feira, inicialmente com o IPCA-15 de agosto e à tarde, com dados fiscais e sinalização do Tesouro de conforto no gerenciamento da dívida. No fim do dia, as taxas curtas estavam em leve alta e as de prazo médio e intermediário em queda firme, refletindo a perspectiva de aperto na Selic nos próximos meses conjugada à melhora na percepção para as contas públicas trazida pelos números fortes da arrecadação de julho, mesmo diante do risco de racionamento de energia que ronda o País. A indicação do Tesouro de que seu colchão de liquidez seguiu robusto mesmo com a piora das condições de mercado desde o mês passado também trouxe alívio. Com a ajuda ainda da manutenção do apetite pelo risco no exterior, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027, enfim, voltou a fechar em um dígito, o que não acontecia desde 13 de agosto (9,82%). A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 passou de 8,43% para 8,45% e a do DI para janeiro de 2025, de 9,595% para 9,41%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 9,79%, de 10,004% ontem no ajuste. A curva teve expressiva redução de inclinação, de 24 pontos-base, de ontem para hoje, considerando o diferencial entre os vértices de janeiro de 2023 e janeiro de 2027. O dia começou pesado com o IPCA-15 de agosto a 0,84%, acima do consenso de 0,72%, e com leitura negativa dos preços de abertura, somado à informação apurada pelo Broadcast de que medidas de racionamento estudadas pelo governo podem elevar a bandeira vermelha para até R$ 20 a cada 100 kWh. A combinação explosiva para a inflação puxou de imediato principalmente as taxas curtas, fortalecendo a ideia de que o Copom pode ser mais agressivo no ciclo de aumento da Selic. Ao longo do dia, porém, a pressão perdeu bastante força. Os possíveis novos aumentos na bandeira vermelha 2 devem afetar ainda mais a inflação de 2021, que todos já dão como batalha perdida, mas têm um efeito de alívio nas estimativas para 2022, que é o horizonte relevante da política monetária. "Há impactos indiretos que podem mitigar esse vetor de baixa, mas o contexto geral é de que esse aumento da bandeira vermelha 2 geraria um impacto para baixo no ano que vem", afirma o economista do Banco ABC Brasil Daniel Lima. O economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano, afirma que não houve mudança significativa no quadro de apostas para a Selic na curva do DI. Para o Copom de setembro, a precificação é de alta de 110 pontos-base, ou 60% de chance de elevação de 1 ponto porcentual e 40% de probabilidade de aperto de 1,25 ponto. Ele explica que, grosso modo, um eventual racionamento de energia é visto como um risco desinflacionário via crescimento mais para o ano que vem e que, por isso, não mexe com as apostas de curto prazo. "É complexa essa equação, sobre se e o quão desinflacionário vai ser, porque traz choques de oferta também. É dúbio", diz. Na pior crise hídrica em quase 100 anos, o governo admitiu “relevante piora” nas projeções para os próximos meses e anunciou medidas para mitigar os impactos no setor elétrico, como programa de redução voluntária de demanda para consumidores residenciais e de consumo de energia em órgãos da Administração Pública. Na segunda etapa dos negócios, a melhora na percepção de risco fiscal empurrou as taxas médias e longas para baixo, inicialmente com os dados da arrecadação de julho, que somou R$ 170,270 bilhões, melhor resultado do mês na série histórica que começou em 1995, e acima da mediana das estimativas de R$ 157,850 bilhões. Depois, no relatório da dívida, o Tesouro informou que o colchão de liquidez fechou o mês passado em R$ 1,159 trilhão, relativamente estável ante R$ 1,167 trilhão de julho. O valor é suficiente para cobrir 9,5 meses de vencimentos. "É uma boa notícia considerando que tivemos vencimento de LTN e que o mercado piorou muito de lá para cá com as preocupações fiscais", disse o gestor citado mais acima. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luis Felipe Vital, admitiu que agosto tem se mostrado "desafiador" para as emissões, com a discussão sobre os precatórios e a criação de um fundo para quitar esses débitos. Ele comentou que nas últimas semanas a instituição antecipou comunicados com informações sobre os lotes a serem ofertados nos leilões justamente para reduzir a volatilidade, mas não é possível antecipar se a estratégia continuará sendo adotada. Amanhã, haverá leilão de prefixados e LFT, a conferir. (Denise Abarca - [email protected]) 17:33 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 5.40 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 5.15 Over Selic (%a.a) 5.15 CÂMBIO O arrefecimento das preocupações com as contas públicas, após dados fortes da arrecadação em julho, e a perspectiva de alta mais intensa da taxa Selic, na esteira da divulgação do IPCA-15 de agosto acima das expectativas, abriram espaço para queda firme do dólar no pregão desta quarta-feira (24). Em terreno negativo já pela manhã, a moeda americana acentuou as perdas e tocou no patamar de $ 5,20 ao longo da tarde, em sintonia com a melhora da performance de outros ativos domésticos, com o Ibovespa virando para o lado positivo e as taxas de juros longas registrando mínimas - movimento atribuído, em parte, aos números positivos da arrecadação federal. Também contribuíram para a arrancada do real no fim do dia a leve queda do índice DXY, que chegou a operar em alta pela manhã, e o avanço dos preços do petróleo, em dia marcado por apetite ao risco, com alta das taxas dos Treasuries e das Bolsas americanas. Apesar do clima positivo no exterior, as dividas emergentes tiveram desempenho misto, com queda do rand sul-africano e leve alta do peso mexicano, ambos tidos como pares do real. Por aqui, após correr entre a máxima a R$ 5,2708 e a mínima a R$ 5,2068, o dólar à vista encerrou o pregão em queda de 0,97%, a R$ 5,2113 - o menor valor desde 4 de agosto (R$ 5,1858). Foi o segundo dia consecutivo de recuo firme do dólar, o que praticamente apagou a valorização acumulada da moeda americana no mês (+0,03%). A avaliação é que a diminuição das tensões fiscais - desencadeada após a fala firme ontem do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a favor da manutenção do teto dos gastos - reduz o prêmio de risco dos ativos locais. A diminuição da temperatura da crise político-institucional, na ausência de novo tiroteio entre o presidente Jair Bolsonaro e ministros do Supremo Tribunal Federal, também é vista como alavanca para melhora da percepção de risco. Em tal contexto, o real poderia passar a espelhar com um pouco mais de fidelidade os fundamentos das contas externas e se beneficiar do aperto monetário, que aumenta o diferencial de juros e estimula as operações de arbitragem. "A taxa de câmbio vinha refletindo muito a delicada combinação de crise política e fiscal. E houve um certo alívio com a fala do Lira ontem, de respeito ao teto de gastos, apaziguando um pouco os ânimos. Além disso, o IPCA-15 de hoje, mais alto do que se esperava, chama mais juros, o que, na teoria, ajuda o real a performar bem", afirma o gerente da mesa de derivativos financeiros da H.Commcor, Cleber Alessie, que ainda vê "muito prêmio de risco" embutido na taxa de câmbio. "Ainda teria espaço para o real se apreciar. Mas a crise política ainda está viva e o mercado não está com muita boa vontade com o Brasil. Qualquer estresse lá fora, pode disparar venda do real". Pela manhã, o IBGE divulgou que o IPCA-15 acelerou de 0,72% em julho para 0,89% em agosto, acima da mediana da projeções Broadcast (0,84%). O resultado alimenta as expectativas de que o Banco Central possa acelerar o passo e elevar a taxa Selic em 1,25 ponto porcentual em setembro. Ganham também mais forças as apostas de que a Selic possa atingir 8% no atual ciclo de aperto monetário. Investidores monitoram também o impacto da crise hídrica sobre a dinâmica inflacionária e a possível reação do BC. A arrecadação em julho somou R$ 171,270 bilhões, melhor resultado da série histórica e acima da mediana de Projeções Broadcast (R$ 157,85 bilhões). No ano, até julho, a arrecadação tem aumento real de 26,11% em relação a igual período do ano passado. O ministro da economia, Paulo Guedes, aproveitou os números positivos para "bater o bumbo" em torno da recuperação da atividade econômica. "Os nossos fundamentos fiscais estão mais fortes ainda", disse Guedes, afirmando que possivelmente haveria superávit primário no ano que vem, não fosse a reforma tributária. Além das declarações de Lira a favor do teto de gastos, o economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia, chama a atenção para o fato do presidente da Câmara ter adiado a votação da reforma do Imposto de Renda e ter dito que vai pautar a reforma administrativa. "O Brasil estava descolado do exterior desde que foi enviada a proposta de reforma fiscal para o Congresso, que o mercado entende como populista. O adiamento foi positivo", afirma Miraglia, acrescentando que a alta das commodities, após a informação de que a China conseguiu controlar a variante dela do coronavírus, também ajudou a dar fôlego ao real. "O cenário de médio prazo continua desafiador. Vai entrar na pauta até o fim do ano com mais força a discussão do orçamento de 2022. E a gente tem o 7 de setembro. Precisamos ver como vai ser o movimento de rua a implicação disso na relação entre os Poderes". Do lado das contas externas, o BC divulgou, pela manhã, que a conta corrente foi deficitária em US$ 1,584 bilhão em julho, bem acima da mediana das projeções (déficit de US$ 300 milhões), resultado atribuído, sobretudo, à despesa líquida de lucros. Do lado positivo, destaque para a entrada de US$ 6,103 bilhões em julho, acima da mediana de Projeções Broadcast (US$ 4,550 bilhões). Foi também o melhor resultado para o mês desde 2014. O BC também informou que o fluxo cambial em agosto (até o dia 20) foi positivo em US$ 4,607 bilhões, com entrada de US$ 2,171 bilhões pelo lado comercial e US$ 2,436 bilhões no canal financeiro. Em relatório, a Genial Investimentos afirma que os "fundamentos da economia brasileira" indicariam uma taxa de câmbio de R$ 4,30 no fim deste ano e que o atual patamar da moeda americana é, em grande parte, determinado pela questão fiscal. "Sinalizar de forma crível que o teto será respeitado, é o instrumento para que o valor de mercado da taxa de câmbio se aproxime do valor determinado pelos fundamentos, contribuindo para o controle da taxa de inflação", afirma. Na B3, o dólar futuro para setembro recuava 0,76, a R$ 5,2170, com giro na casa de US$ 13 bilhões. (Antonio Perez - [email protected]) 17:34 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.21130 -0.9673 5.27080 5.20680 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5218.500 -0.73236 5275.000 5210.000 DOLAR COMERCIAL 5263.000 -0.41627 5280.000 5263.000 BOLSA O Ibovespa mudou de sinal no meio da tarde e conseguiu conservar a linha de 120 mil pontos pelo segundo dia, após tê-la cedido em 16 de agosto, quando iniciou correção que consumiria 4,5 mil pontos até o pior fechamento da semana passada, na quarta (18), em relação aos 121,1 mil pontos do encerramento da sexta-feira anterior (13). Na semana, o índice da B3 acumula agora recuperação de 2,34%, com o fechamento desta quarta-feira, na máxima da sessão, em alta de 0,50%, aos 120.817,71 pontos, e mínima a 119.225,93, saindo de abertura aos 120.210,21 pontos. No mês, limita agora a perda a 0,81% em agosto, avançando 1,51% no ano. O giro financeiro desta quarta-feira ficou em R$ 28,8 bilhões no fechamento. Hoje, a percepção positiva sobre a arrecadação federal acabou por se impor ao IPCA-15 de agosto, acima do esperado, e também à crise hídrica, a pior em 91 anos, que leva o governo a desenhar iniciativas que evitem racionamento, a começar pela administração pública. Assim como ontem, apesar da hesitação vista pela manhã, o Ibovespa conseguiu se conectar ao humor de Nova York, positivo, com o petróleo também estendendo recuperação, que recoloca o barril do Brent a US$ 72. Petrobras PN fechou em alta de 0,54% e a ON, de 0,25%. "O mercado está dando atenção à arrecadação federal, que melhora a percepção sobre o fiscal. É preciso observar também que, perto das 16h (antes da entrevista coletiva do Ministério de Minas e Energia), o giro estava muito fraco em relação à média de 21 dias, com cautela também para o encontro do Federal Reserve em Jackson Hole", diz Victor Licariao, líder de alocação de renda variável da Blue3. À tarde, com o dólar acomodando-se entre R$ 5,20 e R$ 5,21, perto da mínima do pregão, e a curva de juros devolvendo o ajuste da manhã, quando prevalecia a volatilidade inspirada pelo IPCA-15 de agosto, o Ibovespa encontrou algum fôlego para retornar aos 120 mil pontos, estendido à máxima do dia no fechamento. A aceleração dos índices de preços "vem sendo precificada pela curva (de juros) há algum tempo, o que explica a menor relação de risco-retorno no mercado, e a queda dos juros hoje, mesmo com esse dado (IPCA-15)", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, acrescentando que a situação política e fiscal tem cobrado mais alto do que a própria inflação. Outro destaque do dia foi a crise hídrica: no fim da tarde, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou que, a partir de 1º de setembro, começará programa de redução voluntária de demanda para consumidores, ao explicar que decreto apresentado hoje, mais cedo, é para redução de consumo da administração pública federal. O ministro disse também que o nível de precipitação se manterá baixo até o fim de setembro ou começo de outubro, destacando piora especialmente nos reservatórios do Sul. "O monitoramento do setor elétrico brasileiro é feito 24h por dia", disse o ministro, tendo observado que os meses de julho e agosto registraram o pior volume, da série histórica, em águas que chegaram aos reservatórios. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou estar trabalhando para aprovar entrada de quatro termelétricas. Na falta de medidas restritivas mais imediatas, o setor teve desempenho majoritariamente positivo no fechamento da sessão, não muito distante da estabilidade. Mais cedo, o índice do setor elétrico recuava na B3, "após o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico avaliar, em reunião ontem, que houve 'relevante piora' de cenários e prospecções futuras das condições para o suprimento energético", observa em nota a equipe de análise da Terra Investimentos. No fechamento, Cemig PN mostrava ganho de 0,77%% na sessão, com Eletrobras PNB em leve alta de 0,36%, em variação semelhante à de Copel PNB (+0,30%), enquanto Cesp PNB avançou 0,08% e Eletrobras ON, cedeu apenas 0,03%. O desempenho foi misto para o setor de mineração (Vale ON -0,21%) e siderurgia (Gerdau PN +0,55%, CSN ON -2,31%). Na ponta do Ibovespa, destaque para Suzano (+5,44%), Totvs (+4,16%) e CVC (+4,00%). No lado oposto, Banco Inter (-4,42%), CSN (-2,31%) e Americanas ON (-1,35%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:32 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 120817.71 0.50491 Máxima 120817.71 +0.50 Mínima 119225.93 -0.82 Volume (R$ Bilhões) 2.88B Volume (US$ Bilhões) 5.49B 17:34 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 121290 0.03299 Máxima 121550 +0.25 Mínima 119855 -1.15 MERCADOS INTERNACIONAIS Os índices S&P 500 e Nasdaq renovaram recordes históricos de fechamento em Nova York, num pregão sem muito fôlego às vésperas do Simpósio de Jackson Hole. Com investidores ansiosos por possíveis informações adicionais sobre o tapering durante discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, na próxima sexta-feira, o setor financeiro se destacou em ganhos. Os juros dos Treasuries operaram em alta durante toda a sessão, mas a ponta curta da curva perdeu fôlego no fim do dia, enquanto o dólar oscilou perto da estabilidade. A dissipação de parte dos temores com a variante delta do coronavírus observada por analistas, em especial na Ásia, ofereceu terreno para a recuperação de commodities após as fortes quedas da última semana. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), entretanto, voltou a destacar hoje que ainda não é possível prever quando a pandemia terminará. O S&P 500 renovou sua máxima pela 51ª vez no ano, no que a LPL Markets avalia que vem sendo um 2021 "estrondoso", e continua esperando preços mais altos. Comparando historicamente, a consultoria aponta que os períodos anteriores de novos recordes duraram muito mais do que o esperado. Depois de o índice tocar nos 4.500 pontos, o analista da Oanda, Edward Moya, lembra que esta é a meta de muitos especialistas para o S&P 500 ao final do ano, e avalia que a alta de hoje "decorre de desenvolvimentos positivos na luta contra a covid-19, uma redução nos pedidos de bens duráveis e otimismo de que a economia verá trilhões de dólares em estímulos adicionais em algum momento nos próximos dois meses". Moya destaca que muitas companhias nos EUA podem seguir o exemplo da Delta Air Lines - que cobrará uma taxa de US$ 200 por mês de funcionários que se recusarem a vacinar - e que este poderia ser o incentivo necessário para deixar o país mais perto da imunidade de rebanho. O S&P 500 fechou em alta de 0,22%, o Dow Jones subiu 0,11% e o Nasdaq avançou 0,15%. O setor financeiro puxou os ganhos neste pregão, com Goldman Sachs (+1,12%) JPMorgan (+2,06%) e Wells Fargo (+1,92%) entre os destaques. O dia foi de alta também nos juros. Ao fim da tarde, o juro da T-note de 2 anos tinha alta para 0,234%, o da T-note de 10 anos subia a 1,342% e o do T-bond de 30 anos avançava a 1,954%. Na visão da Capital Economics, uma sinalização de redução da compra de títulos pelo Fed em Jackson Hole não deve gerar uma venda de Treasuries tão dramática quanto o "taper tantrum" de 2013. No entanto, a avaliação da consultoria segue direcionada para um aumento dos rendimentos nos próximos anos. No câmbio, os investidores estão "temerosos de assumir uma posição de venda no dólar", já que Jackson Hole pode gerar outra rodada de sentimento positivo para a moeda americana, com a possibilidade de comentários mais hawkish de Powell, avalia a Western Union. Por sua vez, comentários sobre os efeitos da variante delta "poderiam fazer com que o dólar sofresse imensa pressão de venda", avalia. Neste cenário, a moeda oscilou perto da estabilidade, e o DXY, que mede o dólar ante seis rivais, teve queda de 0,07%. No fim da tarde, o euro se valorizava a US$ 1,1769 , a libra tinha alta a US$ 1,3762, e o dólar subia a 110,04 ienes. Sem a pressão do dólar valorizado da última semana, o petróleo teve sua terceira alta consecutiva. O Commerzbank aponta que as "mais sérias preocupações referentes à demanda" se dissiparam nos últimos dias, com destaque para a recuperação da busca por combustíveis na Índia. O país, que foi o primeiro a ser atingido pela variante delta, pode ser uma referência para a evolução dos quadros pandêmicos em outras regiões, na avaliação do banco alemão. O WTI para outubro fechou com ganho de 1,21% (US$ 0,82), a US$ 68,36 o barril, e o Brent para o mesmo mês subiu 1,69% (US$ 1,20), a US$ 72,25 o barril. (Matheus Andrade - [email protected])
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