A semana e o mês terminaram com a aversão ao risco prevalecendo em praticamente todos os ativos, com exceção dos juros futuros, que continuaram com dinâmica própria. Os movimentos especulativos com papéis como os da GameStop e as incertezas em ritmo de vacinação contra a covid explicam o recuo das bolsas, tanto no exterior quanto aqui. Em Wall Street, os principais índices voltaram a tombar cerca de 2% hoje, na pior semana desde outubro de 2020. Com o Ibovespa, não foi diferente. Depois de interromper, na véspera, uma sequência de seis baixas consecutivas, o principal índice acionário brasileiro teve recuo expressivo de 3,21%, aos 115.067,55 pontos, em meio a perdas generalizadas entre os papéis que o compõe. A bolsa afundou ainda mais à tarde, após declarações do governo Joe Biden em relação à China. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o novo governo americano avalia eventuais ajustes na relação bilateral e deseja estar "em posição de força" quanto a Pequim. Com isso, no mês em que renovou o topo histórico, no último dia 8, a 125 mil pontos, o Ibovespa acabou acumulando baixa de 3,32%. Nesse ambiente e com a cautela dos investidores em relação às contas públicas brasileiras, o dólar voltou a se aproximar de R$ 5,50 ante o real, que teve o pior desempenho dentro de uma cesta de 34 moedas neste mês. Hoje, a moeda americana subiu 0,71%, a R$ 5,4745 no mercado à vista, encerrando janeiro com valorização acumulada de 5,51%, a maior desde março de 2020. A exceção disso tudo foram os juros futuros, que mantiveram o ritmo de queda visto após a ata do Copom, que indicou a possibilidade de antecipar a alta da Selic. Assim, as taxas dos DIs ignoraram a piora do quadro global e encerram a semana com a curva indicando inclinação menor, com os agentes apostando, ainda, na vitória dos candidatos do governo nas eleições para o comando do Congresso, na segunda-feira, e eventual andamento da agenda de reformas.
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