O avanço dos juros longos nos EUA já vinha pressionando as taxas dos DIs no Brasil, ainda mais diante das incertezas em relação às contas públicas do País. E foi uma notícia envolvendo essa questão fiscal que piorou ainda mais o desenho da curva a termo, cuja inclinação atingiu os maiores níveis do ano. Segundo apuração do Broadcast, cresce no Senado um movimento para desidratar a PEC Emergencial e aprovar apenas o dispositivo que autoriza o governo federal a retomar o auxílio. Ao mesmo tempo, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, não descartou fatiar a PEC, conforme noticiou ontem o Broadcast. Esse conjunto de informações, mesmo que pontualmente, chegou a reduzir a alta da Bolsa e a desacelerar a queda do dólar ante o real. Mesmo com a moeda americana em baixa e o IPCA-15 de janeiro abaixo da mediana das estimativas, os juros longos terminaram com alta aproximada de 20 pontos, enquanto os curtos subiram menos, mas seguem precificando chances majoritárias de a Selic subir 0,50 ponto em março. Essa, aliás, foi a leitura passada por analistas em encontro convocado pelo Banco Central, que serve como subsídio para a elaboração do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Em Wall Street, além do avanço dos rendimentos dos Treasuries devido a temores sobre a trajetória de inflação nos EUA, as bolsas ganharam mais força à tarde e subiram, com recorde histórico de fechamento do índice Dow Jones. O movimento teve suporte de declarações dovish de dirigentes do Fed e de novos sinais de apoio a um pacote de estímulo fiscal. Com isso, o Ibovespa conseguiu emendar o segundo dia de recuperação, ao subir 0,38%, aos 115.666,47 pontos. A alta das ações de Petrobras, ainda recuperando parte do tombo recente, e Eletrobras, com o envio da MP que promete facilitar a capitalização da empresa, ajudaram a conduzir o índice. O dólar, por sua vez, cedeu 0,40%, a R$ 5,4207 no mercado à vista, com os agentes de olho no andamento dos planos de reformas e privatizações em Brasília.
- JUROS
- MERCADOS INTERNACIONAIS
- BOLSA
- CÂMBIO