JURO REAL NOS EUA SALTA SOB TEMOR DE FED DURO E LEVA DÓLAR A MAIOR NÍVEL DESDE AGOSTO

Blog, Cenário

O mercado até tentou pôr o pé no freio na liquidação de ativos de risco no começo da tarde desta quinta-feira, mas não conseguiu impedir que a onda de vendas se impusesse. Ainda pesa sobre o sentimento do investidor a visão de que o Federal Reserve terá de ser mais duro não apenas agora em setembro como manter uma postura mais conservadora por mais tempo, na esteira de dados fortes da inflação ao consumidor. Hoje, números da atividade americana acima do esperado corroboraram ainda mais esta tese. Nos cálculos da CME, com base nos rendimentos dos Fed funds, as chances de uma alta de 0,75 ponto porcentual na semana que vem são de 80%, contra 20% de 1 ponto. Para o encerramento do ano, 92% das apostas são de taxa igual ou mais que 4%, de 88% ontem. O movimento de alta dos juros foi visto no restante da curva também. A T-note de 10 anos ronda o maior retorno real desde dezembro de 2018, próximo à faixa de 1%, e o mais alto nível de uma década. Como ela é um ativo de referência global, seu salto significa uma reprecificação dos ativos também mundialmente. Esta pressão nas taxas externas pesou bastante na renda fixa brasileira hoje, que sentiu ainda o índice de atividade econômica do Banco Central acima do teto das projeções. Os principais contratos de janeiro de 2025 adiante fecharam nas máximas do dia. No câmbio, o dólar saltou ao maior nível de fechamento desde 3 de agosto, com a moeda americana à vista cotada a R$ 5,2391 (+1,18%) no encerramento. Por sua vez, a Bolsa apresentou alguma resiliência tanto em relação aos demais ativos locais quanto aos índices americanos (Dow Jones caiu 0,56%, S&P 500 cedeu 1,13% e Nasdaq recuou 1,43%). O Ibovespa terminou o dia aos 109.953,65 pontos, desvalorização de 0,54%. O que ajudou a segurar o índice foi a ação da Vale (ON +2,01%), que refletiu a percepção dos agentes de que o governo da China dará nova rodada de estímulos ao crescimento.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•CÂMBIO

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MERCADOS INTERNACIONAIS

A cautela generalizada nos mercados internacionais se manteve nesta tarde. Com a perspectiva de um Federal Reserve (Fed) agressivo contra a alta inflação na próxima semana, reforçada por indicadores econômicos dos EUA publicados hoje, os juros dos Treasuries subiram, enquanto as bolsas de Nova York fecharam no vermelho. Ainda no país norte-americano, o acordo entre companhias e trabalhadores ferroviários teve destaque no noticiário local, uma vez que evitou prejuízo bilionário em caso de greve. O dólar ficou sem sinal único ante rivais, enquanto o petróleo tombou 4%, dadas as preocupações com a demanda chinesa e de olho no estímulo bilionário do banco central local à economia.

Os principais índices acionários em Wall Street caem à medida que investidores encaram uma economia enfraquecida que ainda deve ser testada pelo combate do Fed à inflação, diz o analista da Oanda, Edward Moya. A nova rodada de indicadores sugere que o banco central norte-americano pode seguir com seu plano agressivo de alta de juros, diante de um mercado de trabalho ainda forte - como indica o número de pedidos de auxílio-desemprego abaixo do esperado - e que a economia desacelera lentamente, afirma.

A Oxford Economics concorda que deve haver manutenção do plano do Fed, dado seu compromisso "incondicional" para abaixar a inflação. A projeção da consultoria é que as taxas dos Fed Funds sejam elevadas em 75 pontos-base (pb) na próxima quarta-feira, 21, seguidos por outro aumento de mesma amplitude antes do fim do ano.

Nos mercados, percepção semelhante parece predominar. De acordo com monitoramento do CME Group, a maioria das apostas, 80%, se mantêm para alta de 75 pb, enquanto há 20% de probabilidade para 100 pb. Já para dezembro, o mercado precifica 92% de chance para taxa igual ou superior a 4%.

Neste cenário, os juros dos Treasuries têm acompanhado tais expectativas. Com investidores se posicionando para um aumento de 0,75 ponto porcentual, o retorno da T-note de 2 anos atingiu uma nova máxima desde ciclo, a 3,871%, nota o BMO Capital Markets. "No entanto, os rendimentos de 10 anos deixaram sua alta em 3,497%, embora haja muito sobre a mesa, o fato de ainda não vermos esse nível violado esta semana aumenta seu peso como suporte".

Paralelamente, a taxa real para o título de 10 anos tem ganhado forças esta semana, nos maiores níveis desde dezembro de 2018, e se aproxima de 1%, mostram dados do Departamento do Tesouro. Ontem, o retorno real ficou em 0,95%.

No fim da tarde em Nova York, nesta sessão, o retorno da T-note de 2 anos subia a 3,868%, o da T-note de 10 anos ganhava a 3,451% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,478%. No cenário descrito, as bolsas de Nova York caíram: o Dow Jones cedeu 0,56%, a 30.961,82 pontos, o S&P 500 perdeu 1,13%, a 3.901,35 pontos, e o Nasdaq, 1,43%, a 11.552,36, pontos.

Entre ações, destaque para a Adobe, que despencou 16,79%, após anunciar que comprará a Figma, empresa de design de aplicativos online. A transação ficou em torno de US$ 20 bilhões em dinheiro e ações, segundo comunicado.

No câmbio, o dólar ficou sem sinal único ante rivais. O índice DXY subiu 0,07%, a 109,739 pontos, enquanto o euro avançava a US$ 0,9997 e a libra caía a US$ 1,1470, na marcação. A divisa americana avançava a 6,9955 yuans, contra 6,9630 ontem, enquanto o mercado digere a informação de que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) injetou 400 bilhões de yuans na economia através da manutenção da taxa de um ano para sua linha de crédito de médio prazo em 2,75%.

À espera de dados de produção e vendas no varejo chinês, a serem publicados nesta noite, e com a preocupação sobre a queda na demanda por petróleo no país, a commodity fechou no negativo nesta sessão. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para outubro recuou 3,82% (US$ 3,38) na Nymex, a US$ 85,10, enquanto o do Brent para novembro cedeu 3,46% (US$ 3,26), a US$ 90,84, na Intercontinental Exchange (ICE).

No radar, também esteve o encontro entre os líderes chinês e russo, Xi Jinping e Vladimir Putin, que reforçaram as intenções de colaboração, em meio às sanções do Ocidente a Moscou, por conta da invasão à Ucrânia.

Nos EUA, o presidente Joe Biden celebrou o acordo entre funcionários e empresas ferroviárias, que inclui aumento de salário em 24% para os empregadores, de 2020 a 2024. Em relatório, a Stifel destaca matéria da Bloomberg de que 40% dos transportes de longa distância através dos EUA se dão por ferrovias e uma greve representaria perda de bilhões de dólares por dia. Em discurso, Biden destacou a importância de tal meio para as cadeiras de oferta. (Ilana Cardial - [email protected])

JUROS

Nesta quinta-feira de perda generalizada para ativos domésticos, os juros futuros sustentaram trajetória de alta, espelhando o movimento das curvas no exterior, sobretudo a dos títulos do Tesouro norte-americano. Nem mesmo a queda de mais de 3% nos preços do petróleo foi capaz de segurar o ímpeto tomador. Internamente, ajudaram a pressionar as taxas o IBC-Br acima do esperado e o leilão do Tesouro com risco (DV01) maior para o mercado. Com isso, terminaram a sessão regular renovando os picos do mês e nas máximas do dia a partir do trechos intermediário e longo, que completaram sequência de quatro altas consecutivas.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou em 13,785%, de 13,762% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2024 encerrou em 13,22% - maior desde os 13,27% de 3 de agosto - de 13,11% ontem. O DI para janeiro de 2025 fechou na máxima de 12,08%, de 11,92% ontem, e a do DI para janeiro de 2027, em 11,77% (11,61% ontem), também na máxima. As quatro sessões de avanço desde segunda-feira já embutiram cerca de 50 pontos-base de prêmios nos DIs de médio e longo prazos.

O temor de aperto monetário excessivo pelo Federal Reserve, resgatado nesta semana pelo índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) nos Estados Unidos, foi hoje renovado por dados de atividade do país - pedidos semanais de auxílio desemprego e vendas no varejo - além do previsto. Com isso, os yields dos Treasuries continuaram avançando, com a taxa da T-Note de dez anos perigosamente se aproximando de 3,50%. Chegou perto do pico (3,499%) em mais de uma década, ao operar em 3,468% na máxima intraday.

"A alta do DI tem a ver com a dinâmica hawk do juro nos Estados Unidos e aqui também mais forte. Desde que saiu o CPI, a leitura é de juro mais alto por lá e hoje tivemos mais duas sinalizações neste sentido", resumiu o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, referindo-se aos dados dos EUA. Este contexto sustenta apostas de que na reunião da próxima semana o Fed vai repetir o aumento de 75 pontos-base no juro, com chances minoritárias de acelerar para 100 pontos.

O economista acrescenta que, no Brasil, o IBC-Br acima do esperado, com revisão para cima nos números anteriores, sugere "atividade surpreendendo", num teste para a defasagem da política monetária. O IBC-Br de julho subiu 1,17%, superando o teto das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de alta de 1%. A partir do indicador, a mediana para o PIB no terceiro trimestre subiu para 0,5%, de 0,3% na pesquisa anterior, em 1º de setembro.

Para Perfeito, o dado, embora não tenha causado mudança nas expectativas para a Selic, ajuda a sustentar a ideia de que não será uma surpresa se o Copom aplicar um último ajuste, de 25 pontos-base, na reunião do dia 21. Embora seja provável a manutenção dos 13,75%, dado o cenário de queda da inflação no curto prazo e o fato de o nível do juro já ser bem elevado, o economista argumenta que o benefício deste ajuste residual supera o custo, na medida em que deve atrair fluxo e ajudar o câmbio.

Outra pressão tomadora no mercado veio do leilão do Tesouro, que, a exemplo da operação com NTN-B na terça-feira, veio com um lote maior em termos de risco (DV01) mesmo com o mercado estressado. Segundo a Necton, o DV01 foi de US$ 417 mil, ante US$ 302 mil no leilão anterior. A oferta de LTN foi de 11 milhões de títulos, de 7,5 milhões na semana passada, vendida integralmente. "Foi melhor do que o leilão NTN-F, pelo menos em volume. Em taxa também foi ruim", comentou, no Twitter, o especialista em renda fixa e professor ligado a Mercado Financeiro na B3, na Anbima e na FIA, Alexandre Cabral. Segundo ele, as taxas subiram ante a operação anterior, mas a boa notícia é que a ponta longa (1º/1/2026), com oferta de 8 milhões, teve boa demanda. "Pode ser que tenha gringo neste vencimento."

No caso das NTN-F, o Tesouro reduziu o lote de 650 mil na semana passada para 450 mil, vendendo 359.300. "Volume em queda e taxas em alta. Gringo fora e os poucos compradores pediram mais taxa do que na semana passada", resumiu o especialista. (Denise Abarca - [email protected])

17:30

 Operação   Último 

CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 13.73

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 13.65

Over Selic (%a.a) 13.65

CÂMBIO

O dólar voltou a escalar no mercado doméstico na sessão desta quinta-feira (15) e flertou com a retomada do patamar de R$ 5,25, alinhado ao movimento externo de fortalecimento da moeda americana, em especial na comparação com divisas emergentes. Dados positivos de vendas no varejo e de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA divulgados hoje reforçaram a aposta em um ajuste mais intenso e amplo da política monetária americana, tese que havia voltado à baila na última terça-feira (13) com a leitura do índice de inflação ao consumidor (CPI) em agosto.

Os retornos dos Treasuries subiram em bloco diante da possibilidade de que a taxa básica americana supere 4% no atual ciclo de aperto, o que acabou castigando ativos de risco mundo afora. O yield da T-note de 2 anos, atrelado diretamente às expectativas para os próximos passos do Fed, subiu mais de 2% e atingiu 3,88% na máxima. A taxa da T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, correu até 3,468% na máxima e se aproximou de seu maior nível em mais de uma década.

Monitoramento do CME Group mostra que as apostas em nova alta da taxa básica americana em 75 pontos-base pelo Federal Reserve na próxima semana (21) seguem amplamente majoritárias (cerca de 80%). Analistas observam que o fato de o mercado passar a cogitar uma elevação de 100 pontos-base, na esteira do CPI de agosto, mostra um nível de insegurança sobre o quão enérgico o BC americano terá que ser para conter a inflação.

"O CPI de agosto reprecificou as expectativas para o Fed. Já se tem certeza de que virá pelo menos 75 pontos-base e há de chance de 100 pontos. Não acho que ele fará isso, porque a mensagem seria ruim para os mercados. Mas o tom do Fed deve ser duro", afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, que, desde o primeiro semestre, vislumbrava Fed Funds mais para 4% do que para 3,5%.

Em alta desde a abertura dos negócios, o dólar renovou máximas ao longo da tarde à medida que o sentimento externo se deteriorava, e tocou R$ 5,2456 (+1,30%) na última hora de pregão. No fim do dia, a divisa avançava 1,18%, a R$ 5,2391 - maior nível de fechamento desde 3 de agosto. Assim, apresenta ganhos de 1,78% na semana e de 0,72% em setembro. Seguindo a comportamento usual, o real, que tende a sofrer mais em episódios de aversão ao risco, amargou o pior desempenho entre emergentes hoje.

O avanço do 1,17% do IBC-Br em julho (na margem), acima do teto de Projeções Broadcast (1%), não chegou a ter papel relevante hoje na formação da taxa de câmbio, mais confirma a recuperação da atividade doméstica. O mercado de juros ainda especula se o Banco Central, que anuncia sua decisão também no próximo dia 21, a "super quarta", vai promover uma alta adicional da taxa Selic, para 14% ao ano.

Embora o real tenha oscilações mais agudas em momentos de estresse lá fora, a moeda brasileira apresenta - e deve continuar a apresentar - um desempenho relativo melhor que seus pares, observa Weigt. "Temos juro real alto, o país está crescendo e as reservas cambiais são grandes. E também é difícil imaginar uma loucura na área econômica", diz o tesoureiro, acrescentando que, por ora, a corrida presidencial não tem influenciado o comportamento da taxa de câmbio.

Termômetro do comportamento do dólar frente a divisas fortes, o índice DXY firmou-se em leva alta no fim do dia, com máxima aos 109,921 pontos. Não fosse a recuperação do euro, que tem peso de mais de 55% do indicador, teria superado novamente os 110,000 pontos, maior valor em 20 anos, dado o fortalecimento da moeda americana frente ao iene e à libra esterlina. As cotações do petróleo voltaram a afundar, em meio à possibilidade de desaceleração mais forte da economia global, com aperto monetário nos EUA e na Europa, que enfrenta uma crise energética, e dúvidas sobre o fôlego da economia chinesa. O barril tipo Brent para novembro, referência para a Petrobras, caiu 3,46%, para US$ 90,84 o barril.

Para o especialista em mercados internacionais do C6 Bank, Gabriel Cunha, a nova bateria de dados da economia americana torna ainda mais desafiador o trabalho do Federal Reserve. À leitura do CPI de agosto, na terça-feira, somaram-se hoje os dados do auxílio-desemprego e do setor de varejo, que mostram "atividade sólida e mercado de trabalho resiliente". As vendas no varejo tiveram alta mensal de 0,3% nos EUA em agosto, quando se esperava estabilidade. Já o número de pedidos de auxílio-desemprego teve queda de 5 mil na semana encerrada de 10 de setembro, abaixo das expectativas.

"Desde terça-feira a curva de juros futura aumentou a precificação para o nível terminal da taxa básica em 40 pontos-base, atingindo cerca de 4,5% no primeiro trimestre de 2023, levando a apreciação do dólar contra a grande maioria das moedas e quedas expressivas das bolsas", afirma Cunha, lembrando que, além da decisão de política monetária, haverá divulgação das projeções do integrantes do BC americano para taxa de juros, PIB, inflação e desemprego. (Antonio Perez - [email protected])

17:30

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.23910 1.1761 5.24560 5.17580

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL 5264.000 1.46492 5266.500 5196.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5235.724 13/09    

BOLSA

Ainda refletindo a cautela que se impôs ao apetite por risco desde a última terça-feira, quando se conheceu a leitura acima do esperado para a inflação ao consumidor nos Estados Unidos em agosto, o Ibovespa estendeu hoje a série negativa pelo terceiro dia ao fechar em baixa de 0,54%, aos 109.953,65 pontos, menor nível de encerramento desde 8 de setembro. Nesta quinta, oscilou dos 109.523,89 aos 111.100,41 pontos, saindo de abertura a 110.546,52. Fraco, o giro ficou em R$ 22,4 bilhões na véspera de vencimento de opções sobre ações. Na semana, o índice cai 2,09%, ainda mostrando ganho de 0,39% no mês - em que o fluxo de saída de recursos estrangeiros da Bolsa chega a R$ 1,229 bilhão até anteontem - e de 4,90% no ano.

"O Ibovespa tende a ficar lateralizado até a decisão de política monetária do Federal Reserve na próxima quarta-feira. Os dados da produção industrial americana divulgados hoje, mais fracos, mostram que a alta de juros tem produzido efeito sobre a atividade por lá e, com o viés ainda 'hawk' do Fed para controlar a inflação, fica a dúvida sobre a taxa terminal, o que tem resultado em revisão de projeções, como a do Credit Suisse, que passou da faixa de 3,75%-4,00% para a de 4,25%-4,50% no fim de ciclo", aponta Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest, casa que espera aumento de 75 pontos-base para os fed funds no dia 21, data em que o mundo estará, como de costume, atento aos detalhes da comunicação do BC americano, especialmente na coletiva do presidente Jerome Powell.

Farto observa também revisão ainda em curso nas projeções de crescimento da China, país fundamental para a formação de preços de commodities como o minério, aos quais o Ibovespa tem grande exposição. Nesta semana, a Fitch revisou sua estimativa de expansão do PIB chinês de 3,7% para 2,8%, em 2022, e de 5,3% para 4,5%, em 2023. A desaceleração da China tem reforçado a perspectiva de que o governo reaja com estímulos fiscais, em momento no qual a política monetária permanece afrouxada no país, diferentemente de outras grandes economias. Nesta quinta, contribuindo para o avanço de Vale (ON +2,01%) na sessão, o minério subiu 0,70% em Dalian, China.

No Brasil, o IBC-Br, considerado indicador antecedente do PIB, foi um fator positivo, o que poderia se refletir em desempenho favorável das ações com exposição à economia doméstica, como as de consumo - o que não foi o caso nesta quinta em que o ICON fechou em baixa de 1,27%. Por outro lado, o avanço de Vale foi decisivo para que o índice de materiais básicos (IMAT) encerrasse com leve ganho de 0,04%, em dia moderadamente negativo para Petrobras (ON -0,23%, PN -0,19%) apesar da forte correção vista no petróleo, em queda superior a 3% que devolve o Brent à linha de US$ 90 por barril, abaixo da qual as compras costumam prevalecer.

Entre os grandes bancos, apenas Itaú (PN +0,26%) se descolou deste terceiro dia de perdas para o Ibovespa. Na ponta negativa do índice, Ecorodovias (-11,97%), Cosan (-4,65%), Via (-4,60%), Qualicorp (-4,29%) e Sabesp (-4,21%). No lado oposto, Positivo (+7,24%), Embraer (+3,58%) e Marfrig (+2,56%), à frente de Vale (+2,01%).

"O IBC-Br de julho veio acima do teto das estimativas. Ontem, o mercado havia ficado parcimonioso por conta do enfraquecimento da leitura sobre o varejo no mesmo mês, com queda de 0,8% do varejo restrito e de 0,7% no ampliado. O contraponto ao enfraquecimento do varejo é a retomada dos serviços, setor que deve continuar pavimentando o crescimento econômico no Brasil neste segundo semestre", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

"O IBC-Br veio muito forte com crescimento acima de 3,5% para a economia, no ano contra ano, e no mês contra mês muito forte também, o que mostra que a economia brasileira entrou no segundo semestre em expansão. Agosto e setembro devem mostrar arrefecimento, na margem, com a economia ainda crescendo mas em ritmo menor", diz Victor Candido, economista-chefe da RPS Capital. No Brasil, "a discussão do 'higher for longer' [juros mais altos por mais tempo] deve ganhar força no mercado e o BC tende a manter o tom duro da comunicação, embora consideremos que o ciclo de alta da Selic já esteja concluído", o que deve ficar mais claro na próxima quarta-feira, acrescenta o economista. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

17:27

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 109953.65 -0.53644

Máxima 111100.41 +0.50

Mínima 109523.89 -0.93

Volume (R$ Bilhões) 2.23B

Volume (US$ Bilhões) 4.28B

17:30

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 110870 -0.92046

Máxima 112135 +0.21

Mínima 110430 -1.31

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