JÁ NEGATIVOS COM RISCO POLÍTICO LOCAL, ATIVOS PIORAM APÓS NY VIRAR COM EUA-CHINA

Blog, Cenário
O exterior em rápida deterioração na reta final amplificou o comportamento negativo dos ativos domésticos, que já reagiam mal ao recrudescimento das tensões políticas internas, encerrando a sequência positiva recente, com dólar em alta, juros com o mesmo viés e Bolsa em queda. O mais novo embate entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) foi o principal motivo de cautela no Brasil, depois que o presidente teceu fortes críticas à operação da Política Federal na véspera, contra alguns de seus aliados, solicitada pelo ministro Alexandre de Moraes. Ontem à noite, o deputado Eduardo Bolsonaro fez menção à possibilidade de ação "enérgica" que resultaria em "ruptura institucional", enquanto o presidente disse hoje que "acabou, porra" e que não "teremos outro dia igual ontem". Tal fato se somou à cautela nos mercados internacionais, onde pesava o aumento das tensões entre China e Estados Unidos. Na reta final, isso ganhou uma proporção maior, com os principais índices americanos se firmando em queda depois da notícia de que Donald Trump fará uma coletiva, amanhã, na qual vai falar justamente sobre a China. Além disso, os mercados também adotavam cautela diante do que acabou se confirmando com os ativos já fechados: Trump assinou decreto sobre as mídias sociais, depois de ter postagens que receberam o aviso de possível "fake news" por parte do Twitter. Nesse ambiente mais tumultuado, o dólar renovou máximas e, após seis pregões seguidos de queda, teve valorização de 1,97%, a R$ 5,3832. Ainda assim, a moeda acumula pequena queda no mês, de 1,02%. O Ibovespa, que já vinha em queda, acelerou as perdas quando houve mudança de rumo em Nova York e terminou com baixa de 1,13%, aos 86.949,09 pontos. Caminha, porém, para um fechamento mensal positivo, uma vez que, segundo analistas, o ministro Paulo Guedes parece não correr risco iminente de sair e o investidor local, com a Selic em patamares tão baixos, tem que buscar alguma rentabilidade nos ativos de risco. Os juros futuros curtos, aliás, mesmo sem ter grandes oscilações, seguem precificando chances majoritárias, de 70% de corte de 0,50 ponto porcentual da Selic, ante 30% de possibilidade de redução de 0,75 ponto. Os intermediários e longos, que já tinham viés de alta, aceleraram o acúmulo de prêmios na sessão estendida, diante da piora generalizada do humor nos mercados.  
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  MERCADOS INTERNACIONAIS As bolsas de Nova York fecharam em queda, invertendo o sinal na hora final do pregão. Investidores estiveram em parte do dia animados com a perspectiva de retomada econômica, mas a cautela prevaleceu em meio a um noticiário que trazia riscos ao cenário, como as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à China. O republicano prometeu tratar do tema amanhã, em entrevista coletiva. Os EUA continuaram a criticar a potência asiática por avançar em uma lei de segurança para Hong Kong e podem lançar retaliações, e Trump assinou no final da tarde um decreto voltado para companhias de mídias sociais, como prometido. A porta-voz de Trump criticou o Twitter por ter colocado um alerta de checagem de fatos em um tuíte dele desta semana, acrescentando que a empresa e o Facebook seriam lenientes com a China. Nesse quadro, os juros dos Treasuries não tiveram sinal único, mas o dólar recuou ante outras moedas principais. Entre as commodities, o petróleo oscilou entre perdas e ganhos, mas terminou em alta com maior otimismo quanto à perspectiva de mais equilíbrio nesse mercado.   O presidente dos EUA afirmou nesta tarde que concederá coletiva nesta sexta-feira para falar sobre a China. Trump disse que dará ainda nesta semana uma resposta à ação de Pequim para avançar com uma lei de segurança para Hong Kong que, na avaliação de Washington, retira a autonomia da região. Rival de Trump na política interna, a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, qualificou hoje o presidente chinês, Xi Jinping, como um "tirano opressivo" e disse que a lei fere a autonomia de Hong Kong. A porta-voz de Trump, Kayleigh McEnany, também mencionou o tema e disse que a mudança feriria obrigações internacionais da China.   Após as declarações de Trump, as bolsas de Nova York perderam força e inverteram o sinal. Analistas especulavam que o presidente americano poderia anunciar a retirada de privilégios comerciais de Hong Kong ou mesmo já impor sanções contra autoridades chinesas. Antes da fala de Trump, a Oxford Economics afirmava em relatório que os fundamentos econômicos e as tensões geopolíticas recentes justificariam apostar em uma baixa nas bolsas de Nova York. Para a consultoria, a situação entre as potências pode ainda sofrer uma escalada antes da eleição presidencial de novembro nos EUA.   O índice Dow Jones fechou em queda de 0,58%, em 25.400,64 pontos, o Nasdaq caiu 0,46%, a 9.368,99 pontos, e o S&P 500 teve baixa de 0,21%, a 3.029,73 pontos. A ação do Twitter fechou em baixa de 4,45% e a do Facebook perdeu 1,58%, em meio às ameaças de Trump às redes sociais e após a porta-voz do presidente ter dito que ambas aceitaram anúncios de publicidade sobre minorias feitos por Pequim, o que mostraria a leniência delas em relação à China. Após o fechamento, o republicano assinou, como prometido, um decreto voltado para essas companhias.   Entre os Treasuries, os retornos não firmaram sinal único, mesmo com a cautela sobre o quadro geopolítico na reta final: no fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,160% e o da T-note de 10 anos tinha alta a 0,699%. Entre os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Robert Kaplan (Dallas) enfatizou a importância do aumento nos testes para covid-19, para garantir a recuperação econômica e reduzir o desemprego.   No câmbio, o dólar recuou diante de outras moedas fortes, com maior apetite por risco ainda prevalecendo nesse mercado, apesar da piora na reta final das bolsas. No horário citado, o dólar recuava a 107,63 ienes, o euro avançava a US$ 1,1069 e a libra tinha alta a US$ 1,2313. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, caiu 0,69%, a 98,383 pontos.   Entre as commodities, o petróleo WTI para julho fechou em alta de 2,74%, a US$ 33,71 o barril, na Nymex, e o Brent para agosto subiu 1,64%, a US$ 36,03 o barril, na ICE. Os contratos chegaram a recuar após o aumento nos estoques dos EUA, mas por fim prevaleceu a visão de que a demanda pode melhorar com mais velocidade, com o Julius Baer avaliando que "a temporada de quedas foi encerrada". (Gabriel Bueno da Costa - [email protected]) Volta   CÂMBIO O dólar voltou a subir, após fechar em queda por seis pregões seguidos. O noticiário político interno pesou hoje, de acordo com profissionais das mesas de câmbio. O embate entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) fez o real ir na contramão de outras moedas emergentes, que ganharam força ante o dólar. No final da tarde, notícias de que o presidente Donald Trump fará uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (29) para falar sobre as tensões com a China fizeram a moeda americana acelerar a alta e bater máximas. O real teve o pior desempenho nesta quinta-feira no mercado internacional, considerando uma cesta de 34 moedas. No mercado à vista, o dólar fechou com valorização de 1,97%, cotado em R$ 5,3832.   Bolsonaro pediu um "basta" ao Supremo e disse que "ordens absurdas não se cumprem, temos que botar um limite", sobre as ações recentes do STF, no inquérito das fake news. Na tarde de hoje, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que as declarações de Bolsonaro "são muito ruins" e vão no "caminho contrário contra tudo o que começamos a construir com todos os poderes", além de gerarem insegurança.   "O fator político pesou, essa guerra entre STF e governo está ficando pesada, investidores estão vendo com preocupação", afirma o responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen. "O exterior também não ajudou." Nesse ambiente, os investidores aproveitaram para realizar lucros das quedas recentes, ressalta ele. No mês, o dólar ainda acumula queda de 1%.   No exterior, o dólar caiu ante divisas fortes e emergentes, em meio a nova rodada de indicadores ruins da economia americana e aumento da tensão com a China, que hoje aprovou uma lei de segurança nacional para Hong Kong. Após a notícia da entrevista de Trump amanhã sobre a China, os ativos de risco pioraram e o dólar reduziu a queda ante emergentes.   Os estrategistas do banco NatWest avaliam que Trump pode optar por uma resposta mais "simbólica" para retaliar a decisão chinesa sobre a Hong Kong, como sanções contra indivíduos, mas também pode adotar medidas mais duras, como elevar novamente tarifas sobre produtos chineses. Qualquer que seja a alternativa da Casa Branca, pode haver impacto nos ativos de risco, sobretudo em um momento de otimismo alto dos mercados com o processo de reabertura das economias europeias e dos estados americanos, ressaltam eles.   Sobre o real, o coordenador do centro de estudos monetários do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), José Julio Senna, disse em vídeo hoje que as últimas semanas têm sido marcadas por forte depreciação do real e o BC tem procurado agir "sem muita agressividade", tendo injetado ao redor de US$ 40 bilhões este ano no mercado de câmbio. "Tirar a mão do câmbio totalmente não é recomendável, porque não sabemos a velocidade com que a moeda nacional se depreciará. É um território desconhecido, como nos juros perto de zero."   Senna argumenta que "vender pesadamente dólares" das reservas não modificaria a trajetória do câmbio, pois os fundamentos da economia brasileira vão nessa direção de perda de valor do real. "Tem sido assim nos emergentes", disse ele, ressaltando que é preciso dosar a velocidade da intervenção, sem queimar as reservas de uma vez. "Nossas questões fiscais estão se tornando cada vez mais graves e é possível que nossos prêmios de risco fiquem cada vez mais altos. Temos que ter munição, tanto nos juros como no câmbio, o ideal é agir com cautela."   Operadores destacam que grandes investidores pararam hoje o movimento de redução de posições contra o real no mercado futuro da B3 que vinham fazendo nos últimos dias. Ontem, os fundos já reduziram posições vendidas, que ganham com a queda do dólar, em 10 mil contratos, ou US$ 500 milhões, segundo dados da B3 monitorados pela corretora Renascença. Nos últimos dias eles vinham elevando estas posições. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.38320 1.9739 5.38770 5.28640 Dólar Comercial (BM&F) 5.3417 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5391.500 2.18916 5397.500 5282.000 DOLAR COMERCIAL 5400.000 2.37937 5404.000 5295.000     BOLSA O Ibovespa fechou em baixa de 1,13%, a 86.949,09 pontos, acentuando as perdas na reta final, enquanto Nova York devolvia os ganhos observados mais cedo e passava a terreno negativo, com a expectativa criada para uma entrevista amanhã do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a China. Assim, o principal índice da B3 encerrou o dia mais perto da mínima (86.766,92 pontos) do que da máxima da sessão (88.090,67 pontos). As ações de bancos cederam entre 0,36% (BB ON) e 2,59% (Santander), enquanto as PN (-0,80%) e ON (-0,44%) de Petrobras se firmaram em direção única, negativa, e Vale cedeu 1,09% no fechamento. Na semana, o Ibovespa sobe agora 5,81%.   Hoje, os investidores na B3 voltaram a ponderar, ainda que pouco, a emergência de riscos políticos, em semana agitada por sinais de confronto entre o governo e o Supremo Tribunal Federal em torno de operações de busca e apreensão junto a aliados e simpatizantes do presidente Bolsonaro, em inquérito que apura a disseminação de notícias falsas. A retórica se agravou desde ontem à noite quando o deputado Eduardo Bolsonaro fez menção à possibilidade de ação "enérgica" que resultaria em "ruptura institucional". Recorrendo a palavrão na porta do Palácio da Alvorada, o presidente disse a simpatizantes que colocará um "limite" e que operações como as de ontem não se repetirão.   Em outra frente de fricção, o ministro da Justiça, André Mendonça, pediu a suspensão de depoimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, e apresentou pedido de "habeas corpus", ao que parece antevendo a possibilidade de prisão do ministro, que defendeu a detenção de ministros do Supremo, aos quais se referiu como "vagabundos" na reunião ministerial de 22 de abril. A apresentação do pedido pelo ministro da Justiça, e não pelo advogado-geral da União como seria a praxe, causou estranhamento a especialistas, que veem no movimento uma tentativa de politizar a questão, elevando o tom de enfrentamento entre os poderes Executivo e Judiciário.   "O exterior positivo ajudava a limitar as perdas aqui, mas o fato é que não caía mais porque o investidor doméstico, incluindo aí fundos de pensão e institucionais, busca rentabilidade na Bolsa, com a Selic em queda. E deve continuar assim, mesmo com risco político e outros fatores que, de outra forma, deveriam estar segurando o índice", diz um operador. "Do jeito que as coisas estão, era para o dólar estar bem mais pressionado e a Bolsa, mais negativa. As coisas, definitivamente, estão diferentes do que costumavam ser", acrescenta.   Para Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura, apesar da elevação da retórica, o mercado não está de fato preocupado com a crise política. "O que importava realmente era a permanência do Paulo Guedes, o resto não está fazendo preço nos ativos brasileiros", acrescenta Silveira, observando que o veto assinado pelo presidente à ampliação das categorias do funcionalismo que poderiam obter aumentos até o fim de 2021 foi um sinal positivo para a equipe econômica, com Guedes à frente. Assim, o que acabou prevalecendo hoje foi um ajuste de final de mês, observa o economista, com o Ibovespa acumulando até aqui ganho de 8,00% em maio, após avanço de 10,25% em abril. No ano, cede 24,81%.   "Graficamente, o mercado vem melhorando e chegamos muito próximos dos alvos, um deles o de 90 mil pontos, já praticamente encostamos nele", diz Fernando Góes, analista da Clear Corretora. "É provável, e normal, que o mercado faça algum tipo de realização até 84 e 85 mil pontos. Mas já começamos a enxergar no gráfico que isso viria a ser um ponto de compra, principalmente se o mercado esticar um pouco mais e chegar aos 90 mil pontos, antes da realização", acrescenta Góes, chamando atenção para a tendência de alta que se mantém para o curto prazo.   "Em um segundo momento, no segundo semestre, depois que a Bolsa alcançar os 90 mil pontos e fizer algumas realizações, o mercado já deve começar a olhar para os 95 e 97 mil pontos. Mas ainda temos alguns meses pela frente", ressalva o analista.   "A Bolsa caiu hoje 1,13% e o dólar subiu 2%. É mais um movimento de realização, lembrando que 10 dias atrás a bolsa estava ainda nos 77 mil pontos, e tocamos ontem nos 88 mil pontos, em alta bem forte. O Brasil estava ficando para trás em comparação a outros mercados emergentes e o americano", observa Matheus Soares, analista da Rico Investimentos.   Nesta sessão, com giro financeiro a R$ 23,9 bilhões, o Ibovespa chegou a operar um pouco acima da estabilidade nos melhores momentos da sessão - ontem, fechou aos 87.946,25 pontos, em alta de 2,90%, na máxima do dia. Nesta quinta-feira, destaque para Usiminas (+5,26%), mais uma vez entre as de melhor desempenho no Ibovespa, superada apenas por IRB (+5,58%), com Braskem em terceiro lugar (+5,07%). Na ponta negativa, Multiplan cedeu 5,50%, logo abaixo de Iguatemi (-6,40%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 86949.09 -1.13383 Máxima 88090.67 +0.16 Mínima 86766.92 -1.34 Volume (R$ Bilhões) 2.38B Volume (US$ Bilhões) 4.46B Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 86930 -1.22713 Máxima 88200 +0.22 Mínima 86685 -1.51     JUROS Os juros futuros oscilaram a maior parte da quinta-feira rondando os ajustes de ontem, refletindo o cenário político pouco animador para a montagem de posições, a agenda de indicadores sem surpresa e o dólar novamente em alta. O destaque do dia foi mesmo o megaleilão de títulos prefixados realizado pelo Tesouro, que chegou a exercer influência pontual sobre as taxas na B3 no meio do dia. A oferta de 12 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), vendida quase integralmente, representou o maior volume financeiro do ano, segundo fontes do mercado. Logo após o leilão, as taxas tentaram engatar trajetória de queda, renovando mínimas alinhadas a uma melhora do humor nos ativos em Nova York, mas o movimento não prosperou e encerraram de lado, com viés de alta na ponta longa.   A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 passou de 3,221% para 3,19% e a do DI para janeiro de 2025 passou de 5,983% para 6,02% e a do DI para janeiro de 2027 encerrou em 6,97%, de 6,932%. A curva vinha perdendo inclinação desde o dia 15, mas hoje o diferencial entre a ponta curta e longa voltou a abrir. Entre os DIs janeiro de 2027 e janeiro de 2022, ficou em 378 pontos, ante 371 ontem.   Mesmo num dia de leilão grande de títulos, a liquidez do DI continuou fraca. Paulo Nepomuceno, operador de renda fixa da Terra Investimentos, acredita que a falta de prêmio e o cenário político conturbado estão inibindo o apetite do investidor. Segundo ele, é de se esperar que a curva fique "amassada" num período em que a economia precisa de estímulos, mas tem de ser algo temporário e no Brasil não se sabe o quanto tempo isso pode durar. "Em qualquer lugar do mundo, a curva tem de ter prêmio", lembrou. Além disso, acrescentou, há os efeitos da pandemia que por si só reduziram o tamanho do mercado, colocando equipes de bancos e corretoras em home office.   Na política, o embate entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) acirrou-se após a operação da Polícia Federal ontem que teve como alvos empresários e políticos próximos ao presidente, em inquérito que apura ataques e fake news contra ministros da Corte. Bolsonaro hoje elevou o tom. "Acabou, porra!", esbravejou o presidente. "Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas individuais, tomando de forma quase que pessoais certas ações", disse.   A quinta-feira teve um fator técnico especial. O leilão chamou a atenção pelo volume de LTN, 12 milhões ante 10 milhões na operação anterior. O Tesouro vendeu quase tudo, 11,7 milhões, enquanto a oferta de 100 mil NTN-F teve demanda mais baixa, com a instituição colocando apenas 55 mil títulos, sendo a maioria (40 mil) no vencimento de 2031.   Bruno Mota, diretor da Mesa de Títulos Públicos da Renascença DTVM, afirma que a oferta está alinhada ao discurso do Tesouro, de que iria emitir mais papéis de curto prazo (LTN) e também LFT - vendeu hoje 667,9 mil LFT, ante oferta de até 750 mil. "Está seguindo a cartilha", disse, acrescentando que o colchão de liquidez permite à instituição não emitir papéis longos se não for vantajoso. Além do mais, em outra carta na manga, o Tesouro poderá, em condições mais extremas de liquidez, utilizar recursos do resultado do Banco Central.   Segundo Mota, em volume financeiro, foi o maior leilão de LTN do ano (R$ 10,8 bilhões). Mas em termos de risco (DV01 de US$ 355 milhões), foi apenas o sexto maior, o que reforça o "encurtamento" da curva, já que o risco dos papéis de prazo curto é mais baixo.   A agenda do dia não surpreendeu o mercado, com resultados dentro do esperado. A taxa de desemprego na Pnad contínua ficou em 12,6% no trimestre até abril, no piso das estimativas. No período, houve perda de 4,910 milhões de postos, recorde na pesquisa iniciada em 2012. O IGP-M desacelerou de 0,80% em abril para 0,28% em maio (previsões iam de 0,10% a 0,59%, com mediana de 0,15%).   Amanhã, o PIB do primeiro trimestre é o destaque da agenda e o resultado deve mostrar a maior queda em 11 anos, se confirmada a mediana das estimativas, de -1,5%, encontrada na pesquisa Projeções Broadcast, na comparação com o trimestre anterior. (Denise Abarca - [email protected])   Operação CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 2.66 Capital de Giro (%a.a) 7.02 Hot Money (%a.m) 0.82 CDI Over (%a.a) 2.90 Over Selic (%a.a) 2.90                
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