Sem novos drivers que pudessem mudar o rumo dos ativos à tarde, o mercado local continuou digerindo - e reagindo - ao IPCA de março muito acima das estimativas, o que causou disparada dos juros futuros em meio a uma onda de revisões em alta nas perspectivas de inflação para 2022 e 2023. Assim, os investidores e economistas, que já vinham ressabiados com a estratégia sinalizada pelo Banco Central, de encerrar o ciclo de alta da Selic em maio, elevando-a para 12,75% ao ano, passaram simplesmente a ignorar tal sinalização. Os DIs passaram a embutir prêmios que indicam a continuidade do aperto monetário nas reuniões para além da próxima, com a taxa básica entre 13% e 14%. E há muitos economistas que enxergam o mesmo cenário, sob risco de o BC perder a ancoragem das expectativas também para 2023, quando as projeções já migraram para acima do centro da meta. E juros maiores significam, em última instância, menor atratividade para a Bolsa, mas ganhos maiores em operações de carry trade. E foi isso que direcionou o comportamento negativo do mercado acionário, diante do possível enfraquecimento da atividade com o juro em território ainda mais contracionista, e o fortalecimento do real. No caso do Ibovespa, apesar do avanço de parte dos papéis de bancos, o índice passou o dia descolado dos pares, queimando gorduras acumuladas recentemente, até terminar com baixa de 0,45%, aos 118.322,26 pontos, e perda de 2,67% na semana. Enquanto isso, o câmbio até chegou a mostrar alguma volatilidade, devido às incertezas externas, mas o que prevaleceu foi o fator doméstico. Assim, o dólar cedeu 0,67%, a R$ 4,7089, ainda que tenha subido 0,89% ao longo da semana. Por fim, em Wall Street, as bolsas oscilaram majoritariamente em alta durante esta sexta-feira, mas acabaram sem direção única, com destaque para a queda do Nasdaq, diante do novo impulso dos yields dos Treasuries. Ao longo da tarde, porém, notícias de que o BCE desenvolve uma ferramenta para solucionar uma potencial crise em caso de explosão nos juros de dívida de economias mais frágeis deu impulso às ações americanas, com o Dow Jones em alta de 0,40%.
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•JUROS
•CÂMBIO
•MERCADOS INTERNACIONAIS
BOLSA
Mesmo com inversão do sinal do dólar ao longo da tarde, o Ibovespa não encontrou força para zerar as perdas do dia e também da semana, contido desde cedo pela leitura acima do esperado para o IPCA em março, no maior nível para o mês em 28 anos. A referência da B3 fechou a sessão em baixa de 0,45%, a 118.322,26 pontos, acumulando perda de 2,67% na semana, após ganhos nas três anteriores entre 2% e 3,2%. Hoje, oscilou entre mínima de 117.486,61 e máxima de 118.868,33, saindo de abertura aos 118.861,49 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 29,7 bilhões nesta sexta-feira. No mês, o Ibovespa cede 1,40%, mas avança 12,88% no ano.
A leitura pior do que o antecipado para o índice oficial de inflação levou o mercado a reavaliar o ciclo de alta de juros, em um contexto local e externo já menos favorável à expansão econômica em 2022, punindo em especial as ações ligadas ao consumo doméstico, como Via (-7,93%), Americanas ON (-7,72%) e Magazine Luiza (-6,55%), na ponta negativa do Ibovespa na sessão. No lado oposto, destaque para Eletrobras ON (+5,30%), Eneva (+4,05%) e Eletrobras PNB (+4,00%). O dia foi misto para as ações de grandes bancos (Bradesco PN +1,13%, Unit do Santander -2,64%) e para as de commodities (Petrobras ON +1,09%, Vale ON -2,04%).
"O IPCA de 1,62% em março corresponde quase à metade da meta para o ano, o que preocupa. A perspectiva é de juros em patamares maiores e por mais tempo, com reflexo para o câmbio, que deve se valorizar. Será difícil para o BC concluir o ciclo de alta de juros em maio", diz Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
"O comportamento da inflação nesses primeiros meses lembra mais o do ano passado do que o histórico do País, que costuma ser mais alta a princípio, com desaceleração no meio e retomada no final do ano. Agora, parece se estabilizar mais uma vez em nível alto, com inflação importada: China de novo em lockdown, o que traz depois aumento de frete, além do efeito da guerra no Leste Europeu sobre safras e preços agrícolas", acrescenta o estrategista, destacando a elevada "difusão" em março, em alta ante fevereiro.
"O índice de difusão, que já passa dos 70%, preocupa bastante. O BC terá um trabalho enorme para tentar controlar essa inflação, boa parte dela importada e pelo lado da oferta", diz Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos. "Para maio, deveremos ter um efeito menor, derivado da redução das tarifas de energia (elétrica), mas por outro lado sobem o dólar, a gasolina, os produtos agrícolas, com fertilizantes também mais caros", acrescenta.
"Os preços ainda não mostram desaceleração, o cenário é de pressão, mesmo com os aumentos de juros já feitos. Com a inflação como está, não há como se ter fortalecimento da economia com o poder de compra das pessoas sendo desgastado, alcançando tanto a economia real como os mercados", diz Samuel Cunha, economista e sócio da H3 Invest, chamando atenção também para o efeito da guerra sobre parte das cadeias de suprimentos.
Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, destaca que, em março, as maiores pressões vieram dos preços administrados (combustíveis e energia elétrica) e do grupo alimentação e bebidas. "A escalada nos preços das commodities tem contribuído para a pressão nos preços internos, via repasse. Com isso, o IPCA acumula alta de 11,30% nos últimos 12 meses e confirma a hipótese de que o Banco Central deve promover mais um aumento de 100 pontos na Selic em maio."
Ante os fatores de incerteza no cenário macro, que afetam diretamente grau e extensão do ciclo de alta de juros no Brasil e exterior, o mercado financeiro promoveu forte ajuste nas expectativas para o desempenho das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira.
Entre os participantes, a previsão de alta para a Bolsa representa apenas 27,27% do total, cerca de 20 pontos porcentuais aquém dos 46,15% da pesquisa anterior. É o patamar mais baixo desde a semana de 2 de março (23,08%). A expectativa de estabilidade, por sua vez, saltou de 30,77% para 54,55%. Por fim, para 18,18% o Ibovespa fechará a próxima semana com perdas, porcentual pouco menor do que os 23,08% do último Termômetro. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:27
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 118322.26 -0.45419
Máxima 118868.33 +0.01
Mínima 117486.61 -1.16
Volume (R$ Bilhões) 2.96B
Volume (US$ Bilhões) 6.24B
17:30
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 118430 -0.43716
Máxima 119150 +0.17
Mínima 117515 -1.21
JUROS
Os juros futuros fecharam a sexta-feira em alta, pressionados desde o começo dos negócios pelo IPCA acima do esperado e consequentes revisões para cima nas projeções de inflação de 2022 e 2023, que desafiam o plano de voo do Banco Central (BC) de aplicar apenas mais uma alta na Selic, em maio. As taxas curtas e intermediárias foram as mais afetadas, capturando o reforço nas apostas de elevação do juro básico nas próximas reuniões do Copom, mas as longas também subiram, em dia de novo avanço nos yields dos Treasuries. Nesse contexto, a curva doméstica perdeu inclinação tanto em relação a ontem quanto à sexta-feira passada.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 voltou a flertar com os 13%, fechando a sessão regular em 12,96%, de 12,756% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2024 subiu de 12,156% para 12,43% e a do DI para janeiro de 2025, de 11,53% para 11,77%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,50%, de 11,30%. Na semana, a curva perdeu quase 30 pontos-base de inclinação. O diferencial entre os DIs para janeiro de 2027 e janeiro de 2024 passou de -86 pontos na sexta-feira para -113 pontos hoje.
O IPCA de março, de 1,62%, não somente veio bem acima da previsão mais pessimista coletada na pesquisa do Projeções Broadcast, de 1,44%, como superou com larga folga a estimativa do BC trazida no Relatório de Inflação (RI), de 1,02%. Em fevereiro, havia subido 1,01%. Mesmo com pressões destacadas em combustíveis e alimentos puxando o índice cheio, a leitura dos preços de abertura foi considerada muito ruim, elevando o pessimismo dos agentes sobre a convergência da inflação para a meta no ritmo esperado pelo BC. A inflação de serviços em 12 meses, por exemplo, passou de 5,94% em fevereiro para 6,29% em março, a maior desde dezembro de 2016, quando estava em 6,50%.
"A média dos cinco núcleos acompanhados pelo BC atingiu impressionantes 0,98%, ligeiramente abaixo dos 1,00% observados no mês anterior, porém ainda em patamar consideravelmente elevado. Em 12 meses, a medida acumula alta de 9,01%", observou Felipe Sichel, sócio e economista-chefe do Modal.
A surpresa negativa desencadeou uma bateria de revisões para cima no IPCA anual. O Itaú Unibanco agora espera taxa de 7,5%, de 6,5% anteriormente, para 2022 e colocou a estimativa de 2023 em 3,7%, de 3,5%. Para a Selic, manteve a expectativa de 13,75% no fim do ciclo. Algumas casas já trabalham com taxa acima de 8% este ano, caso do BNP Paribas, que projeta 8,5%, com Selic terminal de 14,25% no fim de agosto.
"O Copom fica mais pressionado a prolongar o ciclo de alta da Selic, o que explica a forte alta dos DIs e alguma oscilação do real. Nosso cenário já incluía a Selic em 13,25% até o fim do ano", afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
O gestor de renda fixa da Kínitro Capital, Mauricio Ferraz, diz que o IPCA pressionou não somente os DIs mas também as taxas de inflação implícita das NTN-B e que, em função do índice, cerca de 30 pontos-base de alta da Selic este ano foram adicionados à precificação da curva. "No fechamento de ontem, a precificação de taxa terminal era de cerca de 12,90% e hoje foi para 13,20%", disse. Para ele, o ajuste não foi tão forte porque o mercado entende que vários inputs desinflacionários tendem a aliviar a inflação nos próximos meses, como a melhora do câmbio.
Ainda segundo Ferraz, a curva também apagou as chances, que ontem já eram residuais, de início do ciclo de cortes este ano, sob a percepção de que a taxa deve manter-se elevada por um período prolongado.
Mesmo com o BC sinalizando no comunicado do Copom, e enfatizando posteriormente em várias oportunidades, a intenção de parar com o ciclo em maio, com uma alta derradeira de 1 ponto, o mercado demorou a retirar da curva os prêmios para um aperto adicional da Selic em junho, dado o nível de desancoragem das expectativas de inflação. Somente nos últimos dias é que esse prêmio se esvaiu, com o dólar rodando abaixo de R$ 4,70 e sob a leitura de que quando a defasagem da política monetária sair de cena, o nível bastante restritivo da Selic tende a controlar a inflação, ainda que com efeitos nocivos à atividade.
A melhora do câmbio no meio da tarde - o dólar passou a cair para fechar novamente perto de R$ 4,70 - não conseguiu alterar a rota ascendente das taxas, até porque, além do IPCA, outro fator de pressão sobre a curva foi o comportamento dos Treasuries. A taxa da T-Note teve avanço firme, superando os 2,70%, em meio à percepção de que a política monetária do Federal Reserve será mais agressiva. (Denise Abarca - [email protected])
17:29
Operação Último
CDB Prefixado 31 dias (%a.a) 11.88
Capital de Giro (%a.a) 6.76
Hot Money (%a.m) 0.63
CDI Over (%a.a) 11.65
Over Selic (%a.a) 11.65
CÂMBIO
Após três pregões consecutivos de ganhos firmes, em que experimentou uma valorização de 2,88% e ameaçou romper o patamar R$ 4,75, o dólar voltou a cair no mercado doméstico de câmbio na sessão desta sexta-feira (8), esboçando se situar novamente abaixo de R$ 4,70. O principal indutor do tombo da moeda americana por aqui foi uma onda de redução de posições defensivas no mercado futuro, insuflada pela expectativa de que a taxa Selic ultrapasse 13% e, quiçá, atinja 14% nos próximos meses.
A aposta é que a leitura de 1,62% do IPCA em março, acima do teto de Projeções Broadcast (1,44%), impedirá o Banco Central de encerrar o aperto monetário em maio, com alta final da Selic em 1 ponto porcentual, para 12,75% ao ano. Uma taxa Selic ainda mais elevada encarece o custo de manutenção de proteções cambais (hedge), desestimula apostas mais contundentes contra o real e estimula o carry trade (operações que exploram diferencial de juros entre países).
A trajetória de queda do dólar, contudo, não foi linear. A taxa de câmbio experimentou algumas trocas de sinal durante o pregão, sobretudo pela manhã. Após cair sob o impacto do IPCA de março, o dólar ganhou força com a aceleração da alta do índice DXY (termômetro do desempenho do dólar frente a seis divisas fortes), que chegou a atingir os 100 pontos, maior patamar desde maio de 2020. A taxas dos Treasuries subiram em bloco, com mercado incorporando aos preços a expectativa de uma ação mais enérgica do Federal Reserve, diante da percepção de aumento dos riscos inflacionários com o prolongamento da guerra na Ucrânia, novas sanções ocidentais à Rússia e lockdown em Xangai, na China, para combater a Covid-19.
Ao longo da tarde, com certa moderação da alta do DXY, que passou a trabalhar na casa dos 99,800 pontos, e aumento da pressão vendedora no mercado futuro, o dólar se firmou em terreno negativo. Note-se que moedas emergentes pares do real, com o peso mexicano e o rand sul-africano, também ganharam força hoje.
Com oscilação de cerca de nove centavos entre a máxima (R$ 4,7939) e a mínima (R$ 4,7010), o dólar à vista encerrou a sessão a R$ 4,7089, em baixa de 0,67%. Apesar do recuo hoje, o divisa encerra a semana com valorização de 0,89%. No mês, ainda perde 1,10%. Em 2022, a desvalorização acumulada é de 15,55%
O gerente da mesa de derivativos financeiros da H.Commcor, Cleber Alessie, ressalta que o dólar, após a forte desvalorização no primeiro trimestre, havia apresentado uma recuperação significativa nos últimos dias com a postura mais dura do Federal Reserve, explicitada tanto na ata quando em declarações de dirigentes do BC americano. Além da piora dos ativos de risco lá fora, houve uma moderação do fluxo de recurso para o Brasil.
"O real já teve uma correção importante. Hoje, parece que volta a ensaiar uma melhora com o IPCA desfiando o posicionamento do BC de encerrar o ajuste de alta da Selic em maio, com alta de 100 pontos-base", diz Alessie, ressaltando a possibilidade de manutenção de diferencial de juros elevado, mesmo que o Fed acelere o passo e aumento a taxa básica americana em 0,50 ponto. "Isso traz uma dinâmica baixista para o dólar no curto prazo. Mas a volatilidade deve continuar alta com essa mudança da política monetária nos países desenvolvidos."
Após o IPCA de março, casas como Itaú, JP Morgan e Bank of America, revisaram para cima a projeção de inflação neste ano e em 2023. O Itaú manteve projeção de taxa Selic em 13,75%, com alta de 1 ponto porcentual em maio e elevações de 0,50 ponto em junho e agosto.
O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, vê necessidade de taxa Selic superior a 13,5% para garantir a continuidade do movimento de queda do dólar, que pode se situar abaixo de R$ 4,50, contribuindo para mitigar as pressões inflacionárias. "Nossa previsão do IPCA foi reestimada de 7,3% para 7,84%. Teremos mais inércia para 2023", afirma Velho, em relatório. "Isso reforça nosso cenário de Selic mais elevada, na faixa de 13,5% a 13,75%". (Antonio Perez - [email protected])
17:30
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 4.70890 -0.675 4.79390 4.70100
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4729.000 -1.14967 4819.000 4726.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 4815.000 -0.10858 4815.000 4815.000
MERCADOS INTERNACIONAIS
A possibilidade do Banco Central Europeu (BCE) desenvolver uma ferramenta para lidar com uma potencial crise em caso de explosão nos juros de economias mais frágeis da região deu impulso às ações americanas nesta tarde, enquanto a alta nos rendimentos dos Treasuries seguiu dando força a papéis de bancos e pressionando os de tecnologia. O euro ganhou tração, às vésperas da eleição presidencial na França, reduzindo o fôlego do DXY, que após ultrapassar os 100 pontos terminou o dia abaixo da marca. Com a guerra na Ucrânia ainda impondo incertezas sobre as perspectivas para oferta e demanda por petróleo, a commodity fechou em alta de mais de 2%, enquanto líderes da União Europeia em visita a Kiev anunciavam avanços nas negociações para a adesão ucraniana ao bloco.
Segundo a Bloomberg, o BCE está desenvolvendo uma ferramenta de crise que será utilizada se houver uma explosão nos rendimentos de títulos dos países mais fracos da zona do euro. Ainda não está claro como seria o funcionamento da ferramenta. Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, as ações americanas reduziram perdas após os relatos, diante da percepção de que a ferramenta pode ajudar a resolver o que parece ser um provável problema para a periferia da zona do euro. "O BCE tem o trabalho mais difícil de todos os outros grandes bancos centrais e essa ferramenta mostra que eles estão tentando se antecipar ao que será uma recuperação econômica desequilibrada quando a inflação diminuir", avalia. "Wall Street está analisando o aumento dos rendimentos do Treasuries e a troca de ações de tecnologia por jogadas mais defensivas, como energia, finanças, saúde e materiais", aponta Moya.
Neste fim de tarde, o rendimento da T-note de 2 anos subia a 2,515%, o da de 10 anos tinha alta a 2,711% e o do T-bond de 30 anos avançava a 2,734%. Os bancos, que abrem a temporada de balanços na próxima semana, tiveram algumas das principais altas, com Goldman Sachs (+2,40%), Wells Fargo (+2,07%), JPMorgan (+1,83%) e Citigroup (+1,82%). Por outro lado, em techs, Amazon recuou 2,11% e Alphabet teve baixa de 1,91%. O Twitter caiu 3,75%, mas acumulou alta de 17,60% na semana em que foi marcada pelo anuncio de que Elon Musk é dono de 9,2% das ações da empresa. O Dow Jones avançou 0,40%, o S&P 500 caiu 0,26% e o Nasdaq caiu 1,34%. Na Europa, os principais índices avançaram: o FTSE 100 subiu 1,56% em Londres, enquanto o FTSE MIB teve alta de 2,13% em Milão e o CAC 40, de Paris, ganhou 1,34% no último pregão antes do primeiro turno da eleição presidencial.
Um desempenho sólido da candidata Marine Le Pen no domingo pode reduzir o euro para a faixa de US$ 1,05, conforme prevê o ING. A pressão sobre a divisa comum é exacerbada pelos desdobramentos da guerra na Ucrânia, em meio a novas sanções contra o carvão russo. Nesta tarde, o euro avançava a US$ 1,0881 e o DXY, que mede o dólar ante seis rivais, fechou em alta de 0,05%, aos 99,796 pontos.
A União Europeia decidiu hoje impor sanções contra as duas filhas do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Além disso, outras 214 pessoas e 18 entidades sofreram restrições. Em Kiev, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, entregou ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um documento que dá prosseguimento à candidatura do país para entrar na União Europeia. A alemã afirmou que, ao longo do tempo, os aliados ocidentais devem apertar as sanções contra a Rússia para evitar que Moscou encontre maneiras de escapar das punições. "Estou convencida de que a Ucrânia vencerá está guerra", ressaltou. Também presente, o Alto Representante da UE, Josep Borrell, disse que espera que o bloco forneça mais 500 milhões de euros adicionais aos ucranianos.
De olho nos desdobramentos do conflito, a Capital Economics destaca que as recentes liberações de reservas de petróleo têm adicionado pressão sobre os preços da commodity. Ainda assim, a consultoria avalia que tais lançamentos no mercado "são mais um esparadrapo do que uma solução". Mesmo ajudando a compensar as menores exportações pela Rússia, essa também é uma medida de último recurso e aponta para preocupação generalizada de cortes na oferta, avalia. A consultoria lembra que os estoques são finitos e que, em algum momento, a produção de petróleo terá que subir. O WTI para maio fechou alta de 2,32% (US$ 2,23), a US$ 98,26 o barril, enquanto o Brent para junho subiu 2,19% (US$ 2,20), a US$ 102,78 o barril. (Matheus Andrade - [email protected])