Sem uma agenda relevante de indicadores, os ativos financeiros globais passaram, majoritariamente, por um ajuste ante o apetite por risco demonstrado recentemente. Os investidores ligaram o "modo cautela" diante do avanço de casos de coronavírus nos Estados Unidos, o que vinha sendo relegado ao segundo plano nos últimos dias, e de revisões em baixa para a economia europeia. No caso do Brasil, houve estresse adicional com a informação, dada pelo presidente Jair Bolsonaro, de que ele testou positivo para covid-19. Com tudo isso no radar, os principais índices em Wall Street até aprofundaram as perdas à tarde. O presidente americano, Donald Trump, voltou a prometer um novo pacote de estímulos, mas não mudou os rumos dos ativos e até o Nasdaq, que chegou a bater recorde intraday, também sucumbiu. O Ibovespa, então, tomou o mesmo caminho e, por volta da hora do almoço, viu a queda ganhar impulso com a notícia envolvendo o presidente, perdeu o nível de 98 mil pontos e por lá terminou, ao cair 1,19%, aos 97.761,04 pontos, após quatro sessões seguidas de ganhos. O dólar teve um dia bastante volátil, mas se firmou em alta em relação ao real à tarde, alinhado ao exterior, e encerrou com valorização de 0,59%, a R$ 5,3834. Nesse ambiente mais estressado, inclusive no âmbito político, os juros futuros de longo prazo passaram por uma realização e fecharam o dia em alta, depois de, assim como a Bolsa, experimentarem uma sequência importante de melhora. Enquanto isso, os vencimentos curtos, ainda de lado, seguiram mostrando chances majoritárias, agora em 70%, de a Selic ficar estável em agosto, em meio à avaliação de que o Banco Central está mais confiante na recuperação da economia e normalização da inflação. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse, ontem à noite, que ainda há espaço residual para ajuste da política monetária, mas também que a atividade e a inflação dão sinais de retomada.
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