IBOVESPA SOBE COM NY E PETROBRAS, MAS REAL E DIS VOLTAM A SOFRER COM INCERTEZA GLOBAL

Cenário
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IBOVESPA SOBE COM NY E PETROBRAS, MAS REAL E DIS VOLTAM A SOFRER COM INCERTEZA GLOBAL

A tarde de quinta-feira trouxe recuperação parcial para os mercados, concentrada nas bolsas de valores de NY e brasileira. No mais, o script foi muito parecido com o dos últimos dias, de volatilidade nas commodities, alta do dólar e também dos juros, aqui e nos EUA.

A retomada do Ibovespa, que subiu 0,54%, aos 118.862,12 pontos, esteve alinhada ao avanço dos pares em Wall Street e, em grande parte, à disparada de mais de 5% dos papéis da Petrobras, após o governo finalmente definir nomes para comandar a diretoria executiva e o conselho de administração da estatal. Em Nova York, as empresas de energia também ajudaram os índices acionários, em dia em que o petróleo se manteve em torno de US$ 100 por barril, mesmo após a AIE prometer liberar 240 milhões em reservas estratégicas nos próximos seis meses. O comportamento da commodity ocorre em meio à nova escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia, com mais troca de acusações entre Moscou e o Ocidente. Além disso, o discurso cada vez mais duro de dirigentes do Fed, sobretudo após a ata da última reunião conhecida ontem, continua a reverberar sobre os ativos. O mercado já tinha comprado a ideia de que o banco central do EUA irá acelerar o ritmo de aperto monetário, mas a persistência das pressões inflacionárias trazem o temor de que a dose de juros por lá precise ser ainda maior. E esse cenário reduziu o fluxo de recursos para o Brasil, além de estimular a remontagem de algumas posições defensivas contra o real. Não por acaso, a moeda brasileira esteve alinhada às demais emergentes e perdeu valor ante o dólar, que subiu 0,56% no mercado à vista, a R$ 4,7409. O câmbio e o aumento dos yields dos Treasuries, na maioria dos vencimentos, puxou para cima os juros futuros locais, sobretudo os de prazos intermediários e longos. À espera do IPCA amanhã, os curtos zeraram a queda e acabaram nos ajustes, em dia em que o discurso do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi monitorado, mas sem fazer preço.

 

  • BOLSA
  • MERCADOS INTERNACIONAIS
  • CÂMBIO
  • JUROS

 

BOLSA

A virada em Nova York e o forte desempenho de Petrobras - com ambas as ações (ON e PN) em alta na casa de 5% no fechamento, após o encaminhamento da transmissão de comando na estatal - permitiram que o Ibovespa interrompesse hoje sequência de três perdas. Hoje, a referência da B3 encerrou o dia em alta de 0,54%, a 118.862,12 pontos, entre mínima de 117.508,58 e máxima de 119.247,25, saindo de abertura aos 118.226,04 pontos. Moderado, o giro foi de R$ 27,3 bilhões na sessão. Na semana, o índice acumula perda de 2,23% e, no mês, de 0,95% - no ano sobe 13,39%.

 

Em movimento que se estendia com a ata 'hawkish' do Federal Reserve, dólar e Ibovespa pareciam retomar a correlação dos tempos difíceis, com o primeiro em alta e o segundo em baixa em boa parte da sessão, embora em movimento mais contido na Bolsa do que no câmbio, desde ontem. O dólar à vista voltou a subir nesta quinta-feira, mas limitou o avanço ao longo da tarde, após tocar máxima do dia a R$ 4,7728 - ao fim, mostrava ganho moderado, de 0,56%, a R$ 4,7409.

 

Hoje, declarações fortes do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, contribuíram para reforçar o recado 'hawkish' da ata, indo além: ele disse que gostaria de ver a taxa de juros de referência nos EUA acima de 3% no segundo semestre. Atento à mensagem, o mercado voltou a buscar dólar, resultando também em fortalecimento da moeda americana frente a divisas emergentes pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

 

O sentimento de cautela e a aversão a risco continuam a ser condicionados pelo 'receio de que os altos preços não sejam controlados a tempo pelo Fed, e os altos juros acabem por desaquecer a economia americana a ponto de uma recessão adiante', aponta Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos. 'Os impactos do documento (ata do Fed) foram sentidos no mundo todo, inclusive no Brasil, onde vimos o dólar ganhar força e retomar o patamar de R$ 4,70 e as ações, especialmente nos setores de consumo e tecnologia, sofrerem na bolsa', acrescenta.

 

Para Pam Semezzato, analista gráfica da Clear Corretora, o avanço do dólar, visto ontem e estendido hoje, é um 'movimento de repique dentro da tendência de baixa', com a moeda americana se aproximando de 'uma resistência, não muito forte, em R$ 4,770'. Quanto ao Ibovespa, a analista observa que o índice 'perdeu um pouco a força na queda', mas ainda é cedo para falar em retomada da tendência de alta - embora permaneça acima do suporte de 115 mil pontos, 'sem continuidade muito forte na queda', acrescenta Semezzato.

 

Outro aspecto-chave para a dinâmica recente da Bolsa, o preço do petróleo voltou a ceder terreno nesta quinta-feira, embora de forma discreta ante o que se observou mais cedo, com o Brent a US$ 100 e o WTI a US$ 96 por barril no fim do dia, tendo ambas as referências sido negociadas abaixo dos três dígitos durante a sessão.

 

A Agência Internacional de Energia (AIE) confirmou hoje, em comunicado, que os países associados à organização vão liberar mais 120 milhões de barris de petróleo pelos próximos seis meses, ao detalhar decisão inicialmente revelada na semana passada. Somando-se a um compromisso anterior já assumido, a AIE liberará no total 240 milhões de barris de petróleo de reservas estratégicas ao longo desses seis meses, em esforço conjunto para tentar conter a escalada de preços decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia.

 

Na semana passada, os Estados Unidos já haviam se comprometido a lançar 180 milhões de barris, em uma média de 1 milhão de barris por dia (bpd). Hoje, Washington informou que, do total já anunciado, vai liberar 60 milhões de barris no âmbito do acordo da AIE, com os outros 60 milhões vindos dos demais membros.

 

Também nesta quinta-feira, o Congresso dos Estados Unidos votou para banir as importações de petróleo da Rússia, depois de ter aprovado a suspensão do status comercial de nação mais favorecida. O projeto de lei será encaminhado ao presidente Joe Biden para que seja assinado e entre em vigor.

 

Na ponta do Ibovespa nesta quinta-feira, logo à frente de Petrobras ON (+5,01%) e PN (+5,19%), destaque também para Braskem (+6,96%). No lado oposto, IRB (-3,54%), Hapvida (-3,23%), MRV (-2,82%). Entre as blue chips, além de Petrobras, Vale ON também ajudou o movimento de recuperação, limitado ao fim, em alta moderada a 0,60% no fechamento, com os grandes bancos também ao positivo (Unit do Santander +3,52%, na máxima do dia no encerramento), à exceção de Itaú PN (-0,07%).

 

O Bank of America (BofA) elevou projeção para o Ibovespa no fim de 2022, de 125 mil para 135 mil pontos, em razão dos preços de commodities no mercado internacional. Em relatório, o banco reforça a visão de desempenho acima da média do mercado no Brasil (overweight) este ano. 'À frente, nossos analistas estão positivos com petróleo, minério de ferro e celulose, que são os principais vetores do Ibovespa', escrevem os analistas do BofA David Beker, Paula Andrea Soto e Carlos Peyrelongue.

 

Na agenda de amanhã, sexta-feira, destaque para o IPCA de março. 'A inflação de dois dígitos deve continuar a assombrar a economia brasileira por um longo tempo. Há poucas esperanças de que (amanhã) o índice fique abaixo de 10%, se não muito perto desse nível (em 12 meses). A prévia foi desanimadora: o IPCA-15 apontou alta de 0,95% no mês, e o acumulado de 12 meses alcançou 10,79%. Esses números revelam que o Brasil convive há 7 meses com índice de dois dígitos no período de 12 meses', diz Fabio Astrauskas, professor do Insper e CEO da Siegen Consultoria. (Luís Eduardo Leal - [email protected]; colaborou Cicero Cotrim)

 

 

17:21

 

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 118862.12 0.53657

Máxima 119247.25 +0.86

Mínima 117508.58 -0.61

Volume (R$ Bilhões) 2.72B

Volume (US$ Bilhões) 5.74B

 

 

 

 

17:26

 

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 118965 0.52814

Máxima 119430 +0.92

Mínima 117535 -0.68

 

 

MERCADOS INTERNACIONAIS

Como esperado pelo mercado, a Agência Internacional de Energia (AIE) confirmou a liberação de 240 milhões de barris de petróleo das reservas estratégicas ao longo dos próximos seis meses. A commodity, que oscilou entre altas e baixas durante o pregão, se manteve em torno dos US$ 100 por barril, com Estados Unidos e aliados buscando novos meios de pressionar a Rússia, após o país ser suspenso nesta tarde da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. Enquanto o presidente americano Joe Biden afirma que mais trabalho será necessário para combater a 'alta de preços de Putin', dirigentes do Federal Reserve (Fed) seguem sinalizando a possibilidade de alta de 0,50 ponto porcentual nos juros em maio - o que tem feito o mercado reforçar seus ajustes, levando o dólar e os juros longos dos Treasuries para cima. Nas bolsas de Nova York, os negócios seguem sendo marcados pela volatilidade e, após muito sobe e desce, os índices acionários terminaram o dia em alta.

 

Os ativos de petróleo chegaram a subir 2% no mercado futuro pela manhã, recuperando parte das perdas de ontem, mas viraram para o negativo. A AIE confirmou que serão liberados mais 120 milhões de barris de petróleo pelos próximos seis meses, totalizando 240 milhões de barris no mercado - em um esforço liderado pelos EUA para conter o avanço dos preços, em meio à guerra na Ucrânia. Em relatório, o Commerzbank afirma que, em vista das quantidades anunciadas, as preocupações prévias com aperto de oferta não se justificam mais, o que seria perceptível pelo comportamento dos preços. O petróleo WTI para maio terminou em queda de 0,21% (US$ 0,20), a US$ 96,03 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho recuou 0,48% (-US$ 0,49), a US$ 100,58 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

 

Nos EUA, o Congresso aprovou duas medidas contra a Rússia: a proibição de importações de petróleo russo e a suspensão do status comercial de nação mais favorecida. Os projetos serão encaminhados a Biden para que se tornem leis. Em comunicado, ao comemorar o resultado de pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, o presidente americano disse ter mais trabalho a fazer para combater 'a alta de preços de [Vladimir] Putin', enquanto seu secretário de Estado, Anthony Blinken, afirmou que Moscou tem usado o petróleo como 'arma'.

 

Em um segundo comunicado do dia, o G7 afirmou que irá vetar novos investimentos na Rússia, incluindo no setor de energia, e estenderá vetos a exportações de determinados produtos e serviços. O grupo disse que continuará a 'desconectar' bancos russos do sistema financeiro global e a aumentar pressões sobre entidades estatais do país. Ainda em esforço multilateral, a Assembleia Geral das Nações Unidas suspendeu a participação da Rússia na Comissão de Direitos Humanos da ONU - ação que o país alegou ser 'ilegítima' e 'politicamente motivada'.

 

Em Wall Street, os índices conseguiram apagar as perdas de mais cedo e registrarem alta: o Dow Jones subiu 0,25%, o S&P 500, 0,43% e o Nasdaq, 0,06%. Papéis da UnitedHealth (+0,98%), Apple (+0,22%), Chevron (+1,39%), Walmart (+1,02%) e Procter & Gamble (+1,28%) contribuíram para o avanço. A sessão foi marcada, no entanto, pelo medo crescente de que o Fed adote uma postura mais agressiva no aperto monetário nas próximas reuniões, avalia o analista da Oanda Edward Moya. Hoje, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, reiterou 'estar inclinado' a apoiar alta de 50 pontos-base na próxima reunião.

 

Moya destaca que os problemas nas cadeias de suprimento podem piorar, uma vez que os lockdowns na China podem atrasar ainda mais as entregas de bens da Ásia para os EUA. 'O risco de que a inflação fique tão feia a ponto do Fed ter que levar a economia para uma recessão agora está virando um cenário-base para alguns operadores', avalia. Neste cenário, os ativos considerados portos seguros de investidores foram favorecidos. O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais, teve alta de 0,15%, a 99,751 pontos. No fim da tarde de Nova York, o euro caía a US$ 1,0873 e a libra, a US$ 1,3074. Nos Treasuries, o juro da T-note de 2 anos cedia a 2,453%, enquanto o da T-note de 10 anos tinha alta a 2,643% e o do T-bond de 30 anos avançava a 2,667%. (Ilana Cardial - [email protected])

 

CÂMBIO

Em dia marcado por fortalecimento da moeda americana no exterior, com alta frente à maioria das divisas emergentes pares do real, o dólar à vista subiu pelo terceiro pregão seguido no mercado doméstico de câmbio e fechou no patamar de R$ 4,74. Operadores notam recomposição parcial de posições defensivas no mercado futuro e movimentos de realização de lucros, dado que o real experimentou uma rodada forte de apreciação no primeiro trimestre, sobretudo em março.

 

Essa demanda maior por dólares se dá em meio à desaceleração do fluxo estrangeiro para ativos domésticos e à perspectiva de ajuste mais rápido e intenso da política monetária americana. Ao tom da ata do Federal Reserve ontem, com sinalização de alta de 50 pontos-base da taxa de juros em maio e início da redução do balanço patrimonial, somaram-se hoje declarações duras do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, para quem a taxa básica dos EUA deveria estar acima de 3% no segundo semestre deste ano.

 

'O comportamento do dólar no Brasil hoje está muito ligado a questões externas, principalmente refletindo ainda ata do Fed com tom mais duro. Isso acabou pressionando os juros dos Treasuries, o que tem reflexo no comportamento das moedas emergentes', diz a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, acrescentando que uma elevação mais forte dos juros nos EUA, aliada à proximidade do fim do ciclo de aperto monetário no Brasil, significa um estreitamento do diferencial de juros interno e externo, embora ele ainda seja elevado e estimule o carry trade.

 

Tirando uma pequena baixa no início dos negócios, o dólar à vista trabalhou em alta ao longo de todo o dia, tendo atingindo máxima a R$ 4,7728 (+1,23%) no início da tarde, momento em que a moeda americana acelerava os ganhos frente a divisas fortes e as bolsas em Nova York operavam perto das mínimas. O ímpeto altista amainou à tarde, com o Ibovespa renovando máximas na esteira da melhora dos índices acionários americanos.

 

Após rodar perto do nível de R$ 5,75 na maior parte da segunda etapa de negócios, a moeda terminou o dia cotada a R$ 4,7409, em alta de 0,56%. Com isso, o dólar acumula ganhos de 1,58% na semana, reduzindo a queda em abril para 0,43%. Em 2022, a desvalorização agora é de 14,98%. 'O dólar acumulou uma queda expressiva do começo do ano para cá. É normal que haja um leve retorno agora. Tem espaço para subir um pouco mais, até R$ 4,80 ou R$ 4,85, mas a tendência é que volte a cair em seguida', diz Kaue Franklin, especialista em renda variável do Grupo Aplix.

 

Dados da B3 mostram que os investidores estrangeiros retiraram R$ 11,880 milhões na sessão de terça-feira (dia 5). Embora o saldo ainda seja positivo em R$ 566,17 milhões em abril, nota-se um ritmo menor de entrada de recursos em comparação a março. Leilão realizado hoje pelo Tesouro Nacional com oferta de NTN-F, papel público preferido pelo estrangeiro, foi fraco. Da oferta de 450 mil papéis com vencimento em 2023, foram vendidos apenas 50 mil títulos. O Tesouro não aceitou propostas para a NTN-F de 2029, cuja oferta era de 300 mil papéis. Operadores ressaltam que sem os dados do fluxo cambial, dada a greve dos servidores do Banco Central, não é possível saber se há entrada líquida de dólares pelo canal financeiro.

 

Em live à tarde, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a entrada de dólares para o Brasil segue 'bastante razoável' no curto prazo. Em relação à política monetária, Campos Neto disse que o BC está no caminho certo. Ressaltou, porém, que 'a calibragem depende da extensão dos choques', deixando aporta aberta para uma eventual continuidade do aperto monetário para além da reunião do Copom em maio, para a qual já acenou com uma alta da taxa Selic em 1 ponto porcentual, para 12,75% ao ano.

 

A mudança da bandeira tarifária de energia elétrica a partir do dia 16, anunciada ontem à noite pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter, deve provocar desaceleração do IPCA em abril, segundo analistas. Diversas casas mantêm, contudo, projeção de inflação ao redor de 7% em 2022. A AZ Quest, por exemplo, reduziu a expectativa de IPCA neste mês de 1,40% para 0,92%, mas ratificou a estimativa de 7,4% para o índice em 2022. Amanhã, o IBGE divulga o IPCA de março, que, segundo a mediana de Projeções Broadcast, deve ser de 1,35%, uma aceleração frente ao resultado de fevereiro (1,01%).

 

Lá fora, o índice DXY, termômetro do desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, chegou a operar em leve queda pela manhã, após divulgação da ata do Banco Central Europeu (BCE), mas virou para o terreno positivo e estava acima dos 99,800 pontos quando o mercado local fechou. A taxa da T-note de 10 anos subiu mais de 2%, girando ao redor de 2,65%. Após uma sessão volátil, o petróleo tipo Brent para junho, referência para a Petrobras, fechou em baixa de 0,48%, a R$ 100,58 o barril, com a informação de que a Agência Internacional de Energia (AIE)confirmou a liberação de reservas estratégicas nos próximos seis meses.

 

O head de câmbio da HCI Invest, Anilson Moretti, diz que a alta dos Treasuries, na esteira da ata do tom duro da ata do Federal Reserve, tende a tirar atratividade dos países emergentes, o que explica em parte a alta do dólar hoje. Após a forte queda nos últimos três meses, a moeda brasileira pode passar agora por um momento de correção, diz Moretti, que estima pontos de resistência para a taxa de câmbio em R$ 4,90 e R$ 5,00. (Antonio Perez - [email protected])

 

 

17:26

 

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.74090 0.5557 4.77280 4.69080

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4778.000 0.55772 4800.000 4717.000

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4781.174 04/04    

 

 

JUROS

O clima pesado nos mercados internacionais continuou contaminando a curva de juros e as taxas fecharam a sessão regular em alta, com exceção das de curtíssimo prazo, que encerraram estáveis. As taxas locais acompanharam a nova escalada dos retornos dos Treasuries longos e o avanço do dólar, com o Federal Reserve emitindo mais sinais de postura agressiva no combate à inflação. Inflação esta que tende a ficar ainda mais elevada após o endosso hoje das sanções contra a Rússia, mantendo a percepção negativa sobre a oferta de commodities. No Brasil, a informação de que já a partir de 16 de abril entrará em vigor a bandeira tarifária verde de energia aliviou a curva na primeira parte do dia, mas o efeito depois se esvaiu com o mercado voltando suas expectativas ao IPCA de março, amanhã.

 

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 fechou estável ante o ajuste de ontem, em 12,75%, e a do DI para janeiro de 2024 subiu de 12,01% para 12,155%. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa a 11,53%, de 11,44% ontem, e o DI para janeiro de 2027, com taxa de 11,30%, ante 11,205%.

 

Os mercados têm sido bombardeados nesta semana pelas indicações do Fed de atuação mais dura na política monetária, penalizando principalmente ativos de risco. Depois da fala na terça-feira da diretora 'dovish' Lael Brainard, indicada à vice-presidência do BC americano, ontem veio a ata e, hoje, o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard, afirmou que 'se inclina' a apoiar uma alta de 50 pontos-base nos juros na reunião de maio e que o Fed precisa agir 'inequivocamente'. Foi a senha para os yields dos Treasuries longos engatilharem máximas, com o da T-Note de dez anos chegando a 2,66%. Sobre a curva americana, Bullard avalia que a redução do balanço de ativos aliviará a pressão sobre os rendimentos de longo prazo e, como consequência, deve conter o achatamento da curva de juros. O dólar teve alta generalizada e no Brasil subiu para R$ 4,7409.

 

'O tom mais hawkish do Fed na semana estabeleceu de vez a leitura de que os juros vão subir em 50 pontos-base na próxima reunião', disse o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. Segundo ele, o efeito positivo do anúncio da bandeira verde, esperado para maio, já este mês sobre a curva foi mais forte na primeira parte do dia e, ainda assim, limitado aos vencimentos mais curtos. À tarde, as taxas zeraram a queda. 'Ninguém quer comprar bandeira verde antes do IPCA amanhã', resumiu.

 

A previsão é de que com o fim da bandeira de escassez hídrica haja um desconto de até 20% na conta de luz. Várias casas ajustaram suas previsões para o IPCA no curtíssimo prazo, reduzindo a expectativa para abril e elevando a de maio, mas a medida não conseguiu alcançar as projeções nem para 2022 nem para 2023. 'A decisão não altera o nosso IPCA projetado para o ano, que já contemplava uma bandeira verde em maio, mas antecipa parte desse impacto para abril', afirmaram os economistas do Banco Original.

 

Para o IPCA de março, amanhã, a mediana das estimativas é de taxa de 1,35%, segundo o Projeções Broadcast, pressionada por preços administrados e alimentação no domicílio. Em fevereiro, o índice subiu 1,01%.

 

Pela manhã, o mercado nutria alguma expectativa pela participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na live da Legend Investimentos à tarde, mas suas declarações não mexeram com os preços. Ele reforçou que o Copom pode estender o ciclo de elevação dos juros a depender da magnitude dos impactos da guerra na Ucrânia. Sobre a greve dos servidores da autarquia, disse esperar uma solução rápida. Um dos transtornos trazidos pela paralisação é o atraso na divulgação da pesquisa Focus. Em função disso, o Projeções Broadcast publicará semanalmente, às sextas-feiras, um levantamento com as estimativas do mercado para IPCA, Selic e PIB de 2022 a 2024, enquanto durar a greve.

 

A quinta-feira teve leilão de prefixados. Enquanto a oferta de LTN foi um sucesso, a de NTN-F teve pouquíssima demanda. O Tesouro vendeu todo o lote de 14 milhões de LTN, mas apenas 50 mil NTN-F, das 450 mil ofertadas.

 

No Twitter, o professor da área de derivativos da FIA e de cursos da Anbima Alexandre Cabral destacou que o volume de R$ 10,58 bilhões levantados pelo Tesouro com a LTN foi o segundo maior do ano. 'Todos os títulos saíram levemente abaixo do consenso. A demanda por pré continua forte', disse. Sobre a operação com as NTN-F, destacou que 'diferente da LTN, foi o segundo pior volume do ano R$ 46,87 milhões', uma vez que a instituição não aceitou propostas para o vencimento de 1º/1/2029 e na venda de NTN-F 1º/1/2033 houve uma leve baixa ante a semana passada. 'Gringo mais uma semana fora dos pré via NTN-F. Ruim para o real.' (Denise Abarca - [email protected])

 

 

17:25

 

 Operação   Último 

CDB Prefixado 32 dias (%a.a) 11.87

Capital de Giro (%a.a) 6.76

Hot Money (%a.m) 0.63

CDI Over (%a.a) 11.65

Over Selic (%a.a) 11.65

 

 

 

 

 

 

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