IBOVESPA SOBE COM AJUDA DE DIVIDENDOS DA PETROBRAS E IMPULSIONA O REAL

Blog, Cenário

A manutenção da política de remuneração de acionistas pela Petrobras impulsionou os papéis da estatal nas horas que precederam a divulgação do balanço trimestral, a ser conhecido depois do encerramento da sessão. O papel já vinha tendo fôlego desde as primeiras notícias envolvendo os dividendos, no fim da manhã, mas ganhou forte impulso após o Broadcast apurar que a remuneração seria na casa de R$ 24 bilhões. As ações da companhia, que equivalem a pouco mais de 10% do Ibovespa, terminaram o dia com ganhos de 2,40% (ON) e 3,67% (PN). Essa arrancada conseguiu fazer com que o Ibovespa escapasse da queda dos preços do petróleo e dos papéis ON da Vale (-1,95%), ambos em baixa por temores em relação à economia global. O índice terminou o dia aos 108.256,40 pontos, maior nível de fechamento desde 17 de fevereiro, com valorização de 0,75%, revertendo a queda matutina e na sexta alta consecutiva. Com a aversão a risco no exterior, o dólar teve valorização em boa parte do dia. Mas os relatos de ingressos de recursos para o mercado acionário fizeram o real brilhar: foi a única das moedas relevantes que subiu ante a divisa dos Estados Unidos hoje. A moeda americana à vista terminou o dia em R$ 4,9367 (-0,27%). Nos juros futuros, o dia foi de queda consistente. Do cenário externo, teve a pressão de baixa dos Treasuries ante os sinais de perda de ritmo da atividade nos Estados Unidos e na China. Localmente, declarações de autoridades do Banco Central reforçaram a percepção de que a Selic cairá no segundo semestre. Além disso, há um otimismo com a inclusão de mecanismos de controle ("enforcement") no novo arcabouço fiscal e também expectativa de redução de preços da gasolina. Em Nova York, as bolsas fecharam sem direção única, com ações de tecnologia ajudando o Nasdaq, que subiu 0,18%, ao passo que os temores bancários, que aumentaram depois da informação de saída de depósitos do PacWest (-22,70%) no início deste mês, pesaram no Dow Jones (-0,66%) e no S&P 500 (-0,17%).

•BOLSA

•CÂMBIO

•JUROS

•MERCADOS INTERNACIONAIS

BOLSA

Ao ganhar fôlego à tarde e se firmar em terreno positivo na sessão, o Ibovespa conseguiu hoje igualar em extensão a sequência de abertura do ano, quando havia acumulado seis ganhos consecutivos, entre os dias 4 e 11 de janeiro. Mesmo com a cautela que ainda prevalece em Nova York, a referência da B3 acentuou ganhos à tarde, para fechar em alta de 0,75%, aos 108.256,40 pontos, entre mínima de 106.419,28 e máxima de 108.666,85 (+1,13%) na sessão, em que saiu de abertura aos 107.446,09 pontos.

No intradia, o nível de 108 mil pontos não era visto desde 12 de abril e, no fechamento, desde 17 de fevereiro, quando estava acima da marca então, a 109,1 mil pontos. Com a animação vista do meio para o fim da tarde, o giro financeiro subiu a R$ 26,6 bilhões no encerramento. Na semana, o índice de referência da B3 acumula ganho de 2,96% e, no mês, de 3,66% - no ano, recua 1,35%.

Nesta quinta-feira, a princípio o setor financeiro carregava o Ibovespa adiante (Santander +2,35%, BB ON +2,05%, Bradesco PN +1,32%). No meio da tarde, as ações da Petrobras, que oscilavam mais cedo entre pequenos ganhos e perdas, passaram a dar contribuição fundamental, com a notícia antecipada por fontes ao Broadcast de que o conselho de administração da estatal aprovou dividendos em torno de R$ 24 bilhões para o primeiro trimestre, o que animou os investidores e levou às ações da petroleira, assim como o próprio índice da B3, às máximas do dia. Mais para o fim da tarde, o relato do Broadcast foi confirmado por fato relevante da Petrobras, indicando distribuição de R$ 24,7 bilhões em dividendos e JCP (juros sobre capital próprio).

No fechamento, a alta de Petrobras ON era de 2,40% e a da PN, de 3,67%, mesmo com perdas em torno de 2% para as cotações do petróleo na sessão. Assim, a combinação de bancos e Petrobras - que anuncia hoje, além dos dividendos, o balanço trimestral após o encerramento dos negócios na B3 - foi o suficiente para anular o efeito negativo do setor metálico, afetado por dúvidas sobre a demanda chinesa em dia de leitura mais fraca sobre a inflação no país asiático, grande consumidor de commodities como petróleo e minério de ferro.

Vale ON cedeu 1,95% e as perdas no setor de siderurgia chegaram a cerca de 2,5% (Usiminas PNA) no fim do dia, em que o minério de ferro recuou 3,46% em Dalian (China), cotado a US$ 100,69 por tonelada. Na ponta negativa do Ibovespa, além de CSN Mineração (-3,53%) e de Usiminas (-2,49%), destaque para Locaweb (-2,99%), Renner (-3,31%), Alpargatas (-3,43%) e Bradespar (-2,60%). No lado oposto, Yduqs (+8,08%), BRF (+6,09%), Azul (+5,53%), CVC (+4,02%), Ultrapar (+3,86%) e Cosan (+3,73%).

"A descompressão vista na ponta longa da curva de juros tem contribuído para a recuperação de ações de empresas com exposição à economia doméstica, como as do setor de consumo, em meio à melhora de percepção sobre o cenário macro. Esse movimento de recuperação que envolve também as ações do setor financeiro, com peso no índice, tem ajudado o Ibovespa, mesmo com a cautela em torno das commodities, em função de incerteza sobre a demanda chinesa", observa Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Hoje, a desaceleração da inflação ao consumidor na China e a retração do índice de preços ao produtor - mais do que se antecipava para abril - fizeram o mercado diminuir exposição em Vale devido a dúvidas quanto ao ritmo de atividade no país, em possível "esfriamento" após o entusiasmo em torno da reabertura pós-pandemia, o que acabou sendo contrabalançado pelo anúncio, no meio da tarde, sobre os dividendos da Petrobras, aponta Fernanda Bandeira, sócia e advisor da Blue3 Investimentos. "Sessão foi volátil, com grandes impactos sobre as duas principais ações brasileiras", diz.

"Semana ainda de balanços importantes, de empresas como Petrobras e B3. Pela manhã, teve a leitura sobre a inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos, um pouco abaixo do consenso para abril", o que corrobora a impressão deixada ontem pela inflação ao consumidor americano, em desaceleração, observa Rosiane Duarte, analista da Toro Investimentos. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108256.40 0.75217

Máxima 108666.85 +1.13

Mínima 106419.28 -0.96

Volume (R$ Bilhões) 2.66B

Volume (US$ Bilhões) 5.35B

18:05

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 109300 0.33506

Máxima 109930 +0.91

Mínima 107465 -1.35

CÂMBIO

O dólar à vista se descolou ao longo da tarde da onda de fortalecimento da moeda americana no exterior e encerrou a sessão desta quinta-feira, 11, em baixa de 0,27%, cotado a R$ 4,9367, após ter registrado mínima a R$ 4,9316. Com as perdas de hoje, a divisa emendou o terceiro pregão seguido de queda no mercado doméstico, período em que acumulou desvalorização de 1,49%. O real brilhou ao ser a única moeda entre divisas fortes e emergentes relevantes a ganhar força frente ao dólar.

Pela manhã, a moeda americana chegou a esboçar uma alta mais firme e correu até máxima a R$ 4,9836 em sintonia com o ambiente de aversão ao risco no exterior, após leituras de inflação chinesa e americana abaixo do esperado renovarem temores de desaceleração mais forte da atividade global. Nos Estados Unidos, além do estresse com o impasse em torno do aumento do teto da dívida, o tombo de mais de 20% de papéis do banco PacWest trouxe novamente à baila dúvidas sobre a saúde do sistema financeiro.

"As moedas emergentes caíram com a perda do ritmo de crescimento da economia chinesa e o risco de recessão global. O real até se valorizou, o que se deve provavelmente a uma correção técnica e algum ingresso de fluxo, com dia mais positivo para a bolsa", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.

O movimento de apreciação do real se deu em meio ao avanço do Ibovespa, que renovou máxima à tarde, acima dos 108 mil pontos, com ganhos de mais de 3% de papéis PN da Petrobrás. A petroleira anunciou pagamento de R$ 24,7 bilhões em dividendos, conforme adiantado pelo Broadcast. Operadores também notaram uma onda vendedora mais forte no mercado futuro de câmbio, com relatos de que investidores estrangeiros estariam reduzindo posições cambiais compradas em dólar, montadas para proteção (hedge) ou especulação.

Como pano de fundo, está a análise de que a moeda brasileira, descontada em relação a pares, seria beneficiada tanto pela revisão para cima de dados de atividade econômica doméstica quanto pela perspectiva de endurecimento da proposta de arcabouço fiscal no Congresso - uma combinação que reduz prêmios de risco embutidos em ativos locais.

"O mercado está premiando moedas de países que seguem oferecendo juro alto. E o nosso BC ainda está com discurso mais hawk (duro)", afirma o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, ressaltando que o mercado já embute cortes de juros mais fortes nos EUA no segundo semestre, enquanto eventuais reduções da taxa Selic devem ser mais comedidas. "Também tivemos notícias na margem melhores sobre o texto do arcabouço fiscal. Acho que o real vai continuar se fortalecendo".

Com o mercado de câmbio à vista já fechado, a assessoria do relator da proposta do novo marco fiscal, deputado Claudio Cajado (PP-BA), informou que o relatório do arcabouço será divulgado na próxima semana, provavelmente na terça-feira, 16, como antecipado pelo Broadcast Político.

"O real é a única moeda se valorizando frente ao dólar hoje e a bolsa está subindo por aqui. Claramente, temos um fator interno", afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, que vê "bastante espaço" para o real se apreciar, caso se confirme a expectativa de que o arcabouço fiscal tenha parâmetros mais rígidos.

No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes - operou em alta firme, superando os 102,000 pontos, com ganhos mais expressivos ante a libra. Após ter elevado a taxa de juros em 25 pontos-base, para 4,50%, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, afirmou que vê os juros já perto do pico e que a inflação pode cair pela metade até o fim do ano.

Com temores de desaceleração da economia americana, as taxas dos Treasuries recuaram, com o yield da T-note de 10 anos abaixo de 3,40%. As commodities metálicas, como cobre e minério de ferro, e o petróleo perderam força. A cotação do Brent para julho fechou em queda de 1,87%, a US$ 74,98 o barril. (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 4.93670 -0.2667 4.98360 4.93160

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0     

DOLAR COMERCIAL FUTURO 4951.000 -0.35222 5005.000 4946.500

DOLAR COMERCIAL 4998.000 -0.12946 5008.000 4998.000

JUROS

Os juros futuros encerraram o pregão desta quinta-feira, 11, em queda, acompanhando a baixa dos Treasuries americanos, puxada por sinais de perda de ritmo da atividade dos Estados Unidos e China. Declarações de dirigentes do Banco Central e o otimismo com a inclusão de mecanismos de controle ("enforcement") no novo arcabouço fiscal ajudaram a sustentar o rali das taxas locais.

Na comparação com o ajuste da véspera, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2029 caiu 18,3 pontos-base, de 11,903% para 11,720%. Também houve baixas nos vencimentos para janeiro de 2024 (13,269% para 13,250%), 2025 (11,731% para 11,645%) e 2027 (11,503% para 11,345%). O spread entre os contratos para janeiro de 2025 e 2029 caiu a 7 pontos-base, de 17,2 pontos no ajuste de ontem.

O fechamento da curva doméstica acompanhou o recuo dos juros americanos, diante da percepção de enfraquecimento da atividade - e, consequentemente, da inflação - após a renovação de temores de uma crise bancária nos Estados Unidos com o derretimento das ações do PacWest. A desaceleração do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e pedidos de auxílio-desemprego maiores que o previsto foram na mesma linha.

O PPI anual americano desacelerou de 2,7% em março para 2,3% em abril - abaixo da mediana de analistas consultados pela FactSet (2,4%) -, enquanto os pedidos de auxílio-desemprego subiram 264 mil na semana encerrada em 6 de maio, acima da previsão da casa (246 mil). Sobre o cenário, pesou ainda a queda dos novos empréstimos na China, de 3,89 trilhões de yuans em março a 718,8 bilhões em abril.

"A baixa dos Treasuries ajudou a puxar esse movimento dos juros domésticos, que é estrutural: não tendo um sobressalto do ponto de vista político ou da gestão de política monetária ou fiscal, as taxas aqui têm uma tendência de queda", diz o operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos André Alírio. "A desaceleração da China também distensiona os preços de commodities e acaba tendo papel desinflacionário."

As taxas dos DIs repercutiram ainda a chance de corte de R$ 0,30 do preço do litro de gasolina pela Petrobras, noticiada na quarta-feira pelo G1. A possibilidade - que não foi negada ou confirmada pela petroleira em comunicado de ontem - ganhou força nos cenários após os recuos do petróleo (-2,33% WTI, -1,87% Brent) e do dólar (-0,27%, a R$ 4,9367) no pregão de hoje.

No cenário doméstico, operadores observaram entrevistas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Econômica da autarquia, Diogo Guillen, que reforçaram a percepção de queda da Selic no segundo semestre. Ao Faria Lima Journal, Campos Neto afirmou que o debate sobre a meta de inflação é válido e reconheceu "progressos" no processo de desinflação do País, devido à moderação dos preços de commodities e de alguns bens industriais.

O presidente do BC afirmou, no entanto, que os núcleos de inflação continuam elevados e que o desafio da autoridade monetária é ancorar as expectativas de inflação. Já Guillen disse ao Jornal O Globo que o País venceu a primeira etapa do combate à inflação, mas defendeu que é preciso "paciência e serenidade" no debate de juros. "A política monetária deve ficar restritiva", afirmou.

A assessoria do relator do novo arcabouço fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), confirmou ao Broadcast que o parecer dele sobre o texto só deverá ser entregue na próxima semana, provavelmente na terça-feira, 16. Ele deverá se reunir com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) nesta quinta-feira e confirmou que o texto será apresentado aos líderes na próxima segunda.

"De qualquer forma, na margem, as notícias do fiscal no Congresso estão vindo melhores, o que ajuda a perna longa da curva de juros locais", resume o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig. Na primeira reunião do BC com economistas do mercado, os analistas mencionaram à autoridade monetária um "certo consenso" de que o arcabouço vai sair da Câmara melhor do que entrou, segundo apurou o Broadcast. (Cícero Cotrim - [email protected])

MERCADOS INTERNACIONAIS

A informação de saída de depósitos do PacWest no início deste mês se contrapôs ao cenário mais positivo do Western Alliance e inflamou incertezas sobre o setor financeiro nos Estados Unidos. O quadro pesou sobre ações de bancos em Nova York e agravou a pressão que o tombo de quase 9% da Disney promoveu sobre o Dow Jones. Por outro lado, Alphabet e Amazon ajudaram o Nasdaq a se descolar dos demais índices e terminar o pregão no azul, após a desaceleração do PPI e aumento nos pedidos de auxílio-desemprego fornecer novos indícios de arrefecimento da inflação americana. Os indicadores, aliás, pesaram sobre os rendimentos dos Treasuries e apoiaram o dólar. Afinal, renovam preocupações sobre a maior economia do planeta, em um contexto de impasse sobre o teto da dívida, que pode ter efeitos negativos para a atividade global, conforme alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI). Com isso, o petróleo acompanhou demais commodities no vermelho, puxadas ainda por preocupações de demanda da China diante de dados de inflação mais fracos do que o esperado.

O PacWest voltou a protagonizar as preocupações com o sistema financeiro dos Estados Unidos, com a ação derretendo 22,70% após o banco reportar queda de 9,5% nos depósitos na semana encerrada em 5 de maio. Em contrapartida, o Western Alliance informou que seus depósitos totais subiram de 68% em 31 de março a 79% na última terça-feira, somando US$ 49,4 bilhões, crescimento que ocorreu apesar das recentes turbulências bancárias deflagradas pelo First Republic Bank. O Western Alliance teve um bom desempenho ante concorrentes durante a maior parte do pregão, porém piorou na reta final e caiu 0,77% no fechamento.

A Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) também anunciou hoje uma nova proposta para ajudar a cobrir custos associados a intervenções e estabilizar as tensões recentes no setor, criando uma nova taxa sobre depósitos não segurados de bancos com capital acima de US$ 50 bilhões em ativos. A FDIC estima que 113 bancos americanos seriam atingidos pelas novas taxas de 0,125% ao ano sobre os depósitos sem seguro, incluindo os maiores nomes do setor, entre eles JPMorgan (cuja ação caiu 0,32%) e Bank of America (+0,26%).

Sócio e economista da Blueline, Diogo Saraiva afirmou ao Broadcast que as turbulências financeiras nos EUA passam por uma nova etapa e que a ameaça para os bancos, mesmo os mais fortes, é de que sejam alvo de uma crise de confiança. As incertezas pesaram sobre ações do setor nas bolsas de Nova York e contribuíram para amplificar pressão do tombo da Disney (-8,73%), na esteira de queda inesperada no número de assinantes em seu serviço de streaming. Contudo, o Nasdaq conseguiu avançar com o suporte de big techs. No final da tarde, o índice Dow Jones recuou 0,66%, o S&P 500 baixou 0,17% e o Nasdaq subiu 0,18%. Entre os destaques de tecnologia, Amazon avançou 1,81%, Meta teve alta de 1,16% e Alphabet subiu 4,31%, em meio ao otimismo do mercado um dia depois da empresa anunciar novidades no desenvolvimento de inteligência artificial durante evento institucional.

A tendência de baixa de Dow Jones e S&P 500 ocorreu apesar de novos dados indicando arrefecimento da inflação nos Estados Unidos. A inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em abril ante março e avançou 2,3% no confronto anual, abaixo das previsões do mercado e representando uma desaceleração. Já os pedidos de auxílio-desemprego subiram 22 mil na semana encerrada no dia 6 de maio, a 264 mil, acima da previsão de analistas consultados pelo FactSet, de 246 mil solicitações.

Contudo, os indicadores pressionaram os retornos dos Treasuries e impulsionaram o dólar no exterior. Aliás, um leilão de T-bonds de 30 anos intensificou a baixa dos rendimentos americanos, contudo, a ponta curta conseguiu se recuperar ao longo da tarde. Por volta das 17h (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos caía a 3,899%, o da T-note de 10 anos baixava a 3,394% e o do T-bond de 30 anos diminuía a 3,739%.

No horário citado, o dólar avançava a 134,54 ienes, o euro caía a US$ 1,0920 e a libra tinha baixa a US$ 1,2512. Esta última foi particularmente prejudicada ante a divisa americana seguindo falas do presidente do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês), Andrew Bailey, interpretadas com uma indicação de que a alta de 25 pontos-base anunciada hoje pode ser a última, tornando próximo o pico nas taxas básicas do BC britânico. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,57%, em 102,058 pontos.

As preocupações sobre o teto da dívida americana também contribuíram para a busca por segurança. O FMI enfatizou a urgência de resolver o impasse sobre o teto da dívida dos EUA, alertando para o risco de "efeitos muito negativos" na economia global caso o país entre em default. Além disso, instituição observou que existe o risco de uma eventual "corrida" entre as maiores economias globais para atrair investimento verde, o que pode "minar condições no comércio global e contribuir para a fragmentação geoeconômica".

As incertezas presentes no cenário econômico global pesaram sobre commodities, em especial, os dados mais fracos de inflação ao consumidor (CPI) e PPI da China divulgados ontem. Assim, o petróleo WTI para junho na Nymex fechou em queda de 2,33% (-US$ 1,69), a US$ 70,87 por barril, enquanto o Brent para julho na ICE fechou em queda de 1,87% (-US$ 1,43), a US$ 74,98 por barril. (Laís Adriana - [email protected])

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