IBOVESPA SOBE AOS 118 MIL PONTOS, COM FATOR TÉCNICO, APROVAÇÃO DE LDO E POWELL DOVISH

Blog, Cenário
A combinação de vencimentos do Ibovespa, votação sem sustos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 e visão dovish do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, levou o principal índice da B3 a romper o nível dos 118 mil pontos na tarde desta quarta-feira. O índice terminou o pregão no maior nível desde 22 de janeiro, marcando ganho no ano de 1,91%. O vencimento dos derivativos sobre o índice foi o combustível, da metade da tarde adiante, do rali acionário, que não encontrou par nos demais ativos domésticos e que superou até mesmo o otimismo visto em boa parte dos índices de Nova York. Por lá, após o Fomc manter os juros entre 0% e 0,25% e sinalizar que as taxas assim ficarão até ao menos 2023, Jerome Powell admitiu que, embora esteja atualmente na "dose certa", pode expandir ainda mais o programa de compras de ativos, já vitaminado nesta reunião em US$ 80 bilhões mensais para títulos do Tesouro e US$ 40 bilhões a hipotecas. Contudo, uma parcela da decisão estava "no preço", o que inibiu movimentos mais ousados no mercado - Nasdaq renovou, novamente, máxima histórica de fechamento, mas Dow Jones fechou no vermelho. Inicialmente, o dólar até subiu ante as moedas fortes, mas o movimento acabou não se sustentando. Esse sinal da moeda americana não foi visto na cena doméstica. Profissionais das mesas de câmbio disseram que pesou hoje a demanda por divisa à vista no Brasil, comum na reta final do ano, para empresas e fundos remeterem juros e dividendos ao exterior. Como reflexo da pressão pela procura, as cotações no mercado de balcão ficaram acima das do dólar futuro, e o chamado dólar casado, que mede essa diferença, ficou negativo na tarde de hoje. Na renda fixa, o mercado recompôs parte dos prêmios queimados ontem e a curva se inclinou. Além do avanço do câmbio, os investidores citaram o permanente desconforto fiscal, o aumento da tensão política entre Câmara e governo e as incertezas quanto à vacinação da população brasileira.
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  BOLSA O mercado acionário brasileiro teve dois momentos distintos nesta quarta-feira, que começou morna e cautelosa, mas terminou em alta firme. O Índice Bovespa chegou a cair 0,56% pela manhã, mas ganhou fôlego à tarde e atingiu máxima intraday acima dos 118 mil pontos, patamar que não era visto desde o final de janeiro. No fechamento, marcou 117.857,35 pontos (+1,47%). Em dia de vencimento dos derivativos do índice, havia expectativa com a reunião de política monetária do Federal Reserve, com a votação da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e com o noticiário em torno da vacinação contra a covid-19 no Brasil, entre outros.   Operadores relataram que uma operação grande no mercado futuro de Ibovespa teve forte interferência no desempenho do indicador, uma vez que um investidor vendido em ações e comprado em índice futuro teria ido ao mercado comprar papéis para liquidar sua posição junto à contraparte. De fato, a escalada do Ibovespa começou justamente a partir das 15h, quando começa o período de ajustes para liquidação de contratos de derivativos. Naquele momento, o índice oscilava em torno dos 116.500 pontos. Na máxima, atingiu 118.178,44 pontos (+1,75%).   Para Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da H.Commcor, a rolagem de contratos de derivativos do Ibovespa para 2021 também contribuiu para a melhora do desempenho do mercado, observando que o fluxo de recursos externos continua firme e assim deverá permanecer. "O próximo vencimento do índice com liquidez ocorrerá em fevereiro, quando já teremos iniciado a vacinação contra a covid-19 e teremos uma perspectiva mais clara sobre o andamento das reformas no Congresso", afirma.   Mas o noticiário da tarde também contribuiu para a puxada do indicador. Entre diversos pontos abordados na coletiva de imprensa, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que os estímulos monetários adotados pelo banco central americano, com destaque para o programa de relaxamento quantitativo, "estão na dose correta". Contudo, ele ressaltou que caso seja necessário, "podemos expandir ainda mais nosso programa de compras de ativos."   Por aqui, o destaque da tarde ficou por conta do Senado, que aprovou o projeto da LDO de 2021 em uma votação simbólica. Com isso, o Congresso conclui a análise da proposta e enviará o texto para sanção do presidente Jair Bolsonaro. A aprovação tranquiliza o governo, afastando o risco de shutdown orçamentário a partir de janeiro. Deputados e senadores também aprovaram um crédito adicional de R$ 4,2 bilhões para viabilizar recursos a ministérios no Orçamento de 2020.   "Havia uma cautela grande antes da decisão do Federal Reserve e Jerome Powell confirmou que a instituição fará o que estiver ao seu alcance para incentivar a economia. Isso se soma ao otimismo com a vacinação que se inicia no mundo", disse Pedro Galdi, da Mirae.   "O Fed deu diretrizes que o mercado esperava, de extensão de quantitative easing e de usar todas as ferramentas para melhoria da economia americana. Com certeza contribuiu para a puxada", afirmou o estrategista Jefferson Laatus, do Grupo Laatus.   Na análise de ações por setores, os maiores ganhos ficaram com os papéis do setor financeiro, grupo de maior peso na composição da carteira do Ibovespa, com todos os bancos registrando ganhos superiores a 2%. Papéis de consumo também avançaram, com destaque para B2W, que subiu 3,84%.   Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a contabilizar alta de 8,23% em dezembro e de 1,91% em 2020. Apesar da melhora no desempenho no período da tarde, houve espaço para momentos de maior cautela, principalmente no que se refere ao combate à covid-19. Trocas de críticas entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEE-RJ) e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foram mal recebidos, embora não tenham gerado estresse nos mercados. Segundo Maia, Pazuello é um desastre, Paulo Guedes está enfraquecido e Jair Bolsonaro é um insensível.   Já a pesquisa Ibope que mostrou redução na popularidade do presidente Jair Bolsonaro foi a responsável por levar o Ibovespa às mínimas do dia, ainda no início do dia. O temor, segundo operadores, era de que uma eventual redução na aprovação do presidente levasse o governo a adotar medidas populistas, aumentando o risco fiscal. (Paula Dias - [email protected])     18:18   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 117857.35 1.47115 Máxima 118178.44 +1.75 Mínima 115495.75 -0.56 Volume (R$ Bilhões) 3.53B Volume (US$ Bilhões) 6.92B         18:21   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 117575 1.07023 Máxima 117635 +1.12 Mínima 115330 -0.86         MERCADOS INTERNACONAIS Após perderem fôlego brevemente na sequência da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), as bolsas de Nova York voltaram a ganhar força em meio à coletiva de imprensa do presidente da instituição, Jerome Powell, e fecharam majoritariamente em alta, em linha com os juros dos Treasuries. Sem surpresas, o BC da maior economia do planeta manteve a taxa básica de juros na faixa entre 0% e 0,25% e se comprometeu a ampliar e manter o programa de compras de ativos por tempo indeterminado. Powell animou investidores ao informar que mais expansão ainda no relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) poderá ser feita, se necessário. O dólar reagiu com ímpeto positivo ao anúncio e chegou a se fortalecer ante rivais, mas o movimento acabou não se sustentando. Em Wall Street, a ação do Google caiu depois que o Texas anunciou abertura de processo contra a gigante do Vale do Silício. No entanto, as demais techs não acompanharam a queda e o Nasdaq, mais um vez, renovou recorde histórico de fechamento. Entre commodities, o petróleo encerrou a sessão com ganhos, em meio à redução dos estoques da commodity nos EUA.   "Estamos ampliando acomodação monetária ao aumentarmos compras de ativos", disse Powell, durante a entrevista coletiva, após o Fed informar em comunicado que irá aumentar a compra de títulos do Tesouro dos Estados Unidos em ao menos US$ 80 bilhões por mês e a aquisição de títulos hipotecários em pelo menos US$ 40 bilhões, "até que progressos substanciais ocorram no sentido de garantir as metas de pleno emprego e estabilidade de preços". O banqueiro central reiterou o compromisso do Fed em usar todos os instrumentos necessários para apoiar a atividade, em um contexto de nova onda de casos de covid-19, que, segundo ele, já está afetando o desempenho da economia. Para Powell, contudo, a nova etapa da recuperação depende do governo. "É preciso haver mais apoio fiscal, mas é um trabalho do Congresso e não posso julgar", comentou.   Apesar da ponderação, os dirigentes do Fed melhoraram suas previsões econômicas para os próximos anos. A mediana das projeções aponta para contração de 2,4% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em 2020, ante estimativa de queda de 3,7% na atualização anterior. O relatório aponta que a taxa de desemprego deve ceder a 5% em 2021, enquanto em setembro o consenso era de 5,5%. Pelo gráfico de pontos, 12 dos 17 dirigentes acreditam que os juros permanecerão nos níveis atuais, pelo menos, até 2023.   A Capital Economics destaca a mudança na linguagem do Fed, que agora sugere extensão do QE por um período superior ao que os participantes dos mercados esperavam. Antes, a instituição sugeria que continuaria adquirindo títulos pelos meses subsequentes. "Mas o novo comunicado mudou para um resultado explícito, ao invés de foward guidance baseado no tempo, notando que manterá compras de US$ 120 bilhões mensais ou mais até que haja progressos substanciais em direção aos objetivos de máximo emprego e estabilidade de preços", explica a consultoria.   O Wells Fargo argumenta que faltou clareza. "O significado de 'substanciais' é vago e provavelmente não forneceu a clareza que muitos participantes dos mercados esperavam. Mas, em nossa visão, o Fed deve continuar a comprar ativos por mais que somente 'os próximos meses'. Em suma, taxas de juros de curto prazo provavelmente vão permanecer em níveis extraordinariamente baixo pelo futuro previsível", ressalta o banco.   Inicialmente, o anúncio foi recebido de forma morna em Wall Street e as bolsas nova-iorquinas perderam força. À medida que Powell se pronunciava, porém, a fraqueza se reverteu e, no fim, os índices acionários terminaram a sessão majoritariamente em alta. O índice Dow Jones caiu 0,15%, a 30154,54 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 0,18%, a 3701,17 pontos e o Nasdaq ganhou 0,50%, a 12658,19 pontos - este último, pelo segundo dia consecutivo, no maior valor da história. O papel do Google perdeu 0,22%, após um grupo de estados, liderado por Texas, anunciar ação judicial contra a big tech por supostos abusos no mercado de publicidade.   Na renda fixa, os juros dos Treasuries avançaram. No fim da tarde em NY, o retorno da T-note de 2 anos avançava a 0,133%, o da T-note de 10 anos subia a 0,924% e o da T-bond de 30 anos se elevava a 1,666%.   Semelhante às bolsas, o dólar também não conseguiu manter a tendência imediatamente subsequente ao Fed. Após subir levemente, o índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,03%, a 90,450 pontos. Em nota, o Fed anunciou extensão das linhas de swaps com BCs estrangeiros, inclusive o brasileiro, até setembro de 2021.   No mercado de petróleo, as cotações tiveram uma quarta-feira positiva: o barril do WTI com entrega para janeiro fechou em alta de 0,42%, a US$ 47,82, e do Brent para fevereiro ganhou 0,63%, a US$ 51,08. O Departamento de Energia dos EUA informou hoje que os estoques da commodity no país caíram 3,135 milhões de barris, para 500,096 milhões de barris. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda de 2,7 milhões de barris no período. (André Marinho - [email protected])                   CÂMBIO O dólar teve novo dia de alta, em descompasso com a euforia vista na Bolsa, que superou os 118 mil pontos, e a queda no risco Brasil, medida pelo derivativo Credit Default Swap (CDS), que chegou a cair a 148 pontos, o menor nível em 9 meses. Profissionais das mesas de câmbio dizem que pesou nesta quarta-feira a demanda por dólar à vista, comum na reta final do ano, para empresas e fundos remeterem juros e dividendos ao exterior. Como reflexo da pressão pela demanda, as cotações no mercado de balcão ficaram acima das do dólar futuro, e o chamado dólar casado, que mede essa diferença, ficou negativo na tarde de hoje. Além disso, as mesas seguiram monitorando a questão fiscal, em dia de votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e a relação da Câmara com o Planalto, após as novas acusações do presidente Rodrigo Maia, que chamou Jair Bolsonaro de "insensível".   A alta perdeu um pouco de fôlego na reta final dos negócios, com a entrevista do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que prometeu manter os estímulos extraordinários por um longo período, sinalizando que as compras de ativos podem ficar ainda maiores. "O Fed permanece comprometido em apoiar a economia", destaca a High Frequency Economics, Rubeela Farooqi, em nota. Após Powell, o dólar passou a cair ante moedas fortes e se enfraqueceu em alguns emergentes. No fechamento doméstico, o dólar à vista encerrou em alta de 0,34%, cotado em R$ 5,1062. Já o dólar futuro para janeiro operava estável, a R$ 5,0840 às 18h15.   A quarta-feira foi marcada por novos relatos de entrada de capital externo para o Brasil, em busca de investimentos na Bolsa. Este mês, até o dia 11, entraram US$ 2,602 bilhões em valores líquidos pelo canal financeiro, segundo dados do Banco Central divulgados hoje. Um diretor de tesouraria destaca que essa entrada tem ajudado a aliviar a pressão para o dólar no balcão. Os leilões diários extras de swap do BC também têm ajudado. Hoje, foram colocados mais US$ 800 milhões.   Para o presidente (CEO) da BGC Liquidez, Erminio Lucci, o Brasil tem se beneficiado do fluxo internacional aos emergentes, que pegou a América Latina descontada em relação a outras regiões. O fluxo e a atuação do BC, comenta Lucci, tem ajudado a dar alívio no câmbio em um período historicamente marcado por maior pressão, por causa das remessas ao exterior e, este ano, por causa da necessidade dos bancos de desfazerem a proteção em excesso, o chamado overhedge, para ativos no exterior. A desmontagem desse hedge precisa ser feita até o final do ano.   Lucci destaca que a agenda fiscal vai seguir como foco principal do mercado, como foi hoje com a votação da LDO, aprovada pelo Congresso no final da tarde. Para ele, a discussão sobre os novos presidentes da Câmara e do Senado também deve ser acompanhada de perto pelo mercado. Os estrategistas do canadense TD Bank avalia que para o dólar continuar perto ou abaixo de R$ 5,00, é preciso que a trajetória fiscal do Brasil caminhe "muito bem".   Como o Brasil não tem moeda forte, o estrategista em Moedas e Credito Globais e contribuidor da Ohmresearch Independent Insights, Daniel Miraglia, ressalta que a economia brasileira precisa tomar ainda mais cuidado com as contas fiscais, pois a deterioração nos preços dos ativos é rápida. Dólar, bolsa e juros tiveram melhora muito por conta de fluxo de dinheiro de curto prazo, "smart money", para mercados emergentes como um todo, com os investidores em busca de risco, disse ele. "Para vir um fluxo específico para Brasil a grande questão para o mercado é o fiscal", afirmou Miraglia em live nesta tarde. Para ele, o pior cenário é o governo vir com malabarismos fiscais para justificar aumento de gastos.   Para o sócio e gestor dia Trópico SF2 investimentos, Sergio Junqueira Machado, o maior risco para os ativos hoje é a postergação de decisões importantes para o fiscal. Ao mesmo tempo ele observa que a postura do BC com os swaps extras ajudou a dar alívio no câmbio. Em sua avaliação, o mercado embarcou no fluxo de "smart money" e houve uma onda de otimismo. "O norte hoje é: não mexer no teto", disse no evento da Ohmresearch.   Na movimentação técnica, investidores estrangeiros seguiram elevando apostas a favor do real, aumentando posição vendida em dólar futuro (que ganham com a queda da moeda). Ontem, elevaram em 4.900 contratos, para 51 mil contratos, o nível mais alto dos últimos meses, de acordo com dados da B3 monitorados pela corretora Renascença. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:21   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.10620 0.34 5.14280 5.06890 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL 5082.500 0 5143.000 5063.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5135.000 0.72577 5135.000 5093.500     JUROS O dia foi de correção no mercado de juros, com taxas em alta, sobretudo as de longo prazo, configurando ganho de inclinação à curva. O mercado recompôs parte dos prêmios queimados ontem, na esteira da piora da percepção de risco político e fiscal, que afeta justamente a ponta mais longa e que nas máximas chegou a abrir 15 pontos-base. A quarta-feira reuniu uma série de fatores pró-ajuste nas taxas, com profissionais destacando a nova rodada de críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao governo e a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à agenda liberal e também a guerra das vacinas. O dólar em alta igualmente pesou sobre os juros. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no Congresso, que chegou a estar ameaçada no começo da semana, foi aprovada e agora aguarda sanção presidencial. Outro destaque do dia, a reunião do Federal Reserve, não chegou a mexer com os preços dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI).   A taxa do DI para janeiro de 2022 fechou em 2,985% a sessão regular e em 2,98% a estendida, de 2,949% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 terminou em 4,35% (regular e estendida), de 4,28% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 5,834% para 5,93% (regular e estendida) e a do DI para janeiro de 2027 encerrou a regular e a estendida em 6,76%, de 6,67% ontem.   Com os mercados internacionais em clima de espera pelo Fed, os fatores internos é que acabaram definindo o desenho da curva. As pesadas críticas de Maia, que começaram ontem e hoje tiveram sequência, em meio à disputa pelo comando da Câmara, trazem incertezas sobre o rumo das reformas. Em café da manhã com jornalistas, Maia disse que 'Pazuello é um desastre, Guedes está enfraquecido e Bolsonaro é insensível'. "Os brasileiros anseiam pela vacina o mais rápido possível, é grave a insensibilidade Bolsonaro e falta sensibilidade também para o ministro da Saúde entender essa pandemia." Previu, ainda, que a falta de empenho do governo nas reformas necessárias à retomada dos investimentos e a de reorganização do Estado gerarão desgaste para a gestão de Bolsonaro a partir de março a abril.   Além do impacto das declarações de Maia, o mercado viu com preocupação a postura do presidente ontem na Ceagesp, descartando a possibilidade de privatização do entreposto, e que só não pesou ontem em função do exterior favorável e leilão de NTN-B menor do que o esperado. "Não se mostrou comprometido com a agenda liberal e contradiz seu próprio discurso de que quem atrasa a agenda de reformas é o Congresso", afirmou Danilo Alencar, trader da Sicredi Asset.   A perspectiva de manutenção liquidez global farta, no entanto, acaba segurando uma correção mais firme as taxas, mesmo com os ruídos políticos. Em live nesta tarde, Sérgio Goldenstein, analista independente da Ohmresearch e ex-chefe do Departamento de Mercado Aberto do Banco Central, lembrou que o fluxo para emergentes, estimulado pela eleição de Joe Biden nos EUA e avanço nas vacinas contra Covid-19, vem favorecendo a gestão da dívida pelo Tesouro em dezembro. "Além disso, foi desarmada uma bomba fiscal de curto prazo quando o governo anunciou que não prorrogaria o auxílio emergencial", lembrou.   Para ele, o mercado ainda tem uma visão otimista sobre o fiscal, ao contar com avanço das reformas e manutenção do teto de gastos, mas alerta que "o risco de populismo é alto" se a retirada dos benefícios lançados por causa da pandemia resultar em perda de popularidade do presidente.   Pesquisa Ibope/CNI divulgada hoje mostra que a aprovação de Bolsonaro caiu a 35% em dezembro, ante 40% em setembro. A avaliação negativa, ou seja, aqueles que classificam a administração federal como ruim ou péssima, subiu de 29% para 33% em três meses. Entre uma pesquisa e outra, os casos de covid-19 voltaram a crescer no País.   Apesar da redução dos níveis de inclinação, "se o fiscal for para o vinagre, o BC vai ter de subir os juros", afirma Alencar. Neste caso, a curva teria um "bear flattening", com retirada de prêmios dos longos para os curtos, mas com toda a curva "subindo em nível".   Nesta quinta-feira, o Tesouro realiza seu último leilão do ano, ofertando NTN-F, LTN e LFT, entre 11h e 11h30. Antes da abertura porém, o mercado já terá em mãos o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central. Segundo apurou o Projeções Broadcast, a expectativa é que traga informações mais detalhadas sobre a visão a respeito dos impactos na atividade com o fim do auxílio emergencial em 2021. (Denise Abarca - [email protected])     18:20   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.92 Capital de Giro (%a.a) 4.95 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90            
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