GOVERNO AJUSTA DISCURSO, BOLSA SOBE E DI ARREFECE, MAS ATA DO FED SEGURA DÓLAR

Blog, Cenário

Um freio de arrumação do governo mudou a dinâmica do mercado financeiro nesta quarta-feira. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, negou que o governo tenha planos para revisar a reforma da Previdência. Em seguida, o futuro presidente da Petrobras, senador Jean Paul Prates (PT-RN), tratou de afastar temores de mudanças radicas na política de preços da petroleira. Por último, o presidente Lula convocou para sexta-feira, às 9h30, reunião com a equipe ministerial para afinar o discurso do governo. O Ibovespa, que chegou a cair aos 103 mil pontos pela manhã, fechou em alta de 1,12%, aos 105.334,46 pontos, com ganho foi limitado por Nova York, que perdeu força em meio à divulgação da ata do encontro do Federal Reserve em dezembro. No mercado de moedas, o documento reduziu a queda vista no exterior e o dólar ante o real fechou em leve alta de 0,01%, cotado a R$ 5,4524, porém, com alta acumulada de 3,27% nesta semana. Já os juros futuros continuaram concentrados no noticiário interno e a correção na comunicação na Esplanada dos Ministérios fez com que as taxas tivessem altas mais moderadas, com o DI para janeiro de 2024 de 13,699% no ajuste de ontem para 13,75%. Na ata, o Fed indicou continuidade de altas de juros, necessárias, sem chance de corte em 2023. O petróleo fechou em queda de mais de 5%, com o Brent abaixo de US$ 80, em meio a temores com a economia chinesa pelo quadro da covid-19 e de uma recessão em grandes economias.

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•CÂMBIO

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BOLSA

A valorização das ações da Petrobras, na esteira da fala do futuro presidente da companhia, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), sobre a política de preços para combustíveis, deu alento ao Ibovespa ao longo da tarde desta quarta-feira, 4. Após exibir fôlego curto pela manhã, quando chegou a cair e registrou mínima aos 103.915,11 pontos, o índice ganhou força e encerrou o pregão em alta de 1,12%, aos 105.334,46 pontos, interrompendo uma sequência de dois dias de baixa expressiva. Logo após a divulgação da ata do mais recente encontro do Federal Reserve (Fed, o BC americano), por volta das 16h, com aceno de novas elevações de juros nos EUA, o Ibovespa chegou a perder momentaneamente a linha dos 105 mil pontos, em sintonia com as bolsas em Nova York, mas logo se recuperou.

O volume negociado ficou em R$ 25,6 bilhões, ainda abaixo da média do fim de 2022, por volta de R$ 32 bilhões. Entre as blue chips, destaque para ações da Petrobras, com alta de 3,18% das PN e de 1,67% das ON, mesmo com as cotações do petróleo recuando mais de 4% no mercado internacional. O contrato do Brent para março, referência para a petroleira, fechou em baixa de 5,19%, a US$ 77,84 o barril. Apesar do refresco hoje, na semana as ações da petroleira ainda apresentam perdas acima de 5%.

Os bancos, que também vinham apanhando, tiveram desempenho em geral positivo, com as ON do Banco do Brasil liderando o pelotão (+1,29%). Vale ON titubeou ao longo do dia, mas acabou fechamento em alta (+0,18%). Papéis do setor de varejo se recuperaram com o recuo dos juros futuros, liderando o grupo das maiores valorizações da carteira teórica: Natura ON (+8,89%), CVC ON (+6,78%) e Grupo Pão de Açúcar ON (+4,89%). Apenas oito papéis da carteira teórica fecharam em baixa. A maior desvalorização coube a ON da SLC Agrícola (-1,84%).

"O mercado se recuperou depois dos ruídos que vieram da equipe do governo nos últimos dias. A fala do futuro CEO da Petrobras foi positiva. Os papéis da empresa estavam bem para trás, mas passaram a subir mesmo com o petróleo caindo", afirma o head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno, ressaltando a recuperação também dos setores de proteínas e de varejo e consumo.

Segundo analistas, o governo Lula parece ter adotado o tradicional freio de arrumação para redução de danos. Primeiro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse ao Broadcast Político que não há planos para revisar a reforma da previdência promovida na gestão de Michel Temer, desautorizando assim o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que ontem falou em uma "antirreforma".

Em seguida, o futuro presidente da Petrobras tratou de afastar temores de mudanças radicas na política de preços da petroleira ao dizer que todo preço vai ter referência internacional e que não haverá intervenção. Ficou em aberto a questão, contudo, da permanência do PPI (Preço de Paridade de Importação). "O governo pode simplesmente dizer é livre, é liberado, é PPI, não é PPI. Mas é o governo quem cria o contexto, e o mercado também. Principalmente o mercado, se falta o produto, se sobra produto", afirmou Prates.

Por último, Lula convocou para sexta-feira, 6, reunião com a equipe ministerial para afinar o discurso do governo e, segundo Costa, reafirmar que qualquer proposta só tem validade após o aval presidencial. "Lula é quem decide, ele teve mais de 60 milhões de votos", disse o ministro, acrescentando que todas as propostas também vão passar pelo crivo da Casa Civil.

"A nova equipe de governo não conseguiu encontrar ainda um tom correto de comunicação com o mercado. Se boa parte das medidas que estão sendo propostas pelo ministros avançassem, teríamos uma severa conta fiscal para os próximos anos", afirma o sócio e analista da Finacap Investimentos Felipe Moura."A entrevista de Prates deu uma acalmada nos mercados hoje. Ele acenou que será aderente às atuais práticas. Mas é tudo ainda muito especulativo", afirma.

No exterior, as atenções estiveram voltadas à ata do encontro do Fed em dezembro, quando houve redução do ritmo de alta dos juros de 75 para 50 pontos-base. Dirigentes do BC americano não apenas sinalizaram que são necessárias mais elevações para conter a inflação como descartaram a possibilidade de corte dos FedFunds em 2023. A política restritiva, afirmaram, "precisa ser mantida" até que haja confiança de que a inflação caminha para a meta.

"O Fed foi mais explícito ao citar que relaxamento [das condições financeiras] não teria fundamento e que nenhum participante acredita que em 2023 haverá cortes de juros, ao contrário do que o mercado precifica atualmente", afirma a economista-chefe Upon Global Capital, Nicole Kretzmann.

O diretor de Investimentos da Nomad, Celso Pereira, chama a atenção para o fato de o Fed ter elevado a projeção de inflação para 2023 (de 2,8% para 3,1%), uma visão mais pessimista do que a do mercado. Pereira vê provavelmente mais três aumentos da taxa de juros em 0,25 ponto porcentual cada um, levando os Fed Funds para patamar acima de 5% neste ano. "Com juros levemente acima de 5%, a previsão para a bolsa de valores nos EUA é de um ano fraco, sem devolução das perdas substanciais de 2022", afirma. (Antonio Perez - [email protected])

18:26

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 105334.46 1.12198

Máxima 105627.28 +1.40

Mínima 103915.11 -0.24

Volume (R$ Bilhões) 2.57B

Volume (US$ Bilhões) 4.72B

18:26

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 106775 1.69048

Máxima 107065 +1.97

Mínima 105165 +0.16

CÂMBIO

O dólar à vista fechou em leve alta de 0,01%, cotado a R$ 5,4524, a sessão de negócios desta quarta-feira, após uma tarde de enfraquecimento rondando a estabilidade com pouco espaço para a valorização do real. Na semana, a divisa acumula ganho de 3,27%. A definição do sinal veio após a divulgação da ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed) com a divisa dos Estados Unidos amenizando a trajetória de baixa no exterior, uma vez que o documento indicou nenhuma chance de corte nos juros por lá. No entanto, ao mesmo tempo, na medição do CME Group, para a próxima reunião, em março, a visão por uma alta de juros de 50 pontos base passou de 59,5% para 61,4% após a publicação da ata, o que, se concretizado, tira força da moeda global perante outras fortes e também de pares emergentes.

Para Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, foi um dia de dois extremos, pois a divisa abriu o dia ainda repercutindo as expectativas ruins do ponto de vista fiscal, tanto pelas notícias que já se tinha, como a sinalização de revogação do teto de gastos e a política de preços da Petrobras.

No entanto, operadores de câmbio notaram que, ao se aproximar da marca dos R$ 5,50 - na máxima intraday o dólar chegou a R$ 5,4793 -, houve um forte movimento técnico de desmonte de posições, com os investidores realizando lucro. Isso fez com que o dólar amainasse durante a manhã. No meio do dia, entretanto, a divisa voltou a ganhar força, principalmente em meio à solenidade e discurso de posse do vice-presidente, Geraldo Alckmin, como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

"Após o meio do dia, a Bolsa acelerou e juros e câmbio desaceleraram bem. Basicamente uma reação do mercado à sinalização do futuro presidente da Petrobras [Jean Paul Prates] de que não haverá interferência na política de preços da empresa", disse Veronese.

Prates afirmou que, em sua avaliação, todo preço de combustíveis terá referência internacional. Ele disse novamente que não haverá intervenção no preço do produto e que o papel da estatal é de cumprir o que o mercado e o governo criam de contexto. "A Petrobras reage a contextos", disse Prates a jornalistas após a posse de Alckmin.

Para Veronese, ainda se tem um cenário que ela classificou como superpreocupante por trás, especialmente quando se fala de Petrobras porque houve a prorrogação da desoneração. "Porém, dado que o mercado esperava uma interferência na política de preços, que era uma sinalização que era dada pelo próprio futuro presidente, a notícia acabou sendo bem recebida e repercutindo bem", afirmou. "Ainda há um pano de fundo de alerta com o cenário fiscal pelo risco de haver uma deteriorização maior do que se imaginava, mas hoje a notícia da Petrobras contribuiu para acalmar um pouco o mercado."

No exterior, o índice DXY, que mede a variação do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, manteve-se em queda na faixa dos 104,200 pontos. Na ata da reunião do Fed, os dirigentes avaliaram que a redução no ritmo da alta de juros poderia ajudar com as metas de inflação e máximo emprego nos Estados Unidos. Na ocasião, o banco central americano reduziu o ritmo de elevação de juros de 0,75 ponto porcentual para 0,50 ponto porcentual, para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

"Uma redução do ritmo dos aumentos neste encontro permitiria que o Comitê avalie de forma melhor o progresso econômico para atingir os objetivos de máxima empregabilidade e estabilidade de preços, já que a política monetária se aproxima de um patamar que é suficientemente restritivo para conquistar essas metas", descreve a ata da reunião, realizada nos dias 13 e 14 de dezembro.

No Brasil, o Banco Central divulgou que o fluxo cambial registrado na semana passada (de 26 a 30 de dezembro) para o Brasil ficou negativo em US$ 4,215 bilhões. O canal financeiro apresentou saída líquida de US$ 5,274 bilhões na semana, resultado de aportes no valor de US$ 8,696 bilhões e de envios no total de US$ 13,969 bilhões. Este segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações. (Simone Cavalcanti - [email protected])

18:26

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.45240 0.0055 5.47930 5.42650

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5464.500 -0.72668 5508.500 5455.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5504.743 21/12    

JUROS

Uma correção na comunicação na Esplanada dos Ministérios fez com que as taxas dos juros futuros tivessem altas mais moderadas nesta quarta-feira se comparadas aos avanços de anteontem e ontem. O mercado aparou os excessos depois do desmentido do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de que o novo governo vai rever a reforma da Previdência de 2019, de declarações menos intervencionistas na Petrobras por parte do presidente indicado à companhia, Jean Paul Prates, e da notícia de reunião ministerial na sexta-feira.

A cautela com o futuro da situação fiscal do País segue dando no pano de fundo dos negócios, contudo. Há dúvidas quanto à viabilidade da ideia de ajuste fiscal proposta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, bem como com relação à discussão do novo arcabouço fiscal. A pressão para que a desoneração dos combustíveis seja estendida também incomoda, dado seu impacto na arrecadação de receitas em meio a um avanço forte das despesas na esteira da Emenda da Transição.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 subiu de 13,699% no ajuste de ontem para 13,75%. O janeiro 2025 passou de 13,171% para 13,215%. O janeiro 2027 avançou de 13,155% para 13,23%. O janeiro 2029 acelerou de 13,164% a 13,24%. E o janeiro 2031 foi de 13,130% para 13,24%. A liquidez foi menor do que a desta terça-feira, mas melhor do que a quarta-feira passada. Entre os principais vértices, o janeiro 2025 teve o maior giro, de 609,6 mil contratos.

Desde a abertura, o ímpeto de alta das taxas foi longe do visto nas sessões passadas. O mercado passou por uma espécie de "esgotamento da alta", nas palavras do economista e operador de renda fixa da Nova Futura Investimentos, André Alírio. "Não dá para colocar no preço toda a desconfiança. É um pouco previsto este esgotamento do movimento, ainda que haja a incerteza fiscal e o realinhamento dos portfólios num início de ano que talvez se mostre difícil para ativos de maior risco", avaliou.

O noticiário também deu a sua contribuição. O ruído da fala de Carlos Lupi ontem seguiu reverberando e coube ao ministro Rui Costa dar o freio de arrumação.

Ao repórter Eduardo Gayer, Costa disse, no começo da tarde, que o governo federal não tem qualquer plano para revisar a reforma da Previdência. Segundo ele, a opinião do colega é "puramente pessoal" e não representa a posição oficial do Palácio do Planalto.

Mais para o fim da sessão, foi confirmada a convocação da primeira reunião ministerial do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo será alinhar o discurso com seus auxiliares diretos, como o caso de Lupi. Segundo Costa, na reunião, Lula vai reafirmar que qualquer proposta do governo só tem validade após seu aval. "Lula é quem decide, ele teve mais de 60 milhões de votos", declarou o ministro, segundo quem todas as propostas também vão passar pelo crivo da Casa Civil.

A "vitória" de Costa neste embate foi bem recebida pelos agentes. O ex-governador da Bahia é conhecido pelo pragmatismo, pela interlocução com agentes do mercado e por opiniões, inclusive de cunho econômico, divergentes do consenso petista. "O histórico dele é pragmático. Embora com uma coloração um pouco maior, o histórico do governo de Fernando Haddad [ministro da Fazenda] em São Paulo também é. Ainda há incerteza, mas não me causaria surpresa o governo alinhando um discurso mais no sentido do histórico dos dois", reforçou Alírio, da Nova Futura.

Outra declaração que também ajudou a tirar pressão nas taxas foi a de Jean Paul Prates sobre preços dos combustíveis. De acordo com ele, é "claro" que não vai haver intervenção nos preços e a companhia vai cumprir "o que o mercado e o governo criam de contexto". "Todo preço vai ter referência internacional", destacou.

Diante dessa postura de Prates, por um lado, pode haver uma pressão inflacionária em tempos de alta das commodities, o que desaguaria em juros maiores. Mas por outro, em situações de baixa do petróleo internacional, como agora, a pressão nas taxas seria menor. Hoje, o barril do WTI para fevereiro fechou em queda de 5,32%, a US$ 72,84, e do Brent para março recuou 5,19%, a US$ 77,84, por temores envolvendo o crescimento global e da China.

Na etapa da tarde, o grande destaque da agenda do dia, a ata da mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) passou em brancas nuvens no mercado de juros local. O documento mostrou que nenhum dos dirigentes considerou apropriado corte dos Fed Funds em 2023. Ele também apontou que riscos de alta da inflação continuam sendo fator-chave para a política monetária.

Amanhã, na agenda local, destaque à produção industrial de novembro, às 9h, e ao primeiro leilão de prefixados do ano, às 11h. (Mateus Fagundes - [email protected])

MERCADOS INTERNACIONAIS

A divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed) trouxe sinais de continuidade no aperto monetário pelo banco central americano, mas teve impacto limitado nos mercados, uma vez que grande parte do conteúdo já era esperada. Os dirigentes não projetam cortes de juros em 2023, e avaliam que novas altas nas taxas serão necessárias para conter a inflação, que ainda apresenta riscos de novas acelerações. As bolsas de Nova York sustentaram ganhos após a divulgação documento, enquanto o dólar seguiu em queda ante a maioria dos rivais. O movimento no câmbio não foi suficiente para impulsionar o petróleo, que fechou em queda superior a 5% e levou o Brent para o nível abaixo de US$ 80, em meio a temores com a economia chinesa pelo quadro da covid-19 e de uma recessão em grandes economias. Já os rendimentos dos Treasuries reduziram as perdas após a ata, mas ainda assim recuaram.

Para o BMO Markets, o tom do documento foi hawkish, mas não mais do que o previsto. "Foi encorajador ver o Fed reconhecer os riscos do mercado facilitar as condições financeiras enquanto o banco central está tentando ativamente apertar ainda mais", avalia. "O Fed vai devolver a inflação ao seu objetivo de 2% e se eles podem conseguir isso sem uma recessão permanece em debate", resume a Oxford Economics. A ata destaca claramente o foco do Fed na inflação, mas também seu descontentamento com o afrouxamento das condições do mercado financeiro, que eles acreditam ter prejudicado seus esforços para alcançar a estabilidade de preços, avalia a consultoria. Os contratos futuros dos Fed funds, acrescenta a Oxford Economics, interpretaram a ata como mais hawkish do que a da reunião de novembro, elevando sua estimativa da taxa de Fed funds terminais para 5%, aponta.

A probabilidade de que o Fed corte juros em 2023 com relação à faixa atual de 4,25% a 4,50%, caiu após a publicação da ata, de acordo com análise realizada pelo CME Group. O mercado estima em 12,6% a chance de os juros nos EUA estarem abaixo desse nível ao fim de 2023, uma queda em relação aos 16,8% de antes da publicação.

Em Nova York, as bolsas sustentaram leves ganhos. Um dos destaques foi a Tesla, que avançou 5,12% recuperando uma pequena parte das perdas que a empresa sofreu nas últimas sessões. Entre os índices, o Dow Jones subiu 0,40%, aos 33.269,77 pontos, o S&P 500 avançou 0,75%, aos 3.852,97 pontos e o Nasdaq teve alta de 0,69%, aos 10.458,76 pontos. Na Europa, os principais índices tiveram ganhos relevantes, incluindo avanço de 2,18% do DAX em Frankfurt e 2,30% do CAC 40, em Paris. Na renda fixa, os rendimentos dos Treasuries chegaram a diminuir suas quedas após a divulgação da ata, mas ainda assim, ao final da tarde, tinham baixas. O juro da T-note de 2 anos caiu 4,340%, o da de 10 anos tinha queda a 3,686% e o do T-bond de 30 anos recuava a 3,804%.

No câmbio, o BBH continua acreditando que a fraqueza do dólar no final de 2022 foi exagerada e espera que o dólar recupere grande parte dessas perdas nas próximas semanas e meses. "É importante notar que as expectativas de aperto do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês) caíram nos últimos dias e vemos espaço para as expectativas de aperto do Fed subirem", aponta. Ainda assim, hoje, o dólar recuou ante o euro, que, ao final da tarde, avançava a US$ 1,0607 e a libra tinha queda a US$ 1,2062. Já a moeda americana se valorizava a 132,58 ienes. O DXY caiu 0,26%.

O petróleo fechou em forte queda hoje, acima de 5%, em um começo de ano de forte retração da commodity que levou o barril do Brent a ficar abaixo dos US$ 80, o que não ocorria desde 21 de dezembro. Em um ano que analistas apontam a demanda como o grande catalisador para os preços, as dificuldades com a reabertura da China diante de sua postura para a covid-19 e as chances de uma recessão em uma série de economias pressionam o petróleo. Hoje, dados da indústria americana apresentaram queda, o que aumentou a cautela. O WTI para fevereiro fechou em queda de 5,32% (US$ 4,09), a US$ 72,84, e o Brent para março recuou 5,19% (US$ 4,26), a US$ 77,84. (Matheus Andrade - [email protected])

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