FIRST REPUBLIC TOMBA 30%, PUXA BANCOS E TRAZ TEMOR COM ATIVIDADE, PESANDO EM PETRÓLEO

Blog, Cenário

A quarta-feira foi marcada por novo tombo do First Republic Bank, o que renovou temores de uma nova onda da crise bancária nos Estados Unidos. A ação do banco despencou 29,75% em meio a relatos de que reguladores estudam a possibilidade de rebaixar suas avaliações sobre a instituição, o que, na prática, poderia conter o seu acesso aos instrumentos de empréstimos do Federal Reserve. Por mais que os problemas de liquidez pareçam restritos aos bancos de médio porte, o sentimento geral pesou em ações de gigantes de Wall Street como Citigroup (-2,17%) e Bank of America (-1,39%). Desta forma, o índice Dow Jones cedeu 0,68% e o S&P 500 caiu 0,38%. Por sua vez, o resultado da Microsoft ontem animou, e a ação saltou 7,24%. O Nasdaq subiu 0,43%. Enquanto observa balanços, o setor de tecnologia passou ileso ao mal-estar bancário, que, por sua vez, reacendeu dúvidas quanto ao desempenho da atividade econômica global. Assim, o petróleo caiu 3,5%, pesando internamente em Petrobras (ON -1,43% e PN -1,26%) e, por consequência, no Ibovespa. O índice brasileiro recuou aos 102.312,10 pontos, baixa de 0,88%. Localmente, o destaque da agenda foi a divulgação do IPCA-15 de abril logo cedo. O índice veio em 0,57%, abaixo da mediana (0,61%), mas com uma abertura com composição ruim, pressionando o trecho mais curto da curva de juros. As apostas de corte da Selic já em junho caíram para a faixa de 25% a 30%, contrastando com a chance de 60% que foi precificada na curva logo após a divulgação do IPCA de março, há duas semanas. No câmbio, o dólar terminou o dia em leve baixa, aos R$ 5,0573 (-0,15%), com um ligeiro ajuste de posições após a alta de ontem.

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•BOLSA

•JUROS

•CÂMBIO

MERCADOS INTERNACIONAIS

A pressão sobre ações do First Republic Bank se intensificou ao longo da tarde, após a Bloomberg reportar que a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) considera limitar o acesso do banco a empréstimos do Federal Reserve (Fed), dificultando sua busca por liquidez. A notícia pesou sobre as bolsas de Nova York e papéis do setor bancário, mas o salto de 7% da Microsoft liderou a alta do setor de tecnologia e segurou o Nasdaq no azul. O cenário de aversão ao risco se refletiu no mercado de commodities, com o petróleo fechando no menor nível desde os cortes da Opep+. Já o dólar recuou ante outras divisas ante o ressurgimento de preocupações com a saúde dos bancos dos EUA, enquanto os Treasuries apresentaram volatilidade durante o pregão. No final da tarde, a Câmara dos Representantes dos EUA avalia o projeto de lei sobre o teto da dívida, símbolo do impasse entre o republicano Kevin McCarthy e o presidente americano Joe Biden.

Fontes ligadas ao assunto informaram à Bloomberg que a FDIC estuda a possibilidade de rebaixar suas avaliações do First Republic Bank. A medida poderia limitar o acesso do banco a instrumentos de empréstimos do Fed, incluindo a janela de redesconto e o programa de emergência lançado no mês passado para socorrer bancos em busca de liquidez. Segundo a reportagem, o FDIC teria dado tempo para o banco chegar a um acordo com o setor privado antes de ponderar sobre o rebaixamento. Contudo, diversos noticiários internacionais apontaram que outros bancos estão se recusando a estender seu suporte ao resgate do First Republic, dificultando uma solução para os seus problemas de liquidez.

Analista da Oanda, Edward Moya avalia que o First Republic parece estar "condenado". "Nenhum banco pode sobreviver depois de perder mais da metade de seus depósitos, então o foco será em qual banco de médio porte é vulnerável a uma severa corrida de depósitos", pontua.

Este cenário pesou sobre as bolsas de Nova York e papéis do setor bancário, embora os índices tenham encerrado mistos devido ao fôlego que ações de tecnologia ofereceram ao Nasdaq. A Microsoft liderou a alta e subiu 7,24%, na esteira da divulgação de resultados corporativos do primeiro trimestre. Amazon (+2,35%) e Meta (+0,89%) também ofereceram suporte, em compasso de espera por seus balanços. Apple e Alphabet operaram em alta durante maior parte do dia, contudo reverteram sinal e fecharam em queda de 0,01% e 0,13%. Além dos resultados financeiros, investidores monitoram planos das empresas relativos ao desenvolvimento de inteligência artificial (AI). No final da tarde, o índice Dow Jones recuou 0,68%, o S&P 500 caiu 0,38% e o Nasdaq teve alta de 0,47%. Entre as ações de bancos, o First Republic liderou as quedas, tombando 29,75%, enquanto JP Morgan recuou 1,77%, Citi caiu 2,17% e Bank of America cedeu 1,39%.

As incertezas sobre o cenário econômico e saúde do setor bancário dos Estados Unidos também pressionaram as commodities, em especial o petróleo. O petróleo WTI para junho fechou em queda de 3,59% (US$ 2,77), a US$ 74,30 o barril e o Brent para julho cedeu 3,57% (US$ 2,88), a US$ 77,72 o barril, ambos fechando em seu menor nível desde os cortes na produção da Opep+.

No entanto, os rendimentos dos Treasuries avançaram nesta sessão, apesar dos temores bancários. Em relatório, o BMO aponta uma "sensação de calma ou falta de pânico" no mercado de títulos em meio a volatilidade no sistema bancário, e que investidores devem se concentrar na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA amanhã. Por volta das 17 horas (de Brasília), o retorno da T-note de 2 anos caía a 3,924%, o da T-note de 10 anos subia a 3,438% e o do T-bond de 30 anos avançava a 3,703%.

O ressurgimento das turbulências bancárias levou o dólar a recuar ante outras divisas, revertendo praticamente todos os ganhos obtidos com o aperto monetário do Fed, avalia a Capital Economics. No horário citado, o dólar avançava a 133,67 a ienes, o euro subia a US$ 1,1037 e a libra tinha alta a US$ 1,2463. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,39%, a 101,467 pontos.

No final da tarde, a Câmara dos Representantes dos EUA colocou em votação o projeto de lei sobre o teto da dívida, defendido pelo republicano Kevin McCarthy. A proposta aprovaria o aumento do teto até 2024, porém exige diversos comprometimentos de redução da dívida e ajustes orçamentários. O projeto enfrenta oposição de democratas e alguns republicanos. Além disso, o presidente americano Joe Biden já declarou previamente que vetaria, caso a legislação fosse aprovada pelo Congresso dos EUA. (Laís Adriana - [email protected])

BOLSA

O Ibovespa manteve-se em tom menor pelo terceiro dia, acomodado agora abaixo dos 103 mil pontos e sustentando ganho inferior a 0,5% no mês, faltando apenas duas sessões para o encerramento de abril. Hoje, a referência da B3 oscilou dos 102.233,43 aos 103.667,52 pontos, saindo de abertura aos 103.220,09 pontos. Ao final, mostrava queda de 0,88% nesta quarta-feira, aos 102.312,10 pontos, como ontem no menor nível de encerramento desde o dia 10. Muito fraco, o giro ficou em R$ 18,7 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa cede 1,97%, limitando o ganho do mês a 0,42% - no ano, acumula perda de 6,76%.

O dia foi de poucas exceções positivas entre as ações de maior peso e liquidez, com destaque para leve recuperação em Vale (ON +0,39%, mínima do dia no fechamento), que havia recuado 2,72% ontem e que divulgará balanço do primeiro trimestre, hoje, depois do fechamento da B3. Na ponta do Ibovespa, MRV (+6,89%), CSN Mineração (+3,28%), Soma (+2,38%) e Eztec (+1,78%), com Gol (-6,40%), CVC (-5,42%), Pão de Açúcar (-5,27%) e Magazine Luiza (-5,18%) no canto oposto. O dia foi negativo também para as ações de grandes bancos, que haviam avançado no dia anterior.

Em sessão muito ruim para as cotações do petróleo - com perdas acima de 3,5% para ambas as referências (Brent e WTI) -, Petrobras ON e PN cederam respectivamente 1,43% e 1,26% (piso do dia no encerramento), mas permanecem como destaques do mês entre os pesos-pesados da Bolsa, com avanço de 12,08% e 14,07% em abril - o que provavelmente reflete retomada nas compras feitas por estrangeiros na B3, com ingresso líquido de R$ 4,3 bilhões no mês até anteontem, e de R$ 12,8 bilhões no acumulado do ano.

"Os estrangeiros normalmente se concentram em dois ou três papéis que replicam bem o país, e Petrobras está nesse grupo, como também BB (ON +9,10% em abril) e B3 (+8,70% no mês)", observa Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset.

"O Brasil permanece muito descontado. Excluindo Petro e Vale, a razão Preço/Lucro está em 8,5 vezes, ante média histórica de 11,5 a 12 vezes. Com Petro e Vale, vai a cerca de 6 vezes, comparada a uma média em torno de 9 vezes", acrescenta. "Com ou sem commodities, por diferentes métricas, estamos no mesmo patamar de 2009."

Contudo, apesar dos descontos que se acumulam, ruídos internos e externos contribuem para que os investidores em Brasil mantenham pé atrás, acrescenta o gestor, impedindo recuperação sustentada do apetite por ativos do País. "O arcabouço veio sem 'enforcement' - sem punições caso haja descumprimento de metas - e o mercado espera que isso venha a ser corrigido na tramitação da proposta pelo Congresso, o que seria muito bem recebido."

"Houve voto de confiança inicial ao governo, mas com o Ibovespa de volta aos 100 mil, patinando, o que se vê é um Lula menos pragmático em diferentes frentes, procurando envolvimento até em questões distantes e nas quais o Brasil não tem peso, como a guerra na Ucrânia, em que o melhor caminho teria sido não escolher qualquer lado", diz.

Entre idas e vindas nas últimas semanas, o presidente Lula disse hoje, na Espanha, que não lhe cabe decidir de quem é a Crimeia - península ucraniana anexada pela Rússia em 2014 à revelia do direito internacional. "O papel externo do Brasil também é levado em conta pelos investidores estrangeiros, lembrando o volume de capitais investidos aqui por americanos e europeus."

Com incertezas tanto internas (sustentabilidade fiscal vis-à-vis o compromisso do BC com a ancoragem das expectativas de inflação no longo prazo) como externas (nível de juros elevado, e ainda em ajuste nas maiores economias, no momento em que a atividade global parece perder fôlego), grandes bancos têm mantido cautela quanto ao espaço que a autoridade monetária terá para podar a Selic ainda em 2023, possivelmente não muito além dos atuais 13,75% para 12,75% ao ano.

Na agenda doméstica, pela manhã, a desaceleração do IPCA-15 trouxe algum alento, ainda que pequeno, com relação à prévia da inflação para o mês, que saiu de 0,69% em março para 0,57% em abril, diz Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos. Ela ressalva que a previsão amplamente majoritária do mercado ainda é de manutenção da Selic pelo Copom, que volta a se reunir na semana que vem em paralelo à deliberação do Federal Reserve sobre os juros americanos.

O detalhamento do índice, contudo, não trouxe leitura tão positiva sobre a prévia da inflação de abril. "Todos os nove grupos de produtos e serviços registraram alta. Chamamos atenção também para o grupo de saúde e cuidados pessoais, que avançou 1,04% no mês. E a maior contribuição veio de produtos farmacêuticos, com reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março", aponta em nota o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung.

Dessa forma, o "índice de difusão, que mostra o porcentual de itens que aumentaram de preço no mês, subiu marginalmente, de 61% para 63%. Dado é ruim, mas não alarmante", acrescenta o economista. (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 102312.10 -0.87966

Máxima 103667.52 +0.43

Mínima 102233.43 -0.96

Volume (R$ Bilhões) 1.86B

Volume (US$ Bilhões) 3.69B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 104200 -1.27901

Máxima 105845 +0.28

Mínima 103755 -1.70

JUROS

A curva de juros registrou perda de inclinação nesta quarta-feira, com taxas curtas e intermediárias mostrando leve alta e longas em baixa. O IPCA-15 de abril, mesmo abaixo da mediana das estimativas, não foi capaz de aliviar os prêmios de risco nos curtos, dada a leitura de que os preços de abertura indicam desinflação muito lenta, o que também ajuda a explicar o comportamento da ponta longa. No exterior, os juros dos Treasuries de longo prazo subiram de forma moderada, enquanto o dos curtos voltou a cair, com os receios sobre o setor bancário.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,21%, de 13,17% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 avançou de 11,81% para 11,85%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,70%, de 11,74% e a do DI para janeiro de 2029 terminou a 12,08%, de 12,15%.

O IPCA-15 de abril subiu 0,57%, desacelerando ante os 0,69% em março, mas abaixo da mediana das estimativas, de 0,61%. Em 12 meses, a alta foi de 4,16%, ante taxa de 5,36% até março, uma desaceleração bastante forte, mas ainda distante do centro da meta de 3,25% para 2023 e incapaz de promover melhora na percepção sobre a política monetária. "O IPCA tem dado algumas boas notícias, mas o que ainda não ficou claro é a consolidação desse processo de desinflação. O BC só vai cortar juros quando essa consolidação tiver iniciada", afirmou o economista da Rio Bravo Investimentos Luca Mercadante.

Os economistas da Tendências João Leme e Luíza Benamor destacaram que a média dos núcleos permanece alta no acumulado em 12 meses, em 7,40%, apontando para um cenário de pressões subjacentes ainda elevadas. "Quanto ao índice de difusão, houve aumento na margem, para 63,22% (de 59,95% no IPCA de março), revertendo o movimento de redução da disseminação das altas de preços observado até então", completam.

O quadro de expectativas para a Selic, segundo cálculos da BlueLine Asset, está um pouco mais conservador, com redução moderada das chances de corte este ano. Para o Copom da próxima semana a precificação segue apontando 100% de chance de manutenção de 13,75%. Em junho, os DIs agora apontam probabilidade, que chegou a ser de 60% após o IPCA de março, entre 25% e 30% de uma redução de 25 pontos-base. Para o fim de 2023, a curva projeta taxa de 12,25% e para o fim de 2024, de 10,75%.

O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, chama a atenção para o fato de que a curva mostra considerável recomposição da taxa para 2025 e 2026, justamente o período que o Banco Central estará sobre o comando de um nome indicado pelo atual governo. "É curioso porque as taxas voltam bem. Na prática, pode ser só mesmo prêmio de risco, refletindo as dúvidas sobre a forma que o governo vai encontrar de entregar novas receitas", afirmou.

Ná gestão da dívida pública, o Tesouro divulgou o Relatório Mensal da Dívida referente a março, sem impacto nos preços dos ativos, mas com o mercado chamando a atenção para alguns pontos. Felipe Beckel, sócio e estrategista de renda fixa e câmbio da Garin Investimentos, destaca a participação tímida dos estrangeiros, "R$ 18 bilhões de entrada no ano é muito pouco", e aumento do custo, em meio à "inundação" de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) no mercado nos últimos meses.

Em março, a participação do papel até recuou, de 40,64% para 39,08%. No mês, venceram R$ 182,1 bilhões em LFT. Questionado sobre a queda, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luis Felipe Vital, citou a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano e a expectativa de queda em algum momento no segundo semestre deste ano. “O Tesouro combina a demanda de mercado por LFTs com sua estratégia para a carteira de títulos. Esses movimentos esperados para a Selic ao longo do ano são compatíveis com o previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2023”, avaliou. (Denise Abarca - [email protected])

CÂMBIO

Após instabilidade pela manhã, o dólar operou com sinal negativo ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quarta-feira, 26, em baixa de 0,15%, cotado a R$ 5,0573. Houve oscilação de menos de quatro centavos entre mínima (R$ 5,0374) e máxima (R$ 5,0739), ambas registradas nas primeiras horas de negócios. Segundo operadores, houve um leve ajuste de posições, com devolução de parte da alta de ontem (+0,47%), em meio a recuo da moeda americana frente a pares fortes, sobretudo o euro. Por outro lado, nova rodada de queda das commodities, que castigou parte das divisas emergentes, limitou o fôlego do real. As cotações do petróleo recuaram mais de 3% no mercado internacional.

A avaliação nas mesas de operação é que, após voltar a ser negociado acima do nível de R$ 5,00, o dólar passa por um período de acomodação, dada a ausência de gatilhos para movimentos mais fortes. Com a baixa de hoje, a moeda está praticamente estável na semana (-0,02%) e acumula perda de apenas 0,22% no mês. A divulgação da desaceleração do IPCA-15 de 0,69% em março para 0,57% em abril não teve grande influência na formação da taxa de câmbio. Parte dos analistas veem o processo de desinflação com cautela, uma vez que núcleos e preços de serviços seguem pressionados.

No exterior, há preocupações ainda com a saúde do sistema financeiro americano e com eventual recessão nos EUA, embora hoje balanços positivos de big techs tenham trazido certo alívio. Ações do First Republic Bank, a bola da vez, caíram mais de 20% em Nova York e chegaram a ter negociações paralisadas após noticias de que pode haver imposição de limite de acesso do banco às janelas de empréstimo do Federal Reserve (Fed).

Monitoramento do CME Grupo mostra que as chances de elevação da taxa básica americana em 25 pontos-base na próxima quarta-feira, 3, estão na casa de 70%, após chegarem a superar 90% no início da semana. É grande a expectativa para a divulgação da primeira leitura do PIB americano do primeiro trimestre amanhã, 27, e para o índice de preços de gastos com consumo (PCE), medida de inflação preferida pelo Fed, na sexta-feira, 28.

Por aqui, investidores aguardam a tramitação da proposta do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, com votação prometida para 10 de maio, enquanto monitoram os trabalhos em torno da instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu o requerimento da criação da CPMI hoje e disse que a comissão pode começar a funcionar na próxima semana.

"Ainda vejo algumas compras defensivas de dólar, com o mercado aguardando o andamento do novo arcabouço fiscal no Congresso. Falta convicção para movimentos mais fortes", afirma o analista de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse hoje, em evento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), que o governo tem a obrigação de zerar o déficit primário em 2024, meta que considera realista. Ela ressaltou que o novo arcabouço não veio com o objetivo de promover cortes de gastos, que serão contemplados em outras medidas, mas de reequilibrar as contas públicas. "Pelo lado do orçamento, precisamos de um incremento de receita entre R$ 120 bilhões e R$ 140 bilhões em 2024", disse Tebet. "Se os dois pacotes de aumento de receita já anunciados não forem suficientes, um terceiro será anunciado pelo governo".

"O mercado ainda está bastante cético como vai ser essa equação de receitas versus despesas para alcançar as metas do novo arcabouço. O quadro fiscal continua muito incerto e já não temos aquele otimismo que fez o dólar ir para R$ 4,90", afirma o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha. (Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.05730 -0.1461 5.07390 5.03740

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5051.500 -0.26654 5075.000 5037.500

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5075.500 -0.34361 5105.500 5072.000

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