A volatilidade predominou sobre os ativos nesta tarde, em meio a uma enxurrada de informações e declarações, tanto aqui quanto lá fora. O principal evento foi a decisão do Federal Reserve (Fed), que cumpriu o prometido ao reduzir o ritmo de alta dos juros para 0,50 ponto porcentual, mas causou algum estresse após seus dirigentes terem elevado as expectativas para a mediana das taxas em 2023, de 4,6% para 5,1%. Mas o presidente do BC dos EUA, Jerome Powell, deu algumas declarações que chegaram a estimular o apetite por risco, entre as quais a de que espera "quedas significativas na inflação e no núcleo em 2023" e que o Fed estaria "chegando perto de juros que consideramos suficientemente restritivos". O efeito de tais palavras, no entanto, foi passageiro e rapidamente as bolsas voltaram a cair em Nova York, sinal com o qual encerraram a sessão, ainda que o dólar tenha recuado e os juros dos Treasuries, ficado mistos. Todo esse vaivém respingou no mercado local, que em alguns momentos seguia Nova York e, em outros, olhava para fatores internos. O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu algumas declarações que tranquilizaram o mercado, prometendo entregar uma nova âncora fiscal até o início do próximo ano e dizendo que "não estamos num momento em que expansão fiscal vai ajudar a economia". Além disso, informações de que deputados estariam reunidos com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para discutir a PEC de Transição suscitaram esperanças de novas desidratações no texto. Com tudo isso sobre a mesa, o fechamento dos ativos por aqui foi completamente distinto. Enquanto o Ibovespa conseguiu encerrar com leve alta de 0,20%, aos 103.745,77 pontos, depois de ter recuado para a casa dos 101 mil pontos pela manhã, os juros futuros oscilaram muito e acabaram com viés de alta nos vértices longos. Já o dólar à vista recuou 0,27%, a R$ 5,3010.
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•BOLSA
•JUROS
•CÂMBIO
MERCADOS INTERNACIONAIS
A decisão de juros do Federal Reserve (Fed) nesta tarde teve a esperada desaceleração no aumento das taxas com uma alta de juros 50 pontos base, mas as projeções dos diretores da autoridade sugeriram uma mediana de taxas mais elevadas do que na reunião de setembro. Para 2023, as expectativas subiram de 4,6% para 5,1%. Como resultado, ativos de risco foram pressionados. O presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou a visão de que um nível sustentando de juros mais elevados é necessário, mas também afirmou na coletiva de imprensa que a autoridade se aproxima de um patamar suficientemente restritivo. Neste cenário, as bolsas de Nova York fecharam em queda, enquanto o dólar recuou e os juros dos Treasuries ficaram mistos. O petróleo avançou, com a commodity impulsionada por perspectivas para alta na demanda.
Para a Stifel Economics, indiscutivelmente mais importante que o debate do tamanho da alta de juros hoje foi a liberação do resumo atualizado das projeções econômicas. "Nele, o Fed aumentou significativamente suas perspectivas para a política rumo a 2023", valia. Sete dos 19 dirigentes do Fed sugeriram que a taxa de juros poderia ser ainda mais alta que os 5,1% no ano que vem. Notavelmente, dois antecipam política atingindo 5,6% no próximo ano. Enquanto isso, a mediana das projeções do Fed para a inflação nos EUA medida pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu nos cenários estimados pela instituição até 2025. A de 2023 avançou de 2,8% em setembro para 3,1% agora. Em 2024, passou de 2,3% a 2,5%, já 2025 subiu de 2,0% para 2,1%. Para a inflação no longo prazo, a estimativa foi mantida em 2,0%.
Mais uma vez, Powell alertou contra tirar o pé do freio cedo demais. Afinal, disse ele, o mercado de trabalho ainda está visivelmente desequilibrado. Sem uma desaceleração significativa, a pressão inflacionária subjacente dificilmente seria capaz de recuar o suficiente. Mesmo após o fim dos aumentos das taxas de juros, espera-se que as taxas de juros permaneçam em um platô por um período de tempo mais longo. "Em suma, o trabalho do Fed ainda não terminou", resume o Commerzbank sobre a coletiva. "É improvável que Powell seja dissuadido de dar mais alguns passos - a reputação de um banqueiro central raramente é forjada sob os aplausos do público. Esperamos que o Fed aumente as taxas em mais 50 pontos base. Isso é um pouco menos do que indicam as projeções do Fed. No entanto, esperamos uma recessão em 2023, enquanto o Fed ainda assume um leve crescimento", avalia o banco alemão.
Neste cenário, as bolsas de Nova York, que chegaram a operar em alta durante o dia, tiveram baixas. Dow Jones recuou 0,42%, aos 33.965,69 pontos, S&P 500 caiu 0,61%, aos 3.995,21 pontos e Nasdaq teve baixa de 0,76%, aos 11.170,89 pontos. Na Europa, a maioria dos principais índices já havia recuado, como o DAX, que caiu 0,26% em Frankfurt e o CAC 40, que baixou 0,21% em Paris. Já os rendimentos dos Treasuries ficaram sem sinal único ao final da tarde, o juro da T-note de 2 anos operava estável em 4,222%, o da T-note de 10 anos reduzia a 3,477% e o do T-bond de 30 anos cedia a 3,517%.
No câmbio, é esperado que o Banco Central Europeu (BCE) amanhã aumente a taxas em 50 pontos-base, o que elevaria os juros para 2%. "A chave para a recuperação do euro será o que BCE telegrafa para o pico da taxa de juros", avalia. Também com decisão amanhã, a avaliação é de que os dados britânicos mantêm o Banco da Inglaterra (Banco da Inglaterra, na sigla em inglês) no caminho de elevar as taxas em pelo menos 50 pontos-base na quinta-feira, de 3%, o nível mais alto desde 2008. Ao final da tarde, o euro avançava a US$ 1,0686 e a libra tinha alta a US$ 1,2436. O DXY teve baixa de 0,20%.
O movimento impulsionou o petróleo, cotado na moeda americana. Além disso, o mercado da commodity reagiu a um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), que elevou suas projeções para oferta e demanda globais em 2022 e 2023, e dados de estoques semanais do óleo e derivados nos EUA. O WTI com entrega prevista para janeiro fechou em alta de 2,51% (US$ 1,89), a US$ 77,28, e o do Brent para fevereiro avançou 2,50% (US$ 2,02), a US$ 82,70. (Matheus Andrade - [email protected])
BOLSA
O Ibovespa chegou a zerar perdas no meio da tarde durante entrevista ao vivo do próximo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews, sem tropeços que desagradassem ao mercado, que segue atento também, em especial, ao caminho que a PEC da Transição terá na Câmara sob o presidente Arthur Lira (PP-AL), com sinais de que poderá ainda sofrer desidratação frente ao texto aprovado na semana passada pelo Senado. E resistiu depois à piora em Nova York, onde Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq oscilaram ao negativo, em queda além de 1% nas mínimas do dia, após indicação de que os juros permanecerão altos por mais tempo nos Estados Unidos.
Ao fim, em tarde de grande volatilidade lá como aqui, a referência da B3 mostrava leve ganho de 0,20%, a 103.745,77 pontos, entre mínima de 101.631,98 pontos (-1,84%), menor nível intradia desde 28 de julho, e máxima de 104.515,83 pontos (+0,94%), em variação de quase 3 mil pontos entre os extremos da sessão. Em dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, o giro foi muito reforçado, a R$ 81,5 bilhões. Na semana, o índice de ações cede 3,51% e, no mês, cai 7,77%. Desde ontem em baixa no ano, o Ibovespa recua agora 1,03% em 2022.
Na agenda externa, o Federal Reserve, conforme esperado, diminuiu o ritmo de elevação da taxa de juros de referência, de 0,75 para 0,50 ponto porcentual na decisão de dezembro, nesta tarde. No entanto, a sinalização do BC americano de que os juros, por lá, ficarão em patamar alto por mais tempo do que se antecipava - ao menos até 2025 - fez os índices acionários oscilarem para o negativo em NY e os juros dos Treasuries acentuarem alta na sessão. Aqui, contudo, o Ibovespa manteve o mesmo grau de ajuste anterior à decisão do Fed, tendo mostrado desde mais cedo descolamento do sinal de Nova York, seja positivo ou não.
"O Fed deixou claro que novas altas de juro serão necessárias para trazer a inflação para a meta. Dentro desse contexto, os índices de atividade econômica dos EUA devem continuar a apresentar desaceleração", nota Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. "No comunicado, destaque para mudanças nas projeções de diretores (do Fed), que passaram a apontar para patamar final no atual processo de elevação dos juros, a 5,1%, a ser seguido por gradual redução, para 4,1%, ao fim de 2024. Ou seja, cenário com uma ou duas altas nas próximas reuniões, a depender da magnitude", observa Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos.
Até o sinal dado pelo Federal Reserve nesta tarde, o cenário que parecia prevalecer em Nova York era o do "buy the dip", favorável a compras de ações e exposição ao risco. "Qualquer boa notícia, por menor que fosse a variação favorável - como no caso da recente leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos -, era motivo para compras", diz Nicolas Merola, chefe de análise da Inv. Ele ressalta a percepção de que o momento do ciclo parecia estar se diferenciando por lá, enquanto, no Brasil, as preocupações sobre o fiscal e a gestão de estatais impõem pressão sobre a curva de juros e obscurecem a perspectiva para o próximo ano.
Aqui, como ontem, os investidores na B3 se mantiveram concentrados, também, nos rumores e nas deliberações de Brasília, atentos ao caminho que a PEC da Transição terá na Câmara. Líderes partidários foram nesta tarde à residência oficial do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a proposta. Como o Broadcast Político vem mostrando, deputados têm reclamado que não foram ouvidos no acordo fechado no Senado sobre o texto. A apreciação do chamado orçamento secreto, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tem se mostrado um elemento complicador na equação.
Hoje, a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo, disse que o relator-geral do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) é guardião dos "segredos de caixa-preta" do Orçamento. Rosa é relatora de quatro ações que contestam a constitucionalidade das emendas do relator, em julgamento agora na Corte.
Com a situação fiscal, e possível ingerência do futuro governo nas estatais a partir de 2023, ainda como fiéis da balança no apetite dos investidores por ativos de risco, as ações de Petrobras (ON -9,80%, PN -7,93%) pressionaram o Ibovespa desde cedo após aprovação, no fim da noite anterior, de mudança na Lei de Estatais interpretada como uma fresta aberta para acomodação de agentes e interesses políticos. Contudo, a virada observada, depois do meio da tarde, em siderurgia (CSN ON +3,46%, Usiminas PNA +5,50%) e especialmente nos grandes bancos, à exceção do estatal BB (ON -2,48%) e de Santander (Unit -0,31%), assegurou sinal positivo ao Ibovespa no fechamento, em dia de avanço também para Vale (ON +0,85%), favorecida pela alta do minério na China.
Na ponta do Ibovespa, destaque nesta quarta-feira para Méliuz (+7,02%), SLC Agrícola (+6,33%), Cielo (+6,26%), Usiminas (+5,50%) e Alpargatas (+5,38%). No lado oposto, as duas ações de Petrobras (ON -9,80%, PN -7,93%), à frente de Gol (-6,35%), Magazine Luiza (-6,07%) e São Martinho (-5,06%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])
18:26
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 103745.77 0.19905
Máxima 104515.83 +0.94
Mínima 101631.98 -1.84
Volume (R$ Bilhões) 8.15B
Volume (US$ Bilhões) 1.52B
18:30
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 103570 -0.03861
Máxima 103720 +0.11
Mínima 101640 -1.90
JUROS
Os juros futuros chegaram a moderar o ritmo de alta no período da tarde, na expectativa de que a PEC da Transição possa ter nova diluição durante a tramitação na Câmara, mas ficaram voláteis após o comunicado do Federal Reserve e a entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell, alinhados à reação de Wall Street. Terminaram de lado até os vértices intermediários e em leve alta nos longos. O risco fiscal doméstico, no entanto, manteve-se como pilar principal a sustentar a nova abertura das taxas, hoje com a repercussão bastante negativa da mudança na Lei das Estatais, ontem, na Câmara.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou 14,00%, de 14,06% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 encerrou em 13,64%, de 13,65% ontem. A do DI para janeiro de 2027 subiu de 13,35% para 13,45%.
Na quarta sessão de alta consecutiva - quinta, no caso da ponta longa - das taxas, o mercado encontrou espaço para adicionar prêmio à curva, mas após a reunião do Federal Reserve operou ao sabor do vaivém de Wall Street.
Inicialmente, a indicação do comunicado de que aumentos nos juros são necessários para "atingir uma política monetária suficientemente restritiva" e que os dirigentes passaram a prever a taxa mais alta nos próximos ano resultou numa virada para cima nos yields dos Treasuries e o DI acompanhou, acelerando o avanço. Mas os rendimentos voltaram a cair quando Powell disse que os juros já se aproximam do nível restritivo e esperar quedas significativas na inflação e no núcleo em 2023, o que também tirou pressão da curva por aqui.
Nesse contexto, a melhora externa acabou servindo como argumento para um mercado que parecia já exaurido. "É difícil alongar posição nesse contexto, a curva precisaria estar mais uniforme. Ao mesmo tempo, é complicado também tomar nesses níveis, para isso é preciso esperar que o cenário vá piorar muito", disse o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, para quem o desenho da curva traduz a percepção dos agentes de que os juros, a inflação e os prêmios de risco ficarão elevados por mais tempo, refletido na inclinação negativa, ainda que esta tenha fechado um pouco. O DI para janeiro de 2025 abriu cerca de 75 pontos desde a última quarta-feira e o DI para janeiro de 2027, mais de 80 pontos.
Internamente, a aprovação ontem à noite, a toque de caixa, de mudanças na Leis das Estatais pela Câmara abrindo caminho para que Aloizio Mercadante assuma a presidência do BNDES, foi mal recebida, lida como uma alteração casuística para possibilitar indicações políticas a cargos nas estatais na gestão Lula.
A legislação alterou o período de quarentena de 36 meses para 30 dias para cargos de estatais. "Ainda que não tenham sido modificadas normas relacionadas à governança e accountability de estatais, a possibilidade de novas mudanças preocupa investidores", disseram analistas da Levante Investimentos. Do lado positivo, agradou a indicação de Bernard Appy para a Secretaria Especial para reforma tributária.
Segundo a equipe da Warren Renascença, o texto pode ser incluído como extrapauta, na sessão de hoje do Senado. "A visão, até o momento, é que a 'Emenda Mercadante' tem boa aderência na Casa e que, após votação relâmpago na noite de ontem na Câmara, pode ter a sua tramitação finalizada ainda esse ano", disseram. Ainda, afirmam que o entendimento preliminar é de que, se for encaminhado para sanção presidencial, neste ano, a orientação será pelo veto presidencial.
O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista à GloboNews nesta tarde que o BNDES não será mais um banco que vai "atrás do sujeito para emprestar" e que terá com foco estruturar operações. Voltou a destacar que responsabilidade fiscal "é parte" da responsabilidade social e que a nova âncora fiscal, cuja proposta pretende apresentar até o início do ano que vem, pode "impulsionar" o avanço da reforma tributária no Congresso.
Sobre a PEC da Transição, a movimentação em Brasília traz esperança de que o impacto fiscal de R$ 168 bilhões possa ser ainda mais diluído. Líderes partidários se reuniram com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta tarde, na tentativa de costurar um acordo. O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, vai tentar reduzir de 2 anos para 1 ano o prazo da retirada do Bolsa Família na PEC, além de diminuir o valor da ampliação do teto, atualmente em R$ 145 bilhões. (Denise Abarca - [email protected])
Volta
CÂMBIO
A decisão do Federal Reserve e a posterior coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell, demoraram a dar uma tendência clara ao mercado de câmbio doméstico, que, no fim, terminou apresentando valorização do real. O forte movimento de alta ante o real visto logo cedo, em meio ao mal-estar com os rumos da transição de governo, foi sendo gradualmente deixado de lado com relatos de fluxo comercial para o Brasil, enquanto o mercado aguardava o Banco Central dos Estados Unidos. O dólar à vista terminou a sessão desta quarta-feira em queda de 0,27%, aos R$ 5,3010.
O incômodo com a cena política foi expresso nas cotações logo cedo, com o dólar correndo à máxima de R$ 5,3725 ainda na primeira meia hora de negócios. A escolha de Aloizio Mercadante para o BNDES e a manobra que a Câmara fez, ontem à noite, na Lei de Estatais seguiam incomodando os agentes, a despeito de sinalização por parte do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de antecipar o debate sobre a âncora fiscal.
"A incerteza sobre o novo governo, com alguns nomes não técnicos entrando em posições importantes, tem feito com que o dólar fique mais pressionado, principalmente hoje mais cedo, mas em dezembro como um todo", afirma Marco Noernberg, da Manchester Investimentos. A despeito da queda hoje, o dólar à vista acumula ganho de 1,91% no mês. O contrato para janeiro tem ganho ao redor de 2% em dezembro.
Mas depois das primeiras horas bastante pressionadas, operadores relataram que a entrada de fluxo comercial foram abrandando a cotação do dólar ao longo da sessão, até o ponto em que ela virou para o negativo por volta das 14h.
E a partir daí, o mercado passou a operar em compasso de espera pela decisão do Fed, sem deixar de acompanhar a entrevista do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews e as negociações em torno da PEC da Transição, cuja votação está se encaminhando para ocorrer somente na semana que vem.
Como o esperado, o BC dos EUA diminuiu o ritmo de elevação da taxa de juros, mas reforçou que novas altas de juros serão necessárias para levar a política monetária a um nível restritivo. Foram apresentadas ainda as projeções dos dirigentes, que agora veem os juros mais elevados do que em setembro. A mediana para 2023 subiu de 4,6% a 5,1% e de 2024 foi de 3,9% para 4,1%.
"No geral, esta reunião enviou uma clara mensagem hawkish. O Fed está abrandando o ritmo da subida dos Fed funds, mas continua empenhado em atingir uma taxa terminal mais elevada. Surpresas positivas recentes na inflação são um desenvolvimento bem-vindo, mas parece improvável que dissuadam o Fed de novos aumentos no próximo ano. Continuamos esperando mais dois aumentos de taxa de 25 pontos-base no primeiro trimestre, atingindo uma taxa terminal na faixa de 4,75%-5,00%", escreveu Jeremy Schwartz, economista sênior do Credit Suisse nos Estados Unidos, em relatório enviado a clientes.
Apesar de uma percepção inicial mais hawkish, o câmbio, tanto aqui quanto no exterior, esperava as falas de Powell para firmar uma tendência, que viria mesmo somente no fim da sessão.
O presidente do Fed reforçou que a decisão de fevereiro é dependente de dados e lembrou que as informações correntes sobre a inflação, como o CPI de ontem, surpreenderam para baixo. Disse também esperar "quedas significativas" na inflação e em seu núcleo em 2023. Ele sugeriu ainda que os juros já se aproximam do nível "suficientemente restritivo", mesmo que ali tenha de permanecer por um período prolongado.
Esse conjunto de informações veio após o dólar à vista fechar, deixando a reação para o segmento futuro. A moeda para janeiro estava cotada em R$ 5,3020 (-0,24%) às 18h20. Nesse mercado, o giro financeiro era de pouco mais de US$ 15 bilhões. Lá fora, as declarações de Powell derrubaram o DXY para a faixa de 103 pontos. (Mateus Fagundes - [email protected])
18:30
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.30100 -0.269 5.37250 5.29310
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5302.500 -0.2258 5391.000 5292.500
5375.000 0.48714 5400.000 5370.000