FED E FALA DE BOLSONARO SOBRE PETROBRAS PUXAM DÓLAR E DIS, ENQUANTO BOLSA ZERA GANHO

Blog, Cenário
Uma nova declaração truncada do presidente Jair Bolsonaro sobre a Petrobras, ao criticar a gestão anterior e dizer que "podemos mudar essa política de preços" na estatal, azedou o humor dos investidores com os ativos locais. O dólar, que já vinha em alta diante do real, em movimento alinhado ao exterior, acelerou a valorização e renovou máximas consecutivas, enquanto os juros futuros passaram a acumular ainda mais prêmios e o Ibovespa zerou o discreto ganho verificado até então. Durante a nova posse do novo diretor-geral de Itaipu, que assume justamente a vaga do indicado à presidência da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, Bolsonaro disse primeiro que não ia "interferir" nos preços, mas na sequência disse que a política poderia ser alterada, citando o projeto sobre a mudança na cobrança do ICMS sobre combustíveis. Os investidores, já ressabiados com as recentes trocas no comando da estatal, trataram de embutir as novas incertezas nos preços dos ativos, mesmo que pontualmente, o que fez a moeda dos EUA se aproximar de R$ 5,66 na máxima do dia. A divisa já vinha subindo após o Fed mostrar otimismo com a retomada da economia americana, mas sem preocupação com a inflação e os juros longos. No fim, o dólar à vista teve alta de 0,78%, a R$ 5,6434, depois de dois pregões em baixa. A aceleração do câmbio e a cautela envolvendo Petrobras, num momento de incerteza sobre o orçamento, contaminaram a curva de juros, que ganhou inclinação e cujas taxas terminaram o pregão nas máximas. Na renda variável, em dia de fôlego curto em Nova York, ainda que o S&P 500 tenha renovado máxima histórica, o Ibovespa, onde as ações da estatal petroleira zeraram os ganhos, abandonou o nível de 118 mil pontos, até terminar com pequena alta de 0,11%, aos 117.623,58 pontos, anulando o efeito positivo que a alta firme dos papéis de Vale e siderúrgicas traziam para o índice até então. Antes do efeito Petrobras, contudo, os ativos já tinham certa deterioração após os juros longos dos Treasuries firmarem alta com a divulgação da ata do banco central americano, diante do tom dovish adotado pela autoridade monetária.
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CÂMBIO Após dois dias seguidos de queda, o dólar teve uma quarta-feira volátil. Pela manhã, operou em queda, em meio a relatos de fluxos para o Brasil e desmonte de posições contra o real, chegando a ser negociado em R$ 5,54. Nos negócios da tarde, firmou alta e encostou nos R$ 5,66, enquanto a divisa dos Estados Unidos ganhava força no exterior, com o Federal Reserve otimista com a retomada da economia americana, mas sem mostrar preocupação com a inflação e com a disparada recente dos juros longos dos Treasuries. No mercado doméstico, causou ruído nas mesas de operação a declaração de Jair Bolsonaro de que o governo pode mudar a política de preços da Petrobras. O real foi a moeda com pior desempenho hoje, considerando a lista de 34 mais líquidas. No fechamento, o dólar à vista encerrou com valorização de 0,78%, a R$ 5,6434. No futuro, o dólar para maio subia 0,85%, cotado em R$ 5,6475 às 17h. O volume de negócios teve pequena recuperação hoje, superando os US$ 11 bilhões, mas ainda abaixo da média recente (US$ 16 bilhões). A declaração de Bolsonaro, embora sem maiores detalhes sobre o que ele pretende fazer com os preços dos combustíveis, fez o papel da Petrobras passar a cair, os juros futuros baterem máximas e também pressionou o câmbio. Para o diretor de Tesouraria de um banco, volta o fantasma do populismo e da repetição de estratégia de governos passado, o que é mal visto pelo mercado doméstico e, especialmente, pelos estrangeiros. O economista-chefe de mercados emergentes da consultoria inglesa Capital Economics, William Jackson, destaca que o conturbado processo de troca de comando da Petrobras já acendeu uma luz amarela no Brasil para os investidores internacionais. Essa cautela ocorre em um momento em que a preocupação fiscal ajuda a embaçar as perspectivas para o crescimento da economia, sobretudo com os recordes diários de mortes da pandemia. O Orçamento de 2021 também segue ainda sem solução. Em meio à piora da pandemia, a agência de classificação de risco Fitch Ratings alertou nesta tarde que as incertezas sobre os rumos da doença e do processo de vacinação podem piorar as perspectivas para a atividade e a situação fiscal no Brasil, que já é pior que seus pares. No exterior, a divulgação da ata do Fed era um dos eventos mais esperados da semana. O documento mostrou o BC americano otimista com a atividade econômica, mas avaliando que a inflação pode ter repique, mas de forma temporária. A sinalização é que não há pressa para elevar os juros e alterar a estratégia de política monetária, comenta a economista para os EUA da Oxford Economics, Kathy Bostjancic, em nota. Ao mesmo tempo, ela acrescenta que há uma impaciência do mercado, em meio à elevação das taxas de retorno (yield) dos juros longos, movimento para o qual o Fed não sinalizou preocupação. "O Fed será extremamente paciente para elevar os juros", afirma a economista, ponderando que a precificação da curva de juros no momento é de alta de 0,25 ponto porcentual em 2022 e mais 0,75 ponto em 2023. Antes da ata, o DXY, que mede o dólar ante moedas fortes, operava praticamente estável, mas passou a subir em seguida, acompanhando o movimento dos juros dos Treasuries, que passaram a mostrar altas. A moeda americana também ganhou força nos emergentes, subindo ao final da tarde 0,27% no México, 0,44% na Turquia e 0,28% na África do Sul. (Altamiro Silva Junior - [email protected]) 17:37 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.64340 0.7786 5.65490 5.54970 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5633.500 0.59821 5662.500 5557.000 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5617.000 06/04 JUROS Os juros, que vinham em alta moderada ao longo da sessão, aceleraram o avanço no fim da etapa regular, fechando nas máximas, em reação à declaração do presidente Jair Bolsonaro, nesta tarde, segundo a qual a política de preços da Petrobras poderá ser alterada. O fantasma da intervenção política nos preços da companhia voltou a assombrar o mercado num momento já de grande estresse em função do impasse em torno do Orçamento de 2021, que vem tornando a curva praticamente insensível a influências positivas, como por exemplo a acomodação do mercado de Treasuries e o bem-sucedido leilão de aeroportos. A isso, somaram-se ainda a piora do câmbio e um temor crescente entre os agentes de que o governo volte a decretar estado de calamidade, em função das consequências mais severas da pandemia no País. No fim da etapa regular, todas as principais taxas estavam nas máximas. A do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 encerrou em 4,725%, de 4,656% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 marcava 8,38%, de 8,236%. A do DI para janeiro de 2027 encerrou em 8,99%, de 8,854%. A declaração do presidente foi feita com o mercado já na reta final dos negócios, mas causou estrago, com a alta das taxas passando de algo em torno de 5 pontos-base para até 14 pontos. Na cerimônia de posse do novo diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, o chefe do Executivo defendeu "previsibilidade" e "transparência" na política de preços da companhia. Declarou que não iria interferir, mas que essa poderia ser alterada, citando o projeto sobre a mudança na cobrança do ICMS sobre combustíveis. Bolsonaro já havia dado este tipo de indicação anteriormente, mas agora pegou o mercado num momento já de grande aflição com as questões fiscais. A exemplo dos últimos dias, hoje o impasse em torno do Orçamento seguiu como entrave para um alívio de prêmios. A ata do Federal Reserve, grande destaque da agenda, não foi capaz de influenciar diretamente os negócios com juros, mas sim via câmbio, com o dólar acelerando a alta a partir do avanço dos juros longos dos Treasuries, por sua vez, pressionado pelas indicações do documento. "O problema é nosso, com essa incerteza orçamentária e risco de calamidade. É um pepino que enquanto não se resolver o mercado vai seguir pedindo prêmio", disse o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, para quem o fato de o presidente Jair Bolsonaro não se envolver diretamente na questão do Orçamento é um agravante. O Orçamento foi aprovado no Congresso em 25 de março, com manobras contábeis via subestimação de despesas obrigatórias para a acomodação de emendas parlamentares, o que vai exigir um bloqueio nas despesas de ao menos R$ 30 bilhões para garantir o cumprimento do teto de gastos. O relatório da área técnica do Tribunal de Contas sobre a regularidade da redução de despesas obrigatórias é inconclusivo e a corte agora pede uma série de informações ao Ministério da Economia e à Casa Civil para embasar sua análise. Portanto, não é coincidência que a inclinação da curva venha aumentando sucessivamente nos últimos dias. O diferencial entre os vencimentos de janeiro de 2022 e janeiro de 2027, que em 26 de março, dia seguinte à aprovação do Orçamento, era de 396 pontos-base hoje, hoje fechou em 426 pontos. O noticiário da pandemia recorrentemente negativo também pesa. Com a marca de 4 mil mortes diárias por covid-19 no País, insuficiência de vacinas e atraso no fornecimento de insumo para os imunizantes, o quadro sanitário eleva as preocupações sobre a necessidade de restrições de circulação e à atividade ainda mais severas e de ampliação de auxílio financeiro à população. Caso o governo decrete novamente estado de calamidade, as regras fiscais serão suspensas e estará aberto caminho para um aumento mais significativo dos gastos. Para o ex-chefe do Departamento de Mercado Aberto (Demab) do Banco Central e consultor independente da Ohmresearch, Sérgio Goldenstein, a evolução do quadro fiscal é uma variável relevante para a definição sobre até onde a Selic pode chegar. "É importante que não haja barbaridade do lado fiscal. Se, por exemplo, for decretado estado de calamidade, isso aumentaria muito o prêmio de risco, e aí o BC pode ser obrigado a subir mais a Selic", afirmou, durante live promovida pelo Valor Econômico. (Denise Abarca - [email protected]) 17:37 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 2.80 Capital de Giro (%a.a) 5.73 Hot Money (%a.m) 0.64 CDI Over (%a.a) 2.65 Over Selic (%a.a) 2.65 BOLSA Com Vale ON negociada na máxima a R$ 105,32, e desempenho também positivo para siderurgia, o Ibovespa foi nesta quarta-feira aos 118.303,28 pontos (+0,68%) no melhor momento da tarde, maior nível intradia desde 22 de fevereiro, mas acabou cedendo a nova ameaça de intervenção do presidente Jair Bolsonaro na política de preços da Petrobras, uma reiteração que segurou as ações da estatal no complemento da sessão. Para piorar, o dólar ganhou dinamismo com a ata do Fed, elevando a moeda à vista a R$ 5,6549 na máxima da sessão, com a avaliação da autoridade monetária sobre a economia americana fortalecendo a referência ante pares como euro e libra. Embora abaixo da resistência dos 118 mil, o índice da B3 conseguiu se manter além dos 117 mil pontos pelo terceiro fechamento consecutivo e embora tenha parecido a caminho, pelo segundo dia, de fechamento bem perto do zero a zero, encontrou ao fim leve alta de 0,11%, a 117.623,58 pontos, com mínima a 116.747,95 e abertura a 117.498,87 pontos. O giro ficou em R$ 31,8 bilhões. Na semana, o Ibovespa avança 2,06%, com ganho de 0,85% neste começo de mês, limitando as perdas do ano a 1,17%. Ao longo da tarde, o Ibovespa se mostrou indeciso entre perdas e ganhos, assim como as referências de Nova York, a princípio na expectativa para a ata da reunião do comitê de política monetária (Fomc) do Federal Reserve. Até a divulgação do documento, o índice da B3 oscilava ao sabor das idas e vindas do dólar, que seguiu renovando máxima também após a ata, nesta tarde. "Prevalecia cautela até a ata do Fomc, com o intuito de avaliar se haveria indicação de movimento de normalização (da política monetária) mais cedo do que o Fed havia anunciado, embora a expectativa fosse de que o documento reiteraria posição cautelosa da autoridade monetária, em cenário de inflação ainda baixa. O que poderia pesar contra isso é a aceleração da retomada econômica, com o avanço da vacinação nos Estados Unidos e o forte nível de estímulos fiscais e monetários, que tem alimentado as expectativas de inflação", observa a economista Paloma Brum, da Toro Investimentos. Embora, na ata, os dirigentes do Federal Reserve tenham reconhecido a melhora da perspectiva econômica, reiteraram o compromisso com a manutenção de estímulos à atividade, ainda mostrando pouca preocupação com a progressão de preços no país. No documento, os dirigentes do Fed disseram esperar queda nas leituras anualizadas de inflação, após alta transitória, e atribuíram o avanço dos juros dos Treasuries à "melhora de expectativas", bem como à emissão de títulos. Ainda assim, a avaliação sobre a economia americana não passou despercebida, resultando em apreciação do dólar, aqui e fora. "Um 'taper tantrum' é o grande temor para os investidores em ações. Wall Street pode ter que esperar até as decisões de junho ou julho para ver se as pressões inflacionárias estão se tornando preocupantes", observa em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York, referindo-se ao movimento de elevação dos rendimentos dos Treasuries em 2013, em reação do mercado aos sinais iniciais de reversão do afrouxamento quantitativo que havia sido posto em andamento anos antes pelo Fed para dar suporte à retomada econômica, desde a recessão de 2008/2009. "O Ibovespa encerrou mais uma vez no zero a zero, com volume muito abaixo da média, reflexo de 'dois mundos' na bolsa brasileira: do lado positivo, as empresas de commodities e exportadoras, em mais um dia de alta do minério de ferro e com dados econômicos acima do esperado nas economias desenvolvidas; do lado negativo, economia com fracos resultados aqui, na passagem de fevereiro para março, contrariando o ritmo pelo mundo, além do imbróglio sobre o Orçamento de 2021 e o aumento do risco fiscal, traduzido em mais um dia de inclinação da curva de juros", observa Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "O mercado continuou hoje em cima dos três pilares que vêm ditando o andamento desde segunda-feira: o externo, a vacinação aqui e as questões fiscais. A ata do Fed acabou gerando um pouco de estresse, devido ao apontamento de que a recuperação da economia continua forte nos Estados Unidos, e que eles (do Fed) continuam acompanhando bem de perto, dentro da forte recuperação que começa a se mostrar lá fora", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos. Para Rodolfo Carneiro, sócio e assessor da Valor Investimentos, a ata do Fed trouxe "pensamento um pouco mais 'hawkish'", o que resultou em algum "sofrimento" para o câmbio aqui. "A declaração do Bolsonaro sobre a política de preços da Petrobras também pesou, ligeiramente. Mas o pior ponto do dia foi, de fato, essa ata do Fed, com alguma mudança em relação ao comunicado inicial, o que resultou em acréscimo de preço no dólar", acrescenta. Nesta tarde, ao dizer que "podemos mudar essa política de preços na Petrobras", o presidente Bolsonaro contribuiu para reduzir o fôlego do índice da B3, revertendo o ganho da ação PN (-0,08%) e reduzindo o da ON a 0,46% no fechamento, após ambas terem girado em torno de 1% de alta antes das declarações. Destaque nesta quarta-feira para ganho de 2,46% em Vale ON, em dia também positivo para as ações de siderurgia (Gerdau PN +1,89%, CSN +1,84%). Na ponta do Ibovespa, Braskem fechou em alta de 5,95%, à frente de Minerva (+4,22%) e de Hapvida (+3,89%). Na face oposta, Hering cedeu 3,34%, Rumo, 3,25%, e B2W, 2,96%. O setor de bancos, o de maior peso no Ibovespa, teve desempenho majoritariamente negativo, com perdas moderadas na sessão, até 1,09% (Bradesco PN) - a exceção foi Santander, praticamente estável no fechamento (+0,03%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:21 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 117623.58 0.10614 Máxima 118303.28 +0.68 Mínima 116747.95 -0.64 Volume (R$ Bilhões) 3.18B Volume (US$ Bilhões) 5.69B 17:37 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 117595 -0.15283 Máxima 118400 +0.53 Mínima 116690 -0.92 MERCADOS INTERNACIONAIS Os juros longos dos Treasuries firmaram alta com a divulgação da ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed). Analistas avaliam que os dirigentes mantiveram um tom "dovish" e, em divergência com o mercado, não demonstraram preocupação com a inclinação da curva de rendimentos. O documento mostrou também que o Fed vê equilíbrio na trajetória da inflação. Além disso, não houve sinalização de mudança no ritmo de compras de ativos. No mercado cambial, o índice DXY do dólar passou a subir com a retomada do avanço nos juros. As bolsas de Nova York chegaram a ganhar fôlego, mas fecharam sem direção única. O índice S&P 500, contudo, renovou o recorde histórico. Em Washington, o presidente americano, Joe Biden, voltou a defender seu pacote de infraestrutura e mostrou disposição para negociar com os republicanos. Após uma pausa, os juros dos títulos da dívida americana de longo prazo retomaram a trajetória de alta. Houve oscilação durante o dia, mas o movimento ganhou força à medida que os investidores avaliavam a ata do Fed. No final da tarde em NY, o retorno da T-note de 2 anos operava estável em 0,160%, o da T-note de 10 anos avançava a 1,664% e o do T-bond de 30 anos registrava ganho a 2,355%. Na visão do economista-chefe para EUA da Capital Economics, Paul Ashworth, apesar de o gráfico de pontos de março ter mostrado uma discordância entre os dirigentes do Fed sobre o momento certo de começar o ciclo de alta no juro básico, a ata ofereceu "poucos indícios de tensões sérias". A consultoria britânica considera que o aperto monetário só deverá começar no final de 2023. "As autoridades parecem despreocupadas com a possibilidade de um aumento sustentado da inflação", diz o analista, em referência a um dos principais temores do mercado financeiro. De acordo com Ashworth, a Capital esperava que o Fed estivesse "um pouco mais preocupado" com sinais de pressão de alta sobre os salários. Para a economista-chefe para finanças dos EUA da Oxford Economics, Kathy Bostjancic, a ata mostra o contraste entre a "paciência" do Fed e a "impaciência" dos mercados. Analistas do BMO Capital Markets, por sua vez, destacam que a maior dúvida dos investidores era sobre o ritmo de compras de ativos. "O fato de não haver indício de redução ou normalização é a maior conclusão [da ata]", afirmam. Em entrevista à CNBC, a dirigente do Fed Lael Brainard reforçou a visão da ata sobre inflação e ressaltou que espera uma forte recuperação da maior economia do planeta, em ritmo mais acelerado do que em outros países. Com os juros dos Treasuries em alta, a demanda por dólar também aumentou. Depois de rondar a estabilidade, o índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante seis rivais, fechou com ganho de 0,13%, a 92,455 pontos. No final da tarde em NY, o euro caía a US$ 1,1868 e a libra recuava a US$ 1,3734. As bolsas de Nova York até ganharam fôlego com a avaliação do Fed, ressaltada na ata, de que as perspectivas para a economia dos EUA melhoraram, em meio ao avanço na vacinação contra a covid-19 e novos estímulos fiscais. No entanto, os índices acionários voltaram a oscilar perto da estabilidade e encerraram a sessão sem direção única. O Dow Jones avançou 0,05%, a 33.446,26 pontos, o S&P 500 subiu 0,15%, a 4.079,95 pontos, em nova máxima histórica, e o Nasdaq cedeu 0,07%, a 13.688,84 pontos. Durante o pregão, a oscilação nas bolsas também esteve associada à volatilidade nos preços do petróleo, que acabaram fechando em alta. De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, houve uma queda nos estoques da commodity na semana passada, mas os de gasolina aumentaram. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para maio subiu 0,74%, a US$ 59,77 o barril, enquanto o Brent para junho avançou 0,67%, a US$ 63,16, na Intercontinental Exchange (ICE). O mercado acompanhou também um discurso de Biden, que se mostrou disposto a negociar os detalhes do pacote de infraestrutura com a oposição, incluindo o aumento do imposto corporativo de 21% para 28%. O democrata destacou que o investimento em obras tem o potencial de colocar os EUA de volta na liderança global. Em coletiva de imprensa, a secretária de Comércio americana, Gina Raimondo, afirmou que os gastos farão com que o país possa competir melhor com a China. (Iander Porcella - [email protected])
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