A notícia do Global Times de que a China continua comprando soja dos EUA, ao contrário do que a Bloomberg relatou ontem, ajuda a impulsionar os índices futuros das bolsas de Nova York e os mercados da Europa e, ao mesmo tempo, pressiona o dólar para baixo. Antes disso, as bolsas asiáticas subiram, os mercados europeus já avançavam, mas os futuros de Nova York operavam sem direção única, com investidores de olho nos esforços de reabertura econômica, após o choque do coronavírus, mas também monitorando a onda de violentos protestos antirracistas que se espalhou nos EUA na última semana, após a morte de George Floyd, um homem negro que foi asfixiado por um policial branco na cidade de Minneapolis.  Ontem à noite, a cidade de Nova York tentou impor toque de recolher, mas não foi suficiente para evitar mais uma noite de protestos, incluindo prisões por invasão de lojas. O presidente Donald Trump deu um ultimato aos governadores em pronunciamento, ameaçando mobilizar o Exército para "resolver rapidamente o problema", caso os chefes dos executivos estaduais não "tomem o controle das ruas" para evitar que a violência aumente. No Brasil, apesar da crise política, econômica e sanitária, os investidores não veem um ambiente favorável à destituição do presidente Jair Bolsonaro. Ainda assim, os conflitos institucionais seguem no radar em meio à agenda econômica mais fraca, o que pode abrir espaço também para um realinhamento dos ativos locais ao bom humor externo. O principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Nova York, o iShares MSCI Brazil (EWZ) subia 2,15% no pré-mercado mais cedo. Na pauta político-jurídica, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que o presidente Jair Bolsonaro esqueceu de “combinar” com ele sobre o arquivamento do inquérito que apura se houve interferência política na Polícia Federal. A fala de Aras, em entrevista exibida na madrugada desta terça-feira pela TV Globo, foi uma resposta sobre a declaração do chefe do Executivo, que afirmou acreditar no “arquivamento natural” do caso. Cabe a Aras decidir se denuncia ou não Bolsonaro. O Broadcast apurou que a tendência é que Aras peça o arquivamento do caso. No STF, o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, marcou para a quarta-feira da próxima semana, o julgamento sobre a continuidade ou não das apurações do inquérito das fake news. A Corte vai apreciar o pedido feito pelo procurador-geral após operação que atingiu empresários e aliados de Bolsonaro. Em relação às medidas emergenciais relacionadas à pandemia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defende que o Congresso haja rápido para garantir a renovação e o aperfeiçoamento de medidas provisórias, como a 936, que autoriza a redução de jornada para os trabalhadores, e 944, que libera crédito para pagamentos de salários e foca em micro e pequenas empresas. Em entrevista ao portal UOL, Maia falou sobre a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600, disse que "custa muito, mas temos que abrir espaço no orçamento para que ele possa permanecer por mais algum período". Em relação à MP 944, deve haver uma nova votação entre hoje e amanhã, e o escopo da MP poderá ser alterado, porque menos de 10% dos recursos disponibilizados foram utilizados por pequenas e médias empresas.   Fenabrave e dados dos EUA em destaque - A agenda desta terça-feira traz a divulgação dos emplacamentos de maio pela Fenabrave. O BC faz leilão de 12 mil contratos de swap (US$ 600 milhões), em rolagem (11h30). Nos EUA, saem o índice de condições empresariais de Nova York (10h45), medido pelo ISM, e o relatório semanal de estoques de petróleo, do API (17h30). À noite, sai o PMI de serviços da China em maio (22h45).   Brasil e EUA seguem na liderança em novas mortes por covid-19 em 24h - O Brasil e os Estados Unidos seguem na liderança mundial em novas mortes da covid-19. Foram 623 mortes em solo brasileiro, e 696 no território americano. No total, 29.937 pessoas já perderam suas vidas no Brasil e, nos Estados Unidos, este número é de 104.396 vítimas. O acumulado de casos no Brasil é de 526.447 e nos Estados Unidos, de 1.787.680. E no Brasil, um terço dos casos de covid-19 já ocorre fora dos grandes centros.   Governo autoriza reajuste de até 5,21% nos preços dos medicamentos - Depois de suspender por dois meses, o governo federal autorizou nesta segunda-feira reajuste de até 5,21% nos preços de medicamentos para 2020. O teto do aumento autorizado para 2020 é superior ao do ano passado, que foi de 4,33%, e ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumulou 4,01% no período entre março de 2019 e fevereiro de 2020.   Bolsonaro paga recorde de emendas parlamentares - Disposto a agradar ao Centrão para barrar eventual processo de impeachment e forçado a gastar para combater o novo coronavírus, o governo do presidente Jair Bolsonaro bateu recorde de liberação de emendas parlamentares durante a pandemia. Somente em abril, R$ 6,2 bilhões foram empenhados (quando a gestão se compromete com a despesa) - trata-se do maior valor para um único mês desde 2016, ano em que o monitoramento individual das emendas passou a ser possível.   STF/Celso arquiva pedido para apreender celular de Bolsonaro - O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, decidiu nesta segunda-feira, 1º, atender ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e arquivou o pedido apresentado por partidos da oposição para apreender os celulares do presidente Jair Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do chefe do Executivo.   MP investiga deputado bolsonarista por 'gabinete do ódio' na Alesp - O Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito civil contra o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) para investigar suposto "gabinete do ódio" na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Garcia teria permitido que seu chefe de gabinete, Edson Pires Salomão, utilizasse o equipamento público da Alesp para atacar ministros do Supremo Tribunal Federal e adversário políticos, como a deputada Joice Hasselmann.   Perfil hacker divulga dados pessoais que seriam de Bolsonaro, família e aliados - Perfis no Twitter que dizem pertencer ao grupo hacker Anonymous Brasil divulgaram na noite desta segunda-feira, supostos dados pessoais do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos Carlos, Eduardo e Flávio, além de ministros, como Abraham Weintraub, e aliados, como o dono da Havan, Luciano Hang. Entre os dados vazados estão informações como e-mails, telefones, endereços, perfil de crédito, renda, familiares e propriedades.   Mansueto: dívida bruta deve chegar a 94% do PIB em 2020 - O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou em live nesta segunda-feira que a dívida bruta deve chegar a 94% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano por causa das medidas para mitigar os efeitos do coronavírus, mas que deverá voltar a cair com medidas de ajuste fiscal e reformas a serem retomadas em 2021.   EXTERIOR OTIMISTA   Futuros de NY e bolsas europeias em alta - A notícia de que a China continua a comprar soja dos Estados Unidos acentuou os ganhos dos índices futuros das bolsas de Nova York e as bolsas europeias, que já subiam mais cedo em meio aos esforços de reabertura econômica nas duas regiões. Segue no radar, no entanto, a onda de violentos protestos antirracistas que se espalhou pelo território americano. Às 7h18, no mercado futuro, Dow Jones subia 0,69% e S&P 500 tinha alta de 0,60% e o Nasdaq subia 0,66%. A Bolsa de Londres avançava 1,11%, a de Frankfurt avançava 3,84% e a de Paris se valorizava 2,08%. O euro estava em US$ 1,1173, de US$ 1,1133 no fim da tarde de ontem, e a libra estava em US$ 1,2565, de US$ 1,2500.   Macy's e outras lojas são invadidas em NY em mais um dia de protestos - A cidade de Nova York tentou impor toque de recolher nesta segunda-feira, 01, mas não foi suficiente para evitar mais uma noite de destruição, incluindo prisões por invasão da icônica loja da Macy's, na rua 34, após protestos contra a morte de George Floyd.   Bolsas da Ásia fecham em alta - As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta terça-feira, sustentadas por expectativas de que a economia global se recupere em meio a gradual reversão de medidas de quarentena em vários países. Hoje, o Banco Central da Austrália avaliou que "é possível que a profundidade da crise econômica (do país) seja menor do que se estimava anteriormente", ao manter seu juro básico na mínima histórica de 0,25% pelo terceiro mês consecutivo, o que ajudou a bolsa de Sydney. Quando os mercados já haviam fechado saiu a notícia de que a China continua comprando soja dos EUA. O Nikkei subiu 1,19% em Tóquio, enquanto o chinês Xangai Composto avançou 0,20%, e o Hang Seng se valorizou 1,11% em Hong Kong. O sul-coreano Kospi subiu 1,07% em Seul. Na Oceania, o S&P/ASX avançou 0,27% em Sydney. Às 7h15, o dólar subia a 107,76 ienes, de 107,60 ienes no fim da tarde de ontem.   Petróleo amplia ganhos - Os contratos futuros do petróleo ampliaram ganhos após notícia do Global Times de que a China continua comprando soja dos EUA, ao contrário do que a Bloomberg havia relatado ontem. Às 7h15, o barril do petróleo WTI para julho subia 2,71% na Nymex, a US$ 36,40, enquanto o do Brent para agosto avançava 2,77 na ICE, a US$ 39,39.