EXTERIOR MORNO E INCERTEZA LOCAL DEIXAM ATIVOS VOLÁTEIS E EM DIREÇÕES DIVERGENTES

Blog, Cenário
A lateralidade da maioria dos mercados externos e o ambiente de alta sensibilidade dos investidores em relação ao Brasil fizeram com que os ativos locais tivessem uma segunda-feira volátil, que resultou em fechamentos divergentes para juros, dólar e Bolsa. No caso da renda fixa, pesou a desconfiança com o aumento do Bolsa Família, projeto entregue hoje sem a previsão de valores, e com a PEC dos Precatórios, que ainda não foi enviada pela equipe econômica ao Congresso, apesar da previsão inicial de que seriam levadas juntas. Com isso, em meio ao IGP-DI acima da mediana esperada e na véspera do IPCA de julho e da ata do Copom, pouco adiantou, no cômputo final do dia, o ministro da Cidadania, João Roma, ter dito que o programa que ocupará o lugar do Bolsa Família, chamado de Auxílio Brasil, respeitará o teto de gastos, pois os DIs subiram de forma generalizada. Mas como os longos embutiram ainda mais prêmios, houve inclinação da curva a termo. Já no caso da Bolsa, os investidores colocaram suas fichas na promessa de respeito fiscal e puxaram as ações para cima, ainda que Petrobras e Vale tenham cedido com suas respectivas commodities. Assim, o Ibovespa ganhou 0,17%, encerrando aos 123.019,38 pontos, mesmo com o recuo da maior parte dos pares em Wall Street e na Europa. Lá fora, após os recordes recentes verificados em Nova York, houve uma correção estimulada por preocupações que a variante delta pode ter sobre a atividade econômica. Não por acaso, o setor aéreo foi um dos que mais pesou negativamente para o S&P 500 e o Dow Jones. Por fim, no mercado cambial, o dólar avançou ante a maioria das moedas, com os agentes de olho em declarações de dirigentes do Fed sobre a retirada de estímulos. Em relação ao real, contudo, a divisa chegou a se aproximar de R$ 5,30 pela manhã, diante da cautela envolvendo questões fiscais e políticas. Assim como no caso da Bolsa, porém, o dólar também se acomodou com a promessa de respeito ao teto de gastos e fechou com pequeno avanço de 0,21%, a R$ 5,2473.
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JUROS As incertezas fiscais relacionadas ao aumento do programa Bolsa Família e à PEC dos Precatórios pressionaram a curva de juros, com novo ganho de inclinação nesta segunda-feira. As taxas subiram pela manhã, chegaram a zerar pontualmente a alta no meio da tarde, mas na última meia hora da sessão regular retomaram a trajetória ascendente. Em meio ainda à crise institucional, as preocupações com a inflação na véspera da divulgação do IPCA e da ata do Copom também não deram alívio, hoje com o IGP-DI de julho acima da mediana das estimativas e mais deterioração das expectativas na pesquisa Focus. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 6,488% para 6,520% e a de janeiro de 2023, de 8,164% para 8,22%. As da ponta longa avançaram ainda com mais força. O DI para janeiro de 2025 encerrou com taxa de 9,12%, de 9,055%, e a do DI para janeiro de 2027 terminou em 9,51%, de 9,403%. O diferencial entre os contratos de janeiro de 2022 e janeiro de 2027 ficou em 299 pontos-base, o pico desde os 300 pontos desde o último dia 13 de julho, ante 292 pontos na sexta-feira. As taxas ensaiaram melhora no meio da tarde, flertando com a estabilidade, após o governo reafirmar o compromisso com a disciplina fiscal nas definições para o Auxílio Brasil, novo programa social a partir de um Bolsa Família repaginado que agora passará a atender mais de 16 milhões de pessoas. "O valor do novo programa deverá sofrer um reajuste de pelo menos 50% do tíquete médio de R$ 189. Isso deverá ser alcançado dentro do teto de gastos, em consonância com a responsabilidade fiscal", garantiu o ministro da Cidadania, João Roma. O governo entregou a Medida Provisória (MP) do programa à Câmara sem definir o valor do benefício. Segundo Roma, isso deve ser definido no fim de setembro, após envio da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ao descartar a possibilidade de o reajuste ultrapassar limites do teto de gastos, a fala do ministro tirou pressão da curva. "É o tipo de declaração que ajuda a reduzir a preocupação em relação ao avanço da ala governista favorável a manobras fiscais para abrir espaço a mais gastos", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno. O movimento porém durou pouco e as taxas voltaram a subir, com a informação publicada pelo Broadcast de que a PEC dos Precatórios, a ser entregue ainda hoje à Câmara, vai propor a correção pela Selic dos valores a serem pagos a partir de 2022, segundo fontes. Atualmente, os precatórios tributários já são atualizados pela Selic, mas os alimentares são corrigidos pelo IPCA. Na prática, a atualização está acima de 11% ao ano. A Selic está em trajetória de alta e deve atingir 7,25% no fim de 2021 segundo a pesquisa Focus. A ideia é que essa redução de custo abrirá espaço no Orçamento do ano que vem. Porém, nos bastidores, há a avaliação de que, embora o indexador atual seja elevado e a troca faça sentido, a medida pode acabar sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF). A exemplo do que foi visto nas últimas três semanas, a curva subiu hoje em bloco porque a ponta curta também esteve pressionada, ainda que menos do que os demais trechos. Nem a sinalização do Copom de que vai colocar a Selic acima do neutro tem conseguido segurar o aumento da inclinação, tampouco impedir novas altas nas medianas para o IPCA no Boletim Focus, num círculo que se retroalimenta. A previsão para 2021 subiu para 6,88% e para 2022, a 3,84%. O dia ainda teve o IGP-DI do mês passado acelerando a 1,45%, de 0,11% em junho e 1,36% na mediana das projeções. Na ata do Copom amanhã, o mercado quer mais detalhes sobre o quanto o BC estaria disposto a subir a taxa além do neutro, na medida em que a falta de um teto traz muita insegurança para os agentes. Outro possível vetor para os negócios nesta terça-feira é o IPCA de julho. A mediana das previsões na pesquisa Projeções Broadcast é de 0,95%, que seria a taxa mais alta para o mês desde 2002. A exemplo do IPCA-15, os preços de abertura todos devem acelerar, com exceção de bens industriais. (Denise Abarca - [email protected]) 17:39 Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 5.21 Capital de Giro (%a.a) 6.76 Hot Money (%a.m) 0.63 CDI Over (%a.a) 5.15 Over Selic (%a.a) 5.15 BOLSA O mercado doméstico deu voto de confiança a um ministro de pouca visibilidade no governo (João Roma, Cidadania) para crer que o novo Bolsa Família, rebatizado como Auxílio Brasil e encaminhado hoje ao Congresso, sem valor definido, respeitará o teto de gastos, ainda que a PEC dos Precatórios, em ajustes finais, não tenha sido encaminhada junto, pela manhã, e que uma série de benefícios tenha sido incorporada ao programa social. Assim, no meio da tarde, enquanto Roma explicava as medidas à imprensa, o Ibovespa se firmou em alta, renovando máxima da sessão a 123.597,30 pontos, enquanto o dólar à vista devolvia ganhos, que o haviam levado mais cedo quase a R$ 5,30, a R$ 5,2989 no pico do dia - no fim, subiu 0,21%, a R$ 5,2473. No encerramento, o índice da B3 mostrava leve alta de 0,17%, a 123.019,38 pontos, saindo de mínima a 122.258,47 pontos, com abertura a 122.808,96 pontos e giro financeiro a R$ 29,1 bilhões. No mês, o Ibovespa acumula ganho de 1,00%, colocando o do ano a 3,36%. Em Nova York, com Dow Jones e S&P 500 vindo de renovação de recordes de fechamento na sexta-feira, o dia foi de ajuste negativo, à exceção de Nasdaq (+0,16%). O petróleo teve correção superior a 2%, com Brent abaixo de US$ 70 por barril - Petrobras ON e PN fecharam respectivamente em baixa de 0,93% e 0,70%. No Brasil, apesar da relativa acomodação de Bolsa e câmbio, os juros futuros subiram, com o DI 23 a 8,22%, de 8,164% no ajuste de sexta-feira, e o para janeiro de 2027 a 9,51%, ante 9,403% na mesma base de comparação. "Vejo o mercado de dólar no curto prazo trabalhando numa banda de R$ 5,15 a R$ 5,30 e olhando para fechamento de ano um pouco mais acima, beliscando R$ 5,50, já com a cabeça em 2022, em como a Selic fechará, se acomodará inflação ou não, e os possíveis impactos para o ano que vem - e também um pouco poluído com o cenário político, que começa a ficar mais definido a partir de 2022", diz Rafael Ramos, especialista em câmbio da Valor Investimentos, observando que a pressão sobre o real começou em passo mal dado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na comunicação com o mercado sobre o quadro fiscal - "devo, não nego, pago quando puder". "A referência do controle de metas e do fiscal é Paulo Guedes. E quando se comunica dessa maneira, o mercado fica em pé", acrescenta Ramos. Ainda sem anúncio de valor, o Auxílio Brasil foi oficialmente apresentado, e com inclusão de agendas extras incorporadas ao benefício social, contemplando o desempenho esportivo e o aprendizado de ciências entre estudantes de famílias atendidas na reformulação do Bolsa Família. "O ministro [João Roma, da Cidadania] descartou a possibilidade de o reajuste do benefício ultrapassar limites do teto de gastos, caso o Congresso não aprove a PEC de parcelamento dos precatórios, que serviria para financiar o programa", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "A fala trouxe certo alívio para a curva de juros, mas os investidores seguem de olho em como será resolvido esse impasse. Afinal, o valor do novo benefício será definido somente no final do ano pelo governo, conforme MP entregue hoje na Câmara pelo próprio presidente [Bolsonaro]", acrescenta o analista. No exterior, a balança comercial da China, abaixo da expectativa, e os preços ao produtor, acima do esperado para o país, resultaram em ajuste nos preços de commodities como petróleo e minério de ferro (em queda de 4,43% em Dalian), limitando o potencial do Ibovespa na sessão, observa Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos - além de Petrobras ON e PN, Vale ON (-0,63%) também fechou o dia em terreno negativo. "Após a forte leitura do payroll na última sexta-feira, o mercado continua acompanhando a recuperação da economia americana, de olho no 'tapering' [a redução de estímulos monetários], que pode ocorrer já ao fim deste ano", diz Carvalho. Na ponta do Ibovespa nesta segunda-feira, destaque para Minerva (+4,00%), à frente de BTG Pactual (+3,92%), de Suzano (+3,81%) e Ultrapar (+3,80%). No lado oposto, JHSF (-2,20%), Eletrobras ON (-1,89%) e Lojas Americanas (-1,79%). (Luís Eduardo Leal - [email protected]) 17:31 Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 123019.38 0.1702 Máxima 123597.30 +0.64 Mínima 122258.47 -0.45 Volume (R$ Bilhões) 2.90B Volume (US$ Bilhões) 5.51B 17:39 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 122935 -0.11781 Máxima 123780 +0.57 Mínima 122155 -0.75 MERCADOS INTERNACIONAIS Os mercados seguiram cautelosos nesta tarde, em sessão na qual os impactos da variante delta do coronavírus na recuperação global seguem sendo ponderados. Como resultado, as bolsas de Nova York operaram perto da estabilidade, pressionadas especialmente pelas companhias aéreas, que recuaram observando o impacto de possíveis restrições. A cautela também pesou nas petroleiras, que acompanharam o recuo do barril do petróleo, com o Brent sendo negociado abaixo de US$ 70 por barril, diante dos riscos à demanda. Por outro lado, em dia de forte avanço do bitcoin, ações com desempenho atrelado à criptomoeda, como CoinBase e Tesla tiveram avanço importantes. No mercado de Treasuries, os juros que caíam pela manhã inverteram o movimento e chegaram ao fim da tarde em alta. Já o dólar avançou ante a maioria das moedas. O presidente da distrital de Atlanta do Federal Reserve, Raphael Bostic, comentou que o tapering nos EUA poderia começar entre outubro e dezembro, mas alertou que o variante delta do coronavírus pode atrasar o processo. O presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, por sua vez, defendeu o início da redução nas compras de ativos já em setembro. Novos surtos de covid-19 na Ásia, Europa e Oceania acenderam o alerta de que mesmo regiões que tiveram sucesso na resposta à pandemia estão sujeitos a agravamento do quadro causado por mutações (veja mais na reportagem publicada às 15h28). Os possíveis impactos da nova onda de covid-19 pelo mundo voltaram a preocupar investidores no mercado internacional. O petróleo recuou mais de 2%, com o mercado "observando os números crescentes do coronavírus na Ásia com considerável alarme, pois isso poderia levar o governo chinês a tomar medidas drásticas em linha com sua estratégia estrita de zero covid, apesar dos números ainda estarem em um nível baixo", segundo o Commerzbank. O barril do petróleo WTI com entrega prevista para setembro recuou 2,64% (US$ 1,80), a US$ 66,48, enquanto o do Brent para o mês seguinte teve baixa de 2,35% (US$ 1,66), a US$ 69,04. A queda no barril pressionou ações do setor na Europa, e os principais índices ficaram perto da estabilidade. O FTSE 100 teve alta de 0,13% em Londres. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,06%, e o DAX recuou 0,10% em Frankfurt. Em Nova York, Chevron (-1,67%) e ExxonMobil (-1,14%) tiveram baixas. Já as aéreas tiveram o desempenho ainda mais pressionado, em dia no qual autoridades americanas elevaram o nível de alerta para viagens a alguns países ao seu patamar mais elevado, incluindo França e Israel. American Airlines (-2,19%), Delta Airlines (-2,55%) e United Airlines (-2,46%) recuaram. Já a alta do bitcoin, que ficou próxima das 8%, impulsionou CoinBase (+8,60%) e Tesla (+2,10%) a ganhos. O avanço das criptomoedas ocorre em meio à tramitação no Senado dos EUA sobre uma tributação no tema, tendo em vista elevar a arrecadação para pagar pelo pacote de infraestrutura. Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, "bitcoin e Ethereum estão subindo mais à medida que o otimismo cresce, e estão eliminando o primeiro grande obstáculo na tributação". O índice Dow Jones recuou 0,30% nesta sessão, o S&P 500 caiu 0,09% e o Nasdaq subiu 0,16%. Ficaram no radar dos investidores as negociações em torno do pacote de infraestrutura nos EUA, a proposta de orçamento para 2022 que embute um pacote de investimentos sociais de US$ 3,5 trilhões e o relatório divulgado hoje pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) que alertou para efeitos irreversíveis da ação humana sobre o meio ambiente. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, usaram suas contas no Twitter para destacar os esforços europeus para uma economia mais sustentável, enquanto o enviado especial das Nações Unidas para Ação Climática e Finanças, Mark Carney, utilizou a rede social para cobrar ações das instituições financeiras na transição. "Se você não faz parte da solução, você é o problema", disse Carney. No mercado de Treasuries, as discussões em torno da elevação do teto da dívida americana e os comentários de dirigentes do Fed seguiram em foco. No fim da tarde, os juros da T-note de 2 anos avançavam 0,212%, o da de 10 anos subia 1,317% e os T-Bonds de 30 anos tinham alta de 1,968%. Seguindo ainda o payroll da última sexta-feira, o dólar ampliou ganhos. A Western Union lembra que o euro atingiu a baixa em quatro meses ante a moeda americana, seguindo especialmente a postura do Fed. No fim da tarde, o euro era cotado a US$ 1,1741. A libra também se desvalorizava ante ao dólar, e era cotada a US$ 1,3853. Por sua vez, depois de seguidas altas, o dólar se enfraquecia a 110,32 ienes. O índice DXY, que mede o dólar ante seis pares, subiu 0,16%, a 92,945. CÂMBIO Depois de ensaiar uma arrancada até a casa de R$ 5,30 na primeira etapa de negócios, em dia marcado por valorização global da moeda americana e muita volatilidade, o dólar à vista perdeu força por aqui ao longo da tarde e chegou a tocar brevemente o terreno negativo, mas acabou encerrando os negócios em leve alta. O alívio na taxa de câmbio se deu em meio a declarações do ministro da Cidadania, João Roma, dando conta de que os gastos para a ampliação do valor do Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, têm que ser enquadrados no teto de gastos. A Medida Provisória com o novo programa e uma série de outras iniciativas foi entregue hoje à Câmara dos Deputados. Segundo operadores, embora a definição do aumento do Bolsa tenha ficado para setembro, a percepção é a de que o governo já abandonou informalmente a pretensão de reajuste do Bolsa Família para R$ 400, que tem sido manifestada há algum tempo pelo presidente Jair Bolsonaro. Os sinais, ainda que tênues, em favor da preservação do teto de gastos abriram espaço para uma realização pontual de lucros e ajuste de posições. O mercado ainda permanece, porém, muito sensível à questão fiscal e monitora de perto tanto o reajuste do Bolsa Família quanto a questão dos precatórios, o que tira fôlego do real. "A taxa de câmbio ainda permanece em nível elevado, apesar de ter ficado hoje quase estável em relação a sexta-feira, porque o mercado entende que os riscos para a nossa economia ainda são muito altos com a questão fiscal", afirma a economista do Banco Ourinvest Cristiane Quartaroli. Fontes ouvidas pelo Broadcast dizem que se vai propor mudança no cálculo de correção das dívidas judiciais, o que ajudaria a abrir espaço no orçamento de 2022. A PEC sobre o tema, a ser enviada ao Congresso, permitiria o parcelamento dos precatórios da União a serem pagos no ano que vem, com mudança do índice de correção para taxa Selic (pela regra atual, parte dos precatórios são corrigidos pelo IPCA mais a remuneração da caderneta de poupança). Com máxima de R$ 5,2989 e mínima de R$ 5,2148, o dólar à vista fechou a primeira sessão desta semana em alta de 0,21%, a R$ 5,2473. Na B3, o dólar futuro para setembro subia 0,30%, a R$ 5,26300, com giro na casa de US$ 13 bilhões. "Não é que a MP do novo Bolsa agradou de todo. Vai agradar na hora em que o mercado entender o valor do novo Bolsa. Na verdade, o mercado só deu uma corrigida no exagero de manhã, quando tinha estresse na Bolsa também com queda do minério e do petróleo", afirma o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus. Para o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, o governo "dormiu no ponto" na questão dos precatórios e houve muito ruído em torno do reajuste do Bolsa Família para R$ 400, o que provocou estragos nos mercados. "O Brasil flerta com o abismo sempre que discute o Orçamento. Foi assim no ano passado. Mas o pior parece que está passando,", afirma Júnior "Na questão dos precatórios, vai ter que parcelar mesmo. Mas o Bolsa Família deve ficar dentro do teto e vai ter veto na questão do Refis (programa de parcelamento de dívidas)". Júnior também ressalta que o aumento da taxa Selic, embora ainda não dê sustentação a apostas a favor do real, já desencoraja a manutenção de posições mais fortes em dólar, o que também ajuda a conter avanços maiores da moeda americana. "Um dólar na faixa de R$ 5,15 a R$ 5,18 é possível. Abaixo disso é difícil por conta da questão externa, com essa expectativa sobre a retirada de estímulos pelo Fed". Lá fora, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes - opera em alta, perto do patamar dos 93,000 pontos. As divisas emergentes também apanharam hoje do dólar, em dia de queda do petróleo e do minério de ferro, além de preocupações com a disseminação da cepa Delta do coronavírus. Depois dos números expressivos do relatório de emprego (payroll) nos EUA em julho, divulgado na sexta-feira, cresceram as apostas em torno de que o Federal Reserve anuncie nos próximos meses o início da redução do ritmo de compra de bônus (tapering). Isso reforça ainda mais a importância do índice de preços ao consumidor (CPI) de julho, que será divulgado na quarta-feira (11) O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou hoje que o "tapering" pode começar entre outubro e dezembro, mas ponderou que uma decisão depende do eventual impacto da variante Delta sobre a economia americana. (Antonio Perez - [email protected]) 17:39 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.24730 0.2101 5.29890 5.21480 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5255.500 0.14291 5315.000 5230.500 DOLAR COMERCIAL 5239.000 05/08
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