Se a derrota do Brasil na Copa do Mundo, que enxugou a liquidez dos negócios, não era esperada, a indicação de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda não foi necessariamente uma surpresa. Mesmo assim, a reação dos ativos brasileiros foi diversa. Enquanto a Bolsa absorveu o nome e sustentou ganhos com a ajuda das ações ligadas a commodities metálicas, dólar e juros futuros reagiram de forma negativa, também influenciados pelo comportamento de pares no exterior. Afinal, o avanço acima do previsto da inflação atacadista nos EUA reforçou o sentimento de que o Federal Reserve pode até reduzir o ritmo de aperto na próxima semana, mas que a alta de juros na maior economia do mundo ainda deve continuar por algum tempo. Tal fato, além de responder pelo fechamento negativo nas bolsas americanas hoje, puxou os yields dos Treasuries e o dólar ante quase todas as demais divisas. Com tudo isso no horizonte, a confirmação do nome do ex-prefeito de São Paulo para comandar a economia do País foi apenas a cereja do bolo a reforçar a desconfiança do investidor com a política fiscal do próximo governo. Assim, houve novo acréscimo de prêmios nos vencimentos longos da curva a termo de juros, tanto hoje quanto na semana, enquanto as taxas curtas exibiram lateralidade, em dia de IPCA no piso das estimativas. No câmbio, o ambiente de incertezas proporcionou valorização da moeda americana ante o real tanto hoje quanto na semana, de 0,57% e de 0,59%, respectivamente, a R$ 5,2456. Nada disso, contudo, impediu o avanço de 0,25% do Ibovespa, aos 107.519,56 pontos, reduzindo a perda semanal a 3,94%. A força dos papéis de Vale e siderúrgicas, animados pelos sucessivos alívios nas políticas anticovid da China, respondeu por boa parte dos ganhos desta sexta-feira.
•JUROS
•CÂMBIO
•BOLSA
•MERCADOS INTERNACIONAIS
JUROS
Os juros futuros de longo prazo encerraram o dia e a semana em alta, enquanto a ponta curta ficou de lado tanto hoje quanto na semana. O aumento da inclinação nesta sexta-feira se explica pelo exterior, onde o dado de inflação do atacado nos Estados Unidos acima do esperado puxou para cima o retorno dos Treasuries e pressionou moedas emergentes, e pelo desconforto com a confirmação de Fernando Haddad como futuro ministro da Fazenda, ainda que amplamente esperada. O IPCA de novembro no piso das projeções manteve as taxas curtas ancoradas nos ajustes, com viés de baixa.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a etapa regular em 13,805% e a estendida em 13,825%, de 13,831% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 ficou estável em 13,08% na regular e subiu a 13,13% na estendida. O DI para janeiro de 2027 subiu de 12,78% para 12,86% (regular) e 12,88% (estendida). Na semana, o DI para janeiro de 2024 variou marginalmente para baixo, enquanto o DI janeiro de 2027 abriu quase 40 pontos. O DI para janeiro de 2025 subiu em torno de 20 pontos em relação à última sexta-feira. Mesmo com a partida entre Brasil e Croácia no meio do dia, na qual a seleção brasileira foi eliminada do Mundial do Catar, a liquidez não foi tão mais fraca do que o padrão.
O começo do dia foi de alívio na curva, com o mercado digerindo o IPCA, mas ainda pela manhã as taxas longas começaram a subir antes do anúncio dos ministros pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e na esteira do índice de inflação ao produtor (PPI, em inglês) americano além do previsto.
Haddad foi confirmado para comandar a Fazenda, o que foi surpresa zero, mas ainda assim ajudou a pressionar as taxas, com o mercado buscando "marcar posição" pela desconfiança sobre o que será a gestão de um nome do PT à frente da economia. O maior temor é de que possa adotar a linha da nova matriz econômica no governo Dilma, marcada pela intervenção em preços administrados e uso dos bancos públicos para subsidiar crédito. "Como não foi anunciado nenhum secretário, o mercado aumenta o prêmio de risco. Mas lá fora teve o PPI acima do esperado que também ajuda", resumiu o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
O futuro ministro disse que na próxima semana começará a escolher os secretários e que quer conversar com o seu colega do Planejamento, ainda não anunciado, antes de informar quais serão os nomes, pois quer um secretariado "coeso". Sobre a criação de uma regra fiscal para o próximo mandato, disse que pretende receber propostas. “Não só da transição. Vou ouvir técnicos do Tesouro, vou ouvir a academia, vou ouvir os economistas em que eu confio”, explicou.
"A vida de Haddad como ministro da Fazenda não vai ser simples. Cada derrota, recuo ou virada de mesa dentro do Congresso será colocado na sua conta e na de Lula", afirmam os analistas políticos da Warren Renascença.
Já o presidente da Febraban, Isaac Sidney, disse que Haddad é um político experiente, de qualidades reconhecidas e que se comprometeu com o crescimento, a agenda social e a responsabilidade fiscal. O presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, também saiu em defesa dele, dizendo ser alguém que "olha para o equilíbrio entre as demandas sociais urgentes e a responsabilidade fiscal necessária".
Internamente, a surpresa com o IPCA favoreceu a ancoragem dos vértices curtos, e só não conseguiu colocar as taxas em rota de baixa porque o principal risco para a Selic, na avaliação dos economistas, continua sendo o fiscal. A alta de 0,59% em outubro deu lugar a uma taxa de 0,41% em novembro, abaixo da mediana de 0,54% e no piso do intervalo (0,41% a 0,65%) das previsões. Economistas destacaram como positiva a leitura da abertura do indicador, com desaceleração dos núcleos e do índice de difusão (68% para 59%), embora preços de serviços ainda arrefeçam a ritmo lento e permaneçam em patamar elevado.
"Observou-se considerável redução do headline em união à uma melhora da dinâmica inflacionária, efeito que dificilmente pode ser atribuído unicamente à Black Friday. Apesar disto, o cenário prospectivo para 2023 permanece inalterado em razão de preocupações do âmbito fiscal", comenta Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal, em relatório.
Nos EUA, o PPI, tanto o núcleo quanto o índice cheio, subiu 0,3%, acima do consenso de 0,2%, reforçando apostas de alta de 75 pontos-base no juro pelo Federal Reserve na reunião da semana que vem. Os yields dos Treasuries avançaram, com a taxa da T-Note de dez anos batendo em 3,58% no fim da tarde (3,48% ontem).
Em tempo: a partir de segunda-feira (12) o mercado de juros passará a ter sessão contínua, entre 9h e 18h, em mudança histórica anunciada pela B3 no fim de novembro. (Denise Abarca - [email protected])
CÂMBIO
Com a pressão externa contra moedas emergentes e ainda sob a tensão do futuro da política econômica do Brasil, o dólar à vista terminou a sessão e a semana em alta. Lá fora, pesaram a queda das commodities e os sinais ruins da inflação nos Estados Unidos, que adicionam mais incerteza à decisão do Federal Reserve de quarta-feira que vem. Aqui, o mercado absorve a escolha de Fernando Haddad para a Fazenda com cautela, redobrada pelo dilema fiscal do próximo governo. Mas os ajustes locais acabam tendo mais impacto nos preços em meio à liquidez minguante típica de fim de ano, afetada adicionalmente hoje pelo jogo que causou a eliminação do Brasil na Copa do Catar.
O dólar à vista terminou a sessão desta sexta-feira cotado em R$ 5,2456, valorização diária de 0,57% e semanal de 0,59%. No segmento futuro, a moeda para janeiro subia a R$ 5,2665 (+0,21%) às 18h15. Termômetro da liquidez, esse mercado mostrou a falta de apetite de negócios hoje. Até o horário mencionado o volume negociado no dólar futuro era de pouco menos de US$ 7,5 bilhões.
No mercado à vista, o reflexo da liquidez apertadíssima do fim do ano foi a variação de pouco mais de 10 centavos entre a mínima semanal (R$ 5,1851, na quarta-feira) e a máxima R$ (R$ 5,2899).
Como em todo fim de ano, o mercado vai se afunilando gradualmente pela pressão de alta dada a remessa de lucros para matrizes. Neste ambiente, o Banco Central fez um leilão de linha ontem, que movimentou US$ 3 bilhões.
"Seguimos com a ideia de que com o fim das remessas de dividendos e após a reunião do Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed] da próxima semana o mercado de câmbio deve se acalmar. A princípio, as notícias de PEC e ministro da Fazenda foram dadas e o mercado não deveria piorar com as confirmações. Em todo caso, há correntes que acreditam que a PEC pode ser desidratada na Câmara ou até mesmo não ser aprovada, ficando o governo obrigado a emitir MP", pondera o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
No caso do Fomc, o mercado dá como certa a alta de 50 pontos-base do Fed fund, para o intervalo de 4,25% a 4,50%. Contudo, dados mais fortes do que o esperado do índice de preços ao produtor (PPI) de novembro corroboraram a tese de que o ajuste monetário nos Estados Unidos deve se prolongar mais do que o projetado, o que pesou sobre algumas das principais moedas emergentes hoje, contaminando o real por tabela. A baixa forte do petróleo também pesou sobre as dividas de países exportadores de commodities na semana.
Na política local, os olhos estão direcionados à PEC da Transição, com alguma esperança de parcela do mercado de desidratação maior do texto. Além disso, o mercado ponderou hoje a escolha de Haddad para a Fazenda, absorvida com certa cautela já que espera a formação do secretariado da pasta para saber qual será a linha adotada. Na esteira do anúncio do nome do petista, o dólar teve a máxima nos R$ 5,28.
Para estrategistas do BofA, o aperto monetário no exterior e o maior risco fiscal manterão o real desvalorizado de agora adiante. A taxa de câmbio projetada no fim de 2023 é de R$ 5,40, de R$ 5,35 no fim de 2022. O banco americano diz manter um viés cauteloso sobre o real porque espera "que a volatilidade continue elevada nos próximos meses devido à incerteza fiscal e ao aumento das taxas de juros internacionais".
E ainda nesta sexta-feira, a XP Investimentos aumentou de R$ 5,0 para R$ 5,25 a sua projeção para a cotação do dólar em 2022, e manteve a estimativa em R$ 5,30 para o fim de 2023. Em relatório, a corretora atribui a revisão de cenário ao aumento dos riscos para as contas públicas no País. "A piora do quadro fiscal continuará pesando sobre a taxa de câmbio no próximo ano, em nossa avaliação. Em contrapartida, alguns sinais de alívio no cenário global, com destaque à expectativa de desinflação na maioria das regiões e reabertura da China, devem evitar uma depreciação cambial mais acentuada no Brasil", diz o texto. (Mateus Fagundes, colaborou Cícero Cotrim - [email protected])
18:25
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
Dólar Comercial (AE) 5.24560 0.5656 5.28340 5.21740
Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5268.500 0.24736 5307.000 5239.500
DOLAR COMERCIAL FUTURO 5267.305
BOLSA
Em sexta-feira de volume financeiro enfraquecido na despedida do Brasil da Copa do Catar, o Ibovespa buscou resistir à tristeza e fechou em alta, ainda que leve, de 0,25%, aos 107.519,56 pontos, tendo chegado na máxima do dia, durante o jogo, aos 108.565,57 pontos, apesar do sinal negativo, na maior parte da sessão, em Nova York. Hoje, na mínima, tocou 107.089,22 pontos, saindo de abertura aos 107.249,76 pontos. O giro foi de R$ 20,2 bilhões nesta sexta-feira em que os primeiros cinco ministros do próximo governo foram anunciados pelo presidente eleito Lula, com a confirmação de Fernando Haddad, na Fazenda, e de Rui Costa, na Casa Civil.
Na semana em que a atenção do mercado permaneceu concentrada na PEC da Transição e na formação da futura equipe de governo, o Ibovespa acumulou perda de 3,94%, vindo de ganhos de 2,70% e de 0,10% nos dois intervalos anteriores. No mês, o Ibovespa cede 4,42%, o que limita os ganhos do ano a 2,57%.
As preocupações do mercado financeiro, principalmente de investidores domésticos, com Fernando Haddad são "exageradas" e a Faria Lima está "superestimando os riscos" da atuação dele no ministério da Fazenda, avalia a consultoria inglesa TS Lombard. "Acreditamos que esse medo é exagerado e o mercado está avaliando mal os riscos, o que pode levar a oportunidades de compra no futuro", comentam os analistas da TS, Elizabeth Johnson e Wilson Ferrarezi, em relatório.
"O mercado é pragmático e gosta daqueles que têm identificação consigo, mas não necessariamente o ministro precisa ser o técnico, pelo contrário. Pode ter perfil mais político, como é o caso agora, alguém em que o Lula confia e que possa ter um relacionamento mais fácil com as bancadas, com os políticos. Mais do que a figura do Haddad, precisamos entender ainda qual será o plano de governo", diz Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, acrescentando que, com o tempo, será preciso afastar qualquer impressão de que o novo governo Lula penda para uma continuação da última passagem do PT pelo poder, com Dilma Rousseff.
"Haddad na economia já era um nome mais do que certo, é preciso aguardar agora qual será sua equipe econômica. A gestão dele na prefeitura de São Paulo mostrou cuidado com o lado fiscal. Obviamente, o governo não terá apenas gastos, mas também receitas para cobrir esses gastos. A tendência é por aumento de impostos e retirada, em certos casos, de subsídios, o que não é tão fácil de passar pelo Congresso como ampliar os gastos", observa Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos.
"Embora o Haddad já estivesse no radar de que seria o escolhido para a Fazenda, o mercado preferiria alguém com perfil um pouco mais técnico. Quando houve a confirmação do nome, o dólar estressou um pouco, mas depois se acomodou, subindo menos. A incerteza com relação a isso foi superada, com a definição de quem será o próximo ministro", diz Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest. No fechamento desta sexta-feira, o dólar à vista mostrava alta de 0,57%, a R$ 5,2456.
Mais cedo, o mercado tomou nota também da leitura sobre o IPCA de novembro, com alta de 0,41% em relação a outubro. "No ano e nos últimos 12 meses, o índice acumula altas de 5,13% e 5,90%, respectivamente. Assim como o IPCA-15, os últimos resultados mostram que a tendência é terminarmos o ano com uma inflação próxima dos 6,00%", aponta Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. "Esses dados mostram que o cenário inflacionário segue em arrefecimento e benigno para o Banco Central", acrescenta o economista.
Entre as ações de maior liquidez na B3, Vale (ON +3,33%) foi o destaque positivo da sessão, como ontem, acompanhada nesta sexta-feira por forte desempenho de CSN (ON +5,18%) e em menor grau também por outras siderúrgicas (Gerdau PN +1,75%, Usiminas PNA +3,30%), com o minério de ferro ainda reagindo bem aos movimentos de flexibilização da política de covid-zero na China. O contrato mais negociado do minério (para janeiro), em Dalian, subiu 4,69%, a US$ 117,20 a tonelada.
Petrobras, que hesitava mais cedo, chegou a se firmar em leve alta no começo da tarde, mas encerrou o dia com a ON em baixa de 0,21% e a PN, de 0,28%, com a volatilidade de preços do petróleo que se estendeu ao encerramento desta sexta-feira na ICE e na Nymex, no negativo.
Os bancos, por sua vez, também fecharam o dia em baixa, com destaque para Itaú (PN -1,26%) e Bradesco (PN -1,72%). Na ponta de ganhos do Ibovespa, destaque para CSN Mineração (+10,00%), CSN (+5,18%) e Bradespar (+3,90%). No lado oposto, Yduqs (-5,83%), Hapvida (-5,02%) e Rede D´Or (-4,83%).
De acordo com o Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira, entre os participantes, 50% disseram acreditar que o Ibovespa fechará a próxima semana com alta, enquanto 33,33% afirmaram esperar estabilidade. Os que veem queda são 16,67%. Na pesquisa da semana passada, a expectativa de alta tinha fatia de 37,50%; de queda era também de 37,50%; e 25,00% projetavam variação neutra. (Luís Eduardo Leal - [email protected], com Altamiro Silva Junior)
18:22
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 107519.56 0.25224
Máxima 108565.57 +1.23
Mínima 107089.22 -0.15
Volume (R$ Bilhões) 2.02B
Volume (US$ Bilhões) 3.85B
18:25
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 107610 0.38246
Máxima 108700 +1.40
Mínima 107135 -0.06
MERCADOS INTERNACIONAIS
O petróleo chegou a subir mais cedo, com riscos à oferta no radar, mas fechou em baixa, diante da perspectiva de demanda contida, em quadro de desaceleração econômica global. O setor de energia foi o mais pressionado em Wall Street, mas as bolsas de Nova York tiveram pregão volátil, com fechamento sem sinal único. Já entre os Treasuries os juros subiram, apoiados pela perspectiva de mais aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed) na próxima quarta-feira e com a ala hawkish reforçada pelo índice de preços ao produtor (PPI) com números acima do esperado que saiu mais cedo. No câmbio, o dólar não firmou tendência entre moedas fortes e de países emergentes.
A Oanda afirma que os contratos do petróleo chegaram a ser apoiados pela notícia de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou cortar a produção do país, como resposta ao fato de que o G7 e aliados impuseram um teto de US$ 60 para o barril do óleo russo. Por outro lado, o fôlego foi curto, já que continuam as dúvidas sobre a demanda futura. A Capital Economics comenta que a China relaxa medidas contra a covid-19, mas considera que isso só terá efeito de fato no mínimo em abril de 2023, mantendo a demanda contida até lá. Com isso, a Capital Economics diz ter cortado sua projeção e espera agora que o barril do Brent fique em US$ 70 em média no primeiro trimestre do próximo ano, com avanço gradual ao longo de 2023, para chegar a dezembro em "cerca de US$ 85". Já para a Oxford Economics há muita incerteza sobre a trajetória do óleo, com o enfraquecimento global, a valorização do dólar, tensões geopolíticas e o potencial de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) corte mais sua oferta.
Hoje, o contrato do WTI para janeiro fechou em queda de 0,62%, em US$ 71,02 o barril, na Nymex, e o Brent para fevereiro teve alta de 0,07%, a US$ 76,10 o barril, na ICE. Na semana, os dois contratos caíram pouco mais de 11%.
O setor de energia puxou as baixas hoje em Nova York, mas a volatilidade deu o tom. O PPI dos EUA com números acima do previsto para novembro reforçou a expectativa de Fed hawkish, o que tende a ser negativo para as ações, mas o sinal chegou a ser positivo em parte da jornada. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,90% em 33.476,46 pontos, o S&P 500 caiu 0,73%, a 3.934,38 pontos, e o Nasdaq registrou queda de 0,70%, a 11.004,62 pontos. Na semana, os índices recuaram 2,77%, 3,37% e 3,99%.
Entre os Treasuries o movimento foi mais claro, com os retornos apoiados pela inflação ao produtor americana. No fim da tarde, o CME Group mostrava 77,0% de chance de uma alta de 50 pontos-base na taxa básica de juros dos EUA pelo Fed na próxima quarta-feira, e 23,0% de uma elevação de 75 pontos-base. No horário citado, o retorno da T-note de 2 anos subia a 4,369%, o da T-note de 10 anos avançava a 3,583% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,573%.
No câmbio, houve impulso contido, com o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, oscilando na sessão. A Capital Economics via o mercado cambial mais calmo, à espera das decisões de importantes bancos centrais na próxima semana. Ao final do dia, o DXY registrou alta de 0,03%, a 104,810 pontos, e na comparação semanal avançou 0,25%. No horário citado, o dólar caía hoje a 136,62 ienes, o euro recuava a US$ 1,0537 e a libra tinha alta a US$ 1,2262. (Gabriel Bueno da Costa - [email protected])