A semana começou com o mercado doméstico avesso à tomada de risco, comportamento refletido com maior intensidade na curva de juros. As taxas subiram mais de 10 pontos-base dos vencimentos de janeiro de 2026 adiante, provocando a inclinação de toda a estrutura. Tudo ocorreu pela soma de fatores locais e internacionais. Internamente, o investidor relata cada vez mais incômodo com o impasse legislativo, que travou a agenda de votações no Congresso. Ainda que a votação final do arcabouço fiscal esteja prevista para a semana, há cautela com o desenho definitivo da proposta e suas consequências para o Orçamento de 2024. Lá fora, os juros dos Treasuries têm nova rodada de alta à medida que os agentes anseiam pelos recados do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, mais para o fim da semana. O retorno da T-note de 2 anos voltou a superar os 5%. Há desconforto externo também com as medidas tomadas pela China, mais tímidas que o esperado. Isso colocou as commodities - e, por consequência, as moedas a elas relacionadas - em queda. No Brasil, o dólar à vista subiu 0,22%, aos R$ 4,9787. Essa combinação afastou as chances de o Ibovespa ter a segunda alta do mês. Nem mesmo a recuperação de S&P 500 (+0,69%) e Nasdaq (+1,56%) deram ânimo à bolsa brasileira. O indicador acionário encerrou o dia em 114.429,35 pontos, queda de 0,85%. No mês, acumula baixa de 6,16%.
•JUROS
•MERCADOS INTERNACIONAIS
•CÂMBIO
•BOLSA
JUROS
A curva de juros manteve nesta segunda-feira a tendência de ganho de inclinação que marcou a última semana, num movimento capitaneado pelo exterior, mais precisamente pela escalada dos yields dos Treasuries, com a T-Note de dez anos tocando as máximas desde 2007. A piora do câmbio deu a sua contribuição - o dólar nas máximas do dia chegou perto dos R$ 5. Internamente, "bear steepening" da curva tem respaldo no desconforto com o cenário de reformas, cuja tramitação ainda não avançou desde o retorno do Congresso há três semanas. Com a influência externa e o risco fiscal na ordem do dia, as taxas longas subiram mais que as curtas, com estas últimas refletindo a estagnação no cenário de melhora de inflação.
Às 17h15, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,440%, de 12,430% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2025 subia de 10,51% para 10,60%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de10,45% (10,32% na sexta-feira). O DI para janeiro de 2029 marcava 10,95%, de 10,84%. Um dos termômetros do comportamento da inclinação, o spread entre os DIs para janeiro de 2025 e janeiro de 2029, que já havia subido 10 pontos-base na semana passada, hoje avançou mais 3 pontos, totalizando 35 pontos, de 32 no fechamento de sexta-feira.
A trajetória das taxas hoje esteve novamente apoiada na curva dos títulos do Tesouro dos EUA. O juro da T-Note de dez anos chegou a 4,352%, maior nível desde novembro de 2007, enquanto o do papel de 2 anos tocou máxima nos 5,01%. A nova rodada de alta não teve gatilho específico, vista como continuidade das tensões recentes com a possibilidade de juros elevados por muito tempo nos EUA, e possíveis consequências para o setor financeiro e dívida pública americana. Não se descarta, contudo, que o mercado esteja se antecipando a possíveis alertas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em seu discurso na sexta-feira, no simpósio de Jackson Hole, evento em que a autoridade monetária costuma antecipar seus movimentos na política monetária.
Outro problema é a China. A redução de juros anunciada pelo banco central frustrou o mercado, elevando a preocupação com o ritmo da economia. A taxa para empréstimos de um ano foi reduzida para 3,45%, ante expectativa de 3,40% e a taxa de cinco anos se manteve inalterada em 4,20%, ante media de 4,05%. "O apoio político do governo tem sido indiscutivelmente menor do que o indicado no início do ano e do que esperávamos", avaliam os economistas do UBS.
Os juros por aqui também fora contaminados pelo aumento da pressão sobre o câmbio, que é variável-chave para preços. Na máxima, o dólar chegou hoje a R$ 4,9970, para fechar em R$ 4,9787. "O cenário de melhora da inflação estagnou nas últimas semanas, não só pela fraqueza do real, mas também porque o movimento de redução das expectativas de inflação igualmente parou de evoluir", destacou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho.
Não por acaso, os preços do atacado já têm retomado fôlego, com deflações menores. Na segunda prévia de agosto, o IGP-M caiu 0,02%, ante 0,72% na segunda prévia de julho, informou hoje a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na pesquisa Focus, a mediana de IPCA para 2023 voltou a subir, de 4,84% para 4,90%, refletindo o ajuste nos preços da gasolina anunciados pela Petrobras. Não houve alteração nas estimativas que contam para o horizonte relevante da política monetária, ou seja 2024 (3,86%) e 2025 (3,50%). "As expectativas mais longas permanecem acima das metas, uma limitação para a atuação mais agressiva do Banco Central no ciclo de flexibilização monetária", afirma Luiza Benamor, analista da Tendências Consultoria.
Nesse contexto, a curva preservava nesta tarde apenas 20% de probabilidade de uma aceleração no ritmo de queda da Selic a 0,75 ponto porcentual, no Copom de setembro, segundo Rostagno. Outros 80% representam as chances de corte de 0,50 ponto. Para 2023, a curva projetava Selic entre 11,50% e 11,75%. Para o fim de 2024, a projeção, que já chegou a ser menor do que 9%, era de 9,50%.
Outro fator importante no balanço de riscos do Banco Central são as reformas e a ausência de avanços na tramitação tem incomodado o mercado, cuja expectativa era de uma definição da reforma ministerial que pudesse abrir caminho. "Mas Lula viajou sem definir nada", observou o estrategista do Mizuho. O presidente está na África do Sul para participar da 15ª Cúpula dos Brics.
Segundo apurou o Broadcast Político, mesmo com o adiamento da reforma ministerial, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou a interlocutores que manterá a reunião de hoje à noite com o relator do arcabouço fiscal na Casa, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), e líderes partidários para debater as alterações feitas pelo Senado. Lira também reforçou que deve votar a matéria ainda esta semana. No caso da reforma tributária, que está no Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que no próximo dia 29 vai reunir-se com governadores para discussão da proposta e prevê votação no dia 4 de outubro. (Denise Abarca - [email protected])
MERCADOS INTERNACIONAIS
Após oscilarem ao longo do dia, as bolsas de Nova York fecharam mistas, com o Nasdaq ignorando o avanço dos juros dos Treasuries e subindo mais de 1%, favorecido pela disparada das ações de Tesla, Nvidia e Moderna. Enquanto o mercado se ajusta na expectativas de sinalizações hawkishs pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole na próxima sexta-feira, os yields dos títulos de 10 anos do Tesouro americano batem máxima desde 2007 e o dólar fica de lado ante rivais. Com os estímulos na China sendo vistos como insuficientes para acelerar a economia, o petróleo cedeu.
O analista Gustavo Cruz, estrategista chefe da RB Investimentos, destaca a força de empresas de tecnologia, que puxaram as bolsas de Nova York, "mesmo em momento de força dos juros dos Treasuries", destacando para uma movimentação "específica" em algumas companhias. Entre os destaques estão a Tesla (+7,33%), Meta (2,35%) e a Nvidia (+8,47%) que, segundo a Navellier, respondem a apostas sobre inteligência artificial. Ainda, a Moderna subiu 9,31% após fechar acordo com a chinesa Carsgen para estudar um possível tratamento contra o câncer a partir do uso de vacinas.
Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq subiram 0,69% e 1,56%, o Dow Jones caiu 0,11%, pressionado principalmente pela Johnson & Johnson (-2,98%), após a empresa anunciar que vai manter uma participação de cerca de 9,5% em sua recém-separada unidade de saúde do consumidor, Kenvue. Para Cruz, o movimento foi "um dia de alívio" após cinco dias de queda das bolsas.
Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, o mercado já precifica que o Federal Reserve (Fed) manterá os juros no nível atual até maio de 2024, uma mudança ante o cenário do começo do ano, quando já havia expectativas de corte nas taxas em 2023. No fim da tarde em Nova York, o rendimento da T-note de 2 anos avançava a 5,009%. O da T-note de 10 anos aumentava a 4,335%, depois de subir ao maior nível desde novembro de 2007. Já o do T-bond de 30 anos marcava elevação a 4,455%, nas máximas desde 2007.
Segundo a Convera, o mercado de câmbio também deve operar nesta semana na expectativa pelas palavras de Powell. "Um chefe do Fed que enfatiza que a luta contra a inflação ainda não acabou tende a dar força ao dólar. No entanto, uma mensagem equilibrada em que Powell observa o progresso na redução da inflação de volta à meta de 2% do banco central sugeriria o fim à vista para os aumentos das taxas, uma postura menos agressiva que poderia conter a alta da moeda americana", avalia. Por volta das 17h (de Brasília), dólar subia a 146,24 ienes, o euro avançava a US$ 1,0898 e a libra tinha alta a US$ 1,2760. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em alta de 0,07%, a 103,300 pontos.
Na Argentina, o dólar blue operou estável em 720 pesos argentinos, em dia de menor movimentação devido a um feriado local, e no aguardo de atualizações sobre o encontro entre o ministro da Economia do país, Sergio Massa, e o FMI.
Entre as commodities, o petróleo oscilou perto da estabilidade antes de fechar em leve baixa. Segundo a Oanda, há diversos drivers para a commodity e a maioria apoia um aumento nos preços, incluindo a falta de novidades nas negociações nucleares do Irã e diante de preocupações sobre a produção de petróleo do Golfo do México.
Os estímulos na China, incluindo o corte na taxa de juros de 1 ano realizado ontem, não têm empolgado os mercados. Segundo a Pantheon Macroeconomics, a decisão de manter inalterada a taxa de juros de 5 anos mostra uma "abordagem gradual" do país para o retorno à atividade. Já a Capital Economics destaca que investidores esperavam um corte maior na taxa de 1 ano, de forma que a decisão feita "não é suficiente, em si ao menos, para colocar um piso no crescimento".
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em baixa de 0,66% (US$ 0,54), a US$ 80,12 o barril. O petróleo Brent para o mesmo vencimento, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 0,40% (US$ 0,34), a US$ 84,46 o barril. (Natália Coelho - [email protected]).
CÂMBIO
Após três sessões consecutivas de leve queda, o dólar à vista encerrou o pregão desta segunda-feira, 21, em alta moderada no mercado doméstico de câmbio, respeitando novamente a barreira psicológica de R$ 5,00. Com agenda esvaziada e liquidez reduzida, investidores recompuseram parcialmente posições defensivas diante de dúvidas sobre o crescimento chinês, com corte de juros aquém do esperado pelo Banco do Povo da China (PBoC), nova rodada de avanço das taxas dos Treasuries e desconforto com a votação da agenda econômica no Congresso.
Afora uma queda nos primeiros negócios, quando registrou mínima a R$ 4,9584, o dólar operou com sinal positivo ao longo do restante da sessão. Com máxima a R$ 4,9965, a moeda fechou cotada a R$ 4,9787, em alta de 0,22%, acumulando valorização de 5,27% em agosto. Principal termômetro do apetite por negócios, o contrato de dólar futuro para agosto apresentou giro bem fraco, abaixo de US$ 8 bilhões.
No exterior, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar em relação a seis divisas fortes - operava no fim da tarde em ligeira baixa, na casa dos 103,300 pontos, após máxima aos 103,502 pontos. Na comparação com divisas emergentes e de países exportadores de commodities, o desempenho foi divergente. Entre pares do real, o peso chileno teve leve queda, enquanto os pesos mexicano e colombiano ganharam força.
"O dólar voltou a subir um pouco aqui com o mercado de câmbio bastante cauteloso. As incertezas sobre o crescimento da China continuam a preocupar, mesmo com os estímulos monetários oferecidos", afirma a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest, acrescentando que há também certo receio com atraso na votação de projetos do governo no Congresso.
O banco central chinês ontem à noite anunciou redução da taxa de juros de referência para empréstimos (LPR, na sigla em inglês) de 1 ano de 3,55% para 3,45%. Já a taxa para empréstimos de 5 anos foi mantida em 4,20%. Em junho, o PBoC havia anunciado redução da LPR de 3,65% para 3,55%. As preocupações com o setor imobiliário permanecem em pauta com o pedido de falência da incorporadora chinesa Evergrande nos Estados Unidos.
"As autoridades chinesas surpreenderam negativamente os mercados ao reduzir as taxas de juros para empréstimos em valor menor do que o esperado. Dada a fraqueza da economia chinesa e os problemas recentes do setor imobiliário, esperava-se uma ação mais agressiva", afirma, em nota, o economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares.
Além das preocupações com a China, analistas afirma que o mercado deve manter certa postura defensiva ao longo semana em meio à espera pelo discurso do presidente do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira, 25. As taxas dos Treasuries voltaram a subir em bloco hoje. O retorno do papel de dois anos, mais ligado as apostas para a trajetória dos juros no curto prazo, voltou a tocar 5,00%. Já o yield da T-note de 10 anos registrou máxima a 4,35%.
Para o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, Powell deve fortalecer o "discurso de cautela um pouco hawkish" em Jackson Hole. Ele observa que é cada vez menos provável uma contração da atividade EUA nos dois últimos trimestres deste ano. "Não vislumbramos corte de juros dos EUA até o final deste ano, e elevamos a probabilidade de que ocorra inicialmente entre maio e junho de 2024", afirma.
Segundo Velho, com dúvidas sobre o cumprimento das metas de superávit primário previstas no novo arcabouço fiscal, dada a dificuldade de aumentar receitas e controlar gastos, e a redução do diferencial de juros interno e externo, uma rodada forte de apreciação do real se torna mais difícil. "A redução dos juros no Brasil tira em parte a atratividade do retorno financeiro. Fica muito importante a recuperação da China para o Brasil de 2024", afirma o economista.
Há certo desconforto entre investidores com o fato de que a definição da minirreforma ministerial, com abertura de espaço para o Centrão no governo, ter sido adiada em razão da viagem do presidente Lula à África. Teme-se pela votação final do arcabouço fiscal na Câmara e andamento do projeto do Carf no Senado nesta semana. Em relação à reforma tributária, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse hoje que a proposta aprovada na Câmara será apreciada no plenário da Casa em outubro e que espera promulgação da emenda constitucional até o fim do ano. (Antonio Perez - [email protected])
17:44
Dólar (spot e futuro) Último Var. % Máxima Mínima
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BOLSA
O Ibovespa ficou perto de ceder a linha dos 114 mil pontos na mínima desta segunda-feira, após ter interrompido na sexta-feira série histórica de 13 perdas consecutivas, a mais longa desde 1968. Hoje, a referência da B3 oscilou dos 114.066,51 - ainda na mínima intradia desde 6 de junho (112.695,60) - aos 115.424,65 pontos, saindo de abertura aos 115.403,81. Ao fim, o índice caiu 0,85%, aos 114.429,35 pontos, agora o menor nível de encerramento desde 5 de junho (112.696,32), com giro financeiro fraco, a R$ 19,5 bilhões, na sessão. No mês, o Ibovespa acumula perda de 6,16%, limitando o ganho do ano a 4,28%.
"A queda por si só já é ruim, mas com tantas perdas acumuladas, começa a acender luz de alerta, com possibilidade de revisões para o cenário, no sentido de baixa. A China cortou mais uma vez os juros, o segundo em dois meses para a taxa de um ano, mas os analistas esperavam redução um pouco maior, em meio às preocupações quanto ao risco de contágio, na economia, dos problemas do setor imobiliário do país, a partir de grandes empresas do segmento, como a Evergrande", diz Fernanda Bandeira, sócia e especialista da Blue3 Investimentos, mencionando a correlação de ações de peso na B3, como Vale (ON -0,03%, a R$ 61,20), à demanda por commodities na China.
"O Banco Popular da China cortou sua taxa principal de um ano, referência para empréstimos domésticos e corporativos, em 10 pontos-base, de 3,55% para 3,45%, abaixo dos 15 pontos-base que se esperava [como corte]", aponta em nota a Monte Bravo Investimentos, acrescentando que, ainda assim, parte dos mercados globais ensaiou uma recuperação nesta segunda-feira, apesar do nível, ainda alto, nos rendimentos dos Treasuries - títulos públicos americanos, referência de segurança para os investidores em momentos como o atual, de aversão a risco.
Outro destaque da semana, que contribui para manter a cautela vista nesta segunda-feira, é a expectativa pelo simpósio de Jackson Hole, evento anual organizado pelo Federal Reserve de Kansas City, sempre acompanhado com interesse pelo mercado em razão das pistas que costumam emergir, no evento, quanto à orientação da política monetária não apenas dos Estados Unidos, mas também de outras grandes economias globais. O presidente do Fed, Jerome Powell, falará na sexta-feira no evento de Jackson Hole, que começa na quinta.
Na agenda doméstica, destaque para o IPCA-15, na sexta-feira, e para a possibilidade de nova votação do arcabouço fiscal na Câmara após a passagem da matéria, com algumas modificações, pelo Senado. A votação pelos deputados pode ocorrer ainda nesta semana, mesmo com a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem à África do Sul para reunião de cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Na manhã desta segunda-feira, destaque para o Boletim Focus que trouxe projeção um pouco maior para o IPCA deste ano, a 4,90%, comparada a 4,84% no boletim da semana anterior, e o câmbio projetado passando, no mesmo intervalo, de R$ 4,93 para R$ 4,95 com manutenção do PIB e da Selic, sem variações, no fechamento do ano, observa Roseane Duarte, analista da Toro Investimentos.
Como pano de fundo, na semana passada terminou o período de divulgação dos resultados do segundo trimestre das empresas no Brasil. "Em resumo, os resultados vieram muito machucados pelo impacto das altas taxas de juros, tanto diretamente, com o incremento das despesas financeiras das empresas, como na própria parte operacional, com a dificuldade de fazer com que o faturamento cresça", diz Eduardo Cavalheiro, fundador e gestor da Rio Verde Investimentos.
Mesmo com a pequena redução da Selic, de 13,75% para 13,25% ao ano decidida no início de agosto, "o mercado de crédito segue restrito, com muitas empresas ainda encontrando dificuldade para rolar seus financiamentos, em ambiente também difícil para os bancos, o que ainda amarra a economia", acrescenta o gestor, prevendo melhora nos resultados das empresas apenas no médio prazo, à medida que os efeitos da redução da Selic se transmitam à atividade econômica.
Nesse contexto, as ações de maior peso e liquidez na B3 voltaram a se alinhar em direção única, negativa. Entre os grandes bancos, as perdas da sessão variaram entre 0,36% (BB ON) e 0,72% (Bradesco PN). Petrobras ON e PN, por sua vez, caíram hoje 0,99% e 0,70%. Na ponta perdedora do Ibovespa, destaque para IRB (-9,24%), Carrefour Brasil (-4,14%) e Yduqs (-3,86%), com Petz (+2,45%), Magazine Luiza (+1,67%) e Cemig (também +1,67%) no canto oposto. (Luís Eduardo Leal - [email protected])
17:32
Índice Bovespa Pontos Var. %
Último 114429.35 -0.84844
Máxima 115424.65 +0.01
Mínima 114066.51 -1.16
Volume (R$ Bilhões) 1.95B
Volume (US$ Bilhões) 3.91B
17:44
Índ. Bovespa Futuro INDICE BOVESPA Var. %
Último 116275 -0.85692
Máxima 117885 +0.52
Mínima 116075 -1.03