EXTERIOR AFUNDA COM COVID E ESPECULAÇÃO, PESA NO DÓLAR E IMPEDE REAÇÃO DA BOLSA

Blog, Cenário
A aversão ao risco vista no exterior, que ganhou ainda mais força à tarde, direcionou a alta firme do dólar ante o real e impediu a recuperação do Ibovespa, que engatou a sexta baixa seguida. Apenas os juros futuros mantiveram a dinâmica da véspera, de queda nas taxas longas, ainda em reação à ata do Copom. Uma série de fatores ajudam a explicar o comportamento negativo dos ativos: avanço da covid no mundo, com o processo de vacinação avançando de forma lenta em diversos países, inclusive no Brasil, movimentos especulativos de hedge funds que fizeram o índice de volatilidade VIX disparar, incerteza em relação ao tamanho do pacote fiscal americano, balanços mistos e, no fim do dia, declarações do presidente do Fed, Jerome Powell. Apesar de o banco central americano ter feito o que se esperava, ao manter juros e programas de suporte inalterados, o chairman da autoridade monetária disse que ainda há "um longo caminho" para alcançar as metas de inflação e emprego. Com tudo isso, os principais índices acionários de Wall Street tiveram queda forte, superior a 2%, e o S&P 500 apagou os ganhos de 2021. O Ibovespa, sustentado pela alta firme de Petrobras, bancos e utilities, até tentou se descolar dos pares à tarde e reverter um pouco das perdas recentes, mas sucumbiu no fim do pregão e cedeu 0,50%, aos 115.882,30 pontos. No câmbio, o movimento do real foi o mesmo visto entre os pares emergentes, com o acréscimo de que os agentes seguem de olho em declarações de autoridades sobre os gastos do governo e as vacinas. Com esse cenário, o dólar terminou o dia com avanço de 1,51% no mercado à vista, a R$ 5,4071. Os DIs, por sua vez, tiveram vida própria e ignoraram a pressão no câmbio. A leitura de que o Banco Central deve antecipar o processo de aperto monetário, derivada da ata do Copom conhecida ontem, seguiu desinclinando a curva a termo, com as taxas curtas estáveis e as longas em queda. Em meio aos ajustes técnicos provocados por essa mudança de leitura, o mercado espera que o governo encontre uma solução para financiar o auxilio emergencial sem ferir a regra fiscal do teto.  
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  MERCADOS INTERNACIONAIS A aversão ao risco aumentou no exterior após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, dizer que ainda há "um longo caminho" para alcançar as metas de inflação e emprego. Como esperado, a instituição manteve os juros e o volume das compras de ativos. No mercado acionário, movimentos especulativos de investidores de varejo aumentaram a volatilidade nas bolsas de Nova York e fizeram o VIX, considerado o "medidor do medo" em Wall Street, disparar mais de 30%. O índice acionário S&P 500 chegou a apagar os ganhos de 2021. A busca por segurança levou a uma queda nos juros longos dos Treasuries e aumentou a valorização do dólar ante os pares. O petróleo, por sua vez, fechou sem direção única, após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar a suspensão de concessões federais para exploração da commodity energética.   Na avaliação do economista Mohamed A. El-Erian, consultor-chefe da Allianz, não houve "surpresas" quanto ao conteúdo e o tom dos comentários de Powell na coletiva de imprensa realizada após o Fed manter os juros. "Ultra dovish nas políticas (juros e QE) e confiança de que isso é de fato eficaz no apoio à economia", escreveu o especialista em sua conta oficial no Twiiter.   No entanto, os mercados financeiros, que já operavam com aversão a ativos de risco, reagiram vendendo ações e comprando dólar e títulos da dívida do governo americano. "Ainda há consideráveis riscos de baixa à perspectiva econômica", alertou Powell. No fechamento, o índice acionário Dow Jones recuou 2,05%, a 30.303,17 pontos; o S&P 500 cedeu 2,57%, a 3.750,77 pontos, apagando os ganhos de 2021; e o Nasdaq caiu 2,61%, a 13.270,60 pontos.   A volatilidade nas bolsas de Nova York também foi impulsionada por movimentos especulativos de investidores de varejo. De acordo com a Dow Jones Newswires, interrupções em serviços de várias corretoras foram relatadas na manhã de hoje, após as ações das empresas de entretenimento GameStop e AMC Entertainment Holdings dispararem. No fechamento, os papéis das duas companhias saltaram 133,13% e 376,88%, respectivamente.   Nesta semana, a CNBC revelou que o Melvin Capital, o fundo de hedge mais usado por investidores que são membros da rede social Reddit, havia desmontado sua posição vendida nas ações da GameStop. De acordo com o analista Boris Schlossberg, da BK Asset Management, a "batalha" entre os fundos de hedge profissionais e os operadores de varejo entrou em evidência e a decisão do Melvin Capital "pode ter marcado um pico especulativo de curto prazo". O índice VIX, que mede a volatilidade em Wall Street, chegou a saltar mais de 30% durante o pregão.   A aversão ao risco nos mercados foi sustentada, ainda, por resultados corporativos abaixo do esperado de grandes empresas como a Boeing e por preocupações com o fornecimento de vacinas contra a covid-19. A União Europeia, por exemplo, pressiona a AstraZeneca a não reduzir o ritmo de entrega dos imunizantes.   Com a cautela, o índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis divisas fortes, subiu 0,53%, a 90,647 pontos. No final da tarde em Nova York, o euro cedia a US$ 1,2109 depois de um dirigente do Banco Central Europeu (BCE) dizer que a instituição tem ferramentas para conter o fortalecimento da moeda única.   No mercado de Treasuries, o juro da T-note de 2 anos caía a 0,105%, no final da tarde em Nova York, enquanto o da T-note de 10 anos cedia a 1,024% e o do T-bond de 30 anos recuava a 1,785%. Em uma das declarações mais esperadas pelo mercado, Powell disse hoje que é "prematuro" falar de redução das compras de ativos do programa de relaxamento quantitativo (QE).   O petróleo oscilou durante o pregão, foi impulsionado por uma queda nos estoques em território americano, mas fechou sem direção única. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para março subiu 0,46%, a US$ 52,85 o barril. O Brent para abril, por outro lado, recuou 0,20%, a US$ 55,53 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).   Como parte de sua agenda climática, Joe Biden anunciou hoje a suspensão das concessões para exploração de petróleo e gás em terras públicas. "A mudança climática estará no centro de nossa política externa e de segurança nacional", declarou o democrata. (Iander Porcella - [email protected])   Volta   BOLSA   Em sessão volátil, com variação de cerca de 3 mil pontos entre a mínima e a máxima, o desempenho positivo de Petrobras (PN +1,41%, ON +1,38%), bancos (BB ON +2,44%, Bradesco PN +1,60%) e utilities (Eletrobras ON +2,89%) era o contraponto ao dia negativo em mineração (Vale ON -2,78%) e siderurgia (CSN -2,73%, Usiminas -2,66%), levando o Ibovespa a reverter o sinal no meio da tarde, em avanço que viria a ser cortado pela decepção, em Nova York, durante a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após a primeira decisão de política monetária nos EUA em 2021.   Hoje, Powell mostrou menos ênfase do que em encontros anteriores sobre a necessidade de um grau maior de estímulo fiscal, o que contribuiu para aprofundar as perdas vistas desde cedo no S&P 500 e no Nasdaq, sustando o descolamento do Ibovespa. "A política fiscal que temos visto é forte e podemos dizer que é sustentada", comentou o presidente do Fed. "Tem sido crucial na resposta à crise atual", acrescentou. O mercado aguardava com expectativa redobrada o comunicado do Federal Reserve e especialmente por novas declarações de Powell, no momento em que se prepara para um pacote fiscal possivelmente menor nos EUA, e mais tardio do que se chegou a antecipar. Nesta quarta, Powell mencionou "longo caminho" para recuperação tanto do emprego como da inflação.   Ao final da sessão, após ter esboçado reação mais forte, o índice da B3 mostrava perda de 0,50%, aos 115.882,30 pontos, tendo chegado na mínima aos 114.886,51 pontos, o menor nível intradia desde 21 de dezembro (114.730,05), e na máxima aos 117.839,79 pontos. Assim, emendou hoje a sexta perda consecutiva, no menor nível de encerramento desde 21 de dezembro (115.822,57), acumulando retração de cerca de 9 mil pontos desde o topo histórico do último dia 8 de janeiro (125.076,63 no fechamento e 125.323,53 no intradia). Reforçado, o giro somou hoje R$ 39,0 bilhões e, no ano, as perdas do Ibovespa estão agora em 2,63%, com ajuste negativo de 1,28% na semana.   Além das habituais preocupações com a situação fiscal e o teto de gastos, novos fatores de risco começam a emergir no horizonte. Hoje, o presidente Jair Bolsonaro fez um apelo direto aos caminhoneiros para que não realizem paralisação na próxima semana, sem contudo acenar concretamente para a demanda da categoria, relacionada ao preço do diesel. Hoje, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu apoiar a greve dos caminhoneiros marcada para o dia 1º de fevereiro, próxima segunda-feira.   O interno se soma assim ao externo. "Os investidores estão mais cautelosos, com possíveis impactos econômicos das novas variantes do coronavírus e os novos lockdowns gerados pela escalada de novos casos pesando no 'reflation trade', movimento que estava forte no fim do ano passado com a aposta no fim das restrições e na recuperação após a vacina", observa Júlia Aquino, especialista da Rico Investimentos.   No Brasil como no exterior, a progressão da pandemia e a lentidão da imunização em torno do mundo, com disponibilidade de vacinas abaixo da demanda, permanecem como preocupação central para os investidores, em contraponto à ampla disponibilidade de liquidez. Ao anunciar a manutenção, conforme esperado, das taxas de juros dos EUA, o Fed observou que o ritmo de recuperação da atividade e do emprego tem moderado nos últimos meses, e que a crise de saúde ainda representa risco considerável à perspectiva econômica. "Manteremos a acomodação até atingirmos a meta, com inflação acima de 2% por um tempo", apontou o BC americano no comunicado sobre a decisão de política monetária.   Para Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, no melhor momento da tarde, os ganhos observados na cotação do petróleo, com o Brent a US$ 56 por barril, bem como alguma reação do índice de energia no exterior e a continuidade do interesse de investidores estrangeiros por ações brasileiras, contribuíam para que o Ibovespa interrompesse o que já era sua mais longa sequência negativa desde janeiro do ano passado - o que acabou por não se manter na hora final dos negócios.   Após alguma perda de fôlego, o apetite estrangeiro voltou a ficar bem evidente na sessão do último dia 22, sexta-feira, quando o fluxo líquido ficou positivo em R$ 949,632 milhões, em sessão na qual o Ibovespa emendava a quarta perda, que o colocou a 117.380 pontos, tendo fechado a primeira daquela semana aos 121.241, no dia 18. Em janeiro, o fluxo de entrada de estrangeiros chega a R$ 23,885 bilhões, o melhor desempenho para o mês, em termos nominais, desde o início da série em 1994.   Nesta quarta, depois de ter encontrado dificuldade para recuperar, ainda que pontualmente, o nível de 116 mil, em dia marcado por retomada parcial (+1,51%) do dólar após a queda de 3,30% observada na moeda americana ontem, o Ibovespa conseguia se firmar acima deste limiar a partir das 14h06, superando os 117 mil às 14h28, em recuperação de mil pontos em pouco mais de 20 minutos, antes da divulgação do Plano Anual de Financiamento para 2021, do Tesouro Nacional, às 14h30.   Para Álvaro Bandeira, economista-chefe do ModalMais, o plano de financiamento contribuiu para que o Ibovespa firmasse a virada, até a fala de Powell. Entre as boas notícias, aponta o economista, está a de que o Tesouro conta com reserva de liquidez equivalente a mais de seis meses do serviço de principal e juros da dívida pública federal em mercado. "Isso dá certa tranquilidade ao ter mais seis meses de liquidez para rolagem da dívida, embora saibamos como está o montante [elevado]. De todo modo, isso ajuda na recuperação", diz Bandeira.   Na ponta negativa do Ibovespa na sessão, destaque para queda de 5,89% em Suzano, à frente de Totvs (-4,55%) e Intermédica (-3,78%). No lado oposto, Cielo subiu 13,35%, seguida por Azul (+5,49%) e Eztec (+4,04%). (Luís Eduardo Leal e Maria Regina Silva - [email protected])     18:23   Índice Bovespa   Pontos   Var. % Último 115882.30 -0.49952 Máxima 117839.79 +1.18 Mínima 114886.51 -1.35 Volume (R$ Bilhões) 3.90B Volume (US$ Bilhões) 7.24B         18:26   Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % Último 115300 -0.85985 Máxima 117860 +1.34 Mínima 114830 -1.26       CÂMBIO O dólar devolveu hoje parte da forte queda de ontem e encerrou o dia acima dos R$ 5,40. O fator determinante para o movimento no câmbio nesta quarta-feira foi o exterior, onde a moeda americana ganhou força de forma generalizada, ante divisas fortes e nos mercados emergentes. Vacinação caminhando lentamente em alguns locais, como na Europa, impasse do pacote fiscal proposto por Joe Biden no Congresso, balanços corporativos mistos nos Estados Unidos e a reunião dos dirigentes do Federal Reserve, que manteve como esperado os estímulos extraordinários, estão entre os fatores que provocaram a busca por refúgio no dólar. No mercado doméstico, os participantes do mercado seguiram monitorando declarações em Brasília sobre os gastos do governo e as vacinas.   No fechamento, o dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,51%, cotado em R$ 5,4071. No mercado futuro, o dólar para fevereiro era negociado às 18h10 com valorização de 1,11%, a R$ 5,4165.   A reunião do Fed, evento mais esperado da semana em Wall Street, acabou sem maiores efeitos no mercado de moedas, na medida em que tudo veio dentro do esperado. Mas as declarações de seu presidente Jerome Powell à imprensa e seguida ajudaram a elevar o clima de cautela e dólar elevou o ritmo de alta ante divisas fortes, mas ante o real segui nos R$ 5,40.   Powell afirmou que a vacinação disseminada ajudaria a superar os efeitos do coronavírus, mas alertou que atividade econômica segue em nível abaixo da pandemia, a incerteza é alta e o desemprego elevado, por isso, o Fed segue comprometido a usar todo seu arsenal de medidas para apoiar a economia.   Para o economista do canadense CIBC Capital Markets, Avery Shenfeld, o Fed vai querer ver mais detalhes do pacote fiscal e do processo de vacinação antes de repensar sua estratégia. Por isso, hoje evitou qualquer mudança de postura, com Powell falando da necessidade da manutenção dos estímulos fiscais e monetários extraordinários.   Internamente, o foco no noticiário prosseguiu. O presidente Jair Bolsonaro informou que o governo estuda medidas para atender o setor de bares e restaurantes, afetado por políticas de restrição do funcionamento, enquanto é crescente a expectativa pela prorrogação do auxílio emergencial. O gestor Rogério Xavier, da SPX Capital, ressaltou em evento do Credit Suisse que se for por um período curto, de três meses, não vê problemas na prorrogação. Mais que isso, começa a preocupar, dada a forte piora fiscal do Brasil em 2020.   A analista de mercados emergentes e moedas do alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger, observa que apesar de ser positiva para o real a discussão que ganhou força ontem sobre a elevação de juros, as preocupações sobre a situação fiscal e como Jair Bolsonaro vai lidar com a pandemia vão seguir limitando a melhora da moeda brasileira. Uma das evidências da piora das contas públicas foi a divulgação hoje pelo Tesouro de que a dívida bruta bateu em R$ 5,009 trilhões ao final de 2020.   Os analistas do inglês Barclays Roberto Secemski e Juan Prada veem chance de o real ganhar força quando houver mais clareza sobre a situação fiscal do Brasil para 2021, mas até lá, a volatilidade deve seguir alta. Eles observam que o crescimento dos casos de coronavírus segue aumentando a pressão pela prorrogação do auxilio emergencial. Se a extensão vier acompanhada de (futuras) medidas de austeridade fiscal, não será um movimento (muito) negativo para os ativos brasileiros. (Altamiro Silva Junior - [email protected])     18:26   Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima Dólar Comercial (AE) 5.40710 1.5056 5.41980 5.35110 Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5410.000 0.98936 5420.500 5350.500 DOLAR COMERCIAL FUTURO 5418.000 1.15758 5425.000 5354.500         JUROS O mercado de juros deu sequência ao movimento de ontem, com as taxas longas novamente em queda, trazendo mais desinclinação à curva, na medida em que as curtas, que ontem subiram, hoje ficaram estáveis. A mensagem da ata do Copom, indicando possibilidade de aperto monetário já em março, ainda reverbera, provocando ajustes técnicos expressivos nas posições. Em função disso, a curva hoje descolou do movimento do câmbio, com o dólar mostrando alta em boa parte da sessão. A pressão da curva também foi amenizada pela expectativa de que o governo encontrará uma solução para financiar a retomada do auxilio emergencial sem ferir a regra do teto de gastos e, ainda, a sinalização do Tesouro de que tem sob controle a gestão da dívida pública para os próximos meses.   O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 terminou a sessão na máxima de 3,450% (regular) e 3,445% (estendida), ante 3,432% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 6,625% para 6,56% (regular) e 6,55% (estendida). O DI para janeiro de 2023 terminou a etapa regular com taxa de 5,07% e a estendida em 5,055% (5,09% ontem), enquanto a do DI para janeiro de 2027 recuou de 7,304% para 7,225% (regular) e 7,210% (estendida).   A despeito do cenário externo de maior cautela nesta quarta-feira, o mercado de juros seguiu mais sensível ao quadro local, sem grandes reações, por exemplo, ao principal evento da agenda que era a reunião do Federal Reserve. "O mercado segue de olho na dinâmica do que pode vir a ser o auxilio emergencial, se será mesmo um Bolsa Família Plus", afirmou o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. Segundo ele, as regras do programa permitem um maior controle dos gastos. "Se o auxilio for nestes moldes, a percepção é de que é fiscalmente possível", explicou.   O vice-presidente Hamilton Mourão disse ser favorável a uma extensão do auxílio atrelada a um corte de despesas do Orçamento. “Para que se estenda esse auxílio emergencial, determinados gastos terão que ser cortados”, disse, em entrevista à Rádio Bandeirantes. “Sou a favor da extensão do auxílio emergencial, desde que não seja algo que vá criar uma dívida ainda mais impagável para o Brasil.”   O secretário do Tesouro, Bruno Funchal, em entrevista para comentar o Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida em 2021, disse que o espaço para novas medidas fiscais é extremamente reduzido. "O cenário é totalmente diferente do ano passado", afirmou. Enquanto em 2020 a necessidade de financiamento da dívida era de R$ 1 trilhão, em 2021 é de R$ 1,6 trilhão. De todo modo, lembrou que a instituição está em tratativas para devolução de recursos de bancos públicos, como o BNDES, reforçando o colchão de liquidez da dívida.   Muito do futuro para as contas públicas e agenda de reformas passa pela eleição para o comando das Casas Legislativas na próxima semana. Os economistas do Credit Suisse têm como cenário base que se o governo retomar o auxílio como resposta à segunda onda de covid-19, a "derrapagem fiscal" seria limitada, com a expectativa de um valor menor do que em 2020, quando somou 4% do PIB, e medidas compensatórias de controle de gastos no médio e longo prazo, como a antecipação dos gatilhos do teto de gastos. "Esse cenário depende não só da eleição dos presidentes da Câmara e Congresso, mas também da capacidade do governo de construir uma base parlamentar mais ampla", pondera o banco.   Vitor Carvalho, sócio da LAIC-HFM, afirma que desde ontem boa parte dos players tem se dedicado a "operar a inclinação", na medida em que a ata do Copom sugere que a alta da Selic está próxima, mas a assimetria do balanço de riscos, com a atividade fraca e calendário de vacinação problemático ameaçando a economia, faz o contraponto, indicando que não há espaço para um ciclo muito intenso. "Tem tido uma onda forte de posições de inclinação, principalmente com os vértices janeiro de 2022 e janeiro de 2023", disse.   No radar do mercado esteve ainda a gestão da dívida pública. Hoje o Tesouro divulgou, além do PAF, o relatório referente a 2020. Entre as novidades, a instituição informou que encerrou o ano passado com R$ 881,3 bilhões na reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores. O dado passará a integrar o relatório da dívida a partir de agora, o que foi muito bem visto pelo mercado como sinal de transparência, pois é um termômetro da capacidade de pagamento aos seus investidores. Segundo o órgão, o montante é suficiente para honrar todos os vencimentos previstos para o primeiro semestre. (Denise Abarca - [email protected])     18:26   Operação   Último CDB Prefixado 30 dias (%a.a) 1.92 Capital de Giro (%a.a) 5.17 Hot Money (%a.m) 0.56 CDI Over (%a.a) 1.90 Over Selic (%a.a) 1.90            
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