Os ativos brasileiros, após se portarem pior do que os pares globais na véspera, tiveram uma sessão de alívio e correção, com destaque para o Real, que registrou a melhor performance ante o dólar dentro de uma cesta de 34 divisas. Além de um ajuste aos avanços consistentes registrados desde o começo deste ano, a queda da moeda americana também se deu com a percepção de fluxo forte e contínuo para o Ibovespa, além de captações externas, como a do Itaú, em ritmo firme e com boa demanda. Assim, o dólar cedeu 3,29% no mercado à vista de balcão, a R$ 5,3226. Mesmo assim, ainda sobe 2,58% neste começo de ano. Mas o alívio do câmbio fez o mercado de juros futuros relegar, ao menos no período da tarde, o IPCA de dezembro e de 2020 acima das projeções dos analistas. Na primeira etapa, as taxas dos DIs chegaram a subir com o dado, mas os agentes viram no dólar mais fraco um bom motivo para realizar lucros ante as altas recentes, que também se estendem desde a primeira semana de janeiro. No fim, prevaleceu a visão de que os próximos passos do Banco Central já estão contratados. O mercado precifica chance majoritária de 87% de Selic estável na próxima semana e de 44% de alta da Selic em 0,25 ponto porcentual em março. A questão fiscal e a desconfiança em relação a vacina impedem, contudo, uma correção maior, ainda que, neste último caso, o Butantan finalmente tenha revelado a eficácia da Coronavac, de 50,38%. O número, apesar de baixo frente a outras, como as da Pfizer e Moderna, deve ser analisado junto a outros fatores, como a eficiência elevada do imunizante em impedir casos graves. O Ibovespa capitalizou essa melhora de câmbio e juros e também subiu, a despeito do exterior vacilante ao longo do pregão. No fim, com a ajuda de bancos e Embraer, encerrou a terça-feira com valorização de 0,60%, aos 123.998,00 pontos. Enquanto isso, em Wall Street, após muita oscilação, as ações conseguiram firmar pequena alta na parte final da tarde e recuperar um pouco das perdas do pregão anterior. No entanto, a incerteza política gerada pelo novo processo de impeachment contra Donald Trump nos Estados Unidos e os impactos de curto prazo da escalada da pandemia de covid-19 continuam no pano de fundo, ainda que haja otimismo com o avanço de um novo pacote fiscal nos EUA.
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