DÓLAR FECHA NO MAIOR NÍVEL EM 4 SEMANAS COM TOMBO DE PETRÓLEO E DI EM QUEDA

Blog, Cenário

Tendo o segundo pior desempenho entre as moedas emergentes, atrás somente da lira turca, o real caiu hoje pressionado pela queda das commodities e pelo fechamento da curva de juros local. As dúvidas quanto à demanda da China fizeram o petróleo tombar 4%, pesando ainda no minério de ferro e no cobre. Há incertezas ainda quanto à economia dos Estados Unidos, nesta véspera de votação da suspensão do teto na Câmara dos Representantes, o que puxou para baixo os rendimentos dos Treasuries. A queda dos juros lá fora arrastou ainda o DI, onde a queima de prêmio ocorreu também devido à deflação do IGP-M. Neste ambiente de menor atratividade de commodities e da renda fixa local, o dólar à vista chegou a flertar com o nível de R$ 5,07 na máxima (R$ 5,0694), ainda que com algum arrefecimento na etapa da tarde. A moeda terminou o dia aos R$ 5,0423, valorização de 0,60% e maior nível de fechamento desde 2 de maio. A cautela foi vista também no Ibovespa, que cedeu aos 108.967,03 pontos, recuo de 1,24%, na esteira das quedas de Vale ON (-2,35%) e Petrobras (-0,94% ON e -1,12% PN). O giro não foi tão fraco quanto o de ontem, então abaixo de R$ 12 bilhões com o feriado nos Estados Unidos, mas seguiu moderado, como tem sido a tendência recente, pouco acima dos R$ 20 bilhões, a R$ 21,4 bilhões.

•CÂMBIO

•MERCADOS INTERNACIONAIS

•JUROS

•BOLSA

CÂMBIO

O dólar à vista subiu pela segunda sessão consecutiva nesta terça-feira, 30, e se firmou acima da linha de R$ 5,00, em dia marcado por tombo das commodities e fortalecimento da moeda americana em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de matéria-prima. Pesam sobre essas moedas a crescente perspectiva de aumento de juros Estados Unidos em junho e sinais de perda de fôlego da China, que hoje à noite divulga dados de indústria e serviços.

Ao ambiente externo desfavorável soma-se a possibilidade cada vez mais forte de início de ciclo de corte da taxa Selic, reforçada pela deflação do IGP-M de maio, divulgado pela manhã, e por declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. A combinação de taxas em níveis mais altos nos EUA com cortes da Selic reduz o diferencial de juros interno e externo. Investidores ajustam posições e aproveitam para embolsar lucros com venda de moedas latino-americanas de países com juros altos e ganhos em 2023, caso do real, que hoje amargou o pior desempenho entre pares.

Tirando uma queda pontual e bem limitada na abertura, o dólar operou em terreno positivo ao longo de todo o dia. Com máxima a R$ 5,0694 (+0,60%), no início da tarde, a moeda encerrou a sessão em alta de 0,60%, cotada a R$ 5,0423 - maior valor de fechamento desde 2 de maio. No mês, a divisa acumula valorização de 1,10%, o que reduz as perdas no ano para 4,50%.

Termômetro do apetite por negócios, o dólar futuro para junho apresentou bom giro, acima de US$ 14 bilhões. O volume deve aumentar bastante amanhã, dia de disputa pela formação da última ptax de maio e de rolagem contratos. Comenta-se nas mesas de operação que a maré externa negativa para divisas emergentes pegou boa parte dos fundos multimercados locais com forte posicionamento 'vendido' (que traz lucros quando a moeda americana cai ante o real). Para reverter essas posições e limitar perdas, esses fundos têm que comprar dólar futuro, o que estaria pressionando a formação da taxa de câmbio.

"Essa alta aqui parece um movimento normal, com avanço do dólar contra outras moedas. Commodities como trigo, milho, soja estão caindo e o petróleo perdendo bastante. Não vejo fatores internos para alta do dólar", afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, ressaltando que real tem "andando junto" com outras divisas nos últimos dias.

Ontem à noite, em discurso em Fortaleza (CE), o presidente do Banco Central disse que a aprovação do arcabouço fiscal traz um cenário melhor para as expectativas de inflação, que ainda seguem elevadas. "A gente tem uma inflação que parece que vai engrenar uma melhora, mesmo que lenta, ao mesmo tempo em que a atividade tem surpreendido para cima", disse Campos Neto.

Pela manhã, a FGV informou que o IGP-M de maio registrou deflação de 1,84% em maio, após queda de 0,95% em abril. O índice veio no piso do intervalo de Projeções Broadcast. A mediana era negativa em 1,61%.

Em artigo para o Broadcast publicado nesta terça-feira, o economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, lembra que, historicamente, as duas variáveis mais importantes para o comportamento do câmbio são o diferencial de juros e os preços de commodities. Por sorte, escreve Padovani, a "direção das duas principais variáveis explicativas é mais clara hoje".

Ele observa que a tendência é de queda do diferencial de juros, uma vez que, mesmo que o Fed não dê continuidade ao processo de alta de juros, o Banco Central deve começar a reduzir a taxa Selic no segundo semestre. "Acompanhando a alta de juros nos Estados Unidos, os preços de commodities também mostraram reversão a partir do segundo trimestre do ano passado e, com a desaceleração global em curso, dificilmente irão mudar de tendência", afirma Padovani.

Lá fora, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes - operou em leve baixa ao longo do dia, mas ainda acima da linha dos 104 mil pontos e no maior nível desde meados de março. As taxas dos Treasuries caíram em bloco sob pressão da demanda, o que sinaliza busca por proteção. Há ainda certo receio com a tramitação do projeto de lei que aumenta o teto da dívida dos EUA no Congresso americano.

As cotações do petróleo recuaram mais de 4%, com o contrato do Brent para agosto fechando em baixa de 4,40%, a US$ 73,71 o barril, em meio a rumores de que pode haver mudança no corte de produção na reunião da Opep+ na próxima semana diante de dúvidas sobre a demanda global. Líder do cartel, a Arábia Saudita fez críticas à Rússia por não cumprir integralmente a promessa de limitar a produção.

"O dia foi de cautela no exterior. Existe uma grande preocupação com desaceleração da atividade econômica e queda do petróleo. Há relatos de saída de recursos do nosso mercado e a redução do diferencial de juros, com fechamento da curva local, acaba pesando contra o câmbio", afirma a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

(Antonio Perez - [email protected])

18:02

 Dólar (spot e futuro)   Último   Var. %   Máxima   Mínima 

Dólar Comercial (AE) 5.04230 0.5965 5.06940 5.00100

Dólar Comercial (BM&F) 5.5866 0    

DOLAR COMERCIAL FUTURO 5061.000 0.79665 5072.000 5002.000

DOLAR COMERCIAL 5077.000 0.64427 5098.000 5030.500

MERCADOS INTERNACIONAIS

O petróleo caiu 4% e o WTI terminou a sessão abaixo de US$ 70, diante de especulações sobre a próxima reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e preocupações sobre a economia chinesa. Pesam ainda na commodity as incertezas sobre o acordo do teto da dívida americana, alvo de insatisfação da ala mais à direita do Partido Republicano. O projeto de lei é analisado no Comitê de Regras da Câmara e, se aprovado, deve ser submetido ao plenário da Casa amanhã. Mas o crescente coro de oposição ao texto pintou um quadro de cautela, que pesou nos juros dos Treasuries e beneficiou o ouro. Em Nova York, o Dow Jones também ficou sob pressão, mas o Nasdaq foi apoiado pelo contínuo otimismo em relação à inteligência artificial, após Nvidia atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado. No câmbio, o dólar devolveu ganhos recentes ante boa parte dos pares rivais, embora rublo tenha avançado mais de 5% ante a divisa americana em meio a notícias de ataques ucranianos a Moscou.

Os contratos mais líquidos do petróleo já iniciaram a sessão em queda de 1%, na volta do feriado nos EUA e no Reino Unido, que tirou a liquidez do mercado ontem. A commodity piorou ao longo do dia e levou o WTI a fechar abaixo da marca de US$ 70 o barril pela primeira vez desde 4 de maio. Entre os diversos drivers, investidores ponderaram sobre especulações relativas à próxima reunião da Opep+, gerando dúvidas se o cartel optará por mais cortes produtivos, e sobre a demanda da China, à medida que o gigante asiático lida com uma nova onda de covid-19. Assim, o WTI para julho fechou em baixa de 4,42% (US$ 3,21), em US$ 69,46 o barril, na Nymex, e o Brent para agosto caiu 4,40% (US$ 3,39), a US$ 73,71 o barril, na ICE.

Para a Hargreaves Lansdown, as incertezas frente ao ritmo do Congresso para aprovar a elevação do teto da dívida também pesaram sobre a commodity. Republicanos criticam o acordo anunciado entre o presidente americano, Joe Biden, e o da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, que prevê a elevação do teto da dívida por dois anos em troca de travas aos gastos públicos. Representantes da ala mais à direita do partido alegam que o acordo gerou poucas concessões e defendem mais cortes nas despesas, chegando a colocar em cheque até mesmo a liderança de McCarthy.

Nesta tarde, o Comitê de Regras da Câmara americana deu início a uma análise do projeto de lei e, se aprovada, a legislação pode ser submetida ao plenário amanhã. Um agravamento da resistência entre republicanos colocaria pressão sobre os democratas para entregar os 218 votos necessários para a aprovação. À reportagem da ABC, McCarthy afirmou que permanece confiante no suporte do seu partido republicano e que não está preocupado com a possibilidade de deputados implementarem uma moção para retirá-lo do cargo.

O BMO analisa que a semana deve ser definida pelas incertezas sobre a aprovação da legislação no Congresso dos EUA, até a data limite de 5 de junho estipulada pelo Departamento do Tesouro para esgotamento dos recursos financeiros. Na visão da SPI Asset Management, um rebaixamento dos ratings de dívida dos EUA ainda é uma grande possibilidade, mesmo com o acordo bipartidário. "Esperaríamos que o mercado precificasse um Federal Reserve (Fed) mais dovish neste cenário", afirmou a SPI, o que teria impacto sobre os rendimentos dos Treasuries.

O quadro de cautela pesou sobre os juros dos Treasuries e beneficiou o ouro, diante também do dólar enfraquecido no exterior. Por volta das 17h (de Brasília), o juro da T-note de 2 anos recuava a 4,444%, o da T-note de 10 anos tinha baixa a 3,687% e o do T-bond de 30 anos caía a 3,890%. No fechamento, o ouro para julho fechou em US$ 1968,10 a onça-troy, em alta de 0,72%, na Comex.

Já o dólar recuou ante boa parte das moedas rivais. A moeda americana caía a 139,76 ienes, após o governo do Japão informar que deve monitorar e responder "de forma apropriada" aos movimentos de câmbio, para evitar volatilidade excessiva. Por sua vez, o euro subia a US$ 1,0733, na esteira de falas do dirigente do BCE, Gediminas Simkus, indicando a possibilidade de altas de 25 pontos-base nas próximas duas reuniões monetárias para conter a inflação. No horário citado, a libra tinha alta a US$ 1,2407 e o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou queda de 0,09%, a 104,165 pontos.

Entre emergentes, o rublo chegou a avançar mais de 5% ante a divisa americana e recuperou perdas recentes, em meio a notícias de ataques ucranianos a Moscou. No final da tarde, o dólar recuava a 79,680 rublos.

Em Wall Street, a divergência entre o clima de cautela e o impulso de empresas de semicondutores frente a novidades de IA levaram as bolsas de Nova York a encerrarem mistas. Nvidia (+2,99%) voltou a apoiar a alta de fabricantes de semicondutores, após atingir a marca de atingir US$ 1 trilhão em valor de mercado. Tesla também teve ganhos robustos (+4,14%), seguindo viagem do CEO Elon Musk à China. No final da tarde, o Dow Jones fechou em baixa de 0,15%, em 33.042,78 pontos, o S&P 500 ficou estável em 4.205,52 pontos, e o Nasdaq avançou 0,32%, a 13.017,43 pontos. (Laís Adrina - [email protected])

JUROS

Os juros futuros terminaram a terça-feira entre a estabilidade e leve queda, num desempenho que pode ser considerado positivo se comparado às perdas dos demais ativos domésticos e também diante da forte queima de prêmios na curva na semana passada que, em tese, chamaria para uma realização de lucros mais pronunciada. O tombo superior a 4% nos preços do petróleo, a forte deflação do IGP-M em maio e o fechamento da curva dos Treasuries em meio às dúvidas sobre a votação do acordo sobre o teto da dívida nos Estados Unidos acabaram ancorando as taxas, apesar do desempenho negativo das moedas de economias emergentes, incluindo o real.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 13,20%%, estável ante o ajuste de ontem, e o DI para janeiro de 2025 caiu de 11,48% para 11,16%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 10,95% (10,96% ontem) e a do DI para janeiro de 2029, em 11,29%, mesma taxa do ajuste de ontem.

O ajuste de alta visto ontem nas taxas não conseguiu avançar nesta sessão, em meio a vários fatores potencialmente desinflacionários e que podem contribuir, se não para um início imediato do ciclo de queda da Selic, ao menos para uma sinalização do Copom sobre quando isso poderá ocorrer. Antes da abertura, o mercado já conhecia o IGP-M, que acelerou a deflação de 0,95% em abril a 1,84% em maio, coincidindo com o piso das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast. Ainda que o IPC-M tenha subido (0,46% para 0,48%), a expectativa é de que o tombo do IPA (-2,72%) possa chegar mesmo que parcialmente aos preços ao consumidor.

Ao mesmo tempo, o recuo das commodities reforça a perspectiva benigna para a inflação de curto prazo no Brasil. Hoje, os preços do petróleo tombaram mais de 4% dadas as incertezas sobre o acordo para elevar o teto da dívida dos Estados Unidos e também sobre o ritmo da demanda global. O barril do tipo WTI com vencimento em julho, que fechou em US$ 69,46, não caía abaixo de US$ 70 desde 4 de maio.

A leitura dos analistas é de que esse alívio nas matérias-primas será importante para fazer frente ao impacto que a mudança na cobrança de ICMS sobre a gasolina terá sobre os preços. A partir de quinta-feira (1º), o tributo passa a ser cobrado com uma alíquota fixa (R$ 1,22 por litro), em vez de porcentagem sobre o preço. Além disso, como destacou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, o governo concluirá o ciclo de reoneração da gasolina e etanol no fim de junho, quando acaba a vigência do imposto de exportação sobre óleo cru para compensar a elevação gradual das alíquotas de PIS e Cofins. Ceron disse que o imposto de exportação não será renovado e que os tributos federais voltarão a ser cobrados com alíquota cheia.

O gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cássio Andrade Xavier, afirma que o mercado de juros hoje não teve um "grande driver" e que as preocupações com o ritmo da economia da China, ante os dados que saem nesta semana, estão pesando mais diretamente no câmbio e na Bolsa. "Os números podem ser feios, mas na curva local, esta expectativa não tem afetado tanto". Nesta noite, serão divulgados os PMIs na China.

Para o sócio e estrategista de renda fixa e câmbio da Garin Investimentos, Felipe Beckel, os prêmios na curva já estão bem magros e a tendência é que o mercado opere mais de lado no curto prazo. "O 'play' mais tranquilo para agora é o de inclinação. Por mais que já se tenha precificado a queda da Selic, é perigoso ficar unidirecional", afirma Beckel, para quem os riscos são simétricos.

Ele argumenta que o discurso do Banco Central tem sido mais cauteloso do que os sinais apontando para um relaxamento monetário nos próximos meses. "Tem muita narrativa e pressão para o BC cortar o juro, mas parece que Roberto Campos Neto está receoso em dar pistas sobre o ciclo", disse.

Ontem, em discurso em Fortaleza, Campos Neto expressou otimismo com a melhora das expectativas de inflação no longo prazo, mas, observou, seguem bastante elevadas em razão do debate sobre a meta e as incertezas fiscais. Parte destas, ponderou, está sendo endereçada após a aprovação do arcabouço pela Câmara. "Então, a gente entende que isso vai melhorar", declarou o presidente do BC, após mostrar que, apesar da melhora das expectativas para a inflação de 2023 e 2024, as projeções de longo prazo do mercado seguem em 4%, quando a meta é de 3%.

Indicado para ocupar a diretoria de Política Monetária do Banco Central, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, também destacou hoje o papel do arcabouço na melhora dos ativos. "Vejo que desde a divulgação do arcabouço, as taxas de juros longas vêm cedendo. O câmbio atingiu novo patamar, claro que o câmbio estará sempre alterado, mas o patamar que assistimos já é bem mais confortável", afirmou em live promovida pelo O Globo e Valor Econômico.

No leilão de NTN-B, o Tesouro reduziu bastante a oferta de títulos a 950 mil, ante 2,5 milhões na semana passada, tendo vendido 873.400 títulos efetivamente. Na avaliação de Xavier, da Sicredi Asset, a leitura é de que a instituição deve priorizar nesta semana lotes maiores de prefixados no leilão de quinta-feira. "Principalmente, na LTN 2025", comentou. (Denise Abarca - [email protected])

BOLSA

Nesta penúltima sessão de maio, em que o petróleo cedeu mais de 4%, a aversão a risco desde o exterior resultou em realização de lucros um pouco mais forte na B3, em terreno negativo pelo segundo dia. Após sequência de ganhos desde o dia 4 - interrompida apenas no dia 16, e que o alçou a 110,7 mil pontos no fechamento de 19 de maio, maior nível então desde 1º de fevereiro -, o Ibovespa passou a alternar séries mais curtas, de avanços e recuos, a partir do último dia 22. Desde 22, foram cinco perdas, incluindo a de hoje, e apenas dois ganhos, em 25 e 26 de maio, quando chegou aos 110,9 mil pontos, superando a marca do último dia 19.

Assim, o Ibovespa oscilou nesta terça-feira entre mínima de 108.551,51 e máxima de 111.290,69 pontos, para fechar aos 108.967,03 pontos, em baixa de 1,24% na sessão, em que saiu de abertura aos 110.333,40 pontos. O giro não foi tão fraco quanto o de ontem, então abaixo de R$ 12 bilhões com o feriado nos Estados Unidos, mas seguiu moderado, como tem sido a tendência recente, a R$ 23,2 bilhões. Na semana, o índice da B3 cede 1,75%, mas ainda avança 4,34% no mês. Em 2023, oscila hoje para baixo, com recuo de 0,70% no ano.

"O Ibovespa vinha de pé trocado, subindo mesmo quando as bolsas lá fora caíam, e agora volta ao suporte que corresponde à média móvel de 200 períodos, um pouco abaixo dos 109 mil. Chegado o fim do mês, é natural uma realização de lucros, considerando que o Ibovespa ainda sobe mais de 4% em maio, com avanço bem distribuído por diferentes setores", diz Marco Monteiro, analista da CM Capital, mencionando ganhos superiores a 16% para o setor imobiliário, acima de 12% para as 'small caps' - ações de menor capitalização de mercado, menos líquidas -, e de quase 12% para o segmento de consumo no mês, pouco antes do fechamento desta terça-feira.

"A queda de hoje foi muito condicionada pelas commodities, como o petróleo, principalmente, e o minério de ferro, que já vem mais fraco há algum tempo, o que afeta empresas de peso como Petrobras e Vale", diz Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos. Ele observa que a pressão sobre os preços das commodities acabou por ofuscar, na sessão, outros desdobramentos recentes positivos, como o avanço de uma solução para o teto da dívida nos Estados Unidos e, no Brasil, a leitura mais fraca do IGP-M, com deflação de 1,84% em maio - e uma queda de 4,47% em 12 meses. A moderação dos índices de inflação se reflete na curva de juros doméstica, que tem melhorado com a acomodação dos preços.

Lá fora, por outro lado, os contratos futuros de petróleo aprofundaram perdas ao longo da sessão, em queda acima de 4% nos fechamentos de Nova York e Londres. As tensões emergentes entre Arábia Saudita e Rússia quanto a cortes de oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) estiveram no radar nesta terça-feira. A Rússia continua a disponibilizar grandes volumes de petróleo mais barato, minando esforços sauditas para fortalecer os preços da commodity, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

Petrobras ON e PN encerraram a sessão em baixa, respectivamente, de 0,94% e 1,12%, enquanto Vale ON cedeu 2,35%, com o minério abaixo de US$ 100 por tonelada na China (Dalian). O dia foi amplamente negativo para o setor metálico como um todo, com destaque para CSN (ON -3,77%, mínima do dia no fechamento, a R$ 12,00).

Na ponta perdedora do Ibovespa, além de CSN, de CSN Mineração (-2,84%) e de Usiminas (-2,88%), nomes correlacionados ao ciclo doméstico, como CVC (-3,87%) e Petz (-3,72%). No lado oposto, destaque para IRB (+4,31%), Hapvida (+4,10%), Raízen (+1,98%) e Dexco (+1,41%). Entre os grandes bancos, o dia foi majoritariamente negativo, com perdas de até 2,73% (Bradesco PN) no fechamento, à exceção de BB (ON +0,86%). (Luís Eduardo Leal - [email protected])

18:02

 Índice Bovespa   Pontos   Var. % 

Último 108967.03 -1.2384

Máxima 111290.69 +0.87

Mínima 108551.51 -1.62

Volume (R$ Bilhões) 2.31B

Volume (US$ Bilhões) 4.57B

18:03

 Índ. Bovespa Futuro   INDICE BOVESPA   Var. % 

Último 109300 -1.4383

Máxima 111985 +0.98

Mínima 109060 -1.65

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