O real repetiu a dose: voltou a ser a moeda com melhor desempenho ante uma cesta de divisas e a ganhar espaço em relação ao dólar, num dia em que a combinação de fatores externos e locais favoreceu a tomada de risco. A moeda dos EUA caiu em âmbito global, pressionada sobretudo pelo euro, ainda na esteira da aprovação do fundo de estímulos na Europa. Por aqui, os investidores ainda reagem à melhora do ambiente político e à perspectiva da retomada de agenda de reformas, após o governo enviar ao Congresso uma proposta para a mudança do arcabouço tributário do País. Esse quadro levou grandes investidores a reforçarem o desmonte de posições contra a divisa brasileira e, assim, o dólar à vista cedeu 1,83%, a R$ 5,1157, no menor valor desde 12 de junho. Agora, a divisa americana acumula baixa de 5,9% no mês. O recuo do dólar e o otimismo com o andamento da reforma tributária ajudaram a manter os juros futuros de curto prazo de lado e os intermediários, em leve queda, enquanto no trecho longo da curva, que subiu, prevaleceu algum desconforto com a votação do Fundeb. Isso porque, na prática, o aumento de participação dos repasses do governo federal significa mais gastos e, portanto, maior dificuldade na administração da já frágil situação fiscal do País. Como pano de fundo, sobretudo à tarde, houve movimentações dos agentes se preparando para o leilão de prefixados amanhã. Enquanto isso, no mercado acionário ainda houve cautela, com os principais índices de Nova York voláteis durante o pregão, embora tenham fechado em alta. Os investidores ficaram divididos entre as negociações para um novo pacote de estímulos nos EUA e notícias sobre vacinas, de um lado, e o aumento das tensões entre Estados Unidos e China, de outro. Já o Ibovespa teve pequena baixa de 0,02%, aos 104.289,57 pontos, depois de ter retrocedido, no pior momento do pregão, ao nível de 103 mil pontos. A queda de bancos, em reação à proposta de reforma tributária do governo, que resultará em carga final maior para o setor, segundo a Febraban, e de empresas ligadas a commodities, como Vale e Petrobras, pesou nos negócios.
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