Se o Ibovespa e o real conseguiram corrigir um pouco das perdas recentes, apesar de a semana ter continuado negativa, os juros futuros deram prosseguimento ao acúmulo de prêmios, com ganho de inclinação hoje e no acumulado dos últimos pregões. Não houve um novo gatilho para esse avanço das taxas, mas a constante incerteza fiscal, a inflação pressionada e o discurso não tão alentador de autoridades sobre esses temas mantêm o investidor arisco e cobrando prêmios para assumir o risco Brasil. Hoje, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou ser impossível "segurar expectativas com fiscal descontrolado". O secretário do Tesouro, Bruno Funchal, disse que o País é "passageiro" da inflação. Como complemento ao combo, os ruídos políticos não dão trégua, incluindo ataques do presidente Jair Bolsonaro a membros do Judiciário e a prisão, nesta sexta-feira 13, de um dos seus aliados, o presidente do PTB, Roberto Jefferson. Resultado: os juros de dois dígitos voltaram a fazer parte da curva a termo, com a taxa para janeiro de 2029 em 10,09% no fim da sessão regular. E de nada adiantou o alívio do dólar hoje, aqui e globalmente. A moeda recuou após a confiança do consumidor nos Estados Unidos ter cedido ao menor nível desde 2011, o que provocou a busca por Treasuries, com consequente recuo nos yields e desvalorização do dólar. Em relação ao real, depois de ter se aproximado de R$ 5,30 nos piores momentos da semana, a divisa americana cedeu 0,21% hoje, a R$ 5,2451, mas ainda acumulou alta de 0,17% nos últimos cinco pregões. Até porque, tanto o câmbio quando a bolsa continuam se ressentindo da desconfiança em relação ao País. Nesta sexta, o Ibovespa até performou melhor do que os pares americanos, ao subir 0,41%, aos 121.193,75 pontos, enquanto os principais índices em Wall Street terminaram com alta mais contida, ao redor do zero a zero. Ainda assim, S&P 500 e Dow Jones voltaram a renovar máxima histórica. Na semana, contudo, a Bolsa brasileira amargou perda de 1,32%, sensível ao vaivém da reforma do IR, que afeta diretamente o investidor em ações e as empresas listadas.
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